segunda-feira, 2 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8202: Agenda cultural (117): Programa da Antena 1, "O Amor é...", de Júlio Machado Vaz: O stresse pós-traumático de guerra e as suas implicações na família



Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (Abril de 1968/Janeiro de 1969) > 1968 > Início da construção do aquartelamento (que seria abandonado em menos de nove meses, depois de 372 ataques e flagelações)> Os homens que fizeram das tripas coração... Os homens-toupeira, os homens de  nervos de aço...Que preço pagaram os combatentes da guerra colonial (ou do ultramar, como quiserem) ? Elevado, em sangue, suor e lágrimas, em mortos, feridos  e em sofrimento físico e psíquico... Há um "inimigo invisível" que alguns deles (10%, dizem os estudos epidemiológicos, 100 mil num milhão de combatentes) continuam a combater, no silêncio das quatro paredes das suas casas, ao fim de 40 e tal anos...


Foto: © Idálio Reis (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.






1. É um dos meus programas de rádio preferidos... O Amor É... (de 2ª a 6ª feira, na Antena 1). Fresco, irreverente, sério, rigoroso, descontraído, bem humorado, profissionalíssimo... Um sucesso em termos de comunicação radiofónica. Um caso sério em termos de longevidade na rádio (Não conheço a versão televisiva, que passa na RTP Norte, continuo de qualquer modo a preferir o modelo radiofónico, ou melhor, gosto mais de ouvir o Júlio Machado Vaz na rádio do que vê-lo e ouvi-lo na televisão).

O amor e a sexualidade nas conversas do Prof. Júlio Machado Vaz:  O Amor É... De segunda a sexta, Júlio Machado Vaz conversa sobre amor e sexualidade com a conhecida jornalista e radialista Inês Meneses. O programa é repetido diariamente, de 2ª a 6ª feira, às 03:40 / 09:20 / 11:20 / 22:20.


Hoje, de manhã, como habitualmente, estava sintonizado na Antena1, enquanto conduzia o meu carro na 2ª Circular, a caminho do local de trabalho,  e tive a sorte de ouvir mais uma das conversas do conhecido sexólogo e psiquiatra do Porto, desta vez sobre "Os traumas de guerra na família" (os transtornos da síndroma pós-traumática, em inglês PTSD, Post Traumatic Stress Disorder)... 


Fiquei logo de ouvido atento e tomei logo boa nota desta emissão, para poder partilhar o seu conteúdo com os amigos e camaradas da Guiné... Podem ouvir aqui os 5 minutos de conversa do Prof Júlio Machado Vaz com a Inês Meneses. (Mais exactamente, 5' 52'').



O sofrimento psíquico ocasionado pela guerra nos antigos combatentes (e suas famílias) continua a ser um tema, senão tabu, pelo menos algo marginal e incómodo, que é difícil abordar em voz alta, na primeira pessoa, em público,... com rigor e com pudor. 


Por exemplo, no nosso blogue  não temos muitos postes sobre o tema... Reconheço que não é fácil falar disto, do nosso sofrimento psíquico,  de maneira descomplexada, aberta, espontânea, frontal ...  Há chagas, invisíveis, que não queremos ou não podemos mostrar aos outros, a começar pelos nossos próprios camaradas... 


Já agora, vejam aqui um conjunto de vídeos com o conteúdo de um programa que passou, há uns anos, na RTPN; e é justo também referir aqui o papel da Associação Apoiar, que desde 1994 tem dado apoio psicossocial, clínico e terapêutico a muitos camaradas nossos.

2. Informação adicional sobre o programa O Amor É...

Género > Reflexão
Ficha técnica:
Realização: Júlio Machado Vaz
Autoria: Júlio Machado Vaz
Com: Júlio Machado Vaz e Inês Meneses

Próximas Exibições: Antena1 > 2011-05-02 | 07:12h
Últimas Exibições: Antena1 > 2011-04-29 | 20:12h

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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início, no próximo dia 6, do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro)


Guiné 63/74 - P8201: As Nossas Mães (15): Carta à Minha Mãe (José Eduardo Oliveira)

1. Mensagem do nosso camarada José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66, com data de 2 de Maio de 2011.

Meu caro Luís
Apreciei muito o teu desafio que me deu umas boas horas de trabalho. Lembrei-me de uma carta que tinha escrito à minha Mãe em 8 de Dezembro de 1964. Era então no dia de N.S. da Conceição que se comemorava o Dia da Mãe. Foram precisas algumas horas para a encontrar. Depois disso uma longa avaria no computador inviabilizou o seu envio. Julgo que só agora é que vai. Atrasada ou não, publicada ou não, fico com a minha obrigação cumprida. Agradeci à minha querida e saudosa Mãe e correspondi ao pedido do meu amigo Luís Graça.


2. Carta à Minha Mãe

Binta, 8 de Dezembro de 1964

Minha Querida Mãe
Será difícil exprimir-lhe por palavras tudo o que sinto por si.

Cada ano que passa, que significa para mim mais experiência de vida, é gratificante constatar que a minha Querida Mãe continua a ser a personificação da bondade, da perfeição, dum amor filial único e sem par.

E esse sentimento para quem, por circunstâncias diversas da vida, teve que sair cedo do lar paterno (primeiro para trabalhar e depois para cumprir o serviço militar), vai tendo cada vez mais valor e sentido.

Nas circunstâncias actuais da minha vida – que é dura e difícil – mais valorizo a formação que me deu. Sei que todos os dias me escreve, que todos os dias reza por mim. Nas cartas que recebo, além das notícias que me manda, sinto a mensagem de coragem que me transmite com a sua resignação cristã, dando-me forças para superar as dificuldades da separação.

Na numerosa família, que são os militares da minha Companhia, não há segredos e damos conta do que significa para cada um de nós a sua MÃE.

Nos momentos mais difíceis, no perigo, na dor, na doença, todos apelamos a quem nos deu a vida.

Quando o Soldado fala da sua Mãe dá uma entoação diferente às suas palavras, que naturalmente são mais doces, mais ternas. Ele fala da sua "velhota", com muitos dizem, com uma ternura diferente.

É por isso que hoje todos recordam com mais emoção, com mais saudade as suas Mães.

Graças a si, minha Querida Mãe, ao Pai, ao maravilhoso ambiente do nosso lar cristão, posso dizer, com uma ponta de orgulho, que nas horas mais difíceis tenho conseguido sempre honrar o nome que me deram.

Acho que nada poderá dar mais alegria a uma Mãe e a um Pai de ter um filho que os tem sempre presentes.

Tudo o que sou, o melhor que tenho em carácter, em honestidade, em integridade, devo-a à minha Querida Mãe. Tenho por si uma verdadeira adoração.

Pela vida fora tentarei sempre que o seu exemplo possa nortear a minha conduta no meu lar, se Deus permitir que eu o chegue a formar. Procurarei ser tão bom Pai como me acostumei desde menino a ter por perto. Na casa dos meus Pais e Avós.

Recuando no tempo recordo a Mãe em todas as circunstâncias como uma pessoa admirável. Na vida, que não lhe tem sido nada fácil, vejo-a sempre a dedicar mais tempo aos outros do que a si própria. Deus permita que continue assim por muitos anos a tornar felizes todos os que vivem perto de si. Transmita à minha Querida Avó os parabéns por ter dado ao mundo tal filha.

Receba um beijo muito amigo do seu
Filho
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8196: As Nossas Mães (14): O Dia da Mãe (Manuel Maia)

Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro) (1): Convite para o dia 6 de Maio de 2011



















1. Mensagem de Carlos Cordeiro, com data de 1 do corrente:


 Caros editores:


Com um abraço daqui do meio do Atlântico, segue a informação para, se acharem conveniente, inserirem na “Agenda Cultural”.


Um agradecimento muito especial ao Luís por me ter concedido autorização para utilizar, no material de divulgação, a belíssima foto de Arlindo Teixeira Roda, retirada do blogue.


Um abraço amigo do
Carlos (C).


Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf – CIC – Angola - 1969-71 -, irmão do malogrado Cap Pára João Cordeiro / Prof Auxiliar com Agregação da UAC / Departamento de  História, Filosofia e Ciências Sociais)



2. Ciclo de conferências-debate intitulado “Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s)”,




No próximo dia 6 do corrente, terá início, na Universidade dos Açores, o ciclo de conferências-debate intitulado “Os Açores e Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memórias(s)”, numa organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais daquela Universidade.


Esta primeira conferência será proferida pelo Tenente-General Alfredo da Cruz e tem por título “A Força Aérea na Guerra do Ultramar. Experiência de um piloto de combate”.


O Ten-Gen  Pilav Alfredo dos Santos Pereira da Cruz, natural de Alcobaça, foi combatente em Moçambique (1971-1973) como piloto de helicópteros AL III, [, foto à direita, fonte: EMFA, com a devida vénia,]  tendo sido condecorado com a Cruz de Guerra.


 A partir de 1989, foi nomeado para diversas comissões de serviço nos Açores, desempenhando actualmente o cargo de Comandante Operacional dos Açores.


A conferência terá lugar no anfiteatro “C” do Pólo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, com início pelas 17H30 do dia 6 do corrente [, 6ª feira].


Carlos Cordeiro
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Nota do editor:


Último poste da série > 27 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8172: Agenda cultural (116): O documentário de Diana Andringa sobre o Campo de Chão Bom / Tarrafal passa hoje na RTP1, às 23h00: Entre 1962 foram deportados para lá 100 presos políticos guineenses, 60 foram libertados em 1964 e os restantes em 1969

Guiné 63/74 - P8199: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (16): Galinha? Cá tem

1. Mensagem José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 27 de Abril de 2011:

Amigo Vinhal
Junto esta pequena história (Galinha? Cá tem) para incluir nas "Memorias
boas da minha guerra"

Um abraço do
Silva da Cart 1689


Memorias boas da minha guerra (16)

Galinha? Cá tem!

De 29 de Novembro a 13 de Dezembro de 1967, a nossa CART 1689 esteve envolvida na implantação e construção do Destacamento de Gubia, na zona de intervenção de Empada. Depois de um desembarque em LDP’s, ao amanhecer, “à maneira da Normandia” e após a ocupação do local apropriado, iniciaram-se os trabalhos das construções defensivas. Para assegurar esses trabalhos e não só, os Pelotões saíam para patrulhar e emboscar, rendendo-se uns aos outros.


 Quando ocupámos aquele local, apanhámos vários cabritos e muitas galinhas, que eram da população e que fugira ao ouvir o barulho dos motores das lanchas. Desde logo, sempre que determinado Pelotão saía, as suas galinhas estavam à mercê dos outros militares que ficavam no acampamento. E os “pilha-galinhas” só pararam quando, dos respectivos Pelotões “proprietários”, passaram a ficar um ou dois militares (“dispensados por doença”), para guardarem o “galinheiro”.

O Silva com o Darei, em Catió, onde ele ficou. O Una faleceu em Gandembel no dia 19 de Abril de 1968 durante a Op. Bola de Fogo.

Os soldados milícias Darei e Una, que eram do meu Pelotão, quase não falavam entre si, pois, sendo de etnias diferentes, sentiam dificuldades em comunicar. Porém, entendiam-se lindamente.

Estávamos sentados no chão, ao redor de uma fogueira, de lume brando e muito braseiro, enterrada num rego apropriado para se poisarem os espetos dos assados nas beiras de cada lado. Enquanto o Darei, de faca afiadíssima, se entretinha a dar os últimos retoques num espeto de vara verde, o Una saiu sem dar cavaco, aparentando não querer mostrar o seu apetite, provocado pelas “insinuações” do Darei. No entanto, pouco depois, ouve-se:

- Ladrões, filhos da puta. Eu fodo-vos! – gritava alguém lá ao fundo.

Ouvia-se também um restolho enorme de quem vinha a corta-mato e em fuga. Surge a uns 70 metros, o Una a correr, com uma galinha encostada ao peito, ao mesmo tempo que a depenava a uma velocidade incrível.

Logo de seguida, surge o Flausino, sempre a gritar:

- Filhos da puta, ladrões. Já vos apanho.

Ao passar junto de nós, o Una deixa cair a galhinha para as mãos do Darei, que logo lhe enfia o espeto, do cu até ao pescoço e o coloca imediatamente nas brasas. O Flausino aproximou-se em modos ameaçadores.

Olhando para os militares, que estavam em silêncio, a observar a galinha que esgravatava as brasas com as patas e pergunta, meio cansado e embasbacado:

- A galinha?... ga..ga..linha?...ga...aali ..li...li....?

Como ficou estarrecido a olhar também para “o assado” que mexia nas brasas, o Darei, imperturbável, respondeu:

- Galinha, inh’cá tem! ...Ess’é galo!

Silva da CART 1689
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8179: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (15): Xelorico, um rapaz sui generis

Guiné 63/74 - P8198: Convívios (322): Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2046, Pel Rec Daimler 2206, Pel Caç Nat 63, e outras subunidades adidas): Coimbra, 21 de Maio de 2011 (António Damas Murta, ex-1º Cabo Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)


1. Por lapso, só agora publicamos a notícia que nos foi enviada, em 25 de Fevereiro último,  pelo organizador do 17º Convívio do  Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Caç Nat 63, Pel Rec Daimler 2268, e outras subunidades adidas):

António José Damas Murta
Estrada da Beira, 384
Alto de S. João 3030-173
Coimbra
Telef 239 713055 / Telemóvel 96 4538201
E-mail: Sofia Damas

 

Amigos:

[CCS / BCAÇ 2852 (1968/70)

CCAÇ 12 (1969/71)
Pel Caç Nat 52 (1968/70)
Pel Caç Nat 54 (1969/70)
Pel Caç Nat 63 (1969/71)
Pel Mort 2106 (1969/70)
Pel Mort 2268 (1970/72)
Pel Rec 2046 (1968/70)
Pel Rec 2206 (1970/71)
CCS / BART 2917 (1970/72)]


Venho opor este meio convidar-vos para o nosso encontro anual  [17ª edição] que decorrerá na cidade de Coimbra,  no próximo 21 de Maio de 2011 (*).

António Murta [Ex-1º Cabo Op Cripto, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71; reformado da Caixa Geral de Depósitos; foto à esquerda].

Programa

10h – Ponto de encontro no Mosteiro de Santa Clara a Nova (Rainha Santa Isabel)
11h – Missa no Mosteiro de Santa Clara a Nova (Rainha Santa Isabel)
13h – Almoço convívio na Quinta da Malhadinha – Cabouco, freguesia de Ceira

Preçário: 40,00 € / pessoa


Crianças 5-10 anos – 15 euros


Confirmação, em princípio,  até 29 de Abril [, e  o mais tardar até 10 de Maio], com cheque ao cuidado de António José Damas Murta, Estrada da Beira, 384, Alto de S. João, 3030-173 Coimbra


Ementa


(i) Entradas


Rissóis – Croquetes
Pasteis de bacalhau
Calamares
Morcela – Negritos
Entremeada
Broa de milho
Sopa lavrador


(ii) Quentes


Bacalhau dourado
Chanfana – prato típico da região de Coimbra


(iii) Sobremesa


Mesa de frutas laminadas
Mesa de doces variados


(iv) Bebidas


Aguas – Sumos
Cerveja – espumante
Vinhos tintos e brancos
Café e digestivo

Como chegar ao local de encontro (Mosteiro de Santa Clara a Nova, Rainha Santa Isabel) e ao restaurante (Quinta da Malhadinha – Cabouco, Ceira) (**)






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Notas do editor

(*) Último convívio: Vd. poste de 23 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6460: Convívios (159): Grande ronco, Óbidos 2010 / Bambadinca 1968/71: CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2206, CCS/ BART 2917... (Parte I) (Luís Graça)

(**) Último poste da série > 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8193: Convívios (316): O encontro da CCAÇ 3477 - Gringos de Guileje -, vai decorrer em 28 de Maio 2011, na Ericeira (Abílio Delgado)

Guiné 63/74 - P8197: Resumo da actividade do BCAÇ 3833 (1971/73) (1): CCS - Pelundo (Augusto Silva Santos)



1. Começamos hoje a publicação do resumo dos Factos e Feitos do BCAÇ 3833, enviado pelo nosso camarada Augusto Silva Santos (ex-Fur Mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73, em mensagem do dia 21 de Abril de 2011:
 

Historial/Resumo do que foi a actividade do BCAÇ 3833 (1)

CCS - Pelundo









OBS:- Clicar nas imagens para ampliar
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 10 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7108: Lembrando Vicente Passarinho (Piu), Fur Mil da CCAÇ 3520 (Augusto Silva Santos)

domingo, 1 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8196: As Nossas Mães (14): O Dia da Mãe (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), com data de 1 de Maio de 2011:

Carlos,
Sei que o abuso é grande pedindo que edites estas sextilhas para hoje, mas se houver alguma réstea de possibilidade...
Para cúmulo ainda terás de corrigir.

abraço
manuelmaia


O DIA DA MÃE

Uns chamam-lhe mamã, outros mãezinha,
Tal qual eu próprio o faço ainda à minha
Alguns, sentiram já sua partida...
Octogenárias vivas, linda idade.
P`raquelas de que resta só saudade,
Foi beijo emocionado/despedida...

Agradecer a vida recebida,
a quem nos carregou, enternecida,
É acto elementar que urge fazer...
Gerados, educados com amor,
com medos, sofrimento, muita dor,
p`los p`rigos que uma guerra fez temer...

P`raquelas cujas lágrimas secaram,
nos rostos de mortalha e ficaram,
sem ver os seus meninos outra vez...
Um beijo colectivo sai de nós,
guineus já veteranos, hoje avós,
p`ra minorar a dor desse revês...
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8046: Blogpoesia (140): Tabancas e Tabanqueiros (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8195: As Nossas Mães (13): Porque hoje é o Dia da Mãe (Albino Silva)

Guiné 63/74 - P8195: As Nossas Mães (13): Porque hoje é o Dia da Mãe (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de  1 de Maio de 2011:

Para todas as Mães, em especial para aquelas que estão e visitam a nossa Tabanca.


PORQUE HOJE É DIA DA MÃE

1
Hoje é o Dia da Mãe
E neste dia sim senhor
Vamos dar à nossa Mãe
Mais um pouquinho de amor.

2
Neste dia especial
Para ti ó Mãe Querida
Dou-te beijinhos sem fim
Dou-te toda a minha vida.

3
Ó Mãe que tanto te amo
Tu és tudo para mim
És a flor mais bonita
Que nunca vi em jardim.

4
Todas as flores são puras
Com perfume natural
Mãe és a flor mais pura
Como tu não há igual.

5
Que linda rosa perfeita
Sem espinhos transparente
Minha Mãe és a mais linda
E eu sou a tua semente.

6
Botão aberto em flor
Mãe és para mim tudo isso
O botão mais lindo do mundo
Abres para mim um sorriso.

7
És meiga és carinhosa
E desde a hora que nasci
Aprendi a dizer Mãe
E nunca me esqueço de ti.

8
Não é uma vez por ano
Que nos lembramos de alguém
Pois cada dia que passa
É sempre Dia da Mãe.

9
Mãe meiga, Mãe adorada
Nas horas boas e más
Mesmo que estejas sofrendo
Todo o teu amor me dás.

10
Mesmo que estejas doente
Tentas sempre resistir
E com ternura me olhas
Olhas pra mim a sorrir.

11
Sendo a Mãe pobrezinha
É rica no coração
Ao ver o filho com fome
Ela logo arranja pão.

12
Há tanta frase bonita
Muitos nomes há também
Mas a palavra mais linda
É sempre o nome de Mãe.

13
Ó Mãe me deste à luz
Deste a vida pra viver
Deste amor, deste alegria
Deste todo o meu ser.

14
Ó minha Mãe minha Mãe
Quem me dera ver-te assim
Mesmo sendo tu velhinha
Quero-te sempre pra mim.

15
Sendo assim tão velhinha
O teu coração não gela
Mesmo com rugas no rosto
Ó Mãe tu és a mais bela.

16
E se um dia morreres
Contigo morro também
Não quero ficar sozinho
Leva-me contigo Mãe.

17
De tudo o que temos na vida
Do melhor que a gente tem
Nossa casa está vazia
Se não estiver nossa Mãe.

18
Se hoje te dou beijinhos
Amanhã te dou também
Não só hoje que é teu Dia
Amanhã também és MÃE.

Albino Silva
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 18 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8122: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (6): Que rica é a nossa Tabanca (2) (Albino Silva)

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8191: As Nossas Mães (12): Sorriso português, de Artur Augusto da Silva (1912-1983)

Guiné 63/74 - P8194: Álbum fotográfico do Florimundo Rocha, ex-sold cond auto (CCAÇ 3546, Piche e Ponte Caium, 1972/74) (Parte III)



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte Caium >  3º Grupo de Combate >  1973 >  Foto nº 6 > "O meu pai só se recorda que teriam ido à água,e também se recorda  apenas de dois camaradas, o Pinto,  sentado na frente, o Silva atrás de Pinto, e o meu pai" (SR)...



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte Caium >  3º Grupo de Combate >  1973 >  Foto nº 4 > "No burrito, Florimundo, Pinto, Furriel Ribeiro, Sobral, Wolkswagen e Serra junto ao  Xerife [, Sherifo,] e Djaló, como eram chamados estes miúdos lá da tabanca [, de Sinchã Tumane],  eram amigos; infelizmente o meu pai não se recorda do nome do resto do pessoal" (SR)...





Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte Caium >  3º Grupo de Combate >  1973 >  Foto nº 5> A Ponte Caium



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte Caium >  3º Grupo de Combate >  1973 >  Foto nº 3 > O Rocha, em cima do tabuleiro da ponte, num momento de descontracção.


Fotos: © Florimundo Rocha (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

1. Mensagem da Susana Rocha, com data de ontem, em nome de seu pai, Florimundo Rocha:




Olá, senhor Luís, espero que se encontre bem, tenho andado sem dar notícias,  venho aqui identificar os companheiros do meu pai nas fotos que o senhor ainda não pôs no blogue:




(i) na foto nº 2 [, já reproduzida, vd miniatura à esquerda],  o meu pai disse me que estavam de chegada à  Ponte Caium: condutor, ele, Florimundo; atrás do condutor,  o Silva, em último de pé em cima da lenha o Chaves; sé esses ele conseguiu identificar;

[Confronte-se com a legendagem do Carlos Alexandre, o Peniche: (...)  temos o Rocha a conduzir. A seu lado o Ribeiro (o companheiro que desventrava e tratava a carne das caçadas ). Atrás do Rocha está o Silva, que na altura era sonâmbulo. Atrás do Silva,  o Cristina, claro o nosso padeiro (...).  A seu lado,  o Pereira, que é natural de uma aldeia perto do Pinhão, foi identificado pelo Barbeiro (...). Atrás do Silva e de bigode, o Gordinho. Atrás do Gordinho,  o José Alberto, de que só se vê a cabeça (...). O companheiro no cimo da lenha, [no atrelado,] onde a foto está em piores condições, tenho mais dificuldade em identificar, mas é concerteza o Chaves, companheiro que não vejo desde África].

(ii) o meu pai na seguinte [foto nº 3, vd. acima], num momento de descontração,

(iii) na foto nº 4 [vd. acima),  no burrito, Florimundo, Pinto, Furriel Ribeiro, Sobral, Wolkswagen e Serra junto a "xerife" e Djaló  (como eram chamados estes miúdos lá da tabanca, eram amigos); infelizmente o meu pai não se recorda do nome do resto do pessoal:

(iv) na foto nº 5 [vd. acima], a famosa Ponte Caium;

(v) no foto no 6 [, já reproduzida anteriormente, miniatura à esquerda], "Florimundo, Sobral no meio,  e Alexandre, de Peniche, num momento de descontraçao na Ponte Caium"... [ Há aqui um lapso, na identificação do último elemento, que não é o Carlos Alexandre, mas sim o Jacinto Cristina].



(vi) a foto nº 6: o meu pai só se recorda que teriam ido à água,e tambem recorda-se apenas de dois camaradas, o Pinto,  sentado na frente, o Silva atrás de Pinto, e o meu pai;

(vii) a foto nº 7 [, já reproduzida anteriormente, vd. miniatura à esquerda]: antes duma partidinha de futebol, Furriel Ribeiro de blusa branca, Santiago, Furriel Barroca, o Barbeiro, o Pinto, o Florimundo. [A legenda do Carlos Alexandre é mais completa: (...) Temos  o Rocha ao centro, à direita o José Alberto, à esquerda o Pinto. Em cima,  à direita, o Barbeiro, o furriel Barroca, o Santiago que tem a fita na cabeça, e o furriel Ribeiro].

(vii) por último [,foto nº 9 ] o meu pai e o Alexandre junto a uma máquina da TECNIL, alvo de uma emboscada. [Já reproduzida anteriormente, vd. miniatura à direita].

Peço desculpa pela demora, aguardo notícias suas e o meu pai também ,todos os dias me pergunta por noticias. Um Abraço. Susana Rocha

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Nota do editor:

Vd. Postes anteriores:


Guiné 63/74 - P8193: Convívios (321): O encontro da CCAÇ 3477 - Gringos de Guileje -, vai decorrer em 28 de Maio 2011, na Ericeira (Abílio Delgado)




1. O nosso Camarada Abílio Delgado, ex-Cap Mil da CCAÇ 3477 “Gringos de Guileje”, Guileje, 1971/73, enviou ao Luís Graça, com pedido de publicação, o programa da festa anual da sua companhia.

ENCONTRO DA CCAÇ 3477 “GRINGOS DE GUILEJE”
DIA 28 de MAIO NA ERICEIRA


O encontro da CCAÇ 3477 - Gringos de Guileje -, vai decorrer no dia 28 de Maio 2011, no Restaurante "Estrela do Mar"- em Ribamar -, na Ericeira, com o seguinte programa:
10H30 - Concentração frente o Convento de Mafra;
11H00 - Passeio em comboio turístico pela Tapada Real de Mafra;
13H00 – Almoço.

Se nos quiseres honrar com a tua presença, será um enorme prazer.

Abraço
Abílio Delgado Cap Mil da CCAÇ 3477
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste da série em:
1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8192: Convívios (315): Lampreiada e visita ao aproveitamento hidroeléctrico de Crestuma-Lever, 30 de Abril (Magalhães Ribeiro)

Guiné 63/74 - P8192: Convívios (320): Lampreiada e visita ao aproveitamento hidroeléctrico de Crestuma-Lever, 30 de Abril (Magalhães Ribeiro)

Cumpriu-se ontem, num agradabilíssimo ambiente de boa disposição, alegria e satisfação geral das pessosas presentes, a iniciativa do nosso camarada António Carvalho, ex-Fur Mil Enf da CART 6250, Mampatá, 1972/74, que contava levar cerca de três dezenas de convivas a “devorarem” um bom prato de lampreia no restaurante “Freitas”, localizado na margem direita do Rio Douro, mesmo junto ao aproveitamento hidroeléctrico de Crestuma-Lever e que incluiu uma visita à central deste empreendimento.

Eclusagem de um barco, de jusante para montante do aproveitamento

Tal como o programado, pelas 11H00, o pessoal começou a concentrar-se no parque de estacionamento do restaurante e, passados uns minutos, deu-se início à visita das instalações da central de Crestuma, guiadas pelos Sr. Engº Costa e Silva e Sr. Engº Alfredo Cerqueira.


Explicações prévias aos visitantes, no hall de entrada e na sala de comando, sobre as características fundamentais, o funcionamento e a exploração do aproveitamento


Pelas 13H30, juntaram-se no almoço 44 convivas, excedendo assim as melhoras expectativas do nosso dinâmico e entusiasta organizador.


O convívio contou também com uma breve e amigável presença do nosso Camarada Aníbal Couto, que além de ser um dos sócios-gerentes do restaurante, também foi combatente na Guiné - CCS do BART 6523/73 -, Nova Lamego, 1973/74, e que deixou um convite a todos nós para aparecermos no seu estabelecimento, onde além da promessa de nos saciar com uma boa refeição nos oferece um digestivozinho.

Aníbal Couto da CCS do BART 6523/73

___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:




Guiné 63/74 - P8191: As Nossas Mães (12): Sorriso português, de Artur Augusto da Silva (1912-1983)

1. Em homenagem a todas as mães, de todos os homens e mulheres, do mundo  lusófono, em geral, e à Mulher Grande da nossa Tabanca Grande, que é a Clara Schwarz, 96 anos, em particular (vendo nela também todas as nossas mães):


SORRISO PORTUGUÊS


A Ribeiro Couto
Gentil homem do Brasil




Lanço os olhos para o Norte
e vejo Lisboa, a mais pequena cidade do mundo,
porque cabe inteira no meu coração;
lanço os olhos para o Sul
e vejo as terras de Angola,
tão grandes, que meu coração teve de crescer
para que elas nele pudessem caber;
lanço os olhos para o Ocidente
e vejo o Mundo - Novo - Brasileiro,
tão vasto, que só Deus nos altos céus,
o pode ver;
lanço os olhos para o Oriente
e vejo a grande babel de Macau
nascer das águas como uma flor de lótus.


E por todas essas terras que meus olhos vêem,
por todos os oceanos que as banham,
por todos os sóis que as cobrem,
vejo pairar o doce sorriso português
— O terno sorriso de minha mãe...


Artur Augusto da Silva 


In: Artur Augusto da Silva -  E o poeta pegou num pedaço de papel e escreveu:  Poemas.


Bissau, Instituto Camões: Centro Culturtal Português.


1997. p.29


(Com a devida vénia...)

Guiné 63/74 - P8190: As Nossas Mães (11): Mãe Querida (Luís Graça)

1. Mensagem enviada hoje mesmo à tertúlia pelo nosso tertuliano-chefe Luís Graça:

Amigos/as, camaradas, camarigos/as:
No dia mãe, peguem nestes versos, singelos, quadras de 7 sílabas, ao gosto popular, que eu acabei de fazer esta manhã a pensar em todas as nossas queridas mães, as que estão vivas e as que morreram, bem como as mães dos nossos filhos...

Usem-nos, os versinhos, como quiserem, tirem uma cópia, juntem ao vosso ramo de flores... São vossos...

Um bom Dia da Mãe.
Luís Graça


Mãe querida!

Não há dia como este,
O Dia das Nossas Mães,
Pela vida, Mãe, que me deste,
Obrigado, parabéns!

Obrigado, parabéns,
Um beijinho com ternura,
Pelo amor que me tens,
E que foi sempre com fartura.

Que foi sempre com fartura,
Nada me tendo faltado,
Foste mãe, sempre à altura,
Minha mãe, muito obrigado!

Minha mãe, muito obrigado,
Por me teres deitado ao mundo,
Pago-te com amor redobrado,
Teu admirador profundo.

Teu admirador profundo,
Nas sete vidas da vida,
Do coração, do mais fundo,
Te digo que és mãe querida!
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8189: As Nossas Mães (10): Domingo, 1 de Maio de 2011 - Dia da Mãe (Joaquim Mexia Alves)

Guiné 63/74 - P8189: As Nossas Mães (10): Domingo, 1 de Maio de 2011 - Dia da Mãe (Joaquim Mexia Alves)

1. Mensagem do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves, com data de 1 de Maio de 2011:

Caros camarigos
Para vosso conhecimento, anexo texto que escrevi sobre o Dia da Mãe, na minha perspectiva e vivência cristã católica.

Publiquei-o no meu blogue (http://queeaverdade.blogspot.com/2011/05/dia-da-mae.html).

Podê-lo-eis divulgar, obviamente, se assim achares oportuno.

Um abraço amigo do
Joaquim


Domingo, 1 de Maio de 2011
DIA DA MÃE


Evangelho segundo S. Mateus 28,1-10.

Terminado o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro.
Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela.
O seu aspecto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a neve.
Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos.
Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis.’ Eis o que tinha para vos dizer.»

Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos.
Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»

Ao ouvir proclamar este Evangelho na Vigília Pascal e depois durante a homilia, lembrei-me das mães, lembrei-me da minha mãe.

Porque me veio ao coração o facto de ter sido dada às mulheres essa primeiríssima missão, de anunciar aos próprios Apóstolos a Ressurreição de Jesus.

Foram as mulheres que tiveram a primeiríssima missão de avisar os Apóstolos que se deviam encontrar com Jesus Cristo Ressuscitado.

Foram as mulheres, sem dúvida, que pressurosamente e sem duvidarem, fizeram o primeiro anúncio àqueles que nasciam para uma vida nova, a vida que haviam de receber do Espírito Santo, depois do seu encontro com Jesus Cristo Ressuscitado.

E então lembrei-me, (por associação de pensamentos do coração), dessas mulheres que são mães, e que acreditando em Jesus Cristo, são sempre as primeiras a d’Ele falarem aos seus filhos.

Ainda com os seus filhos no ventre, e já as mães falam deles a Jesus, e Lhe pedem protecção e amparo para essas vidas que hão-de vir ao mundo.

Pequeninos, bebés frágeis ao seu colo, e essas mulheres, as mães, vão falando com eles, numa linguagem que só eles entendem, falando-lhes em surdina de Jesus, apresentando-os, entregando-os à sua protecção.

Assim que eles vêem, andam, falam e podem entender alguma coisa, logo no primeiro Natal explicam aos seus filhos pequeninos, quem foi Aquele outro Menino que nasceu num presépio em Belém.

E depois … depois, continuam pela vida fora, levando-os aos primeiros encontros com Jesus na catequese familiar e depois na catequese na Igreja.

E não cessam de por eles rezarem e de os exortarem ao encontro pessoal e decisivo com Jesus Cristo Senhor.

Colocam até como maior o amor que os filhos devem ter a Jesus, do que a si próprias, pois sabem que é nesse amor que os filhos podem encontrar a verdadeira felicidade.

E não cessam de fazer sacrifícios, de desistirem do que para si desejam, de darem tudo de si, para que os seus filhos cresçam e sejam felizes e bons.

E sabem, oh se sabem, que o melhor que podem dar aos seus filhos, é um amor forte e fiel a Jesus Cristo, pois reconhecem que é nesse amor que uma boa vida, que uma vida boa, se constrói e edifica.

E como elas, as mães, se desempenham bem desta missão!

Como elas, as mães, têm as palavras e os gestos certos para falarem de Jesus aos seus filhos.

E se não os alcançam para Jesus pelas palavras que lhes dizem, não desistem e oram constantemente, para que Jesus vá ao encontro daqueles que elas tanto amam.

Terá sido por isto, que Deus deu aquela primeiríssima missão de anúncio da Ressurreição às mulheres?

Sem pretensões de interpretação teológica, (pobre de mim, que para tal não tenho conhecimentos), deixo “apenas” o meu coração dizer-me que sim, que foi essa a razão, porque Deus sabe que uma mãe nunca desiste de dar aos seus filhos o melhor de si, o melhor de tudo, e para uma mãe que acredita, o melhor de si que pode dar ao seu filho, é sem dúvida, Jesus Cristo Nosso Senhor, vivo e constantemente presente na vida dele.

Hoje, Dia da Mãe, homenageio assim todas as mães, rezando por elas, as que já o são, as que estão para o ser, e as que ainda o vão ser.

E dou graças infindas a Deus pela mãe que me deu, que tão bem me apresentou a Jesus.

De tal modo O colocou em mim e me apresentou a Ele, que mesmo tendo-me afastado tanto tempo d’Ele, a Ele tive que regressar, sem dúvida para colocar um sorriso de felicidade no rosto da minha mãe, a quem Jesus, (que a tem no seu regaço), diz agora com certeza:
«Conheço esse teu sorriso, mulher!»

Monte Real, 1 de Maio de 2011
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8160: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (17): Parabéns, Camarigos, dia 23 é o “Dia do Amor” sentados na Tabanca Grande (Joaquim Mexia Alves)

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8188: As Nossas Mães (9): À minha Mãe, lembrada a cada momento (Felismina Costa)

Guiné 63/74 - P8188: As Nossas Mães (9): À minha Mãe, lembrada a cada momento (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa tertuliana Felismina Costa , com data de 26 de Abril de 2011:

Caro Editor e Amigo Carlos Vinhal, muito Boa-tarde!

Domingo, dia 1 de Maio, é dia da MÃE!

Mais uma vez aqui estou, para realçar outra efeméride, (se de efeméride se trata, uma vez que não tem data fixa).

Desta vez pretendo prestar a minha homenagem às nossas mães, mães, que de uma forma ou de outra, foram e são, modo geral, a base da família e por conseguinte da sociedade.

Muitas foram e são, grandes heroínas!
Lutaram e lutam contra diversas adversidades: incompreensão, miséria, mãos tratos, injustiça, doenças e guerras.

Homenageio na minha, todas as mães que, contra todas as adversidades, souberam e sabem proteger os seus filhos, e que, com o seu amor, são capazes de semear a esperança, e o gosto pela vida.

Carlos, se entender publicar... o meu obrigada.
Felismina Costa



(…À minha MÃE, lembrada a cada momento, lembrada ao longo do tempo, porque há muito que partiu, à minha Mãe, doce Mãe, que escondia o mal sofrido, e nos mostrava sorrindo, a alegria e o bem...)


Felismina Costa


(As flores, que ora te ofereço, minha mãe, são flores desta Primavera, da varanda do teu neto João, que se encanta nelas, como tu te encantavas).

Mãe!

Na véspera do fim
Disseste-nos um poema
Que começava assim:

(…Um ósculo de sol amanhecente
Raio de luz tremulante, feito vidas
Arrebatou, gota a gota, a fonte querida
Emula de força transcendente!

Agora, caí em pranto sobre a terra.
Fecunda a semente e a árvore robustece!
É sopro de vigor que se engrandece,
Cada vez mais, no mistério que encerra… etc, etc, etc…)

Desconheço o autor, mas… para ti o escreveu, pois te define, melhor do que eu!

PORQUE…

Um ósculo de sol, tu foste sempre
Iluminando as nossas pequenas vidas
E um raio de sol tremulante
Que esteve sempre à nossa beira,
Acarinhando, educando, formando,
Misteriosamente doce… e guerreira!

Emula de força transcendente?
Quem dúvida?
Ninguém! Creio…
Quem mais corajosamente
Fez o Natal estar presente em cada dia de vida?
Quem digeriu frustrações, doenças, dificuldades?
Quem trabalhou noite e dia
Sem olhar ao que fazia
Mas, ao que faltava fazer?
Quem fez a noite ser dia
Tantos dias, tantos anos?
Quem nos guardou os desenganos
Fechados a sete chaves?
Quem fez as dores suaves?
Quem rezou e fez promessas?
(promessas, que não cumpriu,
Porque a vida não lhe deu
O tempo para as cumprir)!

Quem benzia, as minhas dores de cabeça
Em nome de Santa Teresa?
E as minhas dores de barriga
Em nome de Santa Margarida?

Quem fazia os meus vestidos, dos tecidos,
Que a minha tia trazia,
Das terras por onde ia, dar aulas a outras crianças?

Quem me penteava os cabelos e punha uma fita
Todos os dias de manhã, quando ia para a escola?
E depois, quando eu chegava, olhava para mim e dizia:
Felismina! A tua fita?
E eu jogava a mão à cabeça… e não encontrava a dita…
Tinha ficado perdida, em qualquer sítio… no chão!
Mas… isso não tinha importância
- mais fita, ou menos fita!

E eu corria, e eu saltava, na minha liberdade infinda!
Pintei de oiro as flores!
Porque, apesar das muitas cores, que a Natureza lhes deu,
Eu via-as, mais belas ainda!

E à noite, quando cansada, eu chegava da jornada
Deste doce labutar,
Tinha em ti, o doce bálsamo…
Prontinha, para me tratar.
E eu dormia a noite inteira
Porque à minha cabeceira
Um anjo, estava a guardar!

E, no trabalho árduo,
Ao longo da vida, fecundaste as sementes!
(para além das carnais)
Fecundaste mais, mais e muitas mais
Sementes reais, que com a tua força
Se transformaram na nossa medrança
Que fez crescer segura, a nossa infância!

Tu própria, transformaste-te numa árvore robusta
E o teu vigor te engrandeceu!

Mas, chegaste ao fim!
Ao fim da jornada!
Doente, cansada.
Frustrada?
Não creio!
Tiveste os filhos,
Plantaste as árvores,
E o livro, MÃE… escrevo-to eu!

Orgulhosamente… sou a tua filha… Felismina.

Felismina Costa
Agualva 2005
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 21 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8147: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (12): Quero felicitar todos os 490 amigos desta cadeia, ligados por um denominador comum, a Guerra da Guiné (Felismina Costa)

Vd. último poste da série de 8 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7911: As Nossas Mães (8): O tempo passa depressa - Homenagem à Mulher, à Mãe (Juvenal Amado)

Guiné 63/74 - P8187: Parabéns a você (253): José Carlos Neves, ex-Soldado Radiotelegrafista do STM (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

01 DE MAIO DE 2011


NESTE DIA DE FESTA, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM DESEJAR AO NOSSO CAMARADA ANIVERSARIANTE AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE JUNTO DE SUA ESPOSA, FILHA, DEMAIS FAMILIARES E AMIGOS.

UM ABRAÇO ESPECIAL DO COLEGA DE TRABALHO, CAMARADA E AMIGO CARLOS VINHAL
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Notas de CV:

José Carlos Neves foi Soldado Radiotelegrafista do STM, Cufar, 1974.

Vd. último poste da série de 29 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8180: Parabéns a você (252 ): Giselda Pessoa, ex-2.º Srgt Enf.ª Pára-quedista, Guiné 1972/74 (Tertúlia / Editores)