Mostrar mensagens com a etiqueta prova de vida. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta prova de vida. Mostrar todas as mensagens

sábado, 17 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24405: Prova de vida (8): Martins Julião (ex-alf mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72), um dos históricos da Tabanca Grande e do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14/10/2006

Distintivo da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72), cujo pessoal se reúne hoje, em convívio,  em Cantanhede. 


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sctor L1 > Xitole > 1970 > O alf mil José Luís Vacas de Carvalho, de lencinho ao pescoço no Xitole, sentado em cima de uma das suas Daimler (Pel Rec Dsimer 2206, Bambadinca, 1969/71)... À sua direita, o fur mil op esp, Humberto Reis, o nosso fotógrafo... À direita, o fur mil at inf, Arlindo Roda, outro grande fotógrafo, ambos da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)... Atrás do Roda, o fur mil enf enf José Alberto Coelho, da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)... 

Não temos a certeza sobre a data desta coluna logística ao Xitole e talvez ao Saltinho: deve-se ter realizado, ainda na época seca, mas já np 2º trimestre de 1970, na altura da chegada do BART 2917.

A CCAÇ 2701 já estava no Saltinho. Recorde-.se que em 10 de maio de 70, após sobreposição com o BCaç 2851, o BCAÇ 2912 assumiu a responsabilidade do Sector L5, com sede em Galomaro, e abrangendo os subsectores de Dulombi (CCAÇ 2700), Saltinho (CCAÇ 2701), Cancolim (CCAÇ 2699)  e Galomaro. O cmd da CCAÇ 2701 era o cap inf Carlos Trindade Clemente, e o Martins Juliáo era um dos alferes da companhia.

Foto: © Humberto Reis (2006). 
odos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Martins Julião (ex-alf mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72), membro da nossa Tabanca Grande desde 23 de julho de 2006 (*), e um dos "históricos" do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo (**), mas de quem, espantosamente, ainda continuamos a não ter nenhuma foto, à civil ou à militar...

Data - terça, 13/06/2023, 18:03

Luis, sou o Martins Julião; ainda estou vivo.  (***)

Grande abraço e havemos de nos voltar a encontrar.

Parabéns Para ti e ao Blogue cuja leitura nunca falho.




Montemor-o-Novo > Ameira > 14 de Outubro de 2006 >  I Encontro Nacional da Tabanca Grande > O grupo de "tertulianos" (foi assim que nos começámos a tratar, os membros da "tertúlia da Guiné"...),  fotografados, por volta da 13h, antes do almoço no Restaurante Café do Monte, na Herdade da Ameira. Ainda não tinham chegado todos/todas... Não consigo identificar aqui o Martins Julião e a esposa.

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2006) . Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

2. Lista (nunca validada pelo grande organizador deste encontro histórico, o Carlos Marques Santos, já falecido) dos presentes na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14/10/2016 (*). Nem todos/as couberam nas fotografias (e começamos por pedir desculpa se falhamos o nome de alguém)... Para já a lista era de 53 participantes, 6 dos quais (11,3%) infelizmente já faleceram:
  • António Baia (Amadora) (pertencia ao BINT);
  • António Pimentel (Porto / Figueira da Foz):
  • António Santos e esposa (Caneças / Loures);
  • Aires Ferreira (região centro);
  • Carlos Alberto Oliveira Santos (Coimbra) (fur mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72) (falecido em 2022, nunca chegou a integrar formalmente a Tabanca Grande, o que achamos injusto: participou em pelo, menos 3 enconstros nacionais)
  • Carlos Fortunato e esposa (Lisboa);
  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019) e esposa (Coimbra);
  • Carlos Vinhal e esposa Dina, (Matosinhos);
  • David Guimarães e esposa, Lígia (Espinho);
  • Fernando Calado (Lisboa);
  • Fernando Chapouto e esposa (Bobadela / Loures);
  • Fernando Franco (1951-2020) e esposa (Venda Nova / Amadora);
  • Hernâni Figueiredo (Ovar);
  • Humberto Reis e esposa, Teresa Reis (1947-2011) (Alfragide / Amadora);
  • Jorge Cabral (1944-2021)  (Lisboa);
  • José Bastos (região norte);
  • José Casimiro Carvalho (Maia);
  • José Luís Vacas de Carvalho (Lisboa  e Montemor-o-Novo);
  • José Martins e esposa (Odivelas);
  • Luís Graça e esposa, Alice Carneiro (Alfragide/Amadora);
  • Manuel Lema Santos e esposa (Massamá / Sintra);
  • Manuel Oliveira Pereira e esposa (Lisboa, vive hoje em Ponte de Lima);
  • Martins Julião e esposa (Oliveira de Azeméis?);
  • Neves, empresário em Bissau (de que só sabemos o apelido...)
  • Paulo Raposo (Ameira / Montemor-o-Novo);
  • Paulo Santiago (Águeda);
  • Pedro Lauret (Lisboa);
  • Raul Albino (1945-2020) (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal);
  • Rui Felício (Lisboa);
  • Sampedro (ex-capitão, do BCAÇ 3884 , Bafatá, Contuboel, Geba e Fajonquito, 1972/74)
  • Sérgio Pereira e esposa (Lisboa);
  • Tino (ou Constantino) Neves e esposa (Laranjeiro, Almada);
  • Vitor Junqueira e filha (Pombal);
  • Victor David e esposa (Coimbra);
  • Virgínio Briote e esposa (Lisboa).
____________

Notas do editor:
 
(*) Vd. poste de 23 de julho de  2006 > Guiné 63/74 - P981: Tabanca Grande: Martins Julião, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72

(...) "Só há pouco tempo conheci este espaço de encontro. O Paulo Santiago (Pel Caç Nat 53, Saltinho), foi o camarada responsável pela minha apresentação aos camaradas de tertúlia.Chamo-me Martins Julião, fui Alferes Miliciano de Infantaria da CCAÇ 2701 (Saltinho, Abril de 1970/Abril de 72).Hoje sou um pequeno empresário e gerente de uma unidade industrial, após mais de 20 anos como professor do Ensino Secundário" (...).


quinta-feira, 9 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24130: Prova de vida (7): A. Marques Lopes (ex-alf mil, CART 1690, Geba, e CCÇ 3, Barro, 1967/68), o hoje cor inf ref, DFA, que não esquece o duelo de morte com a professora de Samba Culo, em 7 de julho de 1967


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Geba > CART 1690 (1967/69) > O A. Marques Lopes em 1967, com duas beldades locais. Em 21 de Agosto de 1967, seria ferido com gravidade na estrada de Geba para Banjara na sequência da explosão de uma mina A/C e, uma semana depois, evacuado para o HMP, em Lisboa. Voltou ao CTIG , em Maio de 1968, para acabar a sua comissão,  tendo sido colocado então  CCAÇ 3, em Barro.

Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2005). Todo os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Com 265 referências no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, o A. Marques Lopes é um histórico da Tabanca Grande, foi um dos primeiros dez a entrar, em 14 de maio de 2005, já lá vão 18 anos... Foi, além disso, um dos nossos mais ativos colaboradores, como autor, nos primeiros anos do blogue. 

Fez ontem mais  um aninho, já fizemos um oferenda ao irã do poilão da nossa tabanca para que ele o proteja e o ajude conservar-se entre nós por mais uns aninhos, pelo menos até aos 100, que é uma idade bonita para a gente arrumar as botas e... o computador (!) e fazer as pazes com o mundo.(*)

Homem da escrita, publicou com grande sucesso um livro notável com as suas memórias da juventude. Satisfaz-nos saber que já chegou ao Brasil: "Cabra-cega: do seminário para a guerra colonial", foi publicado em 2015, sob a chancela da Chiado Editora (hoje Chiado Books), e sob o pseudónimo João Gaspar Carrasqueira. Tem 582 pp., que se devoram num ápice.

 Já lhe mandámos os parabéns e um abraço fraterno, com votos de melhoras: como muitos de nós, lá vai lidando com as suas mazelas (fez uma cirurgia ao estômago, de que está recuperar), mas garantiu-me, ao telefone, que tem ganas de chegar aos 100. Continua a trabalhar as suas memórias da Guiné, terra que o continua a fascinar. 
 
2. Ontem também foi dia de fazer "prova de vida" (**)...O mesmo é dizer, de  lembrar e de saudar o aniversariante, agora mais ausente do nosso blogye. Como ele faz sempre anos no Dia Internacional da Mulher, a 8 de março,  também não podíamos  deixar de evocar esta efeméride... 

Com discrição, mas não sem emoção, temos falado aqui sobre o papel da mulher, na Guiné e na nossa terra, no tempo da guerra do ultramar / guerra colonial. Honra-nos a presença, na Tabanca Grande, de alguns dessas mulheres, camaradas, muito poucas, e companheiras e amigas, algumas mais.

Muito em particular, não podemos deixar de evocar  o papel pioneiro das nossas camaradas enfermeiras paraquedistas, para quem temos sempre uma dívida  de enorme gratidão.  Na realidade, foram as as únicas camaradas de armas, no feminino, que tivemos. (Isto, sem esquecer as outras umlheres, "paisanas", que ficaram na nossa retaguarda e que nos apoiaram, de uma maneira ou de outra: mães, esposas, noivas, irmãs, amigas, namoradas, colegas, madrinhas de guerra e, por que não ?!, senhoras do Movimento Nacional Feminino).

Mas, no caso do inimigo de há meio século atrás, também não podemos deixar de lembrar aquelas que  foram não só enfermeiras, como também professoras e até combatentes nas suas fileiras.  Do lado do PAIGC, houve por certo mulheres que lutaram, mataram e morreram nesta guerra. Não sabemos quantas, não temos estatísticas,

A propósito corre-nos relembrar a história da professora de Samba Culo.   O nosso amigo e camarada A. Marques Lopes, alf mil da CART 1690 (Geba, 1967/68)  
estava no sítio errado, em Samba Culo, em 7 de julho de 1967, uma sexta-feira.  Tal como a jovem professora, da "barraca" de Samba Culo. que morreu nesse dia com uma rajada de G3.  

Foi um duelo de morte, coisa que era raro acontecer naquela guerra de guerrilha e contraguerrilha.  O A. Marques Lopes foi mais rápido a puxar pelo gatilho. Mas a  morte da professora marcou-o, para o resto da vida, como ele nos confessou, aqui no blogue (***). E como transparece no seu livro de memórias, em que conta a história  de vida do seu "alter ego", o António Aiveca. Essa pungente história de Samba Culo pode ser lida nas páginas 391 e ss. (os nomes são fictícios):

(...) Quando avançaram todos rapidamente, quase em corrifa, Aiveca  e os seus entraram de rompante na barraca. Os do Lindolfo, do outrro lado, já tinham começado às rajadas. Viu logo que era uma escola. Uma rapariga que estava ao pé do quadro,  tirava uma kalashnikov que estava lá pendurada . Levantou a mão esquerda ao alto para ninguém disparar.

- "Tá quieta! Firma lá!", gritou-lhe.

Mas ela não. Com a arma já empunhada meteu o dedo no gatilho. Disparou instintivamente. Ela caiu para trás e as balas da kalash furaram o capim do tecto.

Ficou extático de olhos esbugalhados fixados nela. A cabeça  escaldava-lhe e o coração parecia querer soltar-se. Os soldados puseram-se à volta dela a observar e comentar. A sua rajada acertara-lhe  na barriga e no peito. Era bonita  e devia ter vinte e poucos anos. 

(...) Veio a si quando ouviu a confusão ao lado. Os soldados à volta da rapariga morta, uns riam-se desabridamente, outros gritavam. Levantou-se e chegou-se a eles. O que viu quase lhe fez sair os olhos das órbitas. O Cosme  estva em cima da rapariga puxando-lhe a saia para cima e com a mão já nas cuecas. Atirou-se a ele.

- "Eu dou cabo de ti, grande cabrão!" (...)

(...) (pp. 391/393).


Capa do livro "Cabra-cega: do seminário para a guerra colonial", de João Gaspar Carrasqueira (pseudónimo do nosso camarada A. Marques Lopes) (Lisboa, Chiado Editora, 2015, 582 pp. ISBN: 978-989-51-3510-3, Colecção: Bíos, Género: Biografia).


3. Trinta anos depois, em 2008, o A. Marques Lopes (cor inf ref, DFA)  voltou lá, a Samba Culo, na margem esquerda do Rio Canjambari,  no antigo regulado de Banjara, para fazer contas com os fantasmas do passado.  E deixa-nos, em prosa poética, um texto que é revelador dos valores e princípios de um grande ser humano e de um militar português com sentido de honra e consciência  moral.

Há muito que elegemos esta história como uma das  melhores, já aqui publicadas, no nosso blogue.  A maioria dos nossos leitores, mais recentes, não a conhece, nomeadamente nesta versão em prosa poética (***). Não  voltamos a reproduzi-la, mas a título de prova de vida do seu autor, vamos recordar as circunstâncias em que decorreu o "duelo de morte" entre o A. Marques Lopes (que comandava um Gr Comb da CART 1690,  no decurso da Op Inquietar II,  4-7 de julho de 1967) e a professora de Samba Culo. 

(...) Na Op Inquietar II conseguiu-se o objectivo: a base de Samba Culo foi mesmo destruída... Mas há coisas que não vêm relatadas: diz o relator que "junto à base de patrulhas pelas 14h20, um grupo IN que seguia em coluna por um trilho,  detectou as NT abrindo fogo e tendo ferido um soldado, pondo-se em fuga pela reacção das NT. Pelas 14h45 saiu um grupo de combate em patrulhamento ao longo do Rio Canjambari e regressou sem contacto".

Não foi assim. O que sucedeu foi o seguinte: o IN encostou-nos ao Rio Camjambari, não podendo nós cambá-lo, porque era muito fundo, nem podendo dali sair porque estávamos cercados. O comandante da operação disse-me:

- Ó Lopes, a minha companhia já está aqui instalada, por isso, você, que tem um grupo autónomo, vá ver se consegue furar o cerco. 

E lá fui, não só uma mas duas vezes, sem sucesso. Na segunda vez, fiquei sob fogo cruzado do PAIGC e da companhia do comandante, tendo um soldado meu levado um tiro nas costas, dado pelos dos nossos.

Quando o comandante me disse, pela terceira vez, para tentar furar o cerco, disse-lhe que não ia. Que chamasse os T6, o que ele acabou por fazer, e foi assim que dali saímos. Mas o que mais me impressionou nesta operação foi o seguinte: Samba Culo tinha uma escola; quando lá chegámos, vi escrito no quadro preto, em perfeito português: "Um vaso de flores". Tinha desenhado, a giz, por baixo, um vaso de flores.

E o que nunca mais esquecerei na minha vida: quando atacámos a base, uma jovem dos seus 18 anos ficou com a barriga aberta por uma rajada de G3. E mais (coisas terríveis desta guerra!): o "Bigodes", o Armindo Correia Paulino (que foi, depois, feito prisioneiro pelo PAIGC e que acabou por morrer em Conacri), quis saltar para cima dela. Tive que lhe bater. 

Esta é uma situação que nunca me sai do pensamento... e da minha consciência. Tinham muitos livros em português, que era o que estavam a ensinar aos alunos (miúdos ou graúdos?). Trouxemos também (imaginem!) uns paramentos completos de um padre católico! Lembranças que se me pegaram para toda a vida. (...) (****)

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Itálicos / Negritos:  LG]


Guiné > Região do Oio > Carta de Farim (1954) (Escala 1/50 mil) > Detalhe > Posição relativa de Samba Culo, na margem esquerda do Rio Canjambari, a sudoeste de Canjambari, afluente do rio Farim, e aonde havia, em 1967, uma "barraca" do PAIGC, com uma escola.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)

____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 8 de março de 2023 > Guiné 61/74 - P24127: Parabéns a você (2150): Cor Art DFA Ref António Marques Lopes, ex-Alf Mil Art da CART 1690/BART 1914 (Geba, Banjara e Cantacunda, 1967/69)

(**) Último poste a série > 15 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23785: Prova de vida (6): Nem todos os balantas eram... "turras" (Manuel Joaquim, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 1419, Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67)

(***) Vd,. postes de:


29 de novembro de 2005 > Guiné 63/74 - P301: A professora de Samba Culo (A. Marques Lopes)

(****) Vd. poste de 7 de junho de 2005 > Guiné 63/74 - P49: Samba Culo II (Marques Lopes)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23872: Boas festas 2022/2023 (2): Desde os 34 graus negativos da noite de hoje (brrr!!!!....) no extremo norte da Suécia, os votos de um Feliz Natal e Bom Novo Ano (J. Belo)



O tempo passa mas as" infantilidades" ficam... (felizmente!)

Imagem e legenda: Cortesia de J. Belo (2022)


1. Mensagem de Joseph Belo

Data -12 dez 2022 21:05
Assunto - 

Desde os 34 graus negativos da noite de hoje no extremo norte da Suécia, os votos de um Feliz Natal e Bom Nova Ano.



José (Joseph, para os suecos, os lapões ou "suomi", os americanos, etc.) Belo, o só J(ota) Belo, para os amigos e camaradas,  o mais "estrangeirado" dos membros da "diáspora lusófona" da Tabanca Grande (que vai de Toronto a Sidney, passando por Macau), reparte a sua vida, o seu tempo, entre a Suécia, a Lapónia e o EUA (nomeadamente Key West, Florida).  Em boa verdade, nunca sabemos onde ele  está em cada momento, mas tem um provérbio lusitano de grande profundidade filosófica, e que já foi adotada pelos cinco milhões de "tugas" que não cabem cá dentro do rectângulo ibérico: "A felicidade está onde a gente a põe... E eu, desde que saí de Portugal, há um ror de tempo,  ponho-a sempre onde estou"...

Na outra encarnação,  foi alf mil inf, CCAÇ 2391, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)... E a prova disso é que ainda é (!) cap inf ref do exército português... Foi o autor da saudosa a série "Da Suécia com Saudade"...Tem 232 referências no nosso blogue.

Obrigado, Zé, pelos teus votos natalícios e,  se vires o teu vizinho, o pai Natal, diz-lhe para ele dar um jeitinho ao desarranjo do mundo, do clima e do calendário... (Eu sei que tu, como bom cidadão "assuecado", não metes cunhas a ninguém, e muito menos ao teu vizinho... Mas v~e se o imoressionas: olha, a gente há tempos veio aqui para a rua, aflitos, a clamar aos deuses, em procissão, e a gritar "tomara que chova, três dias sem parar!"... O São Pedro ouviu-nos, abriu a torneira, mas esqueceu-se de fechá-la ao terceiro dia... Tem chovido tanto, mas tanto, que, depois do 2º desastre de Alcácer Quibir, já estamos a bombar água para o deserto do Saara... 

Zé, fica feita a tua "prova de vida", tens as quotas em dia... LG
___________

Nota do editor:

domingo, 11 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23868: Boas Festas 2022/2023 (1): Bom Natal e... Novo Ano logo se vê (A. Marques Lopes, que aproveita para fazer "prova de vida")

 


Lourinhã > 4 de dezembro de 2022 > Festejos natalícios do município > Tenda do Pai Natal > Elemento decorativo, "kitsch", muito provavelmente "made in China"... Com a devida vénia... Foto (e legenda): LG (2022)


1. Amigos/as e camaradas: há quem não vá à bola, e muito menos à bola com o Natal, o Pai Natal, e toda a quinquilharia natalícia da época... O nosso blogue respeita as minorias (desde que não infrinjam as nossas regras de inclusão, respeito e tolerância), incluindo os/as que não vão à bola, e muito menos à bola com o Natal, o Pai Natal, e toda a quinquilharia natalícia da época... Para outros/as,  o Natal é "sagrado", mas não sabemos se são, sociologicamente falando, a maioria...

Continuando a não falar de "política, religião e futebol" (três coisas que nos podem dividir), salvemos ao menos o "nosso" Natal, o "Natal" de cada um, qualquer que seja o significado que a palavra possa ter no dicionário de cada um dos nossos leitores... 

Haja, ao menos, a vontade, a saúde e a alegria (e o "patacão" q.b.)  de festejar esta quadra, incontornável no mundo ocidental onde, dizem, ainda vivemos, em frágeis democracias liberais, e com padrões de vida minimamente decentes... 

Rezemos, os crentes e os não-crentes (juntos sempre fazemos mais força), a Deus, a Alá, a Jeová, a todos os deuses e deusas (desde a Antiguidade Clássica), mais os nossos bons irãs, acocorados no alto do poilão da nossa Tabanca Grande, para que o ano novo de 2023 seja melhor do que o de 2022... Para todos os homens e mulheres de boa vontade, em todo o mundo..., independentemente de gostarem ou não de comer bacalhau lascudo com batatas e pencas ou "tronchudas" alagadas em bom azeite e acompanhadas com um bom tintol...

E, por favor, escrevam-nos um "cartanito", a fazer prova de vida e a dar força  aos editores do blogue, colaboradores, autores, comentadores e leitores que têm dado vida e ânimo a este projeto que vai fazer 19 anos (!) em 23 de abril de 2023... e que quer chegar aos 900 membros (registados)  no final desse ano... Faltam só 33, mas está difícil, a "periquitagem" ainda arredia das nossas lides bloguísticas e os "velhinhos" parece que já arrumarem as botas e as cartucheiras... 

O primeiro "cartanito" que nos apareceu, este ano, é do histórico A. Marques Lopes que em 2022 passou um mau bocado com problemas de saúde mas não perdeu a vontade de continuar a viver e sobretudo não perdeu o sentido de humor... Aproveita para fazer "prova de vida", e a gente congratula-se com as suas melhoras.... E a propósito, tem 261 referências do nosso blogue, mas há muito que não nos liga(va)... (E acabamos, hoje, de ultrapassar os mil postes publicados neste ano da graça de 2022.)


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Geba > CART 1690 > Destacamento de Cantacunda > 1968 > As precárias condições em que se vivia no destacamento ou melhor nos "bu...rakos" que a gente construía para "desenrascar",  que os engenheiros de Bissau, o  BENG 447,  não chegavam a todo o lado... Digam-me lá se o A. Marques Lopes se parece mais com um oficial do exército português ou com um mineiro ? (Olhem-me só para a cor daqueles joelhinhos !).

Para além de valente soldado, na verdade, o tuga, o portuga, o Zé , o Zé Povo em armas também foi engenhocas, carpinteiro, marceneiro, trolha, caboqueiro, picheleiro, funileiro, canalisador, construtor de pontes, caçador, pescador, ama-seca, parteiro, professor, missionário, enfermeiro, carteiro, cronista, descascador de batatas, auxiliar de cozinheiro, hortelão, arrebenta-minas, picador, cangalheiro, animador cultural, mediador cultural, psicólogo, conselheiro, juiz de paz, casamenteiro, e sei lá que mais... E o nosso saudoso "alfero Cabral" que Deus já lá tem,  até foi, imaginem!, "consertador de catotas"...

O Zé Povo no TO da Guiné foi mais do que o três  em um... Foi o homem dos sete oficios... O "desenrascanço" fazia parte do seu ADN e a verdade é que conseguiu transmitir esse gene aos seus filhos e netos espalhados por esse mundo de Deus e do Diabo (que ninguém, se ofenda, que isto é apenas uma metáfora, uma figura de estilo literário!)...


Foto: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



A legenda é do A. Marques Lopes: "Bom Natal e... Novo Ano logo se vê". O "boneco", o "Rodolfo", é cópia de um "original pintado com a boca por Adam Spenner" (com a devida vénia...).

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23785: Prova de vida (6): Nem todos os balantas eram... "turras" (Manuel Joaquim, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 1419, Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67)






Manuel Joaquim, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 1419, 
Bissau, Bissorã e Mansabá (1965/67). Tem uma coleção de cerca de 175 cartas, 
das que escreveu a (e recebeu de) sua companheira, hoje mãe dos seus filhos 
e avó dos seus netos. 



Manuel Joaquim (c. 2019).
Foto:  Cortesia de Manuel Resende
1. O nosso camarada  e amigo Manuel Joaquim, ex-fur mil armas pesadas inf da CCAÇ 1419 (Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67), hoje professor do ensino básico reformado,  além de sócio da ONGD Ajuda Amiga, tem 105 referências no nosso blogue,  Está connosco, como membro,  de pleno direito,  da Tabanca Grande, desde 3 de agosto de 2009. 

 É autor da notável série "Cartas de amor e guerra", de que se publicaram duas dezenas de postes, entre janeiro de 2013 e maio de 2015. O último poste da série foi o P14577 (*). 

Também é autor da série "Memórias de Manuel Joaquim" (de que se  publicaram dez postes, o último foi o P11263) (**).

Razões de saúde (sofre de problemas do foro oftalmológico) levaram-no a condicionar e a limitar a sua colaboração no blogue.  Conheci-o pessoalmente há 11 anos atrás, em 4 de junho de 2011, no VI Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real,  Temo-nos enocntrado por aí, desde então. Tive o  grato prazer de o rever, mais recentemente,  no último  encontro da Tabanca da Linha, no passado dia 22 de setembro. Abracei-o com emoção.

Não posso esquecer que ele aceitou partilhar, no nosso blogue, parte da sua correspondência do tempo da sua "comissão de serviço militar" na Guiné (1965/67). Escrevi eu, em 8 de janeiro de 2013, no poste P10910, o seguinte: 

(...) O teu gesto - partilhar a tua correspondência íntima - é de uma grande nobreza, e eu espero que seja recebido com apreço e gratidão por todos os leitores do blogue (só este ano, vamos ultrapassar o milhão e 200 mil visitas!). É um serviço que prestas à Pátria, a tua terra, aos teus filhos e netos, aos teus camaradas, ao tempo e ao lugar em que nos coube nascer. Poucos de nós terão um acervo tão rico como o teu, em matéria de correspondência íntima, ao fim deste século!... Além disso, eras professor, já trabalhavas, tinhas namorada, tinhas outra maturidade que muitos não tinham quando foram para a tropa (, nomeadamente os milicianos).(...)

2. O Manuel Joaquim não precisa de fazer "prova de vida" (***)...  Felizmente está vivo e continua con ganas de viver, apesar das suas limitações de saúde, o que é cada vez mais frequente, infelizmente, no caso de todos nós, antigos combatentes... (Quem é que não se queixa ?!... "Até aos quarenta, bem eu passo, depois dos quarento, ai a minha perna, ai o meu braço")...

Mas eu (e muitos leitores) tenho saudades da sua escrita. Lembrei-me de ir respescar a primeira história que ela aqui publicou, o "Balanta Furtador" (***)... Uma belíssima história, que nos faz pensar e traz-nos outras lembranças parecidas... 

E até vem a propósito, porque de tempos a tempos fomos confrontados com um arreigado estereótipo social do nosso tempo, a falsa dicotomia Fula  (aliado dos "tugas" - bravo - leal) "versus" Balanta ("turra" . homem do mato - "cabra macho" - "carne para canhão" das tropas do Amílcar Cabral)... 

Ora nem todos os balantas estiveram do mesmo lado da "barricada"... Nem todos os balantas foram "turras"...

Além disso, o Manuel Joaquim é  o "padrinho" do nosso "minino Adilan" (nome balanta), o José Manuel Sarrico Cunté, igualmente membro da nossa Tabanca Grande.  A história  destes dois grandes seres humanos (que a guerra juntou) merece ser lida ou relida pelos amigos e camaradas da Guiné.



Leiria > Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > O "nosso minino Adilan", o Zé Manel,  o José Manuel Sarrico Cunté, na altura com 50 anos, com o seu padrinho, o Manuel Joaquim... 

Foram duas das muitas estrelas que fizeram do nosso grande encontro mais um grande ronco, o da camaradagem, da amizade e da solidariedade... Adorei conhecê-lo,  ao Zé Manel: desenvolto, portuga dos sete costados, casado com uma angolana, crítica em relação ao rumo que tomou o seu país de origem (infelizmente, os seus pais biológicos já morreram; a sua verdadeira família hoje está aqui em Portugal)...O Manuel Joaquim, que também conheci pela primeira vez, em carne e osso, era um homem feliz, orgulhoso do seu "minino"...


Foto (e legenda): © Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


BALANTA FURTADOR

por Manuel Joaquim


Bissorã, 1966. Os balantas dedicavam-se quase só à agricultura e actividades afins, labutando na área que rodeava o quartel. Um dos poucos balantas da tabanca que fugiam à regra era Fafé. Trabalho agrícola não era com ele. Na bolanha ninguém o apanhava. Não precisava de trabalhar a terra para ter arroz. Este nascia, descascado e tudo, no quartel.

Frequente era vê-lo a acamaradar com tropa, bebendo e gesticulando para melhor se fazer entender. Era o caminho ideal para soldado chegar a algumas balantas mais dispostas a amenizar a sua difícil situação. Qual marginal da tabanca, prometia-as por dá cá aquela palha ou, às vezes, exigindo coisas substanciais... alguns cobertores da caserna ganharam asas!

Fafé alardeava coragem. Era vaidoso.Vaidade bem alimentada por outros para aproveitarem o espírito de aventura que revelava. A roubar vacas era excepcional. E com que orgulho contava os seus feitos! A tropa escutava-o e servia-se. Impedia-lhe o furto na área próxima da vila mas dava-lhe pé leve para se embrenhar no mato, à procura das vacas dos «turras».

Cada vaca que trazia não era só redução alimentar no PAIGC e mais carne na tabanca. Vinha também informação para o quartel. E bem valiosa. E assim se tornou numa peça importante. Importância que não sentia. Apresentar vaca na tabanca, dar barriga cheia à sua gente, reconhecerem a sua coragem e esperteza, verem nele um balanta exemplar, eis o que lhe interessava.

Nem todos os do quartel lhe davam palmadinhas nas costas e gostavam dos seus actos. Não dava por isso, era campeão da esperteza, da coragem, do furto perfeito. E era louvado pelos "homens grandes" da tropa. Mas as suas façanhas faziam perder o apetite a muitos.

Eram informações que levavam aos donos das vacas, à caminhada dolorosa pela mata, ao medo que pesava quilos no estômago, aos vómitos secos, ao combate, à dor, à morte. E, alguns, viam nele um símbolo da utilização abusiva que a guerra faz do indivíduo.

Naquela madrugada Fafé não chegou, mesmo sem vaca. As balas da PPSH fizeram das suas, não matavam só tropa mas também pessoal "amigo" de tropa. Ele sabia-o, mas balanta é artista no roubo de vacas. Quantas histórias, sobre este tema, devem ter ouvido aos velhos balantas! Fafé não teve sorte e, daquela vez, voltou arrastado por camarada de furto com a morte e não a vaca por companheira.

E na manhã quente de Dezembro foi «choro» na tabanca. No terreiro, família de balanta grita e rebola no chão. Família de balanta mata vaca para todo o pessoal: choros, lamentos, gritos, gemidos, rufar de tambores, danças, suor, poeira. É o «choro» em honra de Fafé. São horas a passar, em estonteante mistura de dor e prazer, de arroz e lágrimas, de carne e dança, de álcool e pó. Cumpre-se a tradição.

Mais tarde: Cortejo em marcha acelerada, gritos e cânticos, tantãs rufando, pancadas surdas e ritmadas no chão poeirento, à frente corpo de balanta em esquife de esteira baloiçando sobre altivas cabeças de amigos, Fafé foi a sepultar. Enrodilhado nesta onda lá vai o soldado branco, confuso e inseguro, seguindo não sabe quê.

Pó e mais pó solta-se do chão e sobe, sobe por sobre a tabanca. Entorpece o Sol. Soldado branco pára. A multidão acotovela-o. Redemoinha no pó. Tenta limpar os lábios e os olhos. Incapaz de continuar, vê afastar-se a esteira de palma que envolve corpo de Fafé. Soldado branco é turista em funeral de balanta.

Baixa a cabeça, dá meia volta, tenta regressar por onde vê menos pó... repara que mulher balanta, idosa, ainda chora e dá cambalhotas. Mulher balanta não defende lábios nem olhos do pó e da terra que irá cobrir corpo de seu balanta furtador.

____________



(****) Vd. poste de 27 de novembro de  2009 > Guiné 63/74 - P5358: Memórias de Manuel Joaquim (1): O Balanta furtador

domingo, 13 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23781: Prova de vida (5): José Manuel Lopes, o Zé Manel da Régua, ex-fur mil op esp, CART 6250, "Unidos de Mampatá" (Mampatá, 1972/74), que faz hoje 72 anos...

 

1. O Zé Manel , o Zé Manel da Régua, o José Manuel Lopes, o poeta Josema, é um camarada que está aqui connosco desde 2008.  Foi fur mil  op esp, CART  6250, "Unidos de Mampatá" (Mampatá, 1972/74).

É um dos históricos da Tabanca Grande. Figura muito popular e querida, tem muitos e bons amigos por trodo o lado. Temo-nos visto ao longo destes anos todos, seja em casa, na sua quinta, seja nas nossos encontros e convívios, em Fânzeres / Gondomar, em Matosinhos, em Monte Real, seja nas mostras de vinhos... 

Tem cerca de uma centena de referências no nosso blogue. Faz hoje anos, 72 (*). Acabei de falar com ele ao telefone: está bem e recomenda-se, assim como a sua família, a cpomeçar pela "matriarca", a Luisa Valente,  O casal tem dois filhos, que seguiram destinos profissionais diferentes: a filha, a Marta, que  trabalha na indústria do cinema, publicidade e televisão, ligada à produção; o filho, o Vasco Valente Lopes,  que é enólogo (talentoso, e já com um invejável palmarés de prémios) e, além disso, DJ ("disc-jockey").

 Garantiu-me que a sua vindima este ano foi menor em quantiddae mas melhor em qualidade. Que o filho é o seu enólogo (trabalha  para mais quatro quintas do  Douco). Podia trabalhar no estrangeiro como tantos outros jovens enólogos portugueses por esse mundo fora, do Chile à Austrália, mas tem como o pai a paixão pelo Douro, o seu "terroir"... Há coisas que não têm preço...

É um camarada, além disso, amigo do seu amiigo, generoso e soldiário. Ainda ontem esteve na mesa da sessão de lançamehto do livro de poesia do José Teixeira, "Palavras que o Vento (E)leva". Disse-me que estava muita gente e que a sessão se realizou num sítio muito bonito, em Leça do Balio, junto ao mosteiro  que é monumento naciomal. Aproveitou, de resto, para visitá-lo, só conhecia por fora. Adorou e recomenda.

O Zé Manel Lopes não precisa de fazer prova de vida (**). Mas para quem não o conhece, recomendo a leutura do seu poemário, o "poemário do José Manuel", de que sepublicaram 30 postes, o último o P5033 (***).

Recorde que, sob o nome Josema  (seu pseudónimo literário), ele escrevia todos os dias um poema, durante a sua comissão na Guiné...Infelizmente, destruiu a maior parte deles... Salvaram-se umas escassas dezenas, e que já publicados no blogue. 

Foto da página do Facebook "Pedro Milanos /Quinta Senhora da Graça" (com a devida vémia...)

2.  Falei o com ele ao telefone em fevereiro de 2008. Foi o principio de uma boa amizade.  Descobri o  poeta (hoje infelizment "inativo" em matéria de poesia...) mas também o produtor de conhecidos e excelentes vinhos DOC, do Douro, de quep Pedro Milanos é o ex-libros. Tem um alojamento local, na sua quinta, a Quinta Senhora da Graça, com vista magnífica para o rioDouro e a serra do Marão...  

Foi nessa altura, em 27 de fevereiro de 2008, que ele entrou para  a nossa Tabanca Grande. Recordo aqui o que ele me disse, ou o essencial da longa conversa que mantivemos então ao telefone (****):

(i) teve conhecimento do nosso blogue, porque viu o programa Câmara Clara, da RTP Dois, a Paula Moura Pinheiro, edição de 24 de Fevereiro de 2004, que foi dedicado à literatura sobre a guerra colonial, e teve dois convidados em estúdio, os escritores Lídia Jorge (autor da Costa dos Murmúrios...) e Carlos Matos Gomes (que assina Carlos Vale Ferraz, o autor de Soldadó); nessa edição, o fundador e editor deste blogue foi entrevistado; o nosso blogue foi amplamente divulgado; o programa passa também na RTP África e na RTP Internacional;

(ii) ficou muito sensibilizado e até emocionado, e foi visitar o blogue de que passou a ser visita diária;

(iii) foi Fur Mil Inf Armas Pesadas, com o curso de Op Esp e a especialidade de Minas e Armadilhas;

(iv) a sua unidade era a CART 6250; esteve sempre em Mampatá, entre 1972 e 1974;

(v) fez segurança aos trabalhos da nova estrada Aldeia Fomorsa (Qubeo) - Mampatá - Salancaur, que ficou asfaltada antes do 25 de Abril... Tratava-se de uma obra que ia ao encontro da estratégia do Spínola, a da contra-penetração nas regiões libertadas do PAIGC: a  obra parou com o 25 de Abril: o novo troço deveria ter uns 30 quilómetros;

(vi) o José Manuel foi inesperadamente mobilizado para a Guiné, já com 18 meses de tropa... Juntou-e à malta da CART 6250, que era constituída por gente do interior (do Alentejo, das Beiras, do norte)... A unidade mobilizadora foi o regimento de Vila Nova de Gaia;

(vii) depois de Bolama, seguiram em LDG para Buba. onde tuveram logo o baptismo de fogo, como era da "praxe do PAIGC";

(viii) ele e a companhia dele seguiram os acontecimentos de Guileje, e saíram de Mampatá para fazer segurança à CCAV 8530, restantes forças e população civil, que andaram perdidos, nesse perigoso campo de minas, que era todo o corredor de Guileje, montadas umas pelo PAIGC e outras pelas NT; aliás, a sua CART 625o foi uma das unidades que mais minas levantou, durante a guerra e no final da guerra; recorda-se que se pagava mil escudos por cada mina levantada...

(ix) tem histórias fantásticas, como a de um camarada nosso, natural da Régua, que foi encontrado inaninado, desidatrado, doente, no Rio Corubal, numa piroga à deriva, depois de ter fugido de uma zona controlada do PAIGC (...);

(x) há outras histórias, que vão enriquecer o nosso blogue e a nossa memória, incluindo o período do pós-25 de Abril, em que o José Manuel teve contactos frequentes e intensos com a malta do PAIGC (cujos graduados "andavam sempre com livros e cadernos debaixo do braço e tinham muito nível"); soube do 25 de Abril, quando vinha de uma operação no mato e viu os restantes camaradas, no heliporto de Mampatá, agitadíssimos, muito eufóricos, com os soldados a gritar "Meu furriel, a guerra acabou, a guerra acabou!"; sto passou-se a 26 de Abril, a notícia tinha sido escutada na BBC por um dos um militares, que na vida civil era rádio-amador;

(xi) durante a sua comissão , ele próprio costumava andar com um lápis e um caderninho n0 bolso, onde nomeadamente ia escrevendo os seus poemas; tem muitas coisas dessa época, que nunca publicou nem mostrou a ninguém, além de inúmera documentação fotográfica; escreveu versos que eram acompanhados com músicas conhecidas da época, de autores contestatários como o Zeca Afonso; vai-me mandar o Cancioneiro de Mampatá (foi assim que eu logo o baptizei...); inclusive, prontifficou-se a mandar-me um poema por dia;

(xi) durante anos não falou da guerra colonial com ninguém, só mais recentemente foi ao convívio anual do pessoal da CART 6250;

(xii) esteve sempre em Mampatá onde a tropa vivia misturado com a população (maioritariamente, futas-fula), razão por que nunca foram atacados; não tinham artilharia, só mais tarde é que passaram a ter obus 14, que dava apoio às operações de segurança de construção da estrada Aldeia Fomorsa (Quebo)-Mampatá-Salancaur.; também aqui, em Salancaur, abriram um destacamento (arame farpado, valas e tendas...);


(xiiii) fala da Guiné com a mesma paixão com que fala do seu Douro (donde nunca mais saiu, desde que regressou da Guiné, em Agosto de 1974)...

Passámos rapidamente a tratar-nos por tu, como velhos camaradas. Convidei-o a integrar a nossa Tabanca Grande, o que aceitou com visível regozijo... Quando puder entregará as fotos da praxe. Fica à espera do filho, para lhe digitalizar as fitos (Ele é um jovem enólogo e está neste momento fazer uma estágio na Austrália) (...)

José Manuel, estás apresentado. Estás em casa, entre amigos e camaradas! Sê bem vindo! Como vês, não há viagens sem regresso... A não ser as da morte. E por falarem regresso, tens histórias fabulosas de Mampatá, escritas por um velhinho, que por lá passou, um anos antes de ti, o nosso camarada Zé Teixeira (2)...L.G.
___________



(***) Vd. poste de 29 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5033: Poemário do José Manuel (30): O sol queima em Colibuia...

(---) O sol queima em Colibuía,
e nas tendas de campanha
sentimos o seu abraço,
logo, logo, pela manhã
e é só o começar
de uma semana de rações,
sete dias de suores,
milhares de comichões,
de bons e maus humores
e outras complicações.

Os dias lá vão passando
entre picagens,
patrulhamentos,
em cordões de segurança
à construção da estrada
que avança lentamente,
como cobra gigantesca,
pelo matagal imenso.

A semana chega ao fim,
volta-se a Mampatá,
um paraíso afinal
e o bálsamo ideal
do inferno quinzenal.

Colibuía 1973

josema

[Enviado em 4/4/2008. Revisão / fixação de texto: L.G.] (...)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21717: Parabéns a você (1917): Publicação de Postais de aniversário em 2021: novas regras (Carlos Vinhal, Coeditor)



PARABÉNS A VOCÊ - PUBLICAÇÃO DE POSTAIS

Camaradas:

Sabemos de há muito que o facebook faz "concorrência desleal" ao nosso Blogue, e até os postais de aniversário aqui publicados se ressentem quanto ao número de comentários. Longe vai o tempo em que todos aqui manifestavam a todos a sua alegria quando cada um de nós completava mais 365 dias nesta dimensão terrena.

Constata-se que agora até os próprios aniversariantes deixaram de "aparecer" para de algum modo manifestarem o seu agradecimento, alguns deles só mesmo no facebook dão sinal de vida.

Parecendo que não, tenho uma preocupação quase diária para não esquecer os aniversários da tertúlia e de publicar os postais a tempo e horas. Também publico o poste no face da Tabanca Grande e os postais no facebook dos aniversariantes, quando autorizado, aumentando assim o espaço onde podem receber os parabéns. Já falhei, e acreditem que houve quem me acusasse de esquecimento deliberado e quem se dirigisse a mim em termos que eu não mereço.

Com a concordância do nosso Editor Luís Graça, está decidido que em 2021 só se publicarão postais de aniversário dos camaradas que em 2020 deram sinal de vida no Blogue. Infelizmente, e atendendo à nossa idade, é possível que alguns de nós tenham já falecido, que estejam doentes e incapazes de aceder ao Blogue, ou que pura e simplesmente se tenham desinteressado do que por aqui acontece.

Relembramos aos camaradas a quem nunca publicamos postais de aniversário, e que queiram ver o seu dia aqui lembrado, que devem manifestar o seu desejo junto do Blogue, informando pelo menos o dia e o mês do seu nascimento, para que, com todo o gosto, participemos da alegria de celebrar, em conjunto,  mais um ano da sua vida.

Aqueles que por qualquer motivo têm andado mais distraídos e por isso vejam suspensa a notícia do seu aniversário, caso queiram ver de novo os seus postais publicados no Blogue, só têm de "fazer prova de vida" porque farão sempre parte da “nossa base de dados” e muito mais da nossa amizade.

Votos de um excelente 2021 com saúde.

Carlos Vinhal
Coeditor

____________

Nota do editor

Último poste da série de 31 de Dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21714: Parabéns a você (1916): Adelaide Barata Carrelo, Amiga Grã-Tabanqueira

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21456: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (15): Obrigado a todos pelos parabéns que me deram no meu aniversário... Estou cá pelo "Puto", na minha "ponta" nas margens do Vouga, em Águeda, em "teletrabalho"


Guiné-Bissau > Região do Oio > Farim > Hospital > 25 de abril de 2020 > 
 o Patrício Ribeiro, de máscara, num sessão de formação:... 
É que a pandemia de  Covid-19 também já lá chegara...

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2020) Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Desde finais de abril de 2020, que não temos sabido notícias do Patrício Ribeiro. Há dias fez anos e demos-lhe os parabéns (*). Agradeceu-nos e aproveitou para fazer a "prova de vida" (**).

É de recordar que o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a dar  apoio aos viajantes  portugueses através do Gabinete de Emergência Consular (GEC) em funcionamento 24 horas por dia (+ 351 217 929 714 | + 351 961 706 472 | gec@mne.pt). Para saber mais, clicar em
Covid-19: viagens para Portugal - Atualização.


Obrigado a todos! Sim, ainda por cá andamos.

Luís, há uns meses o nosso cônsul em Bissau, telefonou a informar que tinha que me retirar da Guiné, porque ia um avião a Bissau apanhar os que estavam em risco, que eu era velho, que bebia muitas cervejas e que as tinha que deixar para os mais novos.

Deixo lá terminado a instalação de água e energia em 9 Hospitais Regionais, por todo o país. Lá vim, no "quarto" transporte que o Estado Português meteu à minha disposição, para me retirar de África...

Como não devia estar junto da família em Lisboa, peguei no carro às duas da manhã e já era proibido viajar... Confinei-me nas margens do Vouga, fiz a minha horta, as vindimas, apanhei as castanhas e nozes.

Tenho estado a passar uns bons tempos, na minha "Ponta". Como na Guine este ano ainda está a chover muito, continuo em teletrabalho, a fugir da coisa...

Patrício Ribeiro

____________

Notas do editor:

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20821: Prova de vida (4): António Ramalho (ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas, a viver em Vila Franca de Xira

1. Mensagem de António Ramalho [ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas,  a viver em Vila Franca de Xira, membro da Tabanca Grande, com o nº 757: tem mais de duas dezenas de referências no nosso blogue]

Date: quarta, 1/04/2020 à(s) 12:57

Subject: Uma diligência interrompida.Porquê?

Caro Luís Graça,  bom dia.

Não me canso de repetir a qualidade do blogue que em boa hora criaste, e que visito todos os dias!

Como certamente te lembrarás,  o excerto do Coronel Vaz Antunes (*) faz-nos recuar ao trágico momento que vivemos com a Paz Podre entre 70/71 com o assassinato à queima roupa dos nossos queridos majores, que não me saem do pensamento, como tendo sido uma cilada preparada por quem não queria a Paz!

Os políticos (e alguns militares) não souberam aproveitar a nossa presença para assim poderem preparar uma saída em grande, e o resultado está bem à vista, que alguns ainda hoje têm dificuldade em alcançar e entender.

Só mais uma nota: Aguardemos a chegada a bom porto do navio que tem a bordo os nossos camaradas que interromperam a volta ao Mundo! (**)

Vamos esperar que o Covid-69 ["lapsus linguae"..., o nosso camarada queria dizer "a Covid-19",  doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2,] não nos separe por muito tempo! (***)

Um forte abraço para ti

António Fernando Rouqueiro Ramalho

____________



quinta-feira, 2 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20802: Prova de vida (3): Cá estou eu! (Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS / BCAÇ 2845)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70, com data de 30 de Março de 2020:

Olá Carlos Vinhal
Aqui envio meu relatório esperando continuar já que tudo está normalizado e já ter tempo para andar na Tabanca como sempre gostei e, continuar a ler o que por lá está escrito, fazendo dela o meu jornal. 

Um Abraço para todos os Tertulianos.
Albino Silva


____________

2. Nota do editor:

Caro Albino,
Bem-vindo, de novo, ao Blogue. Já tínhamos saudades dos teus poemas.
Já que neste momento dispões de mais algum tempo livre, esperamos que retomes o envio dos teus textos e fotos.

Para ti, um abraço em nome da tertúlia e dos editores
Carlos Vinhal
____________

Nota do editor

Último poste da série de 8 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15831: Prova de vida (2): Ainda cá estou e continuo de pé!... Mas ainda não resolvi se este ano vou estar presente no XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, dia 16 de abril (José Augusto Miranda Ribeiro, ex-fur mil da CART 566, Ilha do Sal - Cabo Verde, Outubro de 1963 a Julho de 1964, e Olossato - Guiné, Julho de 1964 a Outubro de 1965)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20431: Feliz Natal de 2019 e Bom Ano Novo de 2020 (1): João Crisóstomo e Vilma Kracun (Nova Iorque)




João Crisóstomo & Vilma Kracun: o lindo par luso-esloveno-americano que nos escreve de Nova Iorque, desejando boas festas à Tabanca Grande

Foto: © João Crisóstomo (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de João Crisóstomo, fazendo "prova de vida" e desejando-nos boas festas de 2019/2020:

De: João Crisóstomo
Date: sábado, 7/12/2019 à(s) 09:44
Vilma Kracun e João Crisóstomo,
no 10 de Junho de 2018, Dia de Portygal,
em Mineola, Nova Iorque. Cortesia de
Henrique Mano Luso-Americano

Subject: Mensagem de Natal (e mais...)

[ João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), nosso camarada da diáspora, a viver desde 1975 em Nova Iorque, conhecido ativista social (de causas como as Gravuras de Foz Coa, Timor Leste ou Aristides Sousa Mendes); casado com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun; régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona]



Meus caros camaradas,

Gostaria de poder  enviar um abraço individual e directo de Boas Festas  a cada um de vocês, via E mail ou mesmo por telefone se o tivesse!  É que... um  presente de  Natal que  "que    me exijo e me ofereço   a mim  mesmo" é um contacto quanto possível  pessoal e directo com os  que me concedem o favor da sua amizade. 

Se  não houvessem mais razões, esta seria  suficiente para eu   esperar  sempre com muita antecipação esta feliz quadra do ano.  E, embora  eu evidentemente nem conheça pessoalmente  a maior parte dos "camaradas da Guiné", o facto de termos vivido igual ou semelhantes experiências em terras africanas,  leva-me a sentir que, sem olhar a diferenças de opiniões e outras que existem sempre entre membros de qualquer família,  mais do que camaradas,  todos eles são meus irmãos.

E irmãos não se esquecem de dar um abraço nesta época festiva.    
E portanto , e só  porque a distância e outras razões não me permitem  fazê-lo pessoalmente, associo-me a  todos  os familiares e amigos de cada um  nos votos de que tenham um Natal e um Ano Novo tão bons quanto possam desejar. E a minha esposa  Vilma que nunca esteve  na Guiné, mas porque é a melhor metade de mim mesmo e faz sempre questão de ser e agir como tal,   junta-se a mim neste  grande abraço de amizade.

Permito-me esta ocasião  para uma explicação àqueles a quem por vezes devo uma resposta que fica sem ser feita: 

Para os que não me conhecem ainda esta infeliz faceta,  eu tenho muita dificuldade em tudo o que é de natureza digital, sejam eles os novos telefones, facebooks, blogues e outras redes sociais…  até parece que tudo o que é máquina  agora tem de ser digital senão "não presta"... (Até o raça do automóvel agora tem de ter meia dúzia de coisas  digitais que me  leva a pedir à  minha  Vilma, que até gosta de o fazer, que seja quase sempre ela a conduzir …). 

E isto sucede-me mesmo neste  nosso querido  blogue, "Luís Graça & camaradas da Guiné", onde eu  por vezes "me sinto perdido",  embora seja uma das poucas coisas que, salvo raras excepções alheias à minha vontade, eu  tento seguir religiosamente todos os dias.

Recentemente enviei uma informação ao Luis Graça (,um dos muitos camaradas como o saudoso Eduardo Jorge, o Rui Chamusco, o Horácio Fernandes, a "Helena do Enxalé", o  Henrique Matos   e outros "irmãos  de coração" que    me concedem o privilégio de os poder contactar pelo telefone  frequentemente),  sobre um "Monumento das Descobertas" que fui visitar. 

Dias depois o Luís Graça pelo telefone disse-me que a ia publicar. E fiquei esperando, mas não vi esse "poste"  e não insisti: " outras coisas mais  relevantes apareceram e este vai ter de esperar pela sua ocasião"  dizia  eu para os meus botões. E ontem de repente deparei com um comentário, relacionado com o monumento,  endereçado a mim pelo camarada Alberto Branquinho, de há umas três semanas atrás que merecia uma resposta. Intrigado,  comecei a  procurar uma e muitas vezes até que de repente vi o poste, publicado  no blogue quase logo a seguir ao seu recebimento,mas que eu nunca cheguei a ver..., até ontem.

Agradeço a vossa compreensão para estes meus lapsos, bem mais frequentes do que eu desejaria fossem. Aliás eu pergunto-me de vez em quando se esta minha falta de capacidade para isto ou aquilo, esta falta de  organização e concentração  de que muitas vezes  com pesar me apercebo, são  só por causa da idade ou se vêm de há muito tempo  já, talvez  como resultado das muitas experiências duras que como muitos de vocês eu passei na Guiné; se é o caso… ainda me posso considerar muito feliz pois vim de lá  são e salvo, e muitos dos nossos camaradas tiveram pior sorte e quantos deles infelizmente nem de lá  voltaram.  Coração ao alto portanto ! 

Deixo aqui os meus  endereços de  E mail (tenho dois):

crisostomo.joao2@gmail.com
jcrisostomo@earthlink.net

João Crisóstomo, Lourinhã, Porto das 
Barcas, 1 de julho de 2017.
Foto:  Luís Graça (2017)

A minha vontade  é de compartilhar também a minha morada, telefone e tudo o mais (  como já fiz no passado ! ), mas fui fraternalmente avisado de que não é aconselhável deixar toda esta informação no facebook ( que quase não uso) , blogues etc.  E portanto deixo aqui só os meus endereços de E mail, com a promessa  de os  enviar àqueles que me quiserem contactar directamente por E mail, se assim o desejarem, como já faço com  vários  camaradas em Portugal, Brasil, Holanda, Canadá…

Um importante PS - Uma outra ocasião em que gosto de chamar  os meus amigos (por telefone, quando possível)  é no dia do seu aniversário. e por   facebook … não é a mesma coisa!  só mesmo na   falta de outra e  melhor maneira.  

A quem me quiser dar essa informação, eu, quando possível (, pois por vezes não dá mesmo), gosto de corresponder com um abraço nesse dia.  

Um outro fraternal abraço,

João C.