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sexta-feira, 13 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14358: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (23): precisam-se imagens de motorizadas de 50 cc , made in Portugal (Alma, Pachancho, Vilar Cucciolo, Famel, Macal, Sachs e Casal), ou nas ex-colónias (como a Fabimotor e a Ulisses, ambas angolanas)... Para edição de livro dos CTT.


Guiné > Região do Oio > Bissorã > CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) >Guiné > O furriel miliciano João Rebola na motorizada Honda, 50 cc, que comprou em Bissau, por seis contos (um pouxco mais do que o vencimento mensal de um furriel no CTIG). O João Rebola acompanhava, à viola, o nosso fadista Armando Pires. Tornaram-se grandes amigos e tudo começou por causa desta motorizada...(*)

Foto (e legenda): © Armando Pires (2014) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


1. Mensagem, de 10 do corrente,  de Maria Manuel Sousa

Bom dia Luís Graça

Estou a trabalhar num livro, desta vez sobre motorizadas portuguesas de 50 cc, e encontrei esta foto no seu blog. Achei muito interessante porque mostra um soldado e é tirada na Guiné, ex-colónia nossa à época… Acha que seria possível ceder esta imagem, com maior resolução, para a nossa publicação, com a devida autorização do dono e /ou do soldado representado na foto?

Agradecendo desde já a sua colaboração, apresento os meus cumprimentos,

Maria Manuel Alves Sousa
CTT Correios de Portugal
Filatelia/Conceito e Design
Philatelic Unit/Design Dept.
Av. D. João II - Lt. 01.12.03, 1.º
1999-001 LISBOA
Telef.: +351 210470578

2. Em mensagem de ontem, a Maria Manuel Alves Sousa, a meu pedido,  explicitou melhor o que pretendia:

O livro chamar-se-á Motorizadas Portuguesas de 50 cc. A edição é dos CTT.

O fabrico destas motorizadas em Portugal (Alma, Pachancho, Vilar Cucciolo, Famel, Macal, Sachs e Casal, e outras marcas fabricadas nas ex-colónias, como a Fabimotor e a Ulisses, ambas angolanas) começa no início dos anos 1950, e vai até cerca de finais de 1990.

Maria Manuel Sousa



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS/BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do nosso saudoso Vitor Condeço  (1943-2010) > Catió - Quartel > Foto nº 21: "Na arrecadação antiga de material de guerra, o 1º Cabo Camarinha e o Fur Mil Victor Condeço [sentado]. A motorizada que se vê não era material de guerra, foi comprada avariada ao electricista da central civil,  sr.Jerónimo,  por 250 pesos, foi reparada e ainda serviu para dar umas voltas". (**)

Foto (e legenda): © Vítor Condeço (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados




Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > CCAÇ 18 (1970/72) > O 1º cabo Ieró Embaló, prémio Governador da Guiné em 1972, com a sua motorizada. (***)

Foto (e legenda): © Rui Alexandrino Ferreira (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > Destacamento de Fuzileiros Especiais, DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo, com a sua bela moto, no cais da vila de Cacheu... (****)

Foto: © Zeca Macedo (2013). Todos os direitos reservados.


3. Depois de a pôr em contacto com o João Rebola e o Armando Pires, mandei a seguinte informação à Maria Manuel Alves Sousa:

Mas havia mais motorizadas na Guiné no tempo da guerra colonial... Use a funcionalidade "Pesquisar neste blogue" (coluna do lado esquerdo) e escreva "motorizada"... Podem é ser "japonesas"... O régulo de Badora, em Bambadinca, no meu tempo (1969/71) tinha uma, de 50 cc, oferecida pelo Spínola ou pelo Schulz (, não posso precisar; era um homem poderoso, foi fuzilado depois da independência)... Temos mais imagens)... É procurar... Boa pesquisa... 

De qualquer modo, vamos dar uma ajuda, pedindo à malta do blogue para colaborar. Haverá, por certo, fotos de motorizadas portuguesas da época, nos nossos álbuns fotográficos. Tudo o que é português merece o nosso carinho, ternura, cuidado... E para mais tratando-se de gente como nós, ex-.combatentes da Guiné que somos uma espécie em vias de extinção... (*****)



4. Mensagem de ontem enviada pela Maria Manuel ao João Rebola (que , entretanto, tem novo endereço de email):

Não consigo perceber a marca da motorizada. Será uma Honda? É que se for, não dá porque não é de fabrico nacional….

É tão complicado arranjar imagens assim da época. Esta era mesmo uma maravilha duma foto! Se se lembrar de alguém que tenha tido uma motorizada de fabrico nacional, e que possa ter fotografias…

Espero não estar a perturbar demasiado com o meu pedido.

Com os meus cumprimentos,

Maria Manuel

____________________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


(...) A modos que a conversa terminava ali, posto que fomos almoçar à D. Maria, mulher do Sr. Maximiano, dois cabo-verdianos que recebiam uma subvenção da companhia para nos dar de comer.

Saímos de casa, e, quando íamos a atravessar a rua, quase fui abalroado por um gajo em grande velocidade numa motorizada que fez duas “chicuelinas” para me evitar, seguindo em frente sem dizer água vai nem água vem.

– Que é isto, ó Filipe?

Com um largo sorriso na cara, responde-me ele, “é pá, é o maluco do Rebola, furriel da 2444”.

Apresentado assim pelo Filipe, a espantação passou-me e pensei para com os meus botões:
– Queres ver que já estou com a minha gente? (...)



27 de março de  2014 > Guiné 63/74 - P12905: Furriel Enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (13): O fadista regressa ao palco


(...) Pois deu-se o caso que num certo fim de tarde, indo eu de 7 [ Quartos de sargentos da CCS e bar] para 12 [Armazém de armamentos, enfermaria da CCS e Oficinas auto]  passei em 10 10 [ Bar de sargentos da CCAÇ 2444, depois da CCAÇ 13]  ouvi uma viola a tocar.

Poupando-lhes a maçada de revisitarem a legenda, quero eu dizer que tendo saído do meu quarto para ir à enfermaria ver como marchavam as coisas, passei à porta do bar de sargentos da 2444 de cujo interior saiam uns acordes de viola, que por acaso até me soarem bem ao ouvido.
– Pode-se entrar, camaradas?

Entrei, apresentámo-nos, sai um Johnnie Walker com duas pedras de gelo a selar o momento, e dei comigo a pensar que o gajo da viola era o mesmo que, no dia da minha chegada, me ia “atropelando” com a mota.
– Ouve lá, pá, tu não és o João Rebola?

Claro que era ele, sim senhor, contei-lhe que tinha sido o Filipe a dizer-me quem ele era, que isso se passara logo no dia da minha chegada, quando, à saída dos quartos de sargentos da CCS, ele, João Rebola, que vinha de mota, desenhara uma perfeita “chicuelina” para evitar atropelar-me (P12023).

Gargalhada geral, venha de lá esse abraço, “agora tenho de ir lá acima à enfermaria ver como estão as coisas, mas hei de vir aqui mais vezes que talvez ainda façamos umas fadistices".

Lá na enfermaria estava tudo bem, o que nem era de estranhar dada a qualidade do pessoal da minha equipa, saí para ir jantar “à D. Maria” e tropecei, de novo, no João Rebola.
– Queres boleia, pá?

Primeiro: a D. Maria e o marido, o senhor Maximiano, um velho casal de cabo-verdianos, tinham um restaurante que era subvencionado pelo exército para funcionar como messe de sargentos. Segundo: o Rebola vinha a sair do quarto de sargentos da 2444, que era ali quase paredes meias com a minha enfermaria, e indo jantar à messe, tal como eu ia, convidou-me a fazer “a viagem” na sua motorizada.
– Tens medo de andar nisto, pá?
– Só não sei andar, mas medo de andar não tenho.
– Ó pá, mas se quiseres aprender eu ensino-te já. Isto é o mesmo que andar de bicicleta.

E foi assim que o João Rebola, antes de ser meu viola privativo, se transformou no meu instrutor de motorizada.(...)


(**) Vd. poste de 9 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6563: Banco do Afecto contra a Solidão (11): Vamos telefonar ao Victor Condeço (que vive no Entroncamento)



(*****) ÚLtimo poste da série > 11 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14349: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (22): Procura-se letra e/ou registo sonoro de "Djiu di Galinha" [Ilha das Galinhas], canção de José Carlos Schwarz, imortalizada por ele e por Miriam Makeba, a 'Mama Africa' (Helena Pinto Janeiro, investigadora, FCSH / Universidade NOVA de Lisboa)