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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24624: Efemérides (407): Rescaldo da homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 2 de Setembro de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)

São Cristóvão. Vista panorâmica


HOMENAGEM AOS ANTIGOS COMBATENTES DA GUERRA DO ULTRAMAR NATURAIS DA UNIÃO DAS FREGUESIAS DE FELGUEIRAS E FEIRÃO, CONCELHO DE RESENDE

No dia 2 de setembro de 2023, os combatentes naturais da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão do concelho de Resende e todos os seus amigos e familiares e demais pessoas conseguiram vivenciar um momento ímpar na valorização da coragem dos Homens que cumpriram missão no Ultramar.

O local que foi eleito para a cerimónia é irrepreensível. Nele o Céu, a Lua, as estrelas e demais elementos da Natureza se combinam e partilham as melhores confidencias que por vezes se fazem ouvir aqueles que o visitam e se deixam baloiçar pela beleza que o rodeia. Num só dia, o São Cristóvão pôde oferecer ao ser humano as quatro estações do ano e foi isso que aconteceu no dia em que os combatentes naturais dessas freguesias foram homenageados. Era por este local que os Combatentes passavam, a pé, quando se dirigiam para o Regimento de Infantaria 14, em Viseu ou para o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), atual Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), em Lamego.

O segundo momento da homenagem decorreu no recinto da Capela de S. Cristóvão e teve início às 15h00, com a celebração de uma missa em que se homenagearam os dois Combatentes de Feirão: Augusto Pereira Dias, soldado aplicador de metralhadora, que cumpriu comissão em Angola, integrando a Companhia de Caçadores 773 do Batalhão de Caçadores 774, tendo sido ferido em Combate e falecendo no dia 4 de agosto 1967, no Hospital Militar em Lisboa, após ter sido evacuado e Armando Pereira Coelho, 1.º Cabo Mecânico Auto que cumpriu comissão em Angola, integrando a Companhia de Caçadores 1311 do Batalhão de Caçadores 2855, falecendo no dia 25 de outubro de acidente e todos os restantes que ainda se encontram vivos e os que já faleceram durante a visa civil.

Também foram lidos pelos netos os testemunhos reais recolhidos, em vida, de dois combatentes: Albino Rodrigues Rocha, que cumpriu comissão de 1973- 1974 ,em Moçambique, pertencendo à CCS do Batalhão de Cavalaria 8421, tendo sido evacuado para a metrópole, após ter sido gravemente ferido e Manuel Fernando de Almeida Matos, 1.º Cabo, cumpriu comissão na Índia de 1960-1962, integrando a Companhia de Caçadores 12, onde foi feito prisioneiro em Goa.

No último momento do evento, todos aos presentes foram abrilhantados com um delicioso lanche, onde foram possíveis vários reencontros e partilha de experiências que perduram na memória dos combatentes.

Estiveram representadas várias instituições civis e militares, entidades autárquicas e Hugo Carvalho, deputado da Assembleia da República eleito pelo Distrito de Viseu.

Também se salienta a presença dos representantes do CTOE, Capitão Pereira; da GNR de Lamego, Capitão Luís Moreira e, ainda, um dos assessores do Sr. Presidente da República, coronel Pedro Leandro. Similarmente o Núcleo de Lamego da Liga dos Combatentes, esteve representado por elementos dos seus órgãos sociais, associados e respetivo Estandarte Heráldico.

Em suma, as emoções vividas e os afetos partilhados foram possíveis graças à colaboração de todos os combatentes, aos seus familiares e amigos, que com seriedade acreditaram, desde o primeiro momento, no objetivo de tal evento. Indiscutivelmente, foram colaboradores confiáveis e veículos de muito conhecimento.

Combatentes falecidos que foram homenageados
Quadro de fundo
Memorial. Placa evocativa
Memorial inaugurado no São Cristóvão
Autoras do projeto e Presidente da União das Freguesias
Capitão Pereira do CTOE de Lamego, Capitão Luís Moreira da GNR de Lamego e Coronel Pedro Leandro, Assessor do Gabinete da Casa Militar da Presidência da República
Cap Luís Moreira e Cor Pedro Leandro
Coronel Valdemar Lima, Presidente da Direcção do Núcleo de Lamego da LC; Nuno Pereira, Presidente da União das Freguesias e  Bruno Carvalho, Deputado da Assembleia da República.
Convívio
Lembranças oferecidas pelo senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão
Luciano Carneiro testemunhou a emboscada de que foi vítima Augusto Pereira Dias
O neto Bruno Pereira lendo o testemunho do avô Albino Rocha
O neto José Diogo Matos Silva lendo o testemunho do avô Manuel Fernando Almeida Matos
Os quatro irmãos Loureiro que foram ao Ultramar
Rafael Loureiro, Presidente da Assembleia das Freguesias; Jorge Duarte, Presidente da Junta e Vereadores
O senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão oferece a lembrança ao Presidente da Assembleia Municipal
O senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão oferece a lembrança ao senhor Coronel Pedro Leandro
O senhor Presidente da União das Freguesias de Felgueiras e Feirão oferece a lembrança ao senhor Coronel Valdemar Lima
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Fotos: © Foto Ideal (Editadas por CV)
Texto: Fátima Soledade e Fátima Silva

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Nota do editor

Vd. post de 10 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24545: Efemérides (406): Homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União de Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, a levar a efeito no dia 2 de Setembro de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24545: Efemérides (406): Homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União de Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, a levar a efeito no dia 2 de Setembro de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue no dia 9 de Agosto de 2023, com um convite para a cerimónia de homenagem aos Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar naturais da União de Freguesias de Felgueiras e Feirão, Concelho de Resende, a levar a efeito no dia 2 de Setembro de 2023:

Caro amigo, Carlos Vinhal
Espero que se encontre bem e de boa saúde.
Mais uma vez, as Fátima`s solicitam a vossa colaboração, no sentido de dar a conhecer a próxima cerimónia que ocorrerá, no dia 2 de setembro, pelas 15h, no S. Cristóvão, em plena Serra de Montemuro de onde partiram muitos resendenses.

Serão homenageados todos os combatentes, onde se inclui dois mortos no cumprimento do seu dever em terras africanas - Augusto Pereira Dias, falecido no hospital militar em Lisboa, após ter sido gravemente ferido em Angola, no dia 4 de agosto de 1967, e Armando Pereira Coelho, falecido por motivo de acidente em Angola, no dia 25 de outubro de 1970.

Em anexo, enviamos o Convite de publicitação, ficando à Vossa Consideração.
Esperamos brevemente pela Vossa visita.
Recomendações sinceras para todos os responsáveis e colaboradores do blogue.

Muito gratas e com toda a estima,
Fátima Soledade e Fátima Silva (Fátima´s)

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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24543: Efemérides (405): No dia 8 de Agosto de 1970, zarpou de Lisboa o N/M Carvalho Araújo, levando a bordo a açoriana CCAÇ 2753, aportando em Bissau no dia 17 do mesmo mês (José Carvalho, ex-Alf Mil Inf)

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24512: Notas de leitura (1601): "Palavras e Silêncios – Memórias Femininas da Presença Militar no Ultramar", por Ana Maria Taveira, Maria Armanda Taveira e Maria de Fátima Pina; Âncora Editora, 2020 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 24 de Junho de 2021:

Queridos amigos,
O assunto está longe de ser inédito, mas tanto quanto me é dado saber a metodologia é original para abarcar diferentes gerações, posturas que gradualmente se irão demarcando ao longo de sucessivas décadas, este precioso alfobre de mentalidades ajudará seguramente o historiador a olhar de maneira diferente o papel da mulher dos militares que trilharam o Império. São narrativas acaloradas, a organização da obra exemplar, é tónico estimulante para debates e conferências, abre janelas para novos trabalhos, é talvez este o não menos despiciendo préstimo de "Palavras e Silêncios", uma verdadeira surpresa no panorama editorial e acertadamente no programa Fim do Império, a que estão associadas a Câmara Municipal de Oeiras, a Liga dos Combatentes e a Comissão Portuguesa de História Militar.

Um abraço do
Mário


Aquelas mulheres de militares portugueses que percorreram o Império e a História esquece

Mário Beja Santos

A iniciativa tem o seu travo de originalidade: três mulheres decidiram reunir 32 outras de militares portugueses que serviram na Índia, em África, em Macau e Timor, e pedir-lhes testemunhos de vida desses anos. Respeitando a ordem cronológica, vamos ouvi-las desde a Maria de Lourdes, nascida em Bragança em 1924 a Patrícia, nascida em Lourenço Marques em 1975. É um abrangente retábulo de mentalidades, do modo de encarar o seu ligar de mulher, mãe e colaboradora nesta ou naquela parcela do Império, sentir-lhes nostalgia ou melancolia, aprazimento ou mortificação nesta ou naquela experiência, mas o resultado é deveras aliciante, de questionamento obrigatório, com estas memórias femininas não há nenhuma dificuldade em perceber como se praticou uma omissão indesculpável silenciando na historiografia o papel exercido pelas mulheres dos militares, na frente ou na retaguarda. É este o valor documental de "Palavras e Silêncios – Memórias Femininas da Presença Militar no Ultramar", organizado por Ana Maria Taveira, Maria Armanda Taveira e Maria de Fátima Pina, Âncora Editora, 2020.

Mulheres cujos maridos cumpriram cinco comissões, viveram doze anos em África, viveram no Estado da Índia e dali saíram precipitadamente em 18 de dezembro de 1961, mulheres que partiram para a guerra casadas de fresco, viram partir o noivo ainda em tempo de paz que os acompanharam em tempo de guerra, mulheres de oficiais das Armas, mas também de médicos e de engenheiros. Mulheres que nasceram em Goa e que ainda hoje lutam pelos seus direitos de propriedade. Mulheres que dizem abertamente que a sua identidade foi moldada dentro dos princípios da moral cristã e dos valores da ética, transmitidos pelo meio castrense. Mulheres que ensinaram em liceus e escolas, que ajudaram nos hospitais, e mesmo depois da descolonização deram apoio a quem regressou em estado de grande aflição. Mulheres que falam num estado de grande felicidade pela experiência que tiveram ao lado do seu marido. Mulheres que conheceram a permanente itinerância, a fazer e a desfazer malas, a percorrer espaços imensos, a ter que pôr os filhos nos colégios.

E vamos, no afã da leitura, apercebendo-nos de que estas mulheres não só aprenderam línguas ou a bordar ou a cozinhar, foram ampliando o seu modo de olhar as missões dos seus maridos e a própria evolução da guerra, houve aquele moroso processo de perceber e sentir a pouca ligação entre as frentes de combate e a grande indiferença na retaguarda. Em dado momento, neste sortilégio de testemunhos, alguns deles de leitura compulsiva, há que ouvir o que Maria da Graça, nascida em Luanda em 1943, diz quanto à motivação que a levou a escrever sobre a sua vida passada:
“Em primeiro lugar, porque há muita informação sobre o que foram aqueles anos no nosso antigo Ultramar, sobre a guerra, os militares, sobre a descolonização, sobre o que foi feito ou devia ter sido feito, mas tudo numa perspetiva, não só predominantemente masculina, mas também política e documental. Ficou, nalgum esquecimento, o facto de que todos os envolvidos nos processos destes anos tinham famílias, mães, mulheres, filhas que, ou os acompanharam, ou ficaram sozinhas, tendo de gerir todas as situações que lhes surgiram. Em segundo lugar, porque, passados tantos anos, as gerações dos nossos dias têm pouca noção da dor e dos problemas que passaram os que viveram aquela época. Toda essa realidade já está muito distante, faço-o para que não fique no esquecimento. Porque tenho netos adolescentes e outros ainda mais pequenos, para quem, cada vez mais, a nossa História recente será um episódio longínquo, resolvi deixar o meu testemunho. Para que compreendam por que andámos sempre com a casa às costas, porque só acabei o meu curso 20 anos depois de o começar e, acima de tudo, para que fiquem com um olhar mais verdadeiro sobre aquela vida, a minha e a de tantas outras mulheres daquela época”.

Maria Beatriz, nascida em Setúbal em 1945, conta a sua experiência na Guiné entre 1966 e 1968. Casou, e quinze dias depois o marido partia para Farim. Quatro meses depois veio buscá-la. Viveu em Farim e lembra-se do choro das hienas como lembra o fantástico pôr-do-sol. Ouviu um ataque ao K3. O marido recebeu ordem para ir para Barro com a companhia, ela ficou em Farim, só mais tarde foi para Barro, surpreendeu-se que havia muita gente que parecia nunca ter visto uma mulher branca.
“Quando me levantei e cheguei cá fora, estavam muitas mulheres e crianças para me verem, todas me tocavam e riam. Eu levava as unhas pintadas, o que foi motivo de um grande espanto. A tropa construiu uma escola. As paredes eram de uma palha entrelaçada, o teto de zinco e as carteiras foram feitas no quartel. Veio de Bissau um quadro, e o armário da escola era um barril com uma porta, onde se guardavam os livrinhos e as lousas. Eu dava aulas na escola, às meninas, da parte da manhã, de tarde os rapazes tinham aulas dadas por um rapaz guineense, que foi educado numa Missão. Normalmente, as meninas vinham-me buscar à porta do quartel para irmos para a escola. Todas queriam ir de mão dada comigo, pelo que dava um dedo a cada uma, mas empurravam-se e zangavam-se porque eu só tinha dez dedos. Passado um tempo, houve uma operação, e eu fui. Caminhámos 50 quilómetros a pé, 25 para lá, até Canja, e 25 no regresso. Na primeira vez em que saí, quando fomos inspecionar as armadilhas, ainda levei a minha pistola à cintura, para fingir que poderia fazer qualquer coisa. Fomos a Canja, não se encontrou o acampamento inimigo que se estava à espera que existisse. O regresso é que foi uma tragédia, as pernas não queriam andar”.

Não sei se outra mulher de capitão teve experiência idêntica a esta, ela descreve com a maior das naturalidades operações e patrulhamentos, conta a história de um alferes de uma outra companhia que no início da operação disse “se a senhora vai, eu não vou”. A notícia chegou a Bissau e o Quartel-General mandou uma mensagem a perguntar se havia uma senhora branca que ia às operações. Trocaram-se mensagem em tom azedo, Bissau exigia que a senhora branca saísse dali e o capitão de Barro retorquiu: “Bem, então temos um problema. As mulheres dos meus soldados (era uma companhia de caçadores nativos) são senhoras guineenses e estão com os maridos. Se as senhoras não podem estar, o que eu vou fazer com elas?”. A resposta veio seca e terminante: “Não levanta problemas que isso não é nada consigo”.

No entretanto, o quartel foi flagelado e um outro capitão foi render o marido de Maria Beatriz. “Eu estava de camuflado, e o senhor viu-me de costas. Bateu-me no ombro e, quando me virei, ia caindo ao chão. Estava para me dizer: ‘É pá, estás com o cabelo muito grande, corta-o!’”. Depois da Guiné foi a Moçambique, mas não foi a mesma coisa. “A Guiné era como se fosse minha, criei uma forte relação afetiva com a terra e com as pessoas. Tenho muitas saudades do que lá vivi, e tive muita sorte, de ter um marido que apoiava as minhas loucuras”.

Depoimentos sumarentos, documentos de valor irrefragável, conhecíamos bem o papel das enfermeiras-paraquedistas, mas nunca se entrara nos bastidores com esta grande angular cronológica, mesmo sendo justo referir que nos últimos anos têm surgido diferentes trabalhos acerca da mulher de militares nas diferentes parcelas do Império.


Palavras e Silêncios é um trabalho inexcedível, será referência obrigatória, digo-o sem hesitar.
Investigação de Sara Primo Roque, Edições Pasárgada
As Mulheres Portuguesas e a Guerra Colonial, por Margarida Calafate Ribeiro, Edições Afrontamento
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24501: Notas de leitura (1600): A Guiné pós-colonial e o funcionamento de um Estado “suave”: Um importante artigo de Joshua B. Forrest sobre a Guiné a caminho do multipartidarismo (Mário Beja Santos)

sábado, 8 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24461: Efemérides (401): Rescaldo da cerimónia de Homenagem aos Combatentes da União de Freguesias de Ovadas e Panchorra, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 1 de Julho de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Combatentes homenageados, representando também todos os ausentes


Resende

União de Freguesias de Ovadas e Panchorra

Homenagem aos seus Combatentes - Dia 1 de julho de 2023

A União de freguesias de Ovadas – Panchorra homenageou os combatentes do Ultramar, no dia 1 de julho de 2023, pelas 15h00 com a celebração da Eucaristia a cargo do Padre Abel, na Igreja de Ovadas. Este, durante a homilia, dissertou sobre o padecimento que os combatentes sustentaram aquando do cumprimento do dever em prol da Pátria. A celebração foi abrilhantada pela banda de Música de S. Cipriano-a-Velha, dirigida pelo maestro, professor Carlos.

Durante a cerimónia religiosa foram distribuídas lembranças a cerca de trinta combatentes que lutaram na Guiné, em Angola e em Moçambique e projetados vídeos com as resenhas das experiências dos militares homenageados.

Ainda se destaca a participação sublime da Leonor Macário, neta de um combatente, que leu um testemunho e cantou um poema, textos escritos por ela que relataram a experiência do avô na sua comissão em Moçambique.

Da Liga de Combatentes do Núcleo de Lamego esteve presente uma delegação de associados, salientando-se o Presidente Coronel Valdemar Lima, que usou da palavra, para agradecer aquela sublime homenagem, tendo realizado o desfecho da cerimónia no interior da igreja. O Sr. Coronel salientou, de forma digna, o papel dos combatentes portugueses desde a I Guerra Mundial e consignou o facto de muitos viverem abandonados pelo Estado Português.

Relembrou que apesar de há um ano ter sido aprovado o Estatuto do Antigo Combatente, proposto pela Liga dos Combatentes, não houve mudanças consideráveis e que o valor correspondente ao salário mínimo seria um valor insignificante despendido pelo Orçamento do Estado. Estas palavras receberam, por parte dos presentes, uma afetuosa aclamação de apreço.

Após a celebração religiosa, seguiu-se a inauguração de um Memorial aos Combatentes do Ultramar, no Largo do Pelourinho, onde foi entoado o Hino Nacional por toda a população presente e entidades convidadas.

Nesta homenagem também estiverem presentes o Presidente da Assembleia Municipal de Resende, Dr. Jorge Machado, Vereadores e Presidentes de Juntas de Freguesia do concelho.

Salienta-se ainda a presença e total empenho do Presidente da Junta de freguesia de Ovadas, Manuel Afonso, na merecedora Homenagem aos Combatentes.

No fim da cerimónia foi servida uma deleitosa merenda a toda os convidados e habitantes, no Largo do Pelourinho, perante um cenário paradisíaco e rural, onde só a Natureza e os bons corações imperam.

1 de julho de 2023
Fátima´s

Foto 1 - Exterior da Igreja
Foto 2 - Interior da Igreja de Ovadas
Foto 3 - Responsável pela Homilía Religiosa, Senhor Padre Abel
Foto 4 - Neta Leonor a homenagear o avô
Foto 5 - Banda Musical de S. Cipriano-a-Velha
Foto 6 - Combatente da CCAÇ 1421, as Fátima's, Leonor e Presidente da Junta
Foto 7 - O Senhor Coronel Valdemar Lima e a Leonor, neta de Combatente
Foto 8 - Inauguração do Monumento no Largo do Pelourinho

Fotos e legendagem: © Gentil Pereira
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Notas do editor

Vd. poste de 22 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24424: Efemérides (399): Convite para as cerimónias de homenagem aos Heróis do Ultramar da freguesia de Panchorra, dia 24 de Junho e freguesia de Ovadas, dia 1 de Julho, concelho de Resende, conforme os programas (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Último poste da série de 27 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24435: Efemérides (400): Rescaldo da cerimónia de homenagem aos Heróis do Ultramar dos lugares de Panchorra e da Talhada, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 24 de Junho (Fátima Soledade / Fátima Silva)

terça-feira, 27 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24435: Efemérides (400): Rescaldo da cerimónia de homenagem aos Heróis do Ultramar dos lugares de Panchorra e da Talhada, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 24 de Junho (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Foto 1 - Igreja Matriz da Panchorra


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue no dia 26 de Junho de 2023, com o Resumo da Homenagem aos Combatentes dos lugares de Panchorra e de Talhada, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 24 de Junho de 2023:

No dia 24 de junho de 2023, pelas 15 horas, na freguesia de Ovadas- Panchorra, ocorreu maisuma cerimónia de homenagem aos combatentes na Guerra do Ultramar naturais dos lugares da Panchorra e da Talhada. A igreja, junto ao altar, encontrava-se condignamente ornamentada com vinte e dois postais que ostentavam uma fotografia militar e outra atual de cada combatente, acompanhados de uma linda flor branca. Estes registos tinham como pano de fundo, a contrastar, uma linda manta trazida por um combatente há mais de cinquenta anos. A homília esteve a cargo do Sr. Pe. Sérgio, que muito dignificou aquele momento, pois, também confidenciou ser filho de um combatente.

A abertura da cerimónia foi realizada pelo Presidente da Assembleia Municipal, Jorge Machado, também antigo combatente, que partilhou a sua experiência militar no Ultramar ao serviço da Pátria.

Ainda no início da cerimónia, fui exibida uma projeção fotográfica de vinte e dois combatentes naturais daquelas localidades, quase todos a residir em Lisboa. Os mesmos deslocaram-se propositadamente para a cerimónia, pois não poderiam faltar “à cerimónia mais bonita e digna que tiveram até hoje”, disseram.

No momento da Ação de Graças, foi lida a “Oração do Soldado” pelo combatente Salvador Custódio que ostentava a sua farda com mais de cinquenta anos e também foi partilhado um testemunho recolhido junto do combatente Manuel Gonçalves, sendo este o mais velho ex-militar a residir no lugar da Panchorra.

Antes da entrega das lembranças e dos postais, o Presidente da União de Freguesias Ovadas- Panchorra, Manuel Afonso, dirigiu uma mensagem a todos, centrando-se na importância de relembrar todos aqueles que se sacrificaram pela Pátria em cenários tão distantes das suas casas e da família.

Para finalizar, o Sr. Miguel Custódio, na sua qualidade de antigo combatente, realizou o encerramento da cerimónia, partilhando a sua experiência na Guiné, destacando, sobretudo, o papel da mulher enquanto Mãe, Esposa, Filha, ...como pilares cruciais na consecução de uma sociedade.

Num segundo momento, no espaço exterior à Sede da Junta de Freguesia, foi inaugurado um Memorial aos Combatentes. Este importantíssimo momento foi acompanhado pelo cântico do Hino Nacional a cargo da cantora Ana Rodrigues que também abrilhantou a cerimónia religiosa na companhia dos músicos Estevão Mendonça e António da Fonseca.

O momento final foi de confraternização, acompanhado por um reconfortante lanche, num cenário emoldurado pela idílica Serra de Montemuro e pela ímpar arquitetura serrana onde o granito governa.


Foto 2 - Postais onde se encontram representados, individualmente, os combatentes homenageados. Os mesmos colocados sobre uma manta trazida de Angola, há mais de cinquenta anos, por um combatente.
Foto 3 - Estandarte Heráldico da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego.
Foto 4 - Lembranças oferecidas aos vinte e dois combatentes.
Foto 5 - Da esq. para a dir. – Vice-presidente da Direção da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego, Coronel de Infantaria Joaquim Monteiro; representante do CTOE, Major Horta; Ex-diretor da Escola secundária e Ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Resende, professor Dias Gabriel e representante do Posto da GNR de Resende, Sargento Mário.
Foto 6 - Dr. Pe. Sérgio, responsável pela homília e filho também de um antigo combatente.
Foto 7 - Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Jorge machado, no momento da abertura da cerimónia.
Foto 8 - Alocução proferida pelo Sr. Presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso.
Foto 9 - A cantora Ana Rodrigues e os músicos Estevão Mendonça e António da Fonseca.
Foto 10 - Leitura do testemunho de Manuel Gonçalves realizada pela Fátima Silva.
Foto 11 - Presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso e o combatente mais antigo da localidade da Panchorra, Manuel Gonçalves, no momento da entrega das ofertas.
Foto 12 - Leitura da “Oração do Soldado” realizada pelo combatente Salvador Custódio.
Foto 13 - Imagem geral do interior da igreja.
Foto 14 - Alocução do combatente Miguel Custódio que cumpriu comissão na Guiné.
Foto 15 - Elementos dos órgãos sociais da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego e o Sargento Mário Soares, em representação do Posto da GNR de Resende.
Foto 16 - Momento em que foi entoado o Hino Nacional.
Foto 17 - Monumento aos combatentes ladeado pelos elementos dos órgãos sociais da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego; Presidente da Assembleia Municipal, Jorge Machado; o Sargento Mário Soares, em representação do Posto da GNR de Resende, presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso e as Fátima ́s (Fátima Soledade e Fátima Silva).
Foto 18 - Combatentes homenageados e as Fátima's.
Foto 19 - O combatente Salvador Custódio e a esposa.
Foto 20 - Momento de confraternização em que o Presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso, e o combatente Manuel Gonçalves selam o dia com a abertura de um bolo.

Legendagem das fotografias: Gentil Pereira

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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24424: Efemérides (399): Convite para as cerimónias de homenagem aos Heróis do Ultramar da freguesia de Panchorra, dia 24 de Junho e freguesia de Ovadas, dia 1 de Julho, concelho de Resende, conforme os programas (Fátima Soledade / Fátima Silva)