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terça-feira, 6 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18386: Memória dos lugares (375): Lourinhã, Zambujeira e Serra do Calvo: monumento aos combatentes do Ultramar




Lourinhã > Zambujeira e Serra do Calvo > 25 de fevereiro de 2018 > "Homenagem da Zambuejira e Serra do Calvo aos seus combantentes"... Monumento inaugurado em  5 de outubro de 2013 (e não em 2015, segundo lapso do nosso colaborador permanente José Martins.). Foi uma patriótica iniciativa do Clube  Desportivo, Cultural e Recreativo da Zambujeira de Serra Local.

Desconhece-se o autor do painel de azulejos que representa a partida, no T/T Niassa, no Cais da Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, de um contingente militar que parte para África. Ao canto inferior esquerdo a quadra: "Adeus, terras da Metrópole / Que eu vou pró Ultramar /, Não me chorem, mas alegrem [-me], / Que eu hei-de regressar"... No chão, em calçada portuguesa, lê-se: "Em defesa da Pátria". Abaixo do panel, há um livro metálico com os nomes de todos  os nossos camaradas, naturais das duas povoações, que combateram no Ultramar.


Lourinhã > Zambujeira e Serra do Calvo > 25 de fevereiro de 2018 > Bolo do 35º aniversário do Clube Desportivo, Cultural e Recreativo da Zambujeira e Serra do Calvo


Lourinhã > Zambujeira e Serra do Calvo > 25 de fevereiro de 2018 > Festa do 35º aniversário do Clube Desportivo, Cultural e Recreativo da Zambujeira e Serra do Calvo > Atuação do Grupo de Caquinhos > Silvinho Pereira, ex-combatente m Moçambique, em 1968 - 1970:  natural da Serra do Calvo, e meu amigo de infância, é autor de "Diário de um combatente: nas sendas da floresta" (Lisboa, Chiado Editora, 2013, 422 pp.) (*)


Lourinhã > Zambujeira e Serra do Calvo > 25 de fevereiro de 2018 > Festa do 35º aniversário do Clube Desportivo, Cultural e Recreativo da Zambujeira e Serra do Calvo > Atuação do Grupo de Caquinhos > À esquerda, o João Pereira, outro ex-combatente,  em Angola, onde foi alf mil, entre 1969 e 1971, se não erro;  é natural da Zambujeira e é outro velho amigo.É maestro do grupo coral local.

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Fica agora mais visível, o monumento, a escasso quilómetro e meio do Dino Parque da Lourinhã  (que tem sede na povoação da  Abelheira)...Seguindo da Lourinhã até à Zambujeira, mesmo no centro da povoação, fica  o Clube Desportivo, Cultural e Recreativo da Zambujeira e Serra do Calvo. O monumento fica ao lado, do lado esquerdo. Quilómetro e meio depois temos o Dino Parque da Lourinhã. Zambujeira e Serra do Calvo são terras "siamesas", física e simbolicamente ligadas, não havendo hoje qualquer "rivalidade", como no passado. (**)

Quem lá for, ao Dino Parque,  por este itinerário, pode parar na Zambujeira para tirar uma foto. Passámos por lá, no passado dia 25, almoçámos no clube local, que comemorava  justamente o seu 35º aniversário. É um clube dinâmico, que tem à frente uma mulher de armas, a minha amiga Maria Matos, empresária. É um terra simpática, de gente empreendedora, onde gosto de ir, e nomeadamente à sua festa anual. 

Conheço lá vários camaradas que estiveram na Guiné, Angola e Moçambique. Descobri agora mais um  o empresário José Correia, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 1496 / BCAÇ 1876 (Bissum, Pirada e Bula, 1966/67), que convidei para integrar a nossa Tabanca Grande.  Infelizmente não usa Internet nem tem email, como a grande maioria dos nossos camaradas de armas. 
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Notas  do editor:

(*) Vd. poste de  1 de setembro de 2015 >  Guiné 63/74 - P15064: Memória dos lugares (317): Zambujeira e Serra do Calvo, concelho da Lourinhã: mais duas terras que prestam uma justa homenagem aos seus combatentes

(**) Último poste da série > 1 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18274: Memória dos lugares (374): Gadamael, c.1967/68, ao tempo da CART 1659, 'Zorba' (Manuel Cibrão Guimarães, ex-fur mil, CCAÇ 1620, Bissau, Cameconde, Cacine, Sangonhá, Cacoca, Cachil e Bolama, 1966/68)

domingo, 18 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16843: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (3): Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes (...um núcleo, formidável, ativo e solidário, mas também com preocupações culturais, seguramente um dos melhores que integram a Liga; um alfabravo também para eles, seus associados e dirigentes, por parte da nossa Tabanca Grande)


1. Mensagem de boas festas enviada pelo Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes, com data de 16 do corrente, e a que retribuímos com votos de boa saúde e longevidade para todos os camaradas,  associados e dirigentes. 

Daqui a 10 anos este núcleo vai fazer 100 anos!

Destaque para o seu projecto da construção da “Sede Social/Centro de Dia”, uma ideia que tem vindo a ganhar força face ao problema  do envelhecimento dos combatentes. Segundo se lê na apresentação do Núcleo da Covilhã na página oficial da Liga dos Combatentes, é dever do Núcleo: (i)  lutar contra adversidades, (ii) congregar sinergias que permitam intensificar actividades, (iii) proporcionar a abertura a outras formas complementares de lazer e cultura," em suma colaborar para um envelhecimento saudável, onde não falte a medicina preventiva, curativa e de reabilitação, apoiada em serviços de gerontologia, geriatria e fisioterapia."

O segundo projeto, esse já em velocidade de cruzeiro, é a publicação, trimestral "O Combatente da Estrela". de 20 pp -,  e que recebemos regularmente, em formato pdf, na nossa caixa de correio. É também distribuído, gratuitamente,  em papel. (Vd. abaixo a folha de rosto do nº 103, relativo a julho-setembro de 2016: neste número, colaboram, com textos da da sua autoria, dois dos nossos grã-tabanqueiros, camaradas da Guiné, o José Teixeira e o Juvenal Amado).  Um alfabravo para o seu diretor, o João Cruz de Azevedo, o seu subdiretor, João de Jesus Nunes,  e demais colaboradores.

O que sabemos, através das notícias que nos chegam, veiculadas por este seu jornal, é que se trata de um núcleo, formidável, ativo e solidário, mas também com preocupações culturais, seguramente um dos melhores que integram a Liga dos Combatentes

Tem página no Facebook que é seguida por diversos camaradas nossos da Tabanca Grande.




Detalhe da página principal de "O Combatente da Estrela", edição nº 103, jul-set 2016, órgão do Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes,
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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16840: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (2): Boas festas, de Macau, tão longe e afinal aqui tão perto (Virgílio Valente, ex-alf mil, CCAÇ 4142, Gampará, 1972/74)

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15253: Agenda cultural (430): Conferência de António Graça de Abreu, "Entender a China 2015. Viajar pelo mundo chinês”, sábado, dia 17, pelas 11h30, em Lisboa, na sede da AFAP - Associação da Força Aérea Portuguesa, nas comemorações do seu 32º aniversário

COMEMORAÇÕES DO XXXII ANIVERSÁRIO DA AFAP - 17 OUTUBRO 2015

A Associação da Força Aérea Portuguesa (AFAP) comemora este ano, em 17 de outubro, sábado, o seu XXXII Aniversário.

Trata-se de uma efeméride que, cumprindo uma honrosa tradição, reúne a grande família da AFAP, nas instalações da sua sede,  na Av Alm Gago Coutinho nº 129,  Lisboa, para mais  um fraterno e cultural convívio, cujo programa se apresenta abaixo.

Para efeitos de inscrição, aceitam-se  reservas, pelo telefone 213 574 002 , ou por email – afap@netcabo.pt '> afap@netcabo.pt

O valor do almoço é de 20,00 euros por pessoa.

Chama-se, no entanto, a atenção para o limite que as instalações comportam (no máximo 100 convivas). É, por isso, urgente que os interessados façam as suas reservas.  O convite que nos chegou ao nosso blogue é feito pelo presidente da direção da AFAP, José Armando Vizela Cardoso, TGen.(Ref).


XXXII ANIVERSÁRIO DA AFAP NO CLUBE AFAP 
(Av. Alm. Gago Coutinho)
17 OUT 2015

P R O G R A M A


10h30 - Abertura do Secretariado
11h00 - Café - Convívio
11h30 - Início dos Trabalhos, pelo Presidente da Assembleia Geral da AFAP

- Conferência > “Entender a China 2015. Viajar pelo mundo chinês”,  prof. dr. António Graça de Abreu.
 
- Entrega de diplomas aos sócios que completam  10 anos de filiação na AFAP.
- Homenagem aos sócios com 25 anos de filiação.
12h45 - Encerramento dos trabalhos
Aperitivos
13h00 - Almoço 

16h00 - Encerramento da Reunião



 Prof. Dr. ANTÓNIO GRAÇA DE ABREU > Curriculum


António Graça de Abreu nasceu no Porto, em 1947. Licenciado em Filologia Germânica, Mestre em História da Expansão e dos Descobrimentos Portugueses, foi professor de Português em Pequim (Beijing) e tradutor nas Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras. Viveu em Pequim e Xangai entre 1977 e 1983. 

Foi professor do ensino secundário e Assistente Convidado leccionando Sinologia no Instituto de Estudos Orientais da Universidade Nova de Lisboa, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e actualmente na Universidade de Aveiro. 

Traduziu para português a peça de teatro Xi Xiang Ji (O Pavilhão do Ocidente), de Wang Shifu (1260?-1320?), editada em 1985 pelo Instituto Cultural de Macau, e também as antologias Poemas de Li Bai, Poemas de Bai Juyi, Poemas de Wang Wei e Poemas de Han Shan publicadas em Macau, respectivamente, em 1990, 1991, 1993 e 2009. Traduziu também o Tao Te Ching, editado em Portugal pela Vega Ed., 2013. 

O seu mais recente trabalho é Toda a China I e II, um extenso conjunto de textos sobre as suas muitas viagens e vivências exactamente por todo o território da República Popular da China, mais Taiwan, Hong Kong e Macau.

Historiador e poeta, é também autor da biografia de D. Frei Alexandre de Gouveia, Bispo de Pequim (1751-1808), co-autor dos dois volumes da Sinica Lusitana, 2001 e 2004, e dos livros de poesia China de Jade, 1997, China de Seda, 2002, Terra de Musgo e Alegria, 2005, China de Lótus, 2006, Cálice de Neblinas e Silêncios, 2008 e A Cor das Cerejeiras, 2010. Publicou ainda o Diário da Guiné, 2007, o relato de guerra dos seus dois anos, 1972/1974, como alferes miliciano num Comando de Operações na antiga Guiné Portuguesa.

Entre 1996 e 2002 pertenceu ao Board da European Association of Chinese Studies (Heidelberg, Edimburgo e Torino).

Com a tradução dos Poemas de Li Bai, António Graça de Abreu obteve o Prémio Nacional de Tradução 1990, do PEN Clube Português/Associação Portuguesa de Tradutores.


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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15251: Agenda cultural (429): Apresentação do livro de Fernando de Jesus Sousa, "Quatro Rios e um Destino", na Casa da Cultura dos Olivais, Lisboa, dia 24, às 16 horas


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14799: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (1): Carta aberta aos camaradas da Tabanca Grande: o que fiz (e não fiz) como cofundador e dirigente da associação APOIAR (Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)


O primeiro "bate-estradas" que recebemos logo no início oficial do verão... Esperemos que seja o primeiro de muitos, a "pôr na caixa de correio", este verão, pelos amigos e camaradas da Guiné que se sentam à sombra do poilão da Tabanca Grande... O pretexto é o verão, as férias (para quem as tem...), o passado, o presente e o futuro, a Tabanca Grande e os grã-tabanqueiros, a Guiné que conhecemos, a vida, o Portugal que amamos... Enfim, aproveitem, os menos assíduos nos últinos tempos, para dar notícias e "fazer a prova de vida"... (LG)



1.  Mensagem, de 21 do corrente, do nosso camarada  Mário Gaspar [ ex-fur mil at art,  minas e armadilhas,  CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68; e, como ele gosta de lembrar, Lapidador Principal de Primeira de Diamantes, reformado; e ainda cofundador e dirigente da associaçºao APOIAR]:


Caros Camaradas e Amigos

Toda a minha vida foi feita de pedaços. A guerra travou os meus passos. Ainda longe da hora da partida, já me antecipava ao tempo. Nunca o escondi, quando era questionado pela frieza dos textos que escrevia, e com ousadia, respondi que me identificaria sempre como Mário Vitorino Gaspar, primeiro por ser o meu nome de baptismo, e de seguida que “Gaspar” (nome do pai) e Vitorino (nome da mãe). Então, visto que se tratava de responsabilidades, era totalmente responsável. Até na carteira profissional de jornalista – que um senhor Secretário de Estado da Comunicação Social, me obrigou a tirar para simplesmente ser director de um Jornal.

Lembro que em 1996 não escrevia – gatafunhava o meu nome numa ficha de trabalho, e assinava os cheques do dia-a-dia. Tratei sempre tudo pelos seus nomes.

Jorge Manuel Alves dos Santos,  o primeiro presidente da APOIAR – Associação que ambos fundámos em novembro / dezembro de 1966   – disse que eu era o director do Jornal. Disse-lhe que não e que escolhesse outro, insistiu e aceitei, do mesmo modo que aceitei – mas contra vontade própria – de partir para Guiné. Fui para a Guiné a 100% – de responsabilidades – e cumpri até último milímetro a minha missão. Fi-lo com ajuda de todos, dos meus heróis – os soldados.

Na APOIAR cumpri não só como dirigente – cerca de 11 anos – como na guerra fui tudo. No primeiro mandato: vogal (pouco tempo), secretário e simultaneamente vice- presidente. No segundo mandato, fui  vice-Presidente. Estes mandatos eram de 2 anos. Depois sou eleito presidente, mas com a alteração estatutária os mandatos eram de 3 anos.

Posso dizer, ao contrário do que todos nós que lá estivemos, não ganhámos mais que a amizade e camaradagem, o resto – a guerra perdemos – e só não o sabia por não querer – A guerra estava perdida.... desde o início.


Folha de rosto da revista Apoiar, nº 34, out/dez 2004. O Mário Gaspar foi o diretor durante nove anos (1996-2004)


Mas na APOIAR ganhámos e orgulho-me por termos conquistado os principais objectivos: Reconhecimento da Doença – Perturbações do Stress Pós-Traumático (PTSD), há quem não pense assim. Conquistámos ainda que fosse criada uma Rede Nacional de Apoio aos Ex-Combatentes Vítimas do Stress Pós-Traumático de Guerra, abrangendo a família.

Para tal lutámos, contra tudo e todos, até contra aqueles que deveriam estar a apoiar a APOIAR, como nos disse numa reunião com o Grupo Parlamentar do PS, o amigo saudoso Coronel Marques Júnior:
– Eu apoio a APOIAR!

E foi a partir desta reunião que ganhámos a batalha. Após publicada lutámos pela promulgação e vencemos. Tudo aprovado por unanimidade.

Mas parar era morrer. Assinei em nome da APOIAR um protocolo com o Ministério da Defesa Nacional. O senhor Ministro da Defesa pretendia que discursasse e recusei. Recusei, e por 3 vezes, por considerarmos nada termos a agradecer. O Reconhecimento da Doença, a Criação da Rede e a Assinatura do Protocolo eram questões fundamentais, e ganhámos – com empenho meu que estive de coma 16 dias após um enfarte cardíaco.

Tinha a certeza que tínhamos vencido aquela batalha, mas havia muito tempo à nossa frente.

Posso dizer e com orgulho, Portugal começou finalmente a falar na Guerra Colonial – nesta do “Colonial”, é divisória por existirem camaradas que a denominam como Guerra do Ultramar, mas eu, e à minha inteira responsabilidade, considerei sempre o termo “Colonial”, até por o “Ultramar” só existir em Portugal. Além de se começar a falar daquela guerra em que no regresso nos chamaram de criminosos e traidores – ainda parti uns dentes a alguns senhores – mas editaram-se livros, fez-se teatro e cinema,  grandes Reportagens e entrevistas.

Entretanto algo correu mal – Contagem do Tempo do Serviço Militar, e Consoante Consta nas Cadernetas Militares ou nos Atestados Passados para o Efeito – o termo completo utilizado. DERAM UMA ESMOLA AOS COMBATENTES e aqueles que estiveram na Guiné mais prejudicados. Mas era uma batalha que considerei sempre que ganharíamos. Esgotei os mandatos e não me podia candidatar.

A luta estava bem encaminhada e a APOIAR estava em todo o país. Existiam acordos com as Câmaras Municipais de Almeirim, Benavente e Torres Novas, embora existissem compromissos de todas as Câmaras do distrito de Santarém, exceptuando Sardoal, Fátima e Ourém – aguardávamos datas para efectuar reuniões. Setúbal e todo o distrito. Nestas localidades seriam criados Centros de Apoio com apoio autárquico, bastando assinar protocolos e avançar com os bons técnicos que a APOIAR possuía. Existiam ainda acordos com os Centros Regionais de Saúde de Lisboa, Santarém e Setúbal.

Então foi tudo abaixo. Vi a derrota à distância. Lutar era treta. Os nossos doentes afectados pela guerra são gozados autenticamente: “Doença Nova”, “Doença do Doutor Afonso de Albuquerque”. Houve quem engolisse em Tribunal – o Senhor Oficial faleceu – não vale a pena dizer o nome. Estive do lado do Doutor Afonso de Albuquerque que foi ofendido e ganhou-se a acção.

Mas perdeu-se tudo. Nem sequer podemos dizer o mesmo que Dom Afonso IV disse ao Rei de Castela quando vencida a Batalha do Salado – isto consta nos livros –, o Rei de Portugal disse:
 – Não quero riquezas, basta-me a graça de Deus e a glória de ter vencido.

Perdeu-se uma batalha decisiva e com o poder, a força da razão do nosso lado, por não se ter lutado e continuam “impávidos e serenos, e de joelhos na terra pedindo que não nos roubem o protocolo”.

O que escrevo hoje é somente um pouco de tudo que havia para dizer. Envio em anexo jornais exemplificativos da APOIAR que podem testemunhar o que digo, aliás têm acesso a todos através do site da APOIAR.

Amor em Tempo de Guerra é um exemplo. Os artigos não assinados são todos meus.

Alguém pergunta:
 – O que fazem as Associações de Ex-Combatentes?

O nome de Ex-Combatentes diz tudo. Não são Combatentes e o General Joaquim Chito Rodrigues tem razão quando diz que não somos Ex-Combatentes mas Combatentes.

Pois, Luís, Carlos e todos os Camaradas, ando desiludido com aquilo que vejo suceder no dia-a-dia. Falam comigo e queixam-se. Estou doente mas luto, sozinho sou um inválido. Faço barulho com razão e…

“Começo a conhecer‑­me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser
e os outros me fizeram,
Ou metade desse intervalo,
por que também há vida…
Sou isso, enfim…
Apague a luz, feche a porta
e deixe de ter barulho de
chinelos no corredor.”


Fernando Pessoa


Há que bater com os chinelos no corredor. E foi a única razão para colocar esse meu ídolo da poesia – o maior poeta do mundo – Fernando Pessoa.

Falando disso muito mal está a nossa literatura. Quem leu, leu… Quem não leu...  Estive na FNAC e existem poucos escritores a serem reeditados tais como José Cardoso Pires e Vergílio Ferreira e mais um ou outro. O Pessoa é favorecido. 

Mas Camilo Castelo Branco; Alves Redol (conheci pessoalmente e escutei muitas histórias que tenho gravadas na memória); Soeiro Pereira Gomes (amigo da personagem de Esteiros, o Gineto que é Joaquim Baptista Pereira); Eça de Queiroz; Branquinho da Fonseca; Urbano Tavares Rodrigues (conheci pessoalmente e até em debates da APOIAR); Aquilino Ribeiro; Manuel da Fonseca; Carlos de Oliveira; José Cardoso Pires, era bom que reeditassem “O Render dos Heróis”, “O Hóspede de Job” e “O Anjo Ancorado”; Domingos Monteiro; Agustina Bessa Luís (não gostava); porque não Albino Forjaz Sampaio; Almada Negreiros; Rómulo de Carvalho; Ary dos Santos; Augusto Abelaira; Cesário Verde; David Mourão Ferreira; Fernando Namora; José Gomes Ferreira (conheci pessoalmente); José Régio; Luís Francisco Rebelo; Luís de Sttau Monteiro; o nosso camarada Padre Mário de Oliveira (tenho os livros do Julgamento Subversão ou Evangelho, que tem a colaboração de um Advogado e O Segundo Julgamento do Padre Mário, escrito com vários Jornalistas); Mário de Sá Carneiro; e por que não Miguel Torga que teve recentes publicações; Romeu Correia (gostei muito); Ruy Belo; Guerra Junqueiro e mais.

Longo este percurso interrompido, nunca mais li um livro,  o último foi na Guiné.

Se quiserem publicar publiquem. Estou farto… Foi escrito sobre o joelho, só parei no poema de Fernando Pessoa e com o bater dos chinelos no corredor.

Despeço-me por hoje e por uns dias, saio daqui a pouco de Lisboa.

Cumprimentos, para todos os camaradas

Mário Vitorino Gaspar

domingo, 28 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14091: Ser solidário (177): Saudação natalícia do presidente da direção nacional da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), comendador José Gaspar Arruda, e bilhete postal comemorativo doss 40 anos da ADFA



Já se encontra à venda nas estações dos correios o bilhete-postal comemorativo do 40º anos da ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas. A data de 23 de novembro de 1974 tem para os deficientes das Forças Armadas um triplo significado: (i) ocupação do palácio da Independência, 1ª sede nacional da ADFA; (ii) 1ª manifestação pública dos Deficientes das Forças Armadas; e (iii) 1ª edição do jornal ELO.

Fonte: Cortesia do sítio da ADFA




Presidente da direção nacional da ADFA deseja Festas Felizes. Foto; Cortesia do sítio da ADFA


1. Com a devida vénia, do sítio da ADFA, notícia de 19-12-2014:

"O Presidente da Direção Nacional da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, comendador José Gaspar Arruda, neste ano tão importante para a nossa Associação, pois está a celebrar o 40º aniversário da sua fundação, com espírito solidário, deseja o todo o povo português em geral e aos deficientes das Forças Armadas em particular, votos de um Natal com generosidade, tolerância, paz, saúde e muita força e empenho para continuarmos a nossa luta pela dignidade de TODOS e em especial pela plena inclusão das pessoas portadoras de deficiência".


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Nota do editor:

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11953: Efemérides (137): 8º aniversário do Monumento aos Antigos Combatentes, Lourinhã, domingo, 25 de agosto de 2013 (AVECO - Associação de Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã)










Notícia do evento na página da AVECO - Associação de Veteranos Combatentes do Oeste.


1. A AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com o NIPC 510 083 617, tem  a sua  sede na Lourinhã,. na Rua dos Bombeiros Voluntários, Edificio do Centro Coordenador de Transportes, Piso 1, Sala 2.

É  uma Instituição Particular de Carácter Cultural e Social. Foi constituida por escritura pública de 16 de Dezembro de 2011. Agrega antigos combatentes (Veteranos) da Guerra Colonial e das Missões de Paz, de todos os Ramos das Forças Armadas;  Requereu a inscrição como pessoa colectiva de utilidade pública.

Objetivos a AVECO: (i)  O apoio social, médico e jurídico, a defesa de direitos e das justas reivindicações de todos os associados, e a obtenção de assistência específica aos ex-Combatentes e seus familiares portadores de deficiência por perturbação pós-stress traumática de guerra (PTSD); (ii) Promoção de actividades lúdicas e culturais para os seus associados e familiares.

De acordo com os seus estatutos, a AVECO "não tem fins lucrativos e é independente de ideologias políticas, étnicas, religiosas e económicas".

A página da AVECO ainda está em contsrução. De entre os seus links de inteeresse,  inclui-se o Blogue   Luís Graça & Camaradas da Guiné, gentileza que agradecemos.


2. Foi nestes termos, que o nosso blogue deu a notícia da inauguração do Monumento, há 8 anos atrás (*)
(..) Em 26 de Junho passado, a Lourinhã, através da autarquia local, prestou a devida homenagem aos seus mortos no Ultramar: vinte ao todo, nove em Angola, seis na Guiné, cinco em Moçambique. Nesse dia foi inaugurado um "monumento aos lourinhanenses mortos na guerra do Ultramar”, obra do arquitecto Augusto Silva e da escultora Andreia Couto.

Fizeram parte da comissão organizadora, entre outros ex-combatentes, os meus amigos e conterrâneos João Delgado, Jaime Bonifácio [Marques da Silva] e José Picão de Oliveira: este último, foi furriel miliciano na zona leste da Guiné, mesmo na ponta nordeste, em Canquelifá, tendo regressado já em Setembro de 1974, enquanto o Jaime foi alferes milicano paraquedista em Angola, sensivelmente na mesma época em que eu fui mobilizado para a Guiné (1969/71).

Vinte mortos (seis dos quais na Guiné, entre 1965 e 1973) foi o contributo da minha terra, o imposto de sangue que os lourinhanenses pagaram na defesa dum império e de um regime em agonia. Registo aqui, porque muito apropriadas, as palavras do presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, José Manuel Custódio, na homenagem aos nossos mortos: "Pior do que uma guerra é fazer de conta que ela nunca existiu, e a guerra de África existiu".

Não estive na cerimónia nem tive conhecimento conhecimento antecipado dela. Sou um lourinhanense da diáspora. Mas leio no jornal da terra, o mesmo de há quarenta anos, o Alvorada, a notícia a dizer que "numa cerimónia simples, a altura da chamada dos mortos em combate foi a mais sentida por todos os presentes" e que as honras militares foram feitas por um pelotão da Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra, e a sua fanfarra. A mesma unidade que quarenta anos antes tinha prestado as honras fúnebres ao meu primo Nogueira, se a memória não me atraiçoa.

Registo ainda a presença do (i) Tenente General Jorge Silvério, um homem do MFA, natural de Ribamar onde tenho inúmeros parentes, do lado da minha visavó paterna (a família Maçarico); do (ii) Patuleia, o meu amigo Patuleia, natural do concelho vizinho do Bombarral, o Manuel Patuleia Mendes, presidente da Associação Portuguesa dos Deficientes das Forças Armadas, ele próprio talvez o mais dramático exemplo do horror, estampado no rosto, do que foi esta guerra para os jovens da nossa geração; e, por fim, do (iii) António Basto, Presidente da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra. (...)

O nosso blogue, na pessoa do seu fundador, foi convidado para estar presente nesta singela cerimónia, que é também uma homenagem a todos os combatentes da guerra colonial.(**)

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Notas do editor:

(*) Vd. I Série, poste de 24 de julho de 2005 > Guiné 63/74 - CXXV: Homenagem aos mortos da minha terra (Lourinhã, 2005)

(**) Último poste da série > 14 de agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11940: Efemérides (136): No próximo dia 1 de Setembro, Monte Real, com o apoio do Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes, vai homenagear os seus Combatentes da Guerra do Ultramar (Joaquim Mexia Alves / Tabanca do Centro)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11718: Freguesia da Atalaia, concelho de Lourinhã, inaugura no Parque dos Moínhos, com vista de mar, um belo monumento aos seus combatentes, que estiveram repartidos por 5 teatros de operações: Angola, Guiné, Moçambique, Índia e Timor


Vídeo (38''): Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Depois da visita ao cemitério e da missa, o cortejo segue em desfile pela rua principal da vila, encabeçado pela  Banda da Associação Musical da Atalaia [AMA] e com a participação de muitos combatentes e população. A freguesia de Atalaia tem cerca de 1900 habitantes (censo de 2011).


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcial do monumento (1)


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcial do monumento (2)


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcial do monumento (3)

Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 >  Inauguração do monumento aos combatentes, no Parque dos Moínhos: A benção do monumento, na presença (da esquerda para a direita) de: (i) secretário da junta de freguesia da Atalaia, Renato Henriques; (ii) presidente da câmara municipal, José Custódio;   (iii) presidente da junta de freguesia da Atalaia, Luís Fernando Fonseca;  e (iv) secretário geral  da Liga dos Combatentes, cor Faustino Alves Lucas Hilário. A base do monumento é, simbolicamente,  um barco.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcail do monumento: militares vindos de Mafra e Carregueira (guarda de honra e terno de clarins da banda do exército)... Ao centro, o ten cor Costa Pereira, presidente do Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes (que integra a delegação da Lourinhã) está atento aos pormenores protocolares.



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes: Autoridades civis e militares, com destaque, na primeira fila, do lado direito, para os autarcas, o presidente da câmara municipal da Lourinhã, José Custódio, e o presidente da junta de freguesia de Atalaia, Luís Fernando Gomes da Fonseca.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (1)



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (2)


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (3): A Associação de Fuzileiros


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (4): A Associação Nacional dos Prisioneiros de Guerra, e a Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste (AVECO), com sede na Lourinhã.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (5): A Associação de Comandos.



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Guarda de honra e aspeto (parcial) da assistência.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Parque dos Moínhos, inauguração do monumento aos combatentes:  Guarda de honra  e aspeto geral da assistência.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Parque dos Moínhos, Inauguração do monumento aos combatentes: Banda da AMA (Associação Musical da Atalaia), dirigida pelo maestro Luís Santos. No Parque dos Moínhos, está também localizada a sua sede (lado direito da foto).


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes:  Aspeto parcial da tribuna com as autoridades civis e militares. Do lado direito, a lápide com os nomes dos combatentes de Angola. O único morto que a freguesia teve, foi em Angola, em combate, a do sold João Cláudio Fernandes, da CSS/BART 400, em 5/7/1963. A família fez-se representar na cerimónia.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Placa com os nomes dos 18 combatentes da Guiné. Todos os camaradas vivos, e disponíveis na data, compareceram à cerimónia, tendo recebido calorosas palmas do público presente.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Parque dos Moínhos, Inauguração do monumento aos combatentes: Terra de moinhos (uma das riquezas patrimonais do concelho da Lourinhã), terra de moleiros, padeiros, pescadores, mariscadores, agricultores... Também foi dia da Festa do Pão do Moínho, este ano na sua 3ª edição.



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: O meu amigo amigo de infância Jaime Bonifácio Marques da Silva, alferes paraquedista em Angola (1970/72), natural do Seixal da Lourinhã, e antigo vereador do pelouro da cultura em Fafe, mais a sua esposa,a Dina, e a Maria Alice Carneiro.  O Jaime, tanto na sua terra natal (Seixal) como na terra da Dina (Fafe), tem um incansaável dinamizador de iniciativas de homenagem aos antigos combantes: este ano em agosto, vai organizar uma homenagem ao seu colega de escola, e vizinho da Areia Branca, o malogrado José Henriques Mateus, desaparecido na Guiné.

Já aqui falámos, por diversas vezes, do trágico (e ainda hoje misterioso) desaparecimento do José Henriques Mateus, soldado da companhia a CVAV 1484. Nascido à beira-mar, na Areia Branca, entre moinhos e dunas de areia, era muito provável que o Mateus soubesse nadar... É por isso muito estranho o seu desaparecimento no Rio Tombar, no sul da Guiné (actual região de Tombali) e sobretudo, uns dias depois, a localização da sua camisa com uma imagem da Nossa Senhora de Fátima, uma nota de 50 pesos e a sua identificação... Essa estranha e trágica história já foi contada, em 2007, pelo seu e nosso camarada de companhia, o ex-fur mil, Benito Neves, bancário reformado, natural de Abrantes.


1. Foi um dia de festa para a vila e freguesia da Atalaia, concelho de Lourinhã: ontem, domingo,  16 de junho de 2013, foi finalmente inaugurado, da parte da manhã, com toda a dignidade, cívica e militar,  e elevada participação popular,  o monumento aos combatentes  da freguesia de Atalaia, que passaram por 5 teatros de operações, entre 1961 e 1975: Angola, Guiné, Moçambique, Índia e Timor.  (Segundo dados não confirmados, o seu número ascenderia a um centena).

O monumento, localizado no Parque dos Moínhos, com uma bela vista sobre a oceano Atlãntico, o Cabo Carvoeiro e as Berlengas, enche de orgulho as gentes da terra e os seus combatentes da guerra colonial. Era um projeto acarinhado pelo executivo da junta de freguesia local, há vários anos (três mandatos, segundo informação do presidente, Luís Fernando Gomes da Fonseca), e finalmente concretizado com o entusiástico apoio dos combatentes e população locais.

Além da Liga dos  Combatentes e do Núcleo de Combatentes de Torres Vedras (que é presidida pelo ten cor ref C. Pereira), a cerimónia contou com a presença de numeroso povo e de diversas associações de veteranos.

Foi abrilhantada por uma guarda de honra da EPI (Escola Prática de Infantaria, de Mafra) e por um terno de clarins da Banda do Exército (Carregueira), além da banda da AMA (Associação Musical da Atalaia).

Estão de parabéns a junta de freguesia da Atalaia (nas pessoas do seu dinâmico presidente, Luís Fernando Gomes da Fonseca, e do seu jovem secretário, Renato Henriques), o laborioso povo da Atalaia (com fortes ligações históricas ao mar e à terra) e a sua comissão de festas de 2011 (que angariou uma boa parte dos 10 mil euros que, segundo fontes não oficiais, terá custado o monumento e o arranjo urbanístico), bem como como a câmara municipal da Lourinhã. Está também de parabéns o Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes (que integra a delegação da Lourinhã), e que tem dado um grande apoio aos combatentes deste concelho e às suas iniciativas.

A comissão organizadora obsequiou depois as centenas de convidados (combatentes, autoridades militares, civis, religiosas e representantes associativos) com um simpático almoço no pavilhão multiusos da terra, que foi também um excecional convívio para os combatentes da Atalaia e convidados.

Foi também uma ocasião para eu confraternizar com inúmeros amigos e camaradas, vários dos quais falaram com apreço do nosso blogue. Tive também o prazer de estar com o meu amigo de infância Jaime Bonifácio Marques da Silva, alferes paraquedista em Angola (1970/72), natural do Seixal da Lourinhã [, vd. última foto de cima, acompanhado da esposa Dina e da Alice Carneiro), bem como com antigos prisioneiros na Índia, como o Luís Filipe Maçarico  (meu primo, de Ribamar) e o Joaquim Isidoro dos Santos (, meu amigo, da Atalaia).

O secretário da junta de freguesia, Renato Henriques,   ficou de enviar, por email, o discurso que leu na ocasião.

Vídeo e fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10379: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (9): associações de militares e ex-militares, procuram-se (Valdemar Reis, doutorando em Ciência Política pela NOVA)








Lista (simplificada) das 123 associações militares, inventariadas pelo investigador Valdemar Reis. (Clicar nas imagens para ampliar)


1. Mensagem de Valdemar Reis, com data de 5 de julho pp.:

Exmº Sr.
Dr. Luís Graça

Tomo a liberdade de o incomodar com a seguinte questão:

Encontro-me a frequentar o curso de doutoramento em Ciência Política, na FSCH  [Faculdade Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa] (Aluno nº3949 ) e necessito de recolher um conjunto de dados sobre as associações de militares e ex-militares, a fim de as poder caracterizar sob vários pontos de vista, nomeadamente o institucional.

Da recolha já efectuada através da Net, consegui obter alguns elementos muito úteis para os meus objectivos. No entanto, há um conjunto significativo de associações, sobre as quais não consigo qualquer informação.

Pergunto-lhe se me podia ajudar a identificar a situação dessas mesmas associações. Caso esteja de acordo, enviar-lhe-ia a lista, bem como as variáveis que pretendo trabalhar.

Agradeço a atenção dispensada e reitero  o pedido de desculpa pela maçada.
Valdemar Reis


2. Resposta de L.G.,com data de 13 de julho:

Valdemar: Posso fazer a um apelo ás centenas, milhares, de ex-combatentes que nos leem... Mande a lista... Saudações académicas. LG


3. Resposta do doutorando Valdemar Reis, em 16 de julho:

Boa tarde, Dr. Luís Graça

Obrigado pela sua resposta. Junto envio o mapa das associações militares que já consegui recensear, que inclui alguma informação recolhida na Net.

De acordo com a informação disponível, distribuí as associações por três níveis: a) formal; b) semi-formal e c) informal.

No primeiro caso incluem-se as associações legalmente constituídas: CAE [, código de atividade económica]; estatutos publicados; órgãos dirigentes eleitos e publicitação das decisões (actas).

No segundo caso incluem-se aquelas de que apenas se conhece o CAE. Por fim, no terceiro caso, incluem-se aquelas de que não se dispõe de nenhuma destas informações.

Nesta altura não disponho do ano de fundação de um número significativo de associações que, em princípio, se encontrarão no nível c), dificuldade que não consigo ultrapassar com o recurso apenas à Net.
Agradeço a atenção dispensada e retribuo as saudações académicas.

Valdemar Reis

4. Pedido aos leitores do blogue, incluindo todos os membros (registados) da Tabanca Grande (n=577):

Amigos e camaradas: 

É possível dar uma ajuda a este investigador português, Valdemar Reis,  doutorando em Ciência Política pela minha universidade, a NOVA, respondendo a algumas das nas suas necessidades de informação ?

Indiquem por favor o nome de associações (de militares ou de ex-militares) de que façam parte (ou tenham feito parte) ou que conheçam,  ano de fundação, código de atividade económica (CAE: por ex., 94995), sede (concelho/distrito), data de publicação dos estatutos, contactos (nº telefone, email), página na WEB ou no Facebook, situação atual (com ou sem atividade ou sem atividade)... E outras informações que acharem úteis.

Contacto do Valdemar Reis: clicar aqui. Podem também enviar-nos cópia do mail para a caixa de correio do nosso blogue. Ou deixar as vossas informações na caixa de comentários. Os ex-combatentes são homens (e algumas mulheres, as enfermeiras paraquedistas) que valorizam e apoiam a investigação feita pelos nossos jovens sobre a instituição militar, os combatentes e ex-combatentes, as guerras do séc. XX, a nossa história recente, a nossa presença em África e no resto do mundo... Para que Portugal não morra, pelo menos,  de amnésia! (LG)
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10318: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (8): Porto de Bissau: ponte-cais... (Luís Calafate, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4222: Agenda Cultural (7): Os Traumas da Guerra Colonial, Museu de Arte Sacra e Etnologia, Fátima, 24/4/09 (J. Mexia Alves)

1. Mensagem do nosso camarada J. Mexia Alves, com data de 20 de Abril de 2009, reencaminhando uma mensagem do Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima:

Meus caros camarigos

Para conhecimento da Tabanca, se assim acharem de bem.

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves





2. De: Museu de Arte Sacra e Etnologia
Data: 20/04/2009

Exmos(as). Senhores(as),

“Os Traumas da Guerra Colonial” é o tema da próxima tertúlia no Museu a realizar-se no próximo dia 24 de Abril, sexta-feira, pelas 21h00, no MASE -Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima.

Foram convidados especiais para esta tertúlia o médico psiquiatra Afonso de Albuquerque e o Armindo Roque da Associação APOIAR.

Esta tertúlia irá ter também a participação de quatro alunos do Centro de Estudos de Fátima que elaboraram o projecto ”Heróis esquecidos”.

“Tertúlias no Museu” resulta de uma parceria entre o Museu de Arte Sacra e Etnologia dos Missionários da Consolata e a Junta de Freguesia de Fátima, visando desenvolver mecanismos culturais para a comunidade local. A entrada é livre.

Sexta-feira dia 24 de Abril – 21h00

Museu de Arte Sacra e Etnologia
Instituto Missionário da Consolata
Rua Francisco Marto, 52 Apt. 5
2496-908 – FÁTIMA
Tel 249 539 470
Fax 249 539 479

E-mail: museuartesacra@consolata.pt
Blog: Museu de Arte Sacra e Etnologia
Sítio Instituto Missionário da Consolaado IMC: /
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Nota de CV:

Vd. último poste de 15 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4191: Agenda Cultural (7): 2º Ciclo de Conferências 'Memórias Literárias da Guerra Colonial', Espaço Grandella, Lisboa (José Martins)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3900: Expedição Humanitária 2009 (1): Já se fez à estrada a expedição da Humanitarius, com o J. Almeida, o A. Camilo e outros

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > 1 de Março de 2008 > O António Camilo, empresário, algarvio, natural de Lagoa, na morança que construiu, no Clube de Caça do Saltinho, na margem direita do mítico e sempre deslumbrante Rio Corubal. Ei-lo aqui à porta de casa, e com seu/nosso amigo Carlos Silva (em primeiro plano). Pelo li, o Camilo volta este ano (2009) à Guiné, na sua 8ª expedição. O ano passado encontrámo-nos por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje (1-7 de Março de 2008).

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1.
Todos os anos por esta altura, há grupos de antigos combatentes portugueses, que passaram pela Guiné, no tempo da guerra colonial (1963/74), que lá regressam, de jipe ou de avião, levando amizade, saudade e ajuda humanitária. Este ano identificámos quatro núcleos organizadores:


(i) um núcleo algarvio, que teve (e ainda tem como referência) o nome do António Camilo, ex-Fur Mil da CCAÇ 1565 (1966/68); a expedição deste ano é organizada pela Humanitarius, uma associação de apoio social internacional, recém criada, dirigida por João Almeida (que julgo não ter sido combatente), e que tem a sede em Portimão; a equipa da Expedição 2009 é composta por João Almeida, Helena Duarte, Vanda Germano, André Cadete e Jorge Baptista, e tem como "colaborador no terreno: António Camilo Baptista"; já partiu de Portimão em 10 de Fevereiro último;



Página principal do sítio da Ajuda Amiga – Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento, com sede na Rua do Alecrim, 8, 1º Dto, 2770 - 007 Paço de Arcos.

(ii) Há um núcleo lisboeta, à volta da ONGD Ajuda Amiga, representada pelos nossos camaradas Carlos Fortunato, consultor informático, ex-Fur Mil da CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71) e Carlos Silva, advogado, ex-Fur Mil da CCAÇ 2548 / BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71); esta pequena equipa deve chegar de avião a Bissau, em 25 de Fevereiro de 2009. Vd. poste de 9 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3860: Ser solidário (27): Mais de 320 caixas da Ajuda Amiga seguiram ontem para Bissau em contentor da Portline


Página da Associação Humanitária Memórias e Gentes, que vai organizar este ano mais uma Expedição Humanitária à Guiné-Bissau. (iii) um núcleo coimbrão, à volta da Associação Memória e Gentes, de que é presidente, ou melhor, a alma, o José Moreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 1565 (1966/68) Vd. postes de: 22 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2671: Ser solidário (8): O regresso da expedição humanitária a Bissau (Diário de Coimbra)

9 de Novembro de 2008 > > Guiné 63/74 - P3428: Ser solidário (24): Em marcha a expedição de ajuda humanitária de 2009 (José Moreira / Pepito / Carlos Silva / Xico Allen)


Vd. poste de 20 de Novembro de 2008 >Guiné 63/74 - P3489: Blogues da nossa blogosfera (4): Nasceu o bloguinho, o blogue da Tabanca de Matosinhos (Álvaro Basto)

(iv) e, por fim, um núcleo nortenho, à volta da Tabanca de Matosinhos, de que é justo destacar o nome do Xico Allen (na foto à esquerda: Guileje, 1 de Março de 2008) que, com o António Camilo e o José Moreira, são de facto os três históricos das viagens por terra à Guiné (seja em turismo de saudade seja em expedições humanitárias). Este ano vão à Guiné, por terra, devendo juntar-se à Expedição de Coimbra, uma dúzia de camaradas ligados, de uma maneira ou de outra, à Tabanca de Matosinhos e ao nosso blogue. Ainda não tenho a lista completa, mas de entre eles destaco, além do chefe, Xico Allen, o António Pimentel, o João Rocha, o José Manuel Lopes, o António Carvalho e o Nina (estes três últimos , pela primeira vez, e tendo feito parte da CART 6250, Mampatá, 1972/74).


  2. II Expedição Algarve-Guiné: já se fez à estrada a 10 de Fevereiro de 2009 

  Notícia extraída, com a devida vénia, do Barlavento - Semanário Regional do Algarve , 10 de Fevereiro de 2009 / Texto: ana sofia varela / Foto: armindo vicente (Na foto, à esquerda: Helena Duarte, João Almeida, Jorge Baptista e André Cadete. Na foto só falta António Camilo"). 

(...) "A Associação Humanitarius, constituída por um grupo de algarvios que, no ano passado, organizou uma expedição à Guiné-Bissau, em África, volta a enfrentar os [cerca de cinco] mil quilómetros que separam Portugal daquele país, para ajudar as populações com diversos projectos sociais. 

"Na bagagem levam 43 toneladas de donativos em material escolar, roupas, equipamento médico, calçado e brinquedos, para a cidade de Buba, na Guiné-Bissau. (...) A missão do grupo algarvio é requalificar o centro de saúde pública de Buba, acabar um pavilhão escolar naquela cidade, apadrinhar uma escola em Bambadinca, bem como criar uma biblioteca e videoteca num dos espaços comunitários. 

"Mas, para que a concretização dos projectos «Saúde Alerta» e «Escola para Todos» seja uma realidade em Buba, muita da ajuda que a Humanitarius leva partiu da solidariedade de quem cá fica. Cidadãos anónimos, muitos alunos de diversas escolas portuguesas, empresários e autarquias contribuíram com os donativos. "Por isso, esta terça-feira [, dia 10 de Fevereiro,] , data da partida da II Expedição Algarve-Guiné por via terrestre, os expedicionários ainda tiveram tempo de passar em Portimão, Lagos, Lagoa e Albufeira, em paragens de cortesia para com as autarquias algarvias apoiantes. Por via aérea, seguirão depois dois técnicos da equipa, enquanto por via marítima já seguiu o contentor com os donativos, no fim-de-semana passado. 

3. Comentário de L.G.: 

 Saúdo todos os ex-combatentes que neste mês se delocam à Guiné, em turismo de saudade ou integrados em expedições humanitárais. Um abraço ao António Camilo, o primeiro a partir (com a equipa da Humanitarius): tive o prazer de conhecer pessoalmente, o ano passado na Guiné-Bissau, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje, 1-7 de Março de 2008; estive inclusive com ele no Saltinho onde tem uma morança de fazer inveja a qualquer turista, no Clube de Caça, na margem direita do Rio Corubal, junto à ponte do Saltinho).

Esse abraço é também extensivo ao João Almeida, coordenador da Humanitarius, e restantes companheiros desta aventura solidária. Bons ventos os levem e bons ventos os tragam. O nosso blogue fica disponível para divulgar as notícias e as fotos que nos queiram enviar. (LG).