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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17787: Memória dos lugares (363): tabanca de Portugal, onde vivia em 1947 o régulo Bacar Dikel, e que ficava a sudoeste do Xitole, na margem esquerda do Rio Corubal. É referida pelo repórter do "Diário de Lisboa", na sua crónica de 25/2/1947.


Guiné Portuguesa > Região de Quínara > Mapa do Xitole (1955) > Escala 1/25 mil >Posição relativa da tabanca de Portugal, na margem esquerda do Rio Rorubal, a sudoeste do Xitole. Era uma tabanca abandonada no tempo da guerra, mas referida na reportagem de Norberto Lopes, no "Diário de Lisboa", em 25/2/1947. Não confundir com a tabanca de Lisboa, a escassos 3 km de Buba, visitada e citada pelo nosso camarada José Ferreira.

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017).




Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > Tabanca de Lisboa > 2005 > O Zé Teixeira com o chefe da tabanca e a sua lindíssima filha. A tabanca de Lisboa, a 5 Km de Buba, era um antigo centro de treino do IN, de nome Sare Tuto... Aqui ainda vivem vários antigos combatentes do PAIGC... Sadiu Camará, antigo paraquedista, casou aqui com uma guerrilheira... Foi ele que mudou o nome da aldeia e ajudou a população como caçador... Uma história com final (quase) feliz. A seguir à independência esteve preso e, algumas vezes,  esteve prestes a ser executado sumariamente... (LG)

Foto (e legenda): © José Teixeira (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.  Nas suas andanças pela Guiné, em janeiro/fevereiro de 1947, o jornalista do “Diário de Lisboa”, Norberto Lopes, transmontano, admirador da obra e da política de outro transmontano, o governador geral Sarmento Rodrigues, veio de Bolama até Bafatá, passando por São João, Fulacunda, Buba, Xitole, Bambadinca… Na margem esquerda do Rio Corubal, ficava a tabanca de Portugal. 


Na viagem até ao Xitole,  o repórter, vindo de Buba,  vai acompanhado pelo chefe de posto e pelo régulo dos fulas do Forreá, Baró Baldé “cujo regulado tem a sede em Missirá [entre Buba e Mampátá, abandonada no tempo da guerra] e que foi “um dos mais valiosos auxiliares indígenas na última guerra de Canhabaque [, nos Bijagós, em 1936]".

 Descreve esta região de Quínara, o setor de Buba que ia té à margem esquerda do Corubal, como “desertificada”, abandonada pelos fulas devido, ao que parece, à “doença do sono” que dizimava o seu gado, mas também à queda brutal dos preços da borracha que eles extraíam da “hévea”, planta expontânea na Guiné.

Sede do pequeno reino do régulo Bacar Dikel, era a tabanca de Portugal que ficava a caminho do Corubal. O repórter faz a cambança do rio em canoa,  já que a ponte de 1937, a ponte general (mais tarde,  marechal) Carmona, estava em ruínas. Do outro lado esperava-o uma carrrinha que o levará até Bafatá, via Bambadinca.

"No caminho para o Chitole (sic), fica a tabanca de Portugal, escondida na espessura do mato onde o régulo Bacar Dikel, mau grado as dissidências que perturbam a 'reinança' , acaba tranquilamente os seus dias".

Algum camarada ou amigo ouvira já falar desta tabanca e deste régulo, Bacar Dikel ?  Seria biafada ou fula ? E a que "dissidências" se queria referir o repórter do "Diário de Lisboa" ?

Não confundir esta tabanca com a de Lisboa (, antiga Sare Tuto) que fica a leste de Buba. Depois da independência, o chefe da tabanca passou a ser, por imposição da população, um antigo paraquedista guineense do BCP 12, o Sadiu Camará. (**)

___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 21 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17785: Historiografia da presença portuguesa em África (92): quando a Guiné do tempo de Sarmento Rodrigues tinha uma "boa imprensa": Norberto Lopes, o grande repórter da "terra ardente"

(**) Último poste da série > 1 de julhio de 2017 > Guiné 61/74 - P17531: Memória dos lugares (362): A vibração dos espectros: Uma semana depois da calamidade, o regresso a Pedrógão Grande (Mário Beja Santos)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11910: (Ex)citações (224): Da caça, da guerra, dos copos e das nossas peripécias do dia a dia... (David Guimarães, ex-fur mil minas e armadilhas, CART 2716, Xitole, 1970/72)

1. Mensagem do David Guimarães, com data de 4 do corrente,  a propósito do poste P11903


Pois é,  Luís e mais amigos (e camaradas)... Tudo isto se passava no nosso tempo, na Guiné, e das pequenas histórias se fez a nossa história de guerra...

Estes ambientes onde todos andámos, os que lá estivemos, tinham destas coisas como a que contei. Aliás eram peripécias que no dia a dia aconteciam, umas mais giras outro menos, umas mais ou menos graciosas e outras nem tanto... A guerra, enfim, era um facto, parece que disso ninguém tem dúvidas. 

O pano de fundo de todo o combatente era a guerra, num local muito difícil de viver, a Guiné, território tão pequenino em que ela, a guerra,  se ouvia em toda a parte: quer dizer, e posso exagerar um pedaço mas não muito, sei que os obuses de Aldeia Formosa eram ouvidos bem longe, e inclusive os bombardeamentos de aviões em  zonas de intervenção do Com Chefe seriam ouvidos em toda (ou quase toda) a Guiné... 

A realidade eram as pequeninas coisas. Quando comecei a escrever neste blogue, e faz uns anitos [, em 2005,], nunca pensei em discutir em quem tinha ou não razão na guerra, Nunca vi senão operações por norma bem sucedidas, fora aquelas que o não eram e, enfim, passava-se à frente dos escritos. 

Assim leio agora reacções inflamadas,  que nós fizemos isto e aquilo, a força era esta e aquela... Fazia-se a operação tal em que se tomava conta da tabanca X do inimigo, incendiava-se e fazia-se um ronco... Depois voltava-se ao quartel e a ocupação não era feita... E Satecuta, Ponta do Inglês, disto e daquilo [, no setor L1,] ,  sempre pertenceram à tropa IN...

Também tomei boa nota de uma coisa, e muito entendem,  outros não... Sei, e por testemunhos de nossos caros camaradas,  que Mansambo, por exemplo, foi muito atacado quando se fazia a estrada para o Xitole. São testemunhos que existem aqui e são verdadeiros. No meu tempo, 1970/72,  quem me dera ter estado em Mansambo [, onde estava a CART 2714]. Quirafo, no meu tempo,  nunca aconteceu, aconteceu mal eu parti  (e parece que houve razões que facilitaram). O Xitole no meu tempo foi flagelado muitas vezes,  parece que a seguir não.... Será que temos explicações para isso ? Talvez que sim, mas isso pertence à história, só que continua mal contada e só passa a testemunho histórico passados 100 ou 200 anos. 

Porque é que a ponte Marechal Carmona estava partida? Bem,  existiam na altura três explicações: ou teriam sido eles, ou nós ou então foi um colapso da ponte. Como não interessava ao IN nem a nós dar cabo daquela via de comunicação essencial,  tanto para uns como para outros,  inclino-me para que tivesse sido um colapso. Mas que interessa isso ?  O facto é que ela estava
interrompida e está e pronto... 

Mas na vida fora de guerra também aconteciam peripécias como a caça às lebres em Cambesse, nos campos de mancarra e pela noite. Ou o  dia em que coloquei o comandante de pé a fazer a continência a um arrear de bandeira... Ou ainda o  episódio de eu e do Branquinho (António, do Pel Caç Nat 63, irmão do Alberto) a passear na zona atrás da pensão Chantra, em Bissau,  ambos à civil,  a chamarem-nos de furriéis... Que coisa, nós nem dali éramos, então sabiam quem nós éramos... 

Outra: A vez em que andava eu já com cerveja a mais na cabeça, no Xitole, debaixo de uma grande trovoada e deu um trovão maior . Os camaradas pararam e disseram: porra que isto não é trovoada! Disse eu:  vocês são malucos,  já estão com medo dos trovões... 

Pois é,  eles tinham razão: uma faisca caiu junto a um poste de iluminação onde havia o fio condutor ligado ao "explosor" e foi rebentar um fornilho feito logo a seguir ao arame farpado para o lado da pista de helicópteros... E tinha sido mesmo, que grande buraco!... E, afinal,  a azelhice tinha sido minha: coloquei um fio subterrâneo debaixo de um poste elétrico!

Tudo isto são peripécias... giras da guerra, mesmo que avulsas, sem individualizar. E  creio que são coisas que caem bem num blogue como o nosso... 

Estas são as centenas de peripécias que guardo em mente e retenho. Claro que os episódios de guerra foram evidentes mas que nunca sejam ficcionados e haja rigor e conte-se um pedaço de cada asneirita que íamos fazendo. 

Foi no meu tempo e teu,  Luis,  que o Furriel Henriques (tu mesmo) chamou assassino de guerra ao 2º Comandante [do BART 2917] depois daquela operação maldita que conheces,,, Viste,  correste um risco mas ao menos disseste o nome próprio do major.... Gostei de ver novamente essa a história que contei há uns anos  e que ainda não consigo nem retirar uma virgula, Foi mesmo assim...

Um abraço,  e ainda gostava de saber o que me levou um dia, no fim da comissão,  até á ponte do Geba em Bafatá onde eu estava de serviço... Acordei pelas três da manhã e um soltado disse-me: "Furriel, está melhor ?"... Que grande bebedeira eu tinha apanhado na cidade...

David Guimarães



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Subsetor de Xitole > Carta de Xitole (1955) (Escala 1/50 mil) > posição relativa de Xitole e de Cambesse (ou Cambéssé), na estrada que conduzia ao Saltinho. Em Cambesse havia um cruzamento para os rápidos do Cusselinta (zona paradisíaca do Rio Corubal, interdita em tempo de guerra... Cusselinta e não "Cussilinta"...).

Infografia: Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné (2013)
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Nota do editor:

Último poste da série > 8 dce julho de 20l3 > Guiné 63/74 - P11817: (Ex)citações (223): As lágrimas amargas do brig António de Spínola e do cor Hélio Felgas... "Presenciei-as no fim da Op Lança Afiada"... (António Azevedo Rodrigues, ex-1º cabo, Cmd Agrup 2957, Bafatá, 1968/70)... Ou não terá sido antes, na sequência do desastre do Rio Corubal, em Cheche, na retirada de Madina do Boé, em 6/2/1969 (Op Mabecos Bravios) ? No dia seguinte, Spínola deslocou-se a Nova Lamego, onde falou, às 12h00, aos sobreviventes da Op Mabecos Bravios...

domingo, 8 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5237: Memória dos lugares (53): Rio Corubal: As três pontes... (C. Silva / P. Santiago / M. Dias / Luís Graça)

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 3 de Março de 2008 > Saltinho, na Estrada Bissau - Mansoa - Bambadinca-Saltinho - Quebo - Gandembel - Guileje > Seminário Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) (*) > No regresso de visita a Guileje e Cantanhez > A antiga Ponte Craveiro Lopes, em cimento armado, inaugurada em 1955.

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 3 de Março de 2008 > O rio Corubal, a jusante da ponte do Saltinho, formando um belíssimo espelho de água, rodeado de margens ainda luxuruiantes, como no tempo da guerra colonial. (No meu tempo, em 1969, o Saltinho passou a ser reabastecido através da estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole-Saltinho, depois de reaberto o troço entre Mansambo e Xitole).

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 3 de Março de 2008 > A margem esquerda do Rio Corubal vista da antiga ponte Craveiro Lopes, no Saltinho. Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > 3 de Março de 2008 > A margem direita do Rio Corubal vista da antiga ponte Craveiro Lopes.

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > 3 de Março de 2008 > Praia fluvial, na margem direita do Rio Corubal vista da antiga ponte Craveiro Lopes. A 100 metros, erguia-se o antigo aquartelamento do Saltinho, onde esteve entre outros o nosso camarada Paulo Santiago, comandante do Pel Caç Nat 53, adido à CCAÇ 2701, na época de 1970/72.

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Ponte Craveiro Lopes > 3 de Março de 2008 > Assinalada, a vermelho, a antiga "passagem submersível do Saltinho" (**)

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados


Guiné > Zona Leste > Saltinho > 1970 > Vista áerea do aquartelamento do Saltinho, vendo-se a ponte Craveiro Lopes e a montante, do lado direito, a famosa "ponte submersível" ou "passagem submersível do Saltinho". Foto tirada antes do início da construção do reordenamento de Contabane, na outra margem do rio Corubal. Segundo o nosso camarada Paulo Santiago, que aqui esteve a comandar o Pel Caç Nat 53 (170/72), a construção do Reordenamento de Contabane começou em Dezembro de 1970 (obras orientadas pelo Alf Mil Valentim Oliveira,comandante do 4º Pelotão da CCAÇ 2701, e supervisioandas pelo Major Azeredo, de Bissau) (***).

Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados


Guiné > Zona Leste > Saltinho > CCAÇ 2710 / Pel Caç Na 53 > 1970 > Aquartelamento do Saltinho. Ao fundo, no rio, assinalada com seta a vermelho a "passagem submergível do Saltinho".

Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados


Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > 1972 > Vista aérea do Rio Corubal, da ponte Craveiro Lopes , e 4 arcos (, construída em cimento armado e inaugurada em 1955), e do aquartelamento do Saltinho (na margem direita, instalações hoje transformadas em unidade hoteleira)... A montante da ponte, pode-se ver restos da "passagem submersível", em uso até 1955 (seta a amarelo), e de que nos fala o Mário Dias (**).

Foto: © Álvaro Basto (2007). Direitos reservados

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 3 de Março de 2008 > Saltinho > Seminário Internacionalde Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > No regresso de visita a Guileje e Cantanhez > Lavadeiras do Rio Corubal, a montante da antiga Ponte Craveiro Lopes... Assinalada com seta a vermelho, restos do troço da famosa "passagem submergível do Saltinho".

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sector de Xitole > 1o de Março de 2009 > O nosso camarada Carlos Silva, na sua última viagem à Guiné, andou no encalce desta "jóia arquitectónica", a antiga Ponte Carmona (***)... Com um guia local, de catana na mão, a abrir caminho, num antiga picada que ia do Xitole até à ponte (assinalada, de resto, no mapa do Xitole)... O Carlos ficou fascinado com a beleza desta obra de engenharia...

Recorde-se que o Carlos Silva, hoje advogado e dirigente da Ajuda Amiga, foi Fur Mil da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, 1969/71. (Vd. a sua página, Guerra da Guiné 63/74, por Carlos Silva > 68/70 CART 2413 Xitole. Pelas suas, esta ponte encurtava a distância entre o Xitole e Buba, "talvez uns 50 kms").

A antiga Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, a sul do Xitole, é de construção anterior à Ponte Craveiro Lopes, no Saltinho, a montante... Pela concepção de engenharia e tipo de materiais usados - arco romano, pedra talhada, balaustradas, etc. - esta ponte parece ser bastante anterior à Craveiro Lopes (mais moderna, com utilização de cimento armado)... É capaz de ser de final dos anos 30, possivelmente inaugurada em 1939, pro ocasião da visita do Carmona (Vd. Memórias de África).

Por outro lado, recorde-se que António Óscar de Fragoso Carmona (1869-1951) foi presidente da República Portuguesa, durante a Ditadura Militar e Estado Novo, desde 1926 a 1951 (ano da sua morte, sucedendo-lhe Craveiro Lopes).

Se não estou em erro, o Presidente Carmona visitou a Guiné (e a África Ocidental Francesa) em 1939 no seu périplo por África. É o primeiro presidente da República Portuguesa a visitar as possessões ultramarinas (incluindo Angola). Em 1955, seria Craveiro Lopes a repetir essa visita presidencial e, mais tarde, já em plena guerra colonial, Américo Tomás, em 1968. (Salazar, como é sabido, nunca poria os pés em África). Por outro lado, a Guiné vai beneficiar do I Plano de Fomento, no início da década de 1950: muitas das obras públicas (incluindo infra-estruturas de comunicações e transportes) datam desse tempo.

Foto: © Carlos Silva (2009). Direitos reservados.

Angola > Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Zambeze, em Cazombo. Foi inaugurada em 1932 (É uma obra de engenharia típica dos anos 20).

Fonte: CCAÇ 115 (Angola, Maio de 1961/Julho de 1063) (Com a devida vénia ao webmaster, NOCA).


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Sector de Xitole > 10 de Março de 2009 > A antiga Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, de há muito em ruínas... Já não era usada no tempo da guerra colonial... O primeiro camarada nosso a falar dela foi o David Guimarães que a revisitoiu em 2001. Para ter o nome do Marechal Carmona, deve ter sido inaugurada antes da sua morte, ou seja, anteriormente a 1951... Por razões técnicas ou outras, um segmento da ponte ruiu, inviabilizando a sua utilização.

Foto: © Carlos Silva (2009). Direitos reservados.

Guiné-Bissau <> Sector de Xitole > A antiga Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, a sul do Xitole, em ruínas.

No mapa do Xitole (Serviços Cartográficos do Exército, 1956), a "ponte em ruínas" vem devidamente sinalizada, no Rio Corubal, a cerca de 4,5 km, a sul do Xitole, entre os ilhéus Saido (jusante) e os rápidos de Cusselinta (a montante)...

Foto: © Carlos Silva (2009). Direitos reservados.

Guiné- Bissau > Região de Bafatá > Sector de Xitole > 10 de Março de 2009 > Vista, da margem direita (lado do Xitole), da antiga Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, a montante do Xitole (cerca de 5 km a sul). Segundo o Carlos Silva, a ponte terá ficado inacabada por razões de deficiência na concepção ou construção ou então umas ou mais das secções terá ruído, possivelmente na sequência de uma cheia no rio... A vermelho assinala-se o segmento da ponte que caíu ou nunca chegou a ficar concluído, junto à margem esquerda.

Foto: © Carlos Silva (2009). Direitos reservados.

"Xitole 28- o que resta da Ponte Marechal Carmona"... Janeiro de 2006 > Foto de Rui, participante da Expedição Humanitária Portugal/Guiné-Bissau 2007, organizada pela Associação Humanitária Memórias e Gentes. Fonte: Rui's Public Gallery > Picasa Web Albuns > Xitole (Com a devida vénia...)


1. Resposta do Mário Dias (Srgt Comando Ref, Brá, 1963/66), à minha pergunta sobre a loocalização da ponte submersível do Saltinho do teu tempo (anterior à ponte Craveiro Lopes, inaugurada em 1955):

Caro Luís:

Tanto quanto sei e me recordo, a tal "ponte submersível", que na realidade era conhecida por "passagem submersível do Saltinho" (**), pois não era na realidade uma ponte mas sim uma espécie de dique que na época da maior caudal ficava submerso, situa-se um pouco a montante da ponte Craveiro Lopes, construída já em meados da década de 50 precisamente para manter a travessia do Corubal transitável durante todo o ano. A sua localização encontra-se na carta militar 1/50.000, folha de Contabane.

O David Guimarães é um "sortudo" pois conheceu a tal ponte Carmona cuja existência eu desconhecia (**). Quando fui para a Guiné, no início dos anos 50, já a travessia do rio já se fazia pela passagem submersível que, suponho, foi construída precisamente por a anteriormente existente (Carmona) ter ruído. O motivo do colapso deve ter sido por causas naturais. Não sei pois nunca ouvi ninguém falar sobre o assunto.

Um grande abraço para todos os moradores da tabanca.

Mário Dias

Guiné > Mapa de Contabane > Pormenor Aparece, a tracejado, a jusante da nova ponte do Saltinho, uma linha curva, a tracejado, que também pode ser uma "passagem submergível" como um dique... A "passagem submergível de Saltinho" era a monante (e não a jusante) da ponte Craveiro Lopes. Terá sido erro dos serviços cartográficos ?

(O Mapa de Contabane é resultante do levantamento efectuado em 1959 pela missão geo-hidrográfica da Guiné – Comandante e oficiais do N.H. Pedro Nunes A fotografia aérea é da aviação naval (Abril de 1956. Restituição dos Serviços Cartográficos do Exército. Fotolitografia e impressão: Litografia de Portugal, Lisboa, 1962. A edição é do da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, do antigo Ministério do Ultramar, s/d. Digitalização efectuada na Rank Xerox, 2006. Cortesia do nosso camarada e amigo Humberto Reis).

2. Mensagem do Paulo Santiago, com data de 8/11/2009:

Estava para te enviar um mail sobre as pontes. Quando estive no Saltinho (***) havia duas pontes, uma, a conhecida Craveiro Lopes, que ainda lá se encontra, outra, ligeiramente a montante, chamada de submersível, como bem diz o Mário Dias.

Actualmente esta ponte submersível (na época das chuvas) desapareceu, havendo uns ténuos vestígios. Na foto em anexo, já publicada no blogue, vê-se em fundo a tal ponte que só aparecia na época seca.

Abraço
P. Santiago


3. Mensagem do Carlos Silva, com data de ontem:

Luís

Como sabes, sobre o Saltinho e sobre a Ponte Craveiro Lopes, visitada pelo então General durante a Construção em 1955, tenho dezenas de fotos.

Não sei se a Ponte Carmona no Xitole, foi iniciada antes da Ponte do Saltinho. Em que te baseias para produzir tal afirmação?

Quanto à ponte submersível que o ex-Fur Carvalheira da CCArt 2413 me falou em 2007 e os locais também me falaram e creio que até estive à entrada dela, tenho em casa um livro antigo que ainda não li e que fala dessa ponte.

Mas a minha cabeça, por enquanto anda muito baralhada e não me recordo qual é o livro, porque sobre a Guiné tenho mais de 200 e talvez mais de 50 para ler. Mas foi uma aquisição recente num alfarrabista. Tenho de ver.

Sobre a Ponte Alf Nunes vou ver se retomo o trabalho, pelo menos já descobri quem foi o Alf José Nunes e presumo o porquê de lhe ter sido dado o nome à ponte, ´pois faleceu durante um massacre junto daquele local ou no Caheu, mas estou com dúvidas na interpretação que faço.

É um Trabalho que estou a fazer em conjunto com o Jorge Picado. Mas o tempo não dá para tudo.

Quanto à Ponte Carmona, como sabes foi uma curiosidade que partiu das fotos do David Guimarães e que mostrei a ti, ao Pepito e à ministra , quando estivemos na Ponte Balana [ em 1 de Março de 2008, por ocasião do Simpósio Internacional de Guileje], e que eu pensava, que fosse essa, mas que não era.

Contudo cheguei lá e tive um enorme prazer e é pena que não esteja assinalado na Estrada do Xitole, a existência daquele monumento e que não se abra uma picada para lá.

Já sugeri isso ao Pepito, este ano em Março, no convívio que tivemos em casa dele e que ele até enviou uma reportagem para o Blogue.

É uma pena, os guineenses não aproveitarem o seu património histórico. Tenho salientado essa situação junto das mais altas personalidades do País incluindo o falecido Nino.

As fotos que vou publicando e tenho milhares, é numa perspectiva de dar a conhecer à malta, o que podemos visitar na Guiné, tentando enquadrá-las nas respectivas localidades onde tivemos aquartelamentos.

Tenho pena de não ter tempo para levar este trabalho a bom termo.

Um grande abraço

Carlos Silva

4. Também um leitor do nosso blogue, S. Nogueira, antigo pára-quedista, me mandou hoje o seguinte mail a propósito das pontes do Corubal:

Assunto - Pontes vistas

Amigo Luís, a propósito do interessante P5227 (***) seria curioso investigar/desvendar qual a ponte que julgo ter visto do ar, no triângulo Geba-Corubal-Estrada Bambadinca-Xitole(eventualmente a leste desta estrada) e onde nem passava o rio por baixo nem a estrada por cima.

Era uma ponte nova, em betão, com uns vinte ou trinta metros de comprimento, isolada e sobre-elevada na bolanha e que se encontrava sobre a bissectriz do ângulo formado por um rio e por uma estrada, a uns 50 m do seu cruzamento e numa encenação impensável.

Se calhar sonhei...

Boa noite
S. Nogueira

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 9 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2621: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça) (3): Pequeno-almoço no Saltinho, a caminho do Cantanhez

(**) Vd. postes anteriores da série Memória dos Lugares:

7 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5228: Memória dos lugares (52): Rio Corubal: afinal, havia... 3 pontes !? (C. Silva / D. Guimarães / M. Dias / Luís Graça)

7 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5227: Memória dos lugares (51): Ponte Carmona sobre o Rio Corubal (Carlos Silva)

Vd. também postes da I Série:

26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXVI: As pontes sobre o Rio Corubal (Mário Dias)

26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXIX: As pontes sobre o Rio Corubal: rectificação (Mário Dias)

(***) Vd. poste de 19 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1192: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (3): De prevenção por causa da invasão de Conacri

sábado, 7 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5228: Memória dos lugares (52): Rio Corubal: afinal, havia... 3 pontes !? (C. Silva / D. Guimarães / M. Dias / Luís Graça)

Guiné-Bissau > Zona Leste > Xitole > 2001 > A antiga Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, a sul do Xitole, de construção anterior à Ponte Craveiro Lopes, no Saltinho (esta a montante)

Guiné-Bissau > Zona Leste > Xitole > 2001 > O David J. Guimarães à entrada da antiga Ponte Marechal Carmona , sobre o Rio Corubal, entre o Xitole e os rápidos do Cussilinta, portanto a jusante do Saltinho. (Assinalada no mapa do Xitole, como "ponte em ruínas).

Guiné-Bissau > Zona Leste > Saltinho > 2001 > O David Guimarães junto à ponte sobre o Rio Corubal, do Saltinho, um dos sítios paradisíacos da Guiné, onde havia, durante a guerra colonial, um aquartelamento que ficava a 20 Km de Xitole na estrada Bambadinca-Aldeia Formosa (hoje, Quebo). Esta ponte, no nosso tempo (1969/71), chamava-se Craveiro Lopes, e estava interdita...

Fotos: © David Guimarães (2005). Direitos reservados

1. Nota do editor L.G.:


Obrigado ao Carlos Silva pela magnífica cobertura fotográfica da Ponte Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, a cerca de 5 km, a sul do Xitole (*).

De facto, pouca gente tem conhecimento dessa magnífica obra do Estado Novo. No nosso blogue, o primeiro camarada a falar dela, foi o David Guimarães, o nosso tertuliano nº 3 - como eu gosto de lhe chamar...

O David foi Fur Mil Minas e Armadilhas, CART 2716 (Xitole, 1970/72). Em 2001, o David revisitou com a esposa (Lígia), um filho (menor) e antigos camaradas (incluindo o Dr. Vilar, ex-Alf Mil Médico da CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72) os sítios por onde passou (Sector L1/Zona Leste).

Escreveu ele (**):

"É célebre o Saltinho pela sua localização junto ao Rio Corubal e pela sua linda ponte. Curiosamente como em Cussilinta o Rio aí também tem rápidos. A Guiné toda plana e com rápidos nos rios!... É estranho mesmo. Ao tempo estava lá uma Companhia que pertencia ao Batalhão com sede em Galomaro, e que eram portanto nossos vizinhos".

A importância estratégica desta ponte era óbvia e era conhecida de nós, nal da CCAÇ 12, mas, devido à guerra, não se passava para lá do Saltinho... Hoje continua a ser vital, permitindo a ligação rodoviária do resto da Guiné (norte, leste, oeste) com o sul... A ponte lá está, uma belíssima e boa construção que aguenta todos os anos com as enxurradas do Corubal. Foi inaugurada em 1955.

Em 1996 também lá esteve, no Saltinho e em Cussilinta, o nosso camarada e amigo Humberto Reis (ex-Fur Mil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

Nem ele nem eu, tínhamos conhecimento de outra ponte sobre o Corubal. Daí a dúvida apresentada ao David, por parte do Humberto (**):

"Tens de me esclarecer uma coisa, sff: na nossa página sobre o Xitole/Saltinho, há uma fotografia tua, que tiraste em 2001, a atravessar a Ponte Marechal Carmona, em que tu dizes ser 'sobre o rio Corubal, na estrada Bambadinca-Xitole-Aldeia Formosa'. Então para se ir do Xitole até à Aldeia Formosa não tinha de se passar no Saltinho e atravessar a Ponte Craveiro Lopes, a tal que tem vários arcos em betão armado? Que estrada era essa, afinal ?"

Anteriormente, o David Guimarães, no poste de 17 de Maio de 2005 > Guiné 69/71 - XX: "Foi você que pediu uma kalash?", já tinha esclarecido em parte o mistério da tal ponte Marechal Carmona (**):

"No Xitole, para lá da pista de aviões, a 5 Km, há uma ponte que atravessa(ava) o Rio Corubal, ligando a estrada de Bambadinca-Xitole à Aldeia Formosa.... Essa ponte está interrompida com um pegão dentro da água... Essa ponte mantem-se lá, inoperante, e não foi reconstruída...

"A história é que essa ponte teria sido interrompida pela nossas tropas no início da guerra. Outra versão é que que tinham sido os naturais. Uma terceira versão é que tinha sido o Corubal e as chuvas que teriam causado o colapso da ponte... Fico à espera que alguém me conte a versão verdadeira. Alguém da Guiné saberá? Desconfio que não, pois dela resta a história somente.

"Seguem em anexo duas fotografias da tal ponte [a Ponte Marechal Carmona], pois ela é só meia ponte: a fotografia que mostra a interrupção, não saiu, que pena! Mas, enfim, é essa. Onde estou eu é exactamente na entrada do lado do caminho para o aquartelamento... Nota-se que ela está inclinada... Era importanete esta zona, pois que, como em todas as pontes, eram feitas operações de reconhecimento regulares"...

E eu acrescentei a seguinte nota (**):

"No mapa do Xitole (Serviços Cartográficos do Exército, 1956), a "ponte em ruínas" vem devidamente sinalizada, no Rio Corubal, a cerca de 4,5 km, a sul do Xitole, entre os ilhéus Saido (a oeste) e os rápidos de Cusselinta (a leste)...

"Não sei a data da construção da Ponte Marechal Carmona, mas é capaz de ser dos anos 40. Essa ponte deveria permititir a ligação a uma picada (ou uma estrada projectada: está no mapa a tracejado) que ia ter à estrada para Buba e Fulacunda (à direita) e Mampatá, Quebo (Aldeia Formosa) e Chamarra (à esquerda). Antes da guerra, podia-se depois regressar ao Xitole, através de Contabane (virando à esquerda) e Saltinho (Ponte Craveiro Lopes). No cruzamento de Contabane, à direita, apanhava-se a estrada para Guileje e Madina do Boé".

2. Na I Série do nosso bogue, tivémos mais uma achega, a de Mário Dias (Srgt Comando Ref, Brá, 1963/66), profundo conhecedor da Guiné dos anos 50 (antes de frequentar o 1º CSM, na Guiné, em 1959, trabalhou em Bissau, cujo desenvolvimento e progresso acompanhou):

"Deparei com algumas dúvidas suscitadas pelas pontes sobre o Corubal. Ambos, David Guimarães e Humberto Reis, têm razão. Antes da construção da ponte Craveiro Lopes, a tal que tem a sutentanção feita com arcos superiores, a travessia do rio era feita na outra ponte que - pasme-se, soube agora - se chamava Marechal Carmona. Essa fica próxima do Xitole, a jusante de Cussilinta. Entre nós, os colonos, era conhecida por passagem submersível do Saltinho e foi mandada construir, se não me falha a memória, pelo governador almirante Sarmento Rodrigues.

"No meio do rio, no local de corrente mais forte, foi construido uma espécie de dique com várias aberturas na parte superior destinadas a dar passagem à água na altura de maiores caudais, o que acontecia durante grande parte do ano na época das chuvas. Por tal facto, nessa altura do ano a passagem era impossível por ficar submersa. Daí a designação de 'submersível'. Daí também a sensação, para quem não souber e nunca a utilizou, que o que se vê parece ruína, acidental ou propositada.

"Alguns anos mais tarde, não me recordo já quando, foi construida a nova ponte (Craveiro Lopes) que, embora obrigando a um percurso mais longo, veio permitir a passagem durante todo o ano. A antiga passagem submersível deixou de ser utilizada e mais ninguém lhe 'passou cartão'.

"Um abraço. Mário Dias"(***).

Recorde-se que Manuel Maria Sarmento Rodrigues (1899-1979)> foi Governador da Guiné entre 1946 e 1949. E em 1950 integrou o Governo de Salazar como Ministro das Colónias (a partir de 1951, Ministro do Ultramar). Era um prestigiado oficial da marinha e um homem com grande experiência de administração em África .

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > 1972 > Vista aérea do Rio Corubal, da ponte e do aquartelamento do Saltinho (na margem direita, instalações hoje transformadas em unidade hoteleira)

Foto: © Álvaro Basto (2007). Direitos reservados

Entretanto, o Mário voltou a fazer outro esclarecimento (***):

"Depois de ter lido com mais atenção as intervenções do David Guimarães e do Humberto Reis sobre as pontes do Corubal, e tendo ido à carta do Xitole, verifiquei a existência de uma ponte em ruinas, assinalada nessa carta e que deve ser a tal Marechal Carmona da fotografia.

"Confesso que desconhecia a sua existência pois, pelo menos desde 1950, que a travessia do rio se fazia pela tal passagem submersível de que falei. Ao ler, muito por alto,que a referida ponte Marcehal Carmona estava interrompida e existia no meio do rio um 'pegão', deduzi tratar-se da ponte submersível que, por não estar em uso desde a inauguração da nova Craveiro Lopes, estivesse já em ruína.

"Errei, e peço desculpa.Nunca atravessei o Corubal na tal ponte Marechal Carmona. Sempre o fiz pela submersível e mais tarde pela nova que, penso eu, foi inaugurada em 1955, pois tem o nome de Craveiro Lopes que, nesse ano, visitou a Giuiné. É de supor, portanto, que a derrocada da antiga ponte Marechal Carmona deve ter acontecido antes dos anos 50, certamente por causas naturais.Mais uma vez as minhas desculpas pelo meu involuntário erro".

Guiné-Bissau > Saltinho > Ponte General Craveiro Lopes > Lápide, em bronze, evocativa da "visita, durante a construção" do então Chefe do Estado Português, general Francisco Higino Craveiro Lopes, acompanhado do Ministro do Ultramar, Capitão de Mar e Guerra Sarmento Rodrigues, em 8 de Maio de 1955. Era Governador Geral da Província Poprtuguesa da Guiné (tinha deixado de ser colónia em 1951, tal como os outros territórios ultramarinos...) o Capitão de Fragata Diogo de Melo e Alvim... Craveiro Lopes nasceu em 1894 e morreu 1964. Foi presidente da República entre 1951 e 1958 (substituído então pelo Almirante Américo Tomás).

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Novembro de 2000 > Brasão, inspirado na ponte do Saltinho, da CCAÇ 2406 (1968/70). Esta companhia, sob o comando do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) esteve envolvia na trágica retirada de Madina do Boé (a sua irmã, a CCAÇ 2405, de Galomaro, sofreu 17 mortos em Cheche) mas também na Op Lança Afiada (triângulo Xime, Xitole, margem direita do Rio Corubal, Março de 1969)...

Guiné-Bissau > Saltinho > Novembro de 2000> Pousada do Saltinho > Brasão, igualmente inspirado na ponte sobre o Rio Corubal, da CCAÇ 2701 (1970/72), companhia a que esteve adido o nosso Paulo Santiago (Pel Caç Nat 53). Era comandada pelo Cap Carlos Trindade Clemente. (***P). Camaradas que passaram por lá: Martins Julião, Carlos Santos, Tony Tavares, Mário Rui, al´+em do médico já falecido, Dr. Faria (Paulo, cito de cor) (****)...

Fotos: © Albano M. Costa (2006). Direitos reservados


3. Comentário de L.G.: Afinal, chegou a haver não duas pontes, mas três pontes sobre o Rio Corubal... É isso ?

__________________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 7 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5227: Memória dos lugares (51): Ponte Carmona sobre o Rio Corubal (Carlos Silva)

(**) V. poste de 26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXV: Estórias do Xitole ao Saltinho: duas pontes, um fornilho e uma trovoada tropical (David Guimarães)

(***) Vd. postes de:

26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXVI: As pontes sobre o Rio Corubal (Mário Dias)

26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXIX: As pontes sobre o Rio Corubal: rectificação (Mário Dias)

(****) Vd. poste de 13 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1424: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (6): amigos do peito da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72)

sexta-feira, 28 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2692: Construtores de Gandembel / Balana (3): Nunca falei em protagonismo pessoal, mas sim da CART 1689 (Alberto Branquinho)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Gandembel > Ponte Balana (ou sobre o Rio Balana) na estrada de Gandembel-Quebo > 3 de Março de 2008 > No regresso a Bissau, depois da visita, ao sul, dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje... O último olhar de Nuno Rubim (tendo a seu lado, a Alice, esposa do editor do blogue) e, noutra foto, do Zé Teixeira... Tudo indica que a construção desta ponte (dinamitada pelo PAIGC, reconstruída pelo menos duas vezes pelas NT, e hoje com tabuleiro em madeira, em risco de ruína) seja da mesma época, princípio dos anos 50, da construção da ponte sobre o Rio Corubal, no Saltinho, que no nosso tempo se chamava Ponte Craveiro Lopes... Mais antiga do que estas, talvez dos anos 40, deveria ser a Ponte, em ruínas, Marechal Carmona, sobre o Rio Corubal, na antiga estrada Quebo-Xitole, visitada em 2001 pelo David Guimarães (1)... (LG)
Fotos: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.


1. Mensagem do Alberto Branquinho, ex-Alf Mil, CART 1689 (Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69)

Camarada Luis Graça

Estou profundamente infeliz por ter sido mal entendido pelo Idálio Reis (2), tendo presente o que ele e a sua Companhia terão sofrido durante os muitos meses que terão permanecido naquele inferno depois de 15 deMaio de 1968. Aliás, isso é salvaguardado nos pontos E e H do meu texto. Mas que houve outros homens-toupeira em Gandembel, além dos da CCAÇ 2317, isso houve! E que houve mais outros homens que trabalharam nas obras, também houve ! Mas o nosso mês e meio de Gandembel não se pode comparar com os nove ou dez da CCAÇ 2317.

Quanto ao protagonismo - nunca falei de mim. Falei da minha Companhia - CART 1689.
Quanto ao narcisismo e diletantismo narcisista que encontro ao longo do blogue, nada tem a ver contigo e muito menos com o Idálio Reis, repito MUITO MENOS com o Idálio Reis, que NUNCA fala de si, mas só da sua Companhia e das fotografias que lhe vi já publicadas, ele nunca consta. Se entenderes necessário que eu identifique os casos do «...gosto de falar de mim», eu identificarei.

Não faço questão que este texto seja publicado no blogue (fica ao teu critério ), mas PEÇO o reencaminhes para o Idálio Reis, para que repense o juizo que fez de mim, que me deixou muito infeliz.

Um abraço (e continua a trabalhar NISTO, que é positivo).

Alberto Branquinho

2. Nova mensagem do Alberto Branquinho:

Caro Luis Graça

Obrigado. É verdade. Para completar as informações - conheci o Eng. Carlos Schwarz ( a quem chamam Pepito) em 1999, em Bissau, ao tempo em que era Ministro dos Transportes do governo Francisco Fadul. Fomos com ele por Farim, Susana e Varela, onde dormimos, em casa sua. Essa zona noroeste da Guiné era, afinal, aquela que eu não conhecia do tempo da guerra. Dali fomos (já sem ele) de jeep até Dakar, onde apanhámos um avião para Lisboa.

Para que a nota do Idálio Reis não fique sem clarificação, gostava que publicasses o seguinte texto:


ASS: Construção de Gandembel/Balana


Fiquei mui triste com a parte introdutória do escrito do Idálio Reis. Em primeiro lugar, porque ninguém lhe quer negar o sofrimento e a sobrevivência de nove ou dez meses no inferno de Gandembel; segundo, porque fez de defensor de quem não foi acusado e, em terceiro lugar, porque presumiu que eu conhecia todos os seus textos, quando eu só tinha tropeçado em um ou outro. ( Agora, com os links do comentário final do L.G. fiquei a saber mais ).

Para terminar, pela minha parte, esta troca de notas, venho dizer o seguinte:

- Todos os que fizeram afirmações, ao longo do blogue, quanto à construção de Gandembel/Balana devem considerá-las como corrigidas, referindo que a construção foi efectuada «... pelo capitão F....?.... e pelos seus homens-toupeira da CCAÇ 2317, with a little help from their friends.» ( Que viveram, também, como toupeiras durante quase um mês e meio em Gandembel ).

Este é o serôdio protagonismo que quero para a minha CART 1689, não para mim. Sem voltas e sem amêndoas está explicado.

Nada mais direi sobre este assunto.

Um abraço
Alberto Branquinho

3. Mensagem que mandei ao Idálio Reis (c/c ao Alberto Branquinho e os co-editores do blogue, CV e VB), para fecho desta troca de impressões/recordações entre dois valorosos construtores e defensores de Gandembel/Balana (ou melhor, representantes de duas das nossas unidades que estiveram lá):

A última coisa que eu quero é gente infeliz no blogue e na Tabanca Grande... O Branquinho - que eu sei, pelo Jorge Cabral, que é irmão do outro Branquinho, o ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 63, do meu tempo de Bambadinca - já percebeu que entre nós não há ressentimentos: tratamo-nos por tu, como velhos camaradas, e nunca puxamos pela G3 contra um camarada...

Com três anos de comissão bloguística, aprendemos todos a viver e conviver com o que nos identifica e com o que nos separa ou pode ser fracturante... O que temos em comum é um património valiosíssimo que eu quero que o Alberto também partilhe... A partir de hoje ele faz parte integrante da nossa Tabanca Grande, com direito a figurar na lista nominal de A a Z, da coluna do lado esquerdo da página de rosto do blogue... A menos que ele me dê ordens em contrário... Idálio, e os meus caros co-editores, CV e VB, podem dar-lhe as boas vindas... Quem bebeu da água do Balana só pode ser uma camarada fixe... Luís
_____

Notas de L.G.:


(1) Vd. poste de 26 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXV: Estórias do Xitole ao Saltinho: duas pontes, um fornilho e uma trovoada tropical (David Guimarães)


(2) Vd. postes anteriores: