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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P25011: Efemérides (424): Há dois anos que partiu o nosso amigo e camarada Jorge Cabral (1944-2021) (Paulo Santiago, Águeda)


Foto nº 1


Foto nº2

Foto (e legenda): © Paulo Santiago  (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Foi há dois anos, em 28 de dezembro de 20121, que deixou a Terra da Alegria o nosso camarada e amigo, Jorge Cabral. Tinha acabado de fazer 77 anos. O Paulo Santiago recordou esse dia triste na sua págiu do Facebook e publicoiu duas fotos com ele.


Postagem do Facebook do Paulo Abrantes Santiago | 28 de dezembro de 2021 | 21:39

JORGE ALMEIDA CABRAL...

O meu amigo/camarada Cabral morreu hoje após uns meses de sofrimento.

Sentia uma especial ligação ao Jorge, ligação que teria origem no facto de ambos termos comandado Pelotões de Caçadores Nativos, ele o 63 eu o 53.

Nos últimos anos,juntamente com outros camaradas, almocámos várias vezes em Lisboa e arredores.
Apareceu o cancro,os nossos contactos passaram a ser via telemóvek, o último na passada 5ª feira, e a voz já pressagiava o fim.

DESCANSA EM PAZ JORGE CABRAL.

Na 1ª foto o Cabral à direita, camisa branca com riscas

[ao seu lado eswuerrdo, o Armando Pires, em frente, o J. L. Vacas de Carvalho, o filho do ex-ten cor inf João Polidoro Monteiro, que comandou, entre outros, o BART 2917, Bambadinca, 1970/72;  e o Paulo Santiago] (LG)
 

Na 2ª foto o Cabral à esq, ao centro de camisola azul [ao seu lado direto, o Armando Pires e do lado esquerdo, o Paulo Santiago; em frente do Armando Pires, o Carlos Matos Gomes: ao lado deste, um camarada, que não identificamos] (LG)
_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 25 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - 25001: Efemérides (423): Foi há dois anos, em 28/12/2021, que o "alfero Cabnal" deixou o "palco da vida"... Foi ele quem disse, respondendo a uma pergunta do puto Sitafá, que o "Natal só existe quando mora no mais fundo de nós"...

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Guiné 61/74 - P21306: Memórias cruzadas na região do "Macaréu" (Bambadinca) em 1971: a realidade e a ficção (Jorge Araújo)

Foto 1 – Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca (1970) - Vista aérea da tabanca de Bambadinca tirada no sentido sul-norte. Em primeiro plano a saída (lado leste) do aquartelamento, ligando à estrada (alcatroada) Bambadinca-Bafatá (para leste); Bambadinca-Xitole/Saltinho (para sul) e Bambadinca-Xime (para oeste). Ao fundo, o Rio Geba Estreito [foto do álbum de Humberto Reis, fur mil op esp da CCAÇ 12 (1969/1971)], com a devida vénia.
 

Foto 2 –  Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca (1972) >  BART 2917 (25Mai70-27Mar72) > Bambadinca; Carreira de Tiro, Março de 1972. Da direita para a esquerda: na primeira fila, o TCor Tiago Martins (Cmdt do BART 3873), o General Spínola, e o TCor Polidoro Monteiro (Cmdt do BART 2917). Atrás, na segunda fila, o Paulo Santiago (Alf mil PCNAT 53, Saltinho, 1970/72, de bigode e ósculos escuros) e o antigo administrador de Bafatá, o então intendente Guerra Ribeiro – P11288. [Foto do álbum de Paulo Santiago], com a devida vénia.


O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger,CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior; vive em, Almada: acaba de regressar de Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos, onde foi "apanhado" durante vários meses pela pandemia de Covid-19; tem mais de 260 registos no nosso blogue.
  
MEMÓRIAS CRUZADAS
NA REGIÃO DO "MACARÉU" (BAMBADINCA) EM 1971
- O EXERCÍCIO DE COMPREENDER A REALIDADE E A FICÇÃO 

1.     - INTRODUÇÃO

A contextualização da presente partilha de informação, como pode depreender-se do seu título, tem por cenário uma parcela do território da Guiné, situada na Região Leste (Sector L1), de nome Bambadinca (foto 1), local onde durante dois anos da minha missão ultramarina, na qualidade de miliciano do exército (1972/1974) passei por diversas experiências, entre elas a do "macaréu" (10Ago72; hoje memórias), que, quando cruzadas com outras, nos permitem compreender melhor as diferenças existentes entre "verdade" e "ficção".

Por outro lado, a ideia de colocar no papel uma nova reflexão sobre alguns "factos" relacionados com aquela região, de que tivéramos conhecimento por leituras que foram acontecendo, data do ano de 2016, como iremos dar conta no ponto seguinte.

2.     - O LIVRO DE AL J. VENDER

Mais ou menos há quatro anos, um familiar (dos mais próximos) ofereceu-me o livro «Portugal e as Guerrilhas de África. As guerras portuguesas em Angola, Moçambique e Guiné Portuguesa 1961-1974», da autoria de Albertus Johannes Venter, identificado por AL J. Venter, um conhecido jornalista de guerra, nascido a 25 de Novembro de 1938, em Kroonstad, a sul de Pretória, portanto sul-africano, e que é considerado internacionalmente como "um veterano na cobertura de conflitos em África e no Médio Oriente".


O meu familiar, ao ter a intenção de me oferecer "algo" (já não sei a que propósito), encontrou na expressão "um testemunho surpreendente do único jornalista estrangeiro presente nas três frentes da Guerra Colonial", a opção por esta sua escolha, uma vez que sabia que a temática da «Guerra Colonial» ou «Guerra do Ultramar», conteúdo historiográfico abordado nesta obra, era uma das áreas do meu interesse pessoal, concomitante com o facto de ter sido ex-combatente na Guiné, como já referi.

Entretanto, só passados alguns dias me foi possível folhear o livro, iniciado, por defeito ou virtude (técnica) da prática profissional, pelo índice. Aí encontrei, desde logo, na página 245, o início da Parte II «A Guerra na Guiné Portuguesa», estruturada entre os pontos 12 e 20, ou seja, das páginas 247 a 372.

Chamou-me a atenção o ponto 17. «Guiné Portuguesa: Norte e Leste de Bissau», com início na página 309. Mas foi na página 322 que o meu foco se fixou, naturalmente, por tratar-se de uma referência a Bambadinca, onde é citado o lema «BRAVOS E SEMPRE LEAIS», curiosamente o mesmo do meu Batalhão [BART 3873] – Bambadinca: Fev72-Mar74 – por ser a divisa da Unidade Mobilizadora: o RAP 2 (Regimento de Artilharia Pesada 2), e não a divida do BART 2917, que era «P'LA GUINÈ E SUAS GENTES», como se pode observar no ponto 3.2.

Li, reli e voltei a ler, para me certificar do que estava a entender da narrativa. Mas não queria acreditar, por experiência feita e por muitas leituras já realizadas na minha continuada investigação. Não tive dúvidas!… Estava perante uma "fraude" intelectual e histórica. Grande parte do conteúdo do "conto" não podia ter acontecido… dizia eu em voz alterada para os "meus botões". Era (é) uma gigantesca «ficção» que não só descredibiliza o autor como põe em causa o valor histórico, logo científico, do "objecto" divulgado e que, não raras vezes, é utilizado (citado) na elaboração de trabalhos académicos, como iremos sinalizar de seguida.

2.1       - FACTOS ERRÓNEOS

Para melhor esclarecimento e posterior análise dos "factos erróneos", contidos na narração a que tivemos acesso, reproduz-se na íntegra o seu conteúdo, retirado da página 322, onde consta:

"Em Bambadinca ficava o quartel-general do tenente-coronel João Monteiro [João Polidoro Monteiro], chefe do Batalhão 2917 [BART 2917; de 25Mai70 a 27Mar72] (lema: «Bravos e Sempre Leais», do RAP 2, Unidade mobilizadora); [divisa da Unidade: «P'la Guiné e suas Gentes». O Aquartelamento situava-se num dos poucos rios do interior onde não se fazia sentir a humidade usual da região costeira pantanosa.

A Base controlava [?] uma área que incluía a confluência dos rios Geba e Corubal, outra parte do país que vira muitos confrontos violentos no período anterior a 1968 [triângulo: Bambadinca-Xime-Xitole].

O Último ataque ocorrera exactamente um ano antes de eu chegar [só podia ter sido em 1970]: um grupo infiltrado tinha-se dirigido para norte do outro lado da fronteira a partir de Kandiafara para tentar cortar e minar a estrada de Bafatá. Num final de tarde, os guerrilheiros atacaram Bambadinca a partir do outro lado do rio [?], retirando-se depois para uma posição pré-determinada, onde esperaram pelo dia seguinte antes de se juntarem a outros dois grupos. Esta força combinada iria atacar outras posições durante o assalto [?].

Foi então que algo correu mal. Um grupo de pisteiros do grupo de ataque colidiu com uma das patrulhas do coronel [João Polidoro] Monteiro [Cmdt do BART 2917] e foi capturada[o] intacta[o], sem ter sido disparado um único tiro. Um dos homens era um alto oficial do PAIGC [?]. Os quatro homens foram levados de helicóptero para Bambadinca, onde foi oferecida ao oficial a opção de contar tudo ou aceitar as consequências. Era uma situação sem saída, e o rebelde foi suficientemente inteligente para aceitar.

E foi assim que o general Spínola teve todo o plano de batalha [?] dos guerrilheiros nas suas mãos nessa mesma manhã…"



2.2       - CONTRIBUTOS PARA O CONTRADITÓRIO

Na sequência das várias leituras que fiz aos diversos temas abordados ao longo da obra acima citada, procurei encontrar outras perspectivas que me ajudassem a aliviar "a revolta" que então senti pela imprudência (ou desfaçatez) de tanta "ficção".

◙ Vejamos as principais:

▬ No circuito comercial:

Em "Opinião dos Leitores", Miguel da Costa (04.01.2016) dizia: "Um livro fundamental, escrito por um jornalista credível…Recomendo Vivamente".



▬ Nas redes sociais:

No Blogue "Herdeiro de Aécio", com mais de dois milhões e meio de visualizações, em 16 de Outubro de 2018, o seu editor, A. Teixeira, escreve:




▬ Em trabalhos académicos:





[…]
"Bem ou mal, a história militar da Guerra Colonial Portuguesa está feita (Venter [,Al J.], 2015 [Portugal e as Guerrilhas de África. …]; Afonso & Gomes, 2010; Garcia, 2010; Teixeira, 2010; Leite, 2009; Rebocho, 2009; Brandão, 2008; Garcia, 2006; Cann [John], 2005; Bacelar, 2000)." […] (p 96)

▬ No Blogue da «Tabanca Grande»:

Durante a pesquisa realizada ao espólio fotográfico do blogue, visando a selecção de algumas imagens de Bambadinca para enquadramento deste trabalho, foi com surpresa (e ainda bem!) que encontrei no P17378 (19Mai2017), na série «Notas de leitura», da responsabilidade do camarada Beja Santos, uma análise ao mesmo livro de Al J. Venter "Portugal e as Guerrilhas de África", bem como um conjunto de "comentários" que vieram mesmo a calhar nesta minha narrativa, a saber:

● [Luís Graça] – (i) O referido ataque a Bambadinca foi a 28/5/1969 (ou "flagelação", segundo a história da unidade...), estavas tu em Missirá e eu a chegar a Bissau no "Niassa", ainda deu no dia 2 de junho'69, ao passar por lá, vindo de Bissau a caminho de Contuboel, para ver os estragos (relativamente poucos...) mas sobretudo sentir as reações e emoções da malta da CCS/BCAÇ 2852 e subunidades adidas...

(ii) Nunca ouvi esta versão do Al J. Venter / Domingos Magalhães Filipe, ou a melhor a versão contada pelo comandante do BART 2917 (que rendeu o BCAÇ 2852) e registada pelo escritor sul-africano... Será que o inglês do Magalhães Filipe e o português do Venter eram assim tão maus?

(iii) Parece que alguém está a delirar... ou trocou as cassetes... Recorde-se que o BART 2917 chegou a Bambadinca em finais de maio de 1970...

(iv) O Venter deve, portanto, ter falado, talvez em junho ou mesmo princípios de junho de 1970, com o então TCor Art Domingos Magalhães Filipe, que irá ser substituído pelo famoso TCor inf Polidoro Monteiro [situação verificada somente em meados de Dez70, vindo do BCAÇ 2861 (11Fev69-07Dez70), na sequência da conclusão da comissão desta Unidade].

(v) Em conversa há dias [Maio2017] com o Fernando Calado, que foi alf mil trms da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70), ele transmitiu-me a seguinte versão dos factos que, de resto, podem ser corroborados pelo Ismael Augusto, outro oficial miliciano da CCS, ambos membros da nossa Tabanca Grande:

■ O relato do escritor sul-africano Al J. Venter é uma falsificação da história;

■ Não houve prisioneiros nenhuns, nem muito menos nenhuma figura grada do PAIGC, e nem muito menos apanhados à mão e trazidos de helicóptero para Bambadinca para serem interrogados;

■ O comandante do BCAÇ 2852 não estava em Bambadinca nem ele nem a esposa.

◙ Em resumo:

▬ 1. - No caso do jornalista sul-africano Al J. Venter ter passado por Bambadinca, a sua visita só poderia ter sido durante o ano de 1971.

▬ 2. - No período em análise não aconteceram quaisquer dos factos "classificados de relevantes" para as NT, narrados na página 322 do seu livro.

▬ 3. - O TCor João Polidoro Monteiro comandou o BART 2917 durante quinze meses, desde a sua chegada a Bambadinca, em meados de Dezembro de 1970 até à sua substituição, verificada em meados de Março de 1972, pelo TCor António Tiago Martins (1919-1992), Cmdt do BART 3873 (28Dez71-04Abr74).

▬ 4. - A maioria dos depoimentos, conforme se infere do acima exposto, são de opinião de que Al J. Venter prestou um mau serviço à causa da "ciência historiográfica" ao narrar "factos" que não constam em nenhum dos Documentos Oficiais, pelo que se pode concluir que "falsificou a história" da «Guerra Colonial», em particular a da Guiné.

▬ 5. - Em função do ponto anterior, sugere-se à «Academia» e à sua comunidade científica, no caso de vir a utilizar este recurso bibliográfico, que tome as devidas precauções, cruzando-o com outras fontes em que se possa confiar.

▬ 6. - É relevante o facto deste livro fazer parte do "Plano Nacional de Leitura"…

3.     – SUBSÍDIO HISTÓRICO DO BATALHÃO DE ARTILHARIA 2917 = BAMBADINCA - XIME - ENXALÉ - MANSAMBO - XITOLE (1970-72)



Foto 3 – Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > Mato Cão > Dez'71 > O TCor João Polidoro Monteiro, último Cmdt do BART 2917 (1970/72), na companhia do Alf Médico Vilar e do Alf Mil Paulo Santiago, instrutor de milícias, com um jacaré do rio Geba – P9034. [Foto do álbum de Paulo Santiago], com a devida vénia.


3.1 - A MOBILIZAÇÃO PARA O CTIG

Mobilizado pelo Regimento de Artilharia Pesada 2 [RAP 2], de Vila Nova de Gaia, para servir na província ultramarina da Guiné, o Batalhão de Artilharia 2917 [BART 2917], liderado pelo TCor Art Domingos Magalhães Filipe, mais as suas três Unidades de quadrícula – CART 2714, CART 2715 e CART 2716 – embarcaram em Lisboa, no Cais da Rocha, em 17 de Maio de 1970, domingo, seguindo viagem a bordo do N/M "CARVALHO ARAÚJO", rumo à Guiné (Bissau), onde chegaram a 25 do mesmo mês, 2.ª feira. 



3.2 - SINTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL

● A DO BART 2917

Quatro dias após a sua chegada a Bissau, o BART 2917 seguiu, em 29Mai70, para Bambadinca, a fim de efectuar a sobreposição e render o BCAÇ 2852 [30Jun68-16Jun70; do TCor Inf Manuel Maria Pimentel Bastos (1.º); TCor Cav Álvaro Nuno Lemos de Fontoura (2.º) e TCor Inf Jovelino Moniz de Sá Pamplona Corte Real (3.º)], assumindo em 07Jun70 a responsabilidade do Sector L1, com sede em Bambadinca e abrangendo os subsectores de Xime [CART 2715], Xitole [CART 2716] e Mansambo [CART 2714] e Bambadinca [CCS e Cmd].

As suas três subunidades mantiveram-se sempre integradas no dispositivo e manobra do Batalhão. Desenvolveu intensa actividade operacional, tendo comandado e coordenado a realização de diversas operações, patrulhamentos, emboscadas e protecção e segurança dos itinerários e ainda promovendo a segurança e protecção dos trabalhos de construção de aldeamentos para as populações e correspondente desenvolvimento socioeconómico.

Da sua actividade destacam-se, entre outras, as operações «Corrida Entusiástica» e «Triângulo Vermelho», e ainda a organização e funcionamento do Centro de Instrução de Milícias [CIM], bem como a captura de diverso material de guerra, como sejam duas metralhadoras ligeiras, uma espingarda, um lança-granadas foguete, quinze granadas de armas pesadas, cinco minas e elevada quantidade de munições de armas ligeiras.

Em 15Mar72, o BART 2917 foi substituído no sector de Bambadinca pelo BART 3873 [Dez71-Abr74] e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso, que aconteceu entre os dias 24 e 27 de Março de 1972, a bordo dos TAM. (Ceca; p. 228).



● A DA CART 2714

A CART 2714, do Cap Art José Manuel da Silva Agordela, seguiu em 29Mai70 para Mansambo a fim de efectuar a sobreposição e render a CCAÇ 2404 [30Jul68-16Jul70; do Cap Mil Inf Carlos Alberto Franqueira de Sousa (1.º)], tendo assumido em 08Jun70 a responsabilidade do respectivo subsector. 

Por períodos variáveis, destacou Grs Comb para reforço de outras subunidades do sector, mantendo também um Gr Comb em reforço da CART 2715, no Xime, a partir de 23Set70. Em 14Mar72, foi rendida no subsector de Mansambo pela CART 3493 [28Dez71-02Abr74; do Cap Mil Inf Manuel da Silva Ferreira da Cruz], após o que recolheu a Bissau a fim de efectuar o embarque de regresso, verificado por via aérea em 24 de Março.

● A DA CART 2715

A CART 2715, do Cap Art Vítor Manuel Amaro dos Santos (1.º), seguiu em 31Mai70 para o Xime a fim de efectuar a sobreposição e render a CART 2520 [29Mai69-17Mar71; do Cap Mil Art António dos Santos Maltez], tendo assumido em 08Jun70 a responsabilidade do respectivo subsector, com um destacamento no Enxalé, sendo este guarnecido ora com um Gr Comb, ora com dois, conforme as necessidades operacionais. 

Em 14Mar72, foi rendida no subsector do Xime pela CART 3494 [28Dez71-03Abr74; do Cap Art Vítor Manuel da Ponte da Silva Marques (1.º); Cap Art António José Pereira da Costa (2.º) e Cap Mil Inf Luciano Carvalho Costa (3.º)], tendo recolhido a Bissau a fim de efectuar o embarque de regresso, verificado por via aérea em 25 de Março.

● A DA CART 2716

A CART 2716, do Cap Mil Art Francisco Manuel Espinha de Almeida, seguiu em 29Mai70 para o Xitole a fim de efectuar a sobreposição e render a CART 2413 [16Ago68-18Jun70; do Cap Art Raul Alberto Laranjeira Henriques], tendo assumido em 08Jun70 a responsabilidade do respectivo subsector, com um Gr Comb destacado na ponte do Rio Pulom. 

Em 14Mar72, foi rendida no subsector do Xitole pela CART 3492 [29Dez71-01Abr74; do Cap Mil Inf António Vítor Ribeiro Mendes Godinho], tendo recolhido seguidamente a Bissau a fim de efectuar o embarque de regresso, verificado por via aérea em 26 de Março. (Ceca; p. 229).
______________________
Fontes Consultadas:
Ø  Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição, Lisboa (2002).
Ø  Outras: as referidas em cada caso.
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
28AGO2020
__________

Nota do editor

Último poste da série "Memórias cruzadas" > 18 de agosto de 202 > Guiné 61/74 - P21266: Memórias cruzadas da Região do Cacheu: Antecedentes do Plano de Assalto ao Quartel de Varela, proposto por dois desertores portugueses: o caso do António Augusto de Brito Lança, da CART 250 (1961/63) (Jorge Araújo)

Vd. também:

15 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17359: Notas de leitura (956): “Portugal e as Guerrilhas de África”, por Al J. Venter, Clube do Leitor, 2015, prefácio de John P. Cann (1) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16800: Inquérito 'on line' (93): "Batota no mato" ... ou no blogue ?... Esperávamos 100 respostas, obtivemos apenas 45... Resultados: as três formas mais frequentes de batota: (i) emboscar-se perto do quartel (37%); (ii) começar a “cortar-se", com o fim da comissão à vista (37%); e (iii) “acampar” na orla da mata, ainda longe do objetivo (24%)... Só não fazíamos batota era com o Natal no mato...






Lisboa > Praça do Comércio > 4 de dezembro de 2016 > Iluminações de Natal... Mais de meio século depois da guerra colonial, aquela que foi a praça mais emblemática da encenação imperial na época do Estado Novo (*)... Era aqui que se condecoravam, alguns a  título póstumo, os nossos heróis... 

Batota? Todos fizemos batota: a grande batota que  os políticos e os generais faziam na capital do império, a pequena batota que nós, soldados de Portugal, fazíamos, a nível operacional, no TO da Guiné... E batota que todos fazemos hoje, negando a pés juntos que nunca fizemos batota (no mato, na secretaria, no gabinete de planeamento de operações, no quartel-general em Bissau, nos ministérios da Praça do Comércio, e por aí fora)... A batota que ainda hoje fazemos autocensurando-nos, negando, branqueando, esquecendo... muita coisa de que fomos atores ou testemunhas...

Fotos (e legenda): © Luís Graça  (2016). Todos os direitos reservados.



Lisboa > 6 de outubro de 2013 > Praça do Comércio / Terreiro do Paço > Estátua equestre de D. José, com o Cais das Colunas e o estuário do Rio Tejo, ao fundo... Vista panorâmica a partir do topo do Arco da Rua Augusta.(*)

Foto (e leenda): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.




I. Inquérito 'on line' (**):



"A BATOTA QUE FAZÍAMOS NA GUERRA"... 

ASSINALAR UMA OU MAIS FORMAS


Resultados definitivos: total de respostas > 45



As formas mais frequentes de 'batota'...

2. Emboscar-se perto do quartel > 17 (37%)

17. Começar a “cortar-se", c/ o fim da comissão à vista > 17 (37%)

1. “Acampar” na orla da mata, ainda longe do objetivo >  11 (24%)
14. Simular problemas de saúde  > 10 (22%)
18. Outras formas  > 10 (22%)
3. “Andar às voltas” para fazer tempo  > 9 (20%)
16. Falsificar o relatório da ação  > 9 (20%)
10. Falsas justificações para perda de material  > 9 (20%)
4. Evitar o contacto com o IN (não abrindo fogo)  > 8 (17%)
11. Reportar “enganos” do guia nos trilhos  > 6 (13%)


As formas menos frequentes de 'batota'...


6. Alegar dificuldades de ligação com o PCV  > 5 (11%)
9. Sobrevalorizar o nº de baixas causadas ao IN>   5 (11%)
15. Regresso antecipado p/alegados problemas de saúde  > 5 (11%)
7. Enganar o PCV sobre a posição das NT > 4 (8%)
5. Provocar o silêncio-rádio  > 3 (6%)
8. Outros problemas de transmissões  > 3 (6%)



As formas de 'batota' ainda não referidas...


12. Deixar fugir o guia-prisioneiro  > 0 (0%)
13. Liquidar o guia-prisioneiro  > 0 (0%)


A sondagem encerrou no dia 4/12/2016, às 18h42.


II. Comentário do editor:


Estamos a falar de "batota no mato"... Afinal, "pequena batota", da arraia miúda, os filhos do povo que fizeram a guerra (e a paz)... Treze anos de "sangue, suor e lágrimas".. Um milhão de homens, portugueses e africanos,,,

Nunca vi um oficial superior, de G3 na mão, oito carregadores, e dois cantis de água, a meu lado, em operações a nível de batalhão (!)... Falo de oficiais de posto superior a capitão,  majores ou tenentes coronéis !... 

Onde estavam os nossos comandantes, os nossos líderes ? Não passavam de burocratas, chefes de secretaria, alguns deles!... E no máximo, andavam lá em cima, de DO-27, no chamado PCV, a quem tínhamos, nós, os infantes,  um ódio de morte! 

Acredito que, pelo menos no TO da Guiné, eles já eram demasiados velhos para alinhar no mato connosco!... Tinham idade para ser nossos pais!... 

Só conheci um, que foi comigo, connosco (CCAÇ 12),  explorar as "imediações" do famiegrado inferno do Xime, no início de 1971, quando já estávamos em fim de comissão: chamava-se Polidoro Monteiro, era tenente coronel de infantaria, oficial da confiança de Spínola, e honrou-nos a todos, honrou as melhores tradições do exército português!.. 

Já morreu há muito: que descanse em paz!

Pois é, ficam de fora do âmbito deste inquérito, as outras formas mais ou menos "engenhosas" que encontrávamos para "resolver" problemas, típicos da tropa ou da burocrcia militar: por ex, material em falta, que estava "à carga", e que por qualquer razão deu sumiço, foi desviada, estragou-se, danificou-se...

Nada como um ataque ao quartel (ou a explosão de uma mina numa coluna de reabastecimentos) para o 1º cabo quarteleira, o furriel vaguemestre, o 1º sargento e o capitão "atualizarem" os inventários...Essa era a pequena batota de secretaria, a que eu não dou muita importância...

Todos sabemos que, no mato, em operações (mas também em ataques ao quartel ou ao destacamento) havia material e equipamento que podia ficar destruido ou danificado ou ser extraviado: armas, granadas de morteiro e de bazuca, viaturas, sacas de arroz, caixas de uísque e outras bebibas espirituosas, importadas, etc. As vezes, uma minazinha na picada vinha mesmo a calhar, desde que não matasse ou não ferisse ninguém.,..

Não sei se essas práticas se podiam classificar como "batota"... Batota era, para todos os efeitos,  viciar as regras do jogo, violar impunemente o RDM,  quebrar a unidade  comando controlo e o espírito de corpo, perder a confiança no comando, não cumprir as normas, não seguir os procedimentos, etc. O patamar acima de batota, esse, já era crime... Mas não  é de crime que estamos a falar...Referimo-nos, ao fim e ao cabo, aos pequenos trques da autogestão do esforço de guerra...
.
Pode ser que alguém, entretanto,  tenha histórias para contar sobre estas diversas formas de batota que estava ao nosso alcance: (1) batota no mato, (ii)  batota no quartel; (iiii) batota  na secretaria; (iv) batota na arrecadação; (v) batota na caserna...

Este inquérito sobre a "batota no mato" não provocou grande entusiasmo, nem emoção, nem controvérsia, nem muito menos surpresas... Nada de novo, na guerra da Guiné, a norte, a sul, a centro, a leste ou a oeste... 

Em contrapartida, as respostas parecem-nos verosímeis, consistentes... Por exemplo, ninguém assinalou as hipóteses 12 (deixar fugir o guia-prisioneiro) e 13 (liquidar o guia-prisioneiro). 

Simplesmente não eram prática corrente, pelo menos no meu tempo... E eu que fiz diversas operações com guias-prisioneiros, nos medonhos matos do Xime, estou aqui para confirmar que nunca deixámos fugir (muito menos liquidar) nenhum guia-prisioneiro...Não quer dizer que vontade não nos faltasse, às vezes...

Simplesmente isso não aconteceu, embora possa ter ocorrido episodicamente noutros tempos e lugares... E, pelo menos, até agora, ao fim de 13 anos de blogue (!), ninguém até agora teve a coragem ou a frontalidade de confessar que liquidou um prisioneiro no mato!... Nem era expectável que algum camarada nosso viesse, publicamente, confessar ter liquidado um prisioneiro ou um guia-prisioneiro, no mato, em operações, por sua iniciatuva ou por ordem hierárquica... Temos conhecimentos de alguns casos, mas que são contados "off record", nas nossas longas e inytermináveis conversas e inconfidências... Muitas dessas conversas e inconfidências morrerão connsosco... O blogue não é o confessionário do padre nem o divã do psiquiatra... Tentámos abrir uma série "O segredo de...", mas foi um fracasso, um desastre....

A época (natalícia) não ajuda nada à participação bloguística... Andamos já todos com o stresse natalício, com a lista das compras na cabeça e no bolso, com a claustrofobia dos centros comerciais, com a musiquinha do Pai Natal e das renas a azucrinar-nos de manhã à noite,,, E, os mais privilegiados, assoberbados com os preparativos para a passagem de ano no "bem bom" dos hoteis, cá dentro ou lá fora, nos "resorts" de luxo, com vista para o fogo de artifício... Afinal, só o fogo e que nos purifica, simbolicamente falando...

Queimemos mais um ano de vida, camaradas, que este ano já está a chegar ao fim!...  

Os editores, tirando ilações da aparente fraca resposta a este inquérito (45 respostas contra as habituais 100 ou mais), prometem não vos maçar mais com estes passatempos bloguísticos, pelo menos até ao fim do ano... Esta é a boa notícia... (Não nos falte o bacalhau especial à mesa de Natal!)

A má notícia é a de que aí vem um novo ano, o ano de 2017...Como sói dizer-se o novo ano é sempre uma incógnita,  uma "black box", uma "caixa negra", uma verdadeira caixinha de Pandora... Cuidado ao abrir!... Mas, como os nossos leitores já deram conta, os nossos editores, ou pelo menos eu, já começam a dar o tom festivaleiro da quadra natalícia... 

Ontem como hoje, o Natal não se pode/não se podia contornar, adiar, protelar... Aqui é que não se  pode mesmo fazer batota... Quem disse que o Natal é quando um homem quiser ? O tanas!... Por favor, não façam batota!... Desde que nascemos. o Natal é a noite de 24 para 25 de dezembro, e todos queremos lá estar, nessa noite mágica, bem vivinhos da costa, de boa saúde, e com muito sede e muito apetite... LG
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Notas do editor:

(*) Vd .poste de 14 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14027: Manuscrito(s) (Luís Graça) (41): Maresias, Lisboa, Tejo, memórias, amnésias... Parte II: O Terreiro do Paço e a(s) cenografia(s) do poder

(**) Último poste da série > 2 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16793: Inquérito 'on line' (92): A "batota no mato": Nunca aprovei e não pratiquei a técnica do campismo"... (António J. Pereira da Costa, cor art ref)

Vd. postes anteriores:


2 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16790: Inquérito 'on line' (90): A "batota" que fazíamos (ou não....) quando em operações, no mato: a votação termina no domingo, dia 4, às 18h42... Só temos até hoje de manha 37 respostas, o que é pouco... Por lapso, não se incluiu a hipótese de resposta 19: "Não, não se fazia batota"...

sábado, 11 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16192: Efemérides (230): O 10 de junho de 2016, em Belém: um herói vivo, cor inf cmd Raul Folques e um grupo de grã-tabanqueiros que não costumam faltar a este convívio de antigos combatentes, entre outros, António Fernando Marques, Arménio Estorninho, Carlos Silva, E. Magalhães Ribeiro, Fernando Jesus Sousa, Francisco Silva, João Carlos Silva, Joaquim Nunes Sequeira, José Nascimento, Mário Fitas, Miguel & Giselda Pessoa, e Silvério Lobo


Foto nº 1 > Um herói vivo, o cor inf comando ref Raul Folques, com os seus 76 anos, condecorado em 9/10/2015 com o Grau Oficial, com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Recorde-se, de acordo com o respetivo sítio Oficial, na Net,. que a "Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito é a mais importante Ordem Honorífica portuguesa", destinando-se "a galardoar méritos excecionalmente distintos no exercício das funções dos cargos supremos dos órgãos de soberania ou no comando de tropas em campanha. Da mesma forma, premeia feitos excecionais de heroísmo militar ou cívico e atos ou serviços excecionais de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade."


Foto  nº 2 > Mário Fitas e Raul Folques


Foto nº 3 > Raul Folques com duas crianças a quem o pai fez questão de apresentar e mostrar um "herói vivo", português, de Portugal... Na escola, já não se fala de heróis, muito menos vivos, e muito menos da "guerra do ultramar"... Temos dificuldade em lidar com o nosso passado recente em relação ao qual vai demorando o aparecimento de uma terceira via, mais suave, mais assertiva, mais despojada de emoções, entre  as duas leituras, redutoras e extremadas do "10 de junho", do nosso espectro político-ideológico, a da extrema direita (discreta nas habitualmente presente neste espaço simbólico)  e a da extrema esquerda (completamente ausente)...


Foto nº 4 >  O nosso coeditor e "ranger" Magalhães Ribeiro, membro, este ano, da organização do XXIII Encontro Nacional de Combatentes... Um dos "últimos soldados do império",  que continua a ser um combatente dedicado e generoso.


Foto nº  5 > O Magalhães Ribeiro, de Matosinhos, nunca falta ao 10 de junho em Belém... Não me lembro de nunca o ter visto nos anos anteriores, mesmo sendo eu presença irregular nestes eventos que, confesso, me deprimem, desde sempre: este ano já éramos menos, até por causa da ponte (longa, de 6ª feira a 2ª feira, em Lisboa)... 

Cada vez seremos menos, e daqui a dez anos, vamos todos em cadeira de rodas, os que tiverem o privilégio ou a sorte de lá chegar... Recordo sempre o provérbio popular que diz: "Muita saúde e pouca vida, que Deus não dá tudo"... Não foi Deus que disse que "a sorte protege os audazes". Usemos (,mas não abusemos de) a  sorte...

Entretanto, o mundo  pulou e avançou e já ninguém terá pachorra para ouvir falar da "guerra do ultramar".... Esta é que é a verdade "nua e crua"... Até lá, daqui a 10 anos, compete-nos continuar a viver, a sobreviver e a mostrar, aos mais novos, que fomos uma grande geração... que soube fazer a guerra e a paz!... Fizemos a guerra, os nossos representantes tinham que saber fazer a paz... Não a fizeram, não quiseram ou não a souberam fazer, tivemos nós, afinal,  que saber fazer a guerra e a paz... 

Quem, daqui a 100 anos, nos vai acusar de quem fomos incompetentes nos dois tabuleiros? Camaradas, não nos compete fazer parte do tribunal da história... Fomos nós que a fizemos, a história, não nos compete escrevê-la... Mas não cedamos à chantagem daqueles que nos querem calar, à esquerda, ao centro ou à direita... Acho que é isso que estas fotos querem dizer...


Foto nº 6 > O Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes, representado pelo nosso grã-tabanqueiro (nº 608)  Joaquim Nunes Sequeira... Pela 23ª vez, levando o guião do Núcleo de Sintra. A seu lado, o nosso "gandulo" Mário Fitas.


Foto nº 7 > João Carlos Silva, ex-1º cabo especialista MMA, da FAP (BA 6, Montijo, 1979/82), que nos dá a honra de se sentar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, desde 22/2/2009.  Aqui com o  guião da AEFA - Associação dos Especialistas da Força Aérea.

Também encontrei o Victor Barata,  fundador, administrador e editor do blogue Especialistas da BA 12, Guiné 1965-74, e nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, mas infelizmente esqueci-me de tirar uma foto com ele (e o irmão)... Transmitiu-me uma ideia que fica aqui registada: as relações entre os especialistas MMA, da BA 12, Bissalanca, com os pilotos, nomeadamente dos Fiat G-91,  eram boas, mas poderiam ter sido excelentes... É uma opinião.  Mas eu poderia dizer o mesmo: a distância (social), no Exército, entre os combatentes e os seus comandantes (nomeadamente a nível de batalhão) era, em  geral, muito grande e talvez perniciosa.

 Os nossos oficiais superiores, nomeadamente no exército, nunca perceberam que essa distância podia comprometer, irremediavelmente, o desempenho operacional. Com a exceção de Spínola, ao nível dos generais, e talvez das tropas especiais (BCP 12, fuzileiros, etc.), ninguém, percebeu ou estava interessado em perceber isso; que um líder é aquele que vai à frente, mostrando o caminho...

Nunca tive um comandante de batalhão que me mostrasse o caminho, e a única vez em que um tenente coronel alinhou ao meu lado, no mato, fui eu, fomos nós, que lhe mostrámos o caminho. Esse oficial superior chamava-se Polidoro Monteiro, mas contavam-se pelos dedos os líderes militares, os grandes comandantes operacionais, como o Raul Folques, o Alpoim Calvão ou o capitão Comando graduado Bacar Jaló ou o ten cor pqdt Araújo e Sá...  Ao nível dos graduados subalternos, milicianos (oficiais e sargentos), a seleção e a formação não terão sido menos desastrosas... Em suma, fomos todos entregues aos bichos... Ou melhor, e para não ser tão radical: às vezes, eu tive a sensação de que estávamos entregues aos bichos...


Foto nº 8 > A banda da GNR - Guarda Nacional Repúblicana, que abrilhantou a cerimónia


Foto nº 9 > Aspeto parcial dos participantes e do Monumento aos Combatentes do Ultramar


Foto nº 10 > O casal mais "strelado" do mundo: o Miguel e a Giselda Pessoa (atrás, de óculos)


Foto nº 11 > Da direita para a esquerda; o Francisco Silva, o "nosso" cirurgião ortopedista, o algravio Arménio Estorninho (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70),  mais outro camarada que veio com ele. e que esteve em Porto Gole com o Jorge Rosales (lamentavelmente, não fixámos o seu nome)


Foto nº 12 > Ao centro o Mário Fitas, nas pontas o José Nascimento (CART 2520) e o Arménio Estorninho (CCAÇ  2381)




Foto  nº 13 > O Silvério Lobo, mais um camarada da sua companhia (de quem também não fixei o nome mas que, segundo o Hèlder Sousa, é o Lino Rei, de Pinhal Novo)


Foto nº 13 > O José do Nascimento e o Arménio Estorninho, dois camaradas  do Barlavento algarvio, mais exatamente de Lagoa, que também é a terra do António Camilo. 


Foto nº 14  > O Fernando de Jesus Sousa,  bedandense,  DFA... > Depois de uma livro aubiográfico vai lançar um de poesia proximamente, lá para novembro,,,


Foto nº 15 > Carlos Silva e António Fernando Marques



Foto nº 16 > Luís Graça e António Fernando Marques, dois velhos camaradas da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)


Foto nº 17 > O guião da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã


Foto nº 18 > Em primeiro plano, o António Basto, um dos dirigentes da AVECO


Foto nº 19 > Acabadas as "hostilidades", reconfortada a alma, matadas as saudades, é preciso alimentar o corpo: o piquenique da malta da AVECO.

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso, Monumento aos Combatentes do Ultramar > XXIII Encontro Nacional de Combatentes >  10 de junho de 2016 > Alguns camaradas com quem falei e a quem fotografei...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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