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quarta-feira, 18 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4049: As abelhinhas, nossas amigas (5): As abelhas e a NEP (Alberto Nascimento)

1. Mensagem de Alberto Nascimento(*), ex-Sold Cond Auto, CCAÇ 84 (Bambadinca, 1961/63), com data de 17 de Março de 2009:

Amigo Luís
Enviei em 11/03 um apontamento sobre o tema Abelhas, que julgo não foi recebido, ou aguarda oportunidade para ser publicado. Na dúvida, resolvi reenviar.

Um Abraço
Alberto Nascimento


ABELHAS

Da NEP nunca ouvi falar, mas deve querer dizer, Não Estejas Parado com abelhas por perto ou já em cima de ti, corre o mais que puderes atira-te à água, atira-te de cabeça para o interior de uma moita, (diziam que resultava, que elas terminavam a perseguição), mas parado é que não.

Era o pão nosso de todos os dias no destacamento de Piche. A fonte, situada próximo do quartel secou. Os banhos passaram a ser tomados num charco que ficava na traseira do quartel, mas para beber e cozinhar passámos a ir a uma nascente que nos indicaram e que ficava a uns quilómetros na estrada para Canquelifá.

A nascente até ficava num local bonito, aprazível, onde até apetecia ficar um bocado a apreciar a frescura, as árvores enormes muito próximas da água, só que cada árvore daquelas tinha uma colmeia daquela raça de abelhinha que, com alguma razão, é conhecida por assassina.

Nos primeiros dias ainda mal tinha conseguido colocar o atrelado tanque de mil litros em posição para poder ser enchido com a bomba manual, já elas estavam em cima de nós, furiosas distribuindo ferroadas.

Depois consegui perceber que o que as irritava e obrigava a atacar eram os vapores do escape e passei a colocar o tanque com o motor do jipão desligado. Mesmo assim atacavam frequentemente e nem o fumo que fazíamos com capim molhado impedia de levarmos umas valentes ferroadas.

Foi uma época de grande preparação física, embora forçada, mas posso garantir que foram batidos recordes de velocidade e se a situação se tem mantido, tinha nascido na Guiné a maior e melhor equipa de fundistas portugueses da época.

Com a ida para Bambadinca, acabaram o treinos forçados e as ferroadas.

Julgo que os camaradas bloguistas também tiveram contacto com outro insecto fabricante de mel conhecido por “mosca do mel”. Tinha o comprimento de pouco mais que dois milimetros, não tinha ferrão, mas quando sentiam perigo para a colmeia atacavam em tão grande número que era difícil aguentar. Introduziam-se nos ouvidos, nas narinas por debaixo dos cabelos... eram tão chatas que faziam correr, tal como as primas de ferrão.

Um Abraço
Alberto Nascimento
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 2 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P3964: Nuvens negras sobre Bissau (6): O Nino morreu vítima de si próprio (Alberto Nascimento)

Vd. último poste da série de 14 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4031: As abelhinhas, nossas amigas (4): Desculpem qualquer coisinha (Luís Faria)