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domingo, 1 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23936: Mi querido blog, por qué no te callas?! (9): O nosso blogue à lupa dos lentes de Coimbra... Pequeno resumo da tese de doutoramento de Verónica Ferreira que nos caracteriza assim, em entrevista à Lusa: (i) uma espécie de comunidade de antigos combatentes à procura de um sentido para a participação na guerra colonial; (ii) com um lado nostálgico de partilha de memórias, mas também de revolta pelo sacrifício inútil e não reconhecido; (iii) com um postura defensiva e uma visão algo lusotropicalista do conflito; e (iv) onde há muitos "pequenos silêncios" e alguns tabus


Uma das imagens ícones (e mais plagiadas) do nosso blogue: o 2º Gr Comb da CCAÇ 12, 1969/71, no subsetor do Xitole do setor L1, Bambadinca, a atravessar uma lala.

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados.

[Edição e legendagem : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Antigos combatentes criam sentido de comunidade 
em blogues e Facebook, revela estudo

29-12-2022 11:22 | Porto Canal  / Agências (com  a devia vénia...)

Uma investigadora da Universidade de Coimbra analisou a participação em blogues e em grupos de Facebook de antigos combatentes na Guerra Colonial, espaços onde estes homens criam um sentido de comunidade, mesmo que com “silêncios” sobre aquele período.

O tema foi objeto de estudo da tese de doutoramento de Verónica Ferreira, investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto de investigação CROME, que tem como objetivo fazer uma história da memória das guerras coloniais e de libertação combatidas entre o Estado português e os movimentos independentistas africanos.

O doutoramento centrou-se nas narrativas dos antigos combatentes em blogues (com especial foco para o maior blogue de veteranos, “Luís Graça & Camaradas da Guiné”) e em grupos da rede social Facebook.

Para Verónica Ferreira, a presença dos antigos combatentes em meios digitais espelha a necessidade dos próprios de “formarem uma espécie de comunidade”, de falarem das suas experiências passadas e de lhes darem um sentido.

Apesar de no Facebook e nos blogues a construção de narrativas ser diferente (nos blogues, há uma maior diversidade de relatos, enquanto o Facebook aparece como uma espécie de fórum), há “linhas narrativas transversais”, disse à agência Lusa a investigadora.

Verónica Ferreira nota que, para lá daquilo que é partilhado, das histórias ou experiências, é importante perceber “quais os silêncios que existem”.

“É preciso perceber a história da qual não se fala. Aquilo que se fala é sobretudo de um sentimento de revolta, por não haver reconhecimento do Estado do sacrifício dos combatentes. O silêncio surge em relação à violência perpetrada”, constatou, dando ainda conta de outros “pequenos silêncios”, como a homossexualidade, que não é falada, ao contrário de temas difíceis que acabam por ser abordados como a deserção ou filhos que foram deixados lá.

Segundo a investigadora, a violência cometida na guerra é evitada nos relatos que são partilhados e, no caso da relação com mulheres durante o período em que foram mobilizados, o assunto é “abordado de forma coloquial, em linguagem de caserna, nunca se analisando a violência por de trás dessas relações”.

Para Verónica Ferreira, “há uma postura defensiva” nos antigos combatentes, mesmo que não exista uma “narrativa homogénea”.

“Existem muitos combatentes, com contextos diferentes, com posições ideológicas diferentes, mas há uma linguagem defensiva, mesmo em relação àqueles que se posicionam de forma crítica, porque há sempre uma tentativa de justificar a participação” na Guerra Colonial, vincou.

Para a investigadora, que para além de análise dos blogues e grupos de Facebook também entrevistou colaboradores do blogue “Luís Graça”, há uma “perspetiva de legitimação da guerra”.

“Foram pessoas que viveram a guerra e têm que encontrar algum sentido para aquilo que viveram. Há uma tentativa de encontrar uma linha coerente para contar uma história de vida, que os satisfaça e que faça sentido”, notou.

Para além dessa postura defensiva, há também um lado nostálgico de contar as suas vivências, de reencontrar camaradas e de abordar as memórias de um momento em que “foram protagonistas da História”.

Se o diálogo entre antigos combatentes é sobretudo cordial, surgem, mesmo assim algumas tensões, que acabam por resvalar mais no Facebook, onde “é um pouco mais visível uma secção mais conservadora dos combatentes”.

Para Verónica Ferreira, apesar de ter havido sempre um esforço da extrema-direita para tentar cooptar os antigos combatentes, “nunca foi bem-sucedido”.

Essas tentativas são visíveis no Facebook, havendo inclusive um grupo ligado ao partido Ergue-te (antigo PNR), mas a cooptação “não parece que tenha sido bem-sucedida”, constatou.

Ao mesmo tempo, quer no Facebook quer nos blogues, a visão da Guerra Colonial é uma visão “lusotropicalista”, que olha de forma benevolente para a ocupação portuguesa, mesmo naqueles que se posicionaram contra a guerra.

A investigadora realça ainda a importância de se preservar o material que vai sendo partilhado e publicado nos blogues, especialmente em “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, realçando que aquele espaço “é um manancial imenso de documentação, de relatos, de história oral”.

“Não existem programas que preservem aquela riqueza de material para além do esforço do Luís Graça e dos restantes camaradas. Seria uma perda imensa se o domínio fechasse e deveria haver um esforço para recolher e preservar aquele material de forma mais consistente”,
defendeu.

Notícia do Porto Canal | Agência Lusa, que nos chegou já ao findar do ano de 2022, pela mãos dos nossos camaradas Carlos Pinheiro e Miguel Pessoal. Fica bem na série "Mi querido blog", para inaugurar o ano de 2023  (**)... Fixação de texto / links / negritos: LG.
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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23759: Mi querido blog, por qué no te callas?! (8): É como a ponte, que atravessámos duas vezes, a maior parte de nós, "ao p'ra lá e ao p'ra cá": parece que treme, mas não cai...


Lisboa > Março de 2007 > A Ponte 25 de Abril, sobre o Rio Tejo (Ponte Salazar, até ao 25 de Abril de 1974), reflectida sobre a fachada de vidro de um dos edifícios da Administração do Porto de Lisboa... Parece que treme mas não cai...

Foto: © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa >  Junho de 1970 > A ponte sobre o Rio Tejo e o Cristo Rei, na margem esquerda... Em 1970, a febre da construção na outra banda já tinha começado, mas o Cristo Rei ainda era uma figura solitária na paisagem... Foto, sem legenda, do álbum do Otacílio Luz Henriques, 1.º cabo bate-chapas,  CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). 

Foto: © Otacílio Luz Henriques (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > 8/1/1964 > A ponte sobre o Rio Tejo, em construção: imagem do pilar norte, tirada do T/T Quanza. Uma foto notável com esta obra, emblemátca do Estado Novo, cuja construção demorou 3 anos e meio (novembro de 1962 a agosto de 1966): no regresso, o BCAÇ 619 já passou sob o tabuleiro da  Ponte Salazar... Foto do álbum  de Carlos Alberto Cruz , ex-fur mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió e Cachil,  1964/66)

Foto (e legenda): © Carlos Alberto Cruz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Cais da Rocha Conde Óbidos> 18 de agosto de 1965> Embarque do pessoal da CCAÇ 1426 e de outras unidades para o TO Guiné, no T/T Niassa; ao fundo a ponte sobre o Tejo ainda em construção, não estando ligados as diferentes secções do tabuleiro... (Seria inaugurada um ano depois, em 6 de agosto de 1966.)

Foto: © Fernando Chapouto (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > 29 de maio de 2012 > Ponte sobre o Rio Tejo > Iniciada a sua construção em 5 de novembro de 1962, foi inaugurada em 6 de agosto de 1966... Ainda havia, em 1962, montes de golfinhos no Tejo e centenas de fragatas e outras embarcações à vela... A contentorização do transporte de mercadorias marítimas  e o fim da estiva manual marcaram o seu fim... 

Foto: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Rio Tejo > 5/11/2011 > Pôr do sol no Atlântico, visto do estuário do Tejo, em Belém, junto ao Museu do Combatente (Forte do Bom Sucesso).

Foto: © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Os mais velhos da geração da guerra colonial / guerra do ultramar / guerra de África viram-na crescer, entre 1962 e 1966, à belíssima ponte sobre o Tejo. Foi uma das coqueluches da política de obras públicas do Estado Novo. Deram-lhe o nome do homem forte do regime de então, o Salazar (que seguramente nunca passou debaixo dela, como nós, que fomos combater em África, a seu mando).

A grande maioria dos antigos combatentes passou debaixo dela, duas vezes, de barco, na viagem com destino  a Angola, Moçambique ou Guiné, e depois no regresso à Pátria... "Ao p'ra lá e ao pr'a cá", como diria o "caçula" do meu cunhado nortenho, que foi parar a Angola, em 1970 (e o mais velho a Moçambique, em 1963, só escapou o do meio, que  era cambo... e ficou livre da tropa; o resto eram raparigas, e nenhuma se ofereceu para enfermeira paraquedista, embora o pai fosse patriota e tivesse vindo uma vez ao Terreiro do Paço, arrebanhado para um comício da União Nacional, dando vivas ao Marcello Caetano e ao Portugal pluricontinental e plurirracial).

A grande maioria de  nós fez esta viagem de regresso, por via marítima, de Bissau a Lisboa, no Niassa, no Uíge, nos navios da nossa marinha mercante postos ao serviço do transporte da tropa mobilizada para a guerra, lá longe, a milhares quilómetros de casa. Era com emoção que se avistava a barra do Tejo, o Bugio, Cascais, a Costa da Caparica, a Trafaria, a torre de Belém, os Jerónimos, a ponte, o Cristo Rei, o casario de Lisboa, os golfinhos, as frgatas, o  cais da Rocha de Conde de Óbidos, donde tínhamos partido, 22, 23, 24 meses antes...

A maioria de nós atravessou esta ponte duas vezes, mas a água que corria sob ela já não era mais a mesma.  Tal como nós, quando fomos e quando viemos, também já não éramos mais os mesmos... Ninguém sobrevive, impunemente, a uma guerra...

E depois lá se ia de comboio até à nossa unidade mobilizadora... Essa derradeira vaigem, paga pelo Estado, tinha um profundo significado: a passagem à peluda, as últimas despedidas, a promessa de nos voltarmos a ver e a abraçar, enfim,  o regresso, solitário, a casa, onde nos esperavam, em alvoroço, a família, os amigos, os vizinhos...  

O "day after", o dia seguinte, não era fácil, não foi fácil para muitos de nós...  Uma geração partida e repartida,  uns tomaram os caminhos da emigração, transatlântica  (Brasil, EUA, Canadá) ou transpirenaica (França, Alemanha)... Outros, deixaram as suas terras  de vez (as pacatas aldeias, vilórias e pequenas cidades do interior),  fixando-se na grande Lisboa e no grande Porto, procurando oportunidades de trabalho, prosseguindo os estudos, reconquistando em Abril a(s) liberdade(s) perdida(s),  constituindo família, descobrindo o prazer de viajar por essa Europa fora, agora com outra mochila e outros sonhos... 

"Cacimbados", "apanhados do clima", "estranhos", "envelhecidos", "mudados", "fechados, de poucas falas", "truculentos", "noctívagos", "bebendo e fumando em excesso"... eram expressões que trocávamos uns com os outros, ou que ouvíamos aos nossos amigos, familiares e vizinhos... a nosso respeito, depois do regresso.

A (re)adaptação, em muitos casos, não foi fácil, e levou o seu tempo... A maior parte casou, teve filhos e netos e tentou ser feliz... Mas nunca mais foi o mesmo, tal como a água do Tejo que passa sob a sua ponte...

 2. Enfim, há que lembrar, por mor da verdade,  que, a partir de 1972, 
 os TAM (Transportes Aéreos Militares) compraram dois Boeing 707 e a rapazida passou a chegar mais depressa aos teatros de operações, mas também a casa, no regresso,  os que tiveram a estrelinha da sorte (ou a "santinha da sua devoção" ) a protegê-los... 

Que a guerra os esperava e já se fazia tarde, diziam os maiorais, também eles já cansados da guerra... Mas as saudades de casa, da terra, da Pátria / Mátria / Fátria, também eram mais do que muitas... Houve quem não aguentasse a espera do avião dos TAM e se metesse no avião da TAP, pagando a passagem do seu bolso...

O nosso blogue tem a  veleidade (utópica?) ou a pretensão (ingénua?) de tentar juntar o maior número dos que ainda estão vivos e ajudá-los a reconstituir o puzzle das suas memórias da guerra (e da Guiné, muito em particular)... 

Teima, ao fim destes anos todos, em pô-los a contar as histórias dos seus verdes anos. E a partilhá-las, neste blogue. Que, tal como  sugere a primeira foto de cima, é como a ponte, parece que treme, mas não cai... 

Que os bons irãs da Tabanca Grande nos continuem a proteger. E que no final do próximo ano de 2023, posssamos dizer: chegámos à meta dos 900 (*). Mesmo sabendo que a picada  da vida é cada vez mais dura e perigosa, "cheia de minas e armadilhas"... 

Ah!, e que daqui a uns meses, lá para abril ou maio, quando chegar a primavera (se lá chegarmos), tenhamos ainda a soberana e humana vontade de nos encontrarmo-nos, no XV Encontro Nacional da Tabanca Grande, que, recorde-se,  até chegou a estar  marcado para Monte Real, em 2 de maio de... 2020. (LG)
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 8 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23684: Mi querido blog, por qué no te callas?! (7): Campanha dos 900 membros da Tabanca Grande até ao fim de 2023... Toca a "tocar o burro"... Porque, como diz o provérbio guineense, Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...

sábado, 8 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23684: Mi querido blog, por qué no te callas?! (7): Campanha dos 900 membros da Tabanca Grande até ao fim de 2023... Toca a "tocar o burro"... Porque, como diz o provérbio guineense, Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...



Guiné > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 674 (1964/66) > O fur mil mec auto Sérgio Neves, já falecido, irmão do nosso grã-tabanqueiro Tino Neves, a "tocar o seu burro".

Foto (e legenda): Constantino Neves (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)

1. O nosso blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné, reunidos numa comunidade virtual a que chamamos Tabanca Grande (e que é a mãe de todas as tabancas...), precisa de "sangue novo"... 

Nos últimos dez anos (entre 2012 e 2021) entraram em média 26 novos membros para a Tabanca Grande (vd. Gráfico acima). Em 2021,  que foi ano de pandemia (tal como o de 2020), tivemos 31 novos membros, dos quais 13 a título póstumo.

Este ano de 2022, temos a registar apenas 9 (nove!) entradas, quando devíamos ter pelo menos o dobro... A crise não é só demográfica (*)... Mas temos que inverter a tendência pós-pandémica e chegar aos 900 membros até ao final d0 próximo ano de 2023... 

Até hoje, somos 864 (dos quais 124 já não estão entre os vivos). Falta-nos, pois, 36 para chegarmos aos 900.

Há dias comparámos o nosso blogue um burro velho mas teimoso, que se recusa a envelhecer e, no fim, a ir, ordeiramente, para o matadouro... Vamos, quando chegar a nossa vez, mas a espernear, a bracejar e a gritar (se não nos tirarem a voz...).

Dizem que os burros podem viver entre 30 e 40 anos, em média, podendo excecionalmente chegar ao meio século... No caso do nosso blogue, a sua expectativa de vida já não pode ser tão grande; não é que o "burro" seja muito velho (tem 18 anos), os "donos" (os camaradas que o editam, alimentam, comentam, leem, divullgam, etc.) é que estão a ficar velhotes... Mesmo assim, na Web 18 anos  é quase uma eternidade! (*)

Mas igualmente dissemos, em introdução ao poste P23672 (*),  que ao nosso blogue, além da metáfora do burro, também se aplica o provérbio guineense em crioulo: 

"Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti" (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...

E fizémos um apelo, ou melhor um desafio: Caros leitores, toca a... "tocar o burro"!...  O mesmo é dizer: tragam "gente nova"!... 

Faltam-nos padrinhos e afilhados, o mesmo é dizer, "sangue novo"... A "velhice" tem que fazer a sua parte, "apadrinhar" os "periquitos", trazer novos "amigos e camaradas da Guiné", que se queiram sentar à sombra do poilão da Tabanca Grande... 

Há muitos camaradas que têm páginas (interessantes) no Facebook ou pertencem a grupos de antigos combatentes no Facebook, mas que não se sentam à sombra do nosso poilão... 

Está na altura de apresentarem as duas fotos da praxe (uma antiga e outra atual) e fazerem o pedido de ingressso, por emal, com duas linhas de apresentação: "Sou o fulano de tal, estive na companhia tal, passei pelos sítios e tal, e gostava de partilhar as minhas fotos e outras memórias da Guiné com os amigos e camaradas da Guiné"...

Amigos e camaradas da Guiné: não deixemos que sejam os nossos queridos mortos a alimentar os que ainda estão vivos... 

Nos últimos dois ou três anos temos crescido, infelizmente, à custa dos "mortos": camaradas, entretanto falecidos,  que tinham uma ligação ao blogue (várias referências, fotos, histórias...) mas que, em vida, nunca chegaram a  formalizar  o seu pedido de inscrição... (Nalguns casos, por exemplo, não tinham um endereço de email, mas tinham o email da filha, do filho, do neto, ou do sobrinho)...

Não queremos ser cínicos como o "cangalheiro" ou "gato pingado" da nossa terra, que diz, a lamuriar-se: "Eu não quero que ninguém morra, só quero é que a minha vida corra"... 

2. Campanha dos 900 até ao fim do ano de 2023:

Endereços de email dos nossos editores de serviço:

(i) Luís Graça (Alfragide / Amadora  e Lourinhã):

luis.graca.prof@gmail.com

(ii) Carlos Vinhal (Leça da Palmeira / Matosinhos):

carlos.vinhal@gmail.com

(iii) Eduardo Magalhães Ribeiro (Maia):

magalhaesribeiro04@gmail.com

(iv) Jorge Araújo (Almada e Abu Dhabi):

joalvesaraujo@gmail.com

(v) Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com


CAMARADA, FAZ ISSO POR TI, PELOS TEUS FILHOS E NETOS, POR TODOS NÓS!

(i) Traz as tuas fotos (e vídeos), as tuas histórias e memórias, divulga e salvaguarda os teus aerogramas, cartas, relatórios, diários, poesias, documentos militares, papéis esquecidos, guardados no sótão, num velho baú ou "mala de cartão", reconstitui as tuas memórias, recorda os sítios por onde passaste, viveste, combateste, amaste, sofreste, viste morrer e matar, mataste, e perdeste, eventualmente, uma parte do teu corpo e da tua alma...

(ii) Ajuda os teus ex-camaradas a reconstituir o puzzle da memória da Guiné e da guerra que lá travaste (1961/74)...

Faz-te bem, a ti e a eles, a todos nós, ex-combatentes, portugueses, guineenses ou cabo-verdianos...

(iii) Cumpres o teu "dever de memória", prestando também, desse modo  um pequeno/grande  serviço à geração dos teus filhos e dos teus netos...

Para que eles, ao menos, não possam dizer, desprezando o teu sacrifício: "Guiné?... Guerra do Ultramar? Guerra de África? Guerra Colonial?... Não, muito obrigado/a, nunca ouvi falar!"

(iv) Faz isso... mais uma vez, pela tua Pátria, Mátria, Fátria...

Faz isso, por ti, por todos nós... Pelas razões que entenderes... E sobretudo para que, num belo dia destes, quando morrermos todos, não nos venham dizer que fomos a geração do "soldado desconhecido" (tal como a dos nossos avôs que combateram e morreram na I Grande Guerra, na Flandres, em Angola, me Moçambique)... A geração que foi sepultada na "vala comum do esquecimento"...

Num próximo poste, acrescentaremos algo mais sobre o que somos e não somos enquanto blogue... E quais são as nossas regras de convívio, aqui, neste blogue...

PS - Camarada, contariamente ao Facebook, aqui no blogue quem vai editar as tuas fotos e textos são os nossos editores... Tens que mandar os teus materiais para um ou mais dos nossos  endereços de email: o resto é depois connosco... E aqui, prometemos-te, "ficarás mais bem servido"...
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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 5 de outubro de  2022 > Guiné 61/74 - P23672: Mi querido blog, por qué no te callas?! (6): A todos os meus confrades, aqui deixo o registo de um punhado de reflexões sobre o futuro do nosso blogue (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23672: Mi querido blog, por qué no te callas?! (6): A todos os meus confrades, aqui deixo o registo de um punhado de reflexões sobre o futuro do nosso blogue (Mário Beja Santos)


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Ingoré > 1998 > Esta foto, com a Zélia Neno, ex-companheira do Xico Allen, chegou-nos por mão do Albano Costa, com a seguinte legenda: “Esta foto vale pela imagem, e os brancos em África converteram-se? Não é que ficaram a ver a Zélia [Neno] a puxar o burro, mulher de armas!"... A propósito, não temos tido notícia desta nossa amiga, "veteraníssima", uma das primeiras a integrar a Tabanca Grande...

Qual entretanto a relação desta foto com o tema desta série "Mi querido blog, por qué no te callas? "... Metaforicamente falando, o nosso blogue pode ser comparado a um burro velho mas teimoso, que se recusa a envelhecer e, no fim, a ir para o matadouro... 

Dizem que os burros podem viver entre 30 e 40 anos, em média, podendo excecionalmente chegar ao meio século...  Na Guiné do nosso tempo, eram já uma raridade, mas houve quem ainda os visse a carregar pesados sacos de mancarra e até se faziam  com eles umas "burricadas"... 

Enfim,  a experança média de vida do burro depende muito dos trabalhos impostos pelo dono e pelos cuidados que lhe são prestados... No caso do nosso blogue, a sua expetativa de vida já não pode ser tão grande: não é que o "burro" seja muito velho (tem 18 anos), os "donos" é que estão a ficar velhotes... (Atenção: 18 anos na Web é quase uma eternidade!)

Mas ao nosso blogue também se aplica o provérbio da Guiné, em crioulo: "Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti" (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado,  não anda)... 

Caros leitores, toca a... "tocar o burro"!... O mesmo é dizer: deem-nos dicas, façam-nos críticas, sugestões e comentários, depois de lerem este poste... que começa pro ser  um "aviso à navegação". 

Faltam-nos padrinhos e afilhados, o mesmo é dizer, "sangue novo"... A "velhice" tem que fazer a sua parte, "apadrinhar" os "periquitos"... Onde estão os "últimos soldados do império"? Qurem apanhou o 25 de Abril? Quem regressou nos últimos  aviões dos TAM e nos últimos navios T/T?

Este ano só entraram, até à data, 9 novos membros da Tabanca Grande, um por mês, e destes nove, três foram-no a título póstumo... O ano passado, que foi de pandemia (como o de 2020), tivems 31 novos membros, dos quais 13 a título póstumo...  

Amigos e camaradas da Guiné: não deixemos que sejam os nossos queridos mortos a alimentar os que ainda estão vivos...

Foto (e legenda): © Albano Costa / Zélia Neno (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 

1. Texto do nosso colaborador permanente, Mário Beja Santos, com data de 3/8/2022, e que só agora é publicado, por razões de oportunidade (*):

A todos os meus confrades, aqui deixo o registo de um punhado de reflexões sobre o futuro do nosso blogue

Meu caro Luís,
 
É de elementar justiça, a todos os títulos, dirigir-me primeiramente a ti, foi graças ao nosso reencontro, em 2006, que me abriguei no blogue que tu fundaste em boa hora e que se tornou no eixo principal das memórias da guerra da Guiné, é possuidor de um acervo incomparável, merecedor da atenção dos estudiosos das novas gerações, tal o valor da informação ali acumulada, isto para já não referir aquele imbatível acervo fotográfico que fará inveja a qualquer arquivo, em qualquer ponto do globo. 

Daí de saudar calorosamente pela porta que abriste ao companheirismo, à permanente assembleia dos camaradas da Guiné e outros visitantes, só num país ingrato como o nosso é que tu não és alvo de uma distinta consideração pelo que criaste de raíz e pelo inultrapassável serviço público que o blogue presta ao país.

Acompanho diariamente o blogue, não posso escrever sem olhar para o fruto do tempo, e constato que a nossa idade introduz limitações que devemos aprender a ultrapassar. Admito que possamos crescer um pouco mais, aceito perfeitamente que ainda há muito para dizer, mas estou seguro de que há condicionalismos irrefragáveis:  a 
concorrência de redes sociais, o facto da nossa memória se ir esgotando sobre o que vivemos e partilhamos com outros,  há qualquer coisa como meio século ou mais, o que atualmente se publica espelha essa rarefação e considero que chegou a hora de conjugarmos esforços para que se faça uma reflexão séria sobre o futuro do blogue.
  • primeiro, temos um potencial invejável, podemos com ele conviver com outros parceiros, logo todos aqueles blogues de antigos combatentes que queiram entrar connosco em parceria, mais não seja no intercâmbio de informações, notícia de obras publicadas, realização de eventos, etc.; 
  • há as instâncias universitárias onde se estuda a guerra colonial, em vários pontos do país, bem podíamos procurar estabelecer protocolos; 
  • há as bibliotecas, se é facto que a Biblioteca Nacional teoricamente recebe todas as publicações, nós não temos acesso fácil a edições de autor
  • há outras bibliotecas que estão prontas a cooperar (eu próprio beneficio da delicadeza do bibliotecário da Biblioteca da Liga dos Combatentes), 
  • há nas Forças Armadas instituições e publicações com quem nós podíamos intensificar o intercâmbio.
O blogue ganharia dimensão de um espaço mais amplo, sem detrimento da manutenção dos nossos conteúdos específicos.

Mais cabeças poderiam seguramente contribuir (e de certeza com aportes mais válidos) sobre o futuro do nosso blogue. É esta dimensão de património histórico-cultural que eu venho pôr à vossa consideração, sugerindo ao fundador do blogue que organize oportunamente um encontro de gente disponível que traga na sua agenda sugestões de engrandecer o futuro do blogue, não devemos desdenhar as nossas idades e legar às novas gerações este dever de memória que diariamente acarinhamos aqui. 

É o que sumariamente me ocorreu de dizer-vos, tenho 77 anos, gozo felizmente de alguma saúde e não sinto qualquer abalo no meu entusiasmo em manter de pedra e cal a colaborar regularmente com o blogue

Que o debate nos ajude a preparar um risonho amanhã, para que todos os nossos testemunhos não fiquem gelificados num qualquer arquivo. 

Recebam a muita cordialidade do Mário


2. Já em tempos, em  21/11/2017, o Mário tinha partilhado connsoco algumas das preocupações e reflexões sobre o futuro do blogue. Como não temos a certeza de ter sido publicado, aqui fica o texto, em complemento do que acima reproduzimos:

Caríssimo Luís,
Saúde e fraternidade,
De há uns meses a esta parte que te ando para escrever. Cumpre-se a ordem natural da vida, nós e os nossos companheiros de blogue vamos envelhecendo, as inscrições de novos bloguistas chega naturalmente a conta-gotas, enfim, não podemos reinventarmo-nos, estamos insistentemente numa atmosfera de manutenção, a criatividade terá os seus dias contados.

Devemos saber prever os próximos anos, é uma pertinência e é um ato de responsabilidade: como manter vigoroso, interativo e muito útil o nosso blogue? Só a ti cabe tomar uma decisão de revigoramento.

Eu venho dar uma sugestão e nada mais. Faria uma curta reflexão sobre o futuro do nosso blogue a partir dos dados da atualidade, convidaria aí uns 20 camaradas para uma jornada de reflexão, num qualquer ponto do país, umas boas horas a partir pedra e a juntar ideias salutares para um futuro promissor.

Adianto algumas ideias da minha lavra:

  • alargar as parcerias com os três ramos das forças armadas, pedindo-lhes intercâmbio do que tem a ver com o passado e presente da Guiné – artigos, memórias, cooperação, etc;
  • estabelecer um protocolo com os demais blogues relacionados com a guerra da Guiné, sempre na perspetiva do intercâmbio, do noticiário, de uma bolsa de artigos de opinião
  • pedir entrevistas aos Pupilos do Exército, ao Colégio Militar, Academia Militar, propondo-lhes visitas de camaradas nossos para falar da Guiné e daquela guerra.

    Não me quero estender mais, exigi a mim próprio notificar-te que temos uma vida curta pela frente e gerámos um património que é inalienável e fulcral para qualquer investigaçã séria que se venha a fazer no futuro sobre a guerra da Guiné, seja a que título for. Depois dizes-me o que pensas.

    Um abraço sempre fraterno do Mário.
    __________

    Nota do editor:

    Último poste da série > 3 de março de  2021 > Guiné 61/74 - P21964: Mi querido blog, por qué no te callas?! (5): O que irá acontecer aos nossos blogues e demais sítios na Net quando, pela ordem natural das coisas, formos transferidos para o Batalhão Celestial? Considerações sobre o futuro (Rogério Freire, fundador e editor do sítio CART 1525 - Os Falcões)
  • quarta-feira, 3 de março de 2021

    Guiné 61/74 - P21964: Mi querido blog, por qué no te callas?! (5): O que irá acontecer aos nossos blogues e demais sítios na Net quando, pela ordem natural das coisas, formos transferidos para o Batalhão Celestial? Considerações sobre o futuro (Rogério Freire, fundador e editor do sítio CART 1525 - Os Falcões)


    Um dos sítios sobre a  mais antigos na Net, sobre as nossas "guerras",  a página da CART 1525, "Os Falcões", Bissorã, 1966/67. O seu fundador e editor principal, Rogério Freire, é também um dos membros da primeira hora da nossa Tabanca Grande (*)


    1. Mensagem de nosso camarada Rogério Freire  [ex-Alf Mil da CART 1525, Bissorã, 1966/67; fundador e editor principal do sítio sobre a CART 1525, "Os Falcões"]

    Data - 09/02/2021, 20:02
    Assunto - Considerações sobre o futuro

    Caros Camarigos da Tabanca Grande:

    Vou regularmente lendo as notícias da Tabanca Grande através do Facebook e quando o assunto me desperta uma maior atenção visito o vosso/nosso blogue.

    Aproveito, uma vez mais, para vos felicitar pelo continuado e importante trabalho desenvolvido pela Tabanca Grande, em prol da nossa história que, temo venha a ser naturalmente esquecida e arquivada no passado assim que formos sendo mobilizados e transferidos para o Batalhão Celestial.

    E esta é a razão principal do meu contacto de hoje ... que futuro se pode prever para toda a informação sobre a campanha da Guiné (e outras) atualmente disponíveis na Internet? 

     O que vai acontecer assim que não houver quem atualize os sites e os blogues, quem pague os domínios e os alojamentos dos sites?

    Com toda a vontade que possa existir naqueles que, como vós, têm mantido e se se dispõem a manter viva a história da nossa epopeia é, com um prognóstico extremamente otimista, de prever que, dentro de 20 a 25 anos nenhum destes site e blogues continuem disponíveis na Internet. 

    E ... o que podemos fazer para proteger esta informação?

    Segue a minha ideia e sugestão:

    1) Conseguir através das Forças Armadas e/ou do Ministério da Defesa a disponibilidade de um espaço num nos seus servidores dedicado ao alojamento de todos sites e blogues congéneres atualmente existentes que demonstrem interesse e se candidatem ao referido alojamento;

    2) Conseguir (se necessário) através da entidade nacional responsável pela aprovação e registo dos domínios a criação de uma classe de "domínios perpétuos" que só poderiam ficar alojados nos servidores do Estado.

    Claro que a sugestão engloba todas as frentes de combate, todas as armas, e em todas as épocas.

    Creio que a Tabanca Grande já tem força suficiente para poder pensar neste assunto bem como deverá ter (penso eu) contactos a vários níveis com poder, interesse e capacidade de envolvimento nesta operação. Assim haja interesse.

    Aqui fica a reflexão.

    Caros camaradas e amigos, recebam um forte e sincero abraço do

    Rogério Freire
     

    2. Comentário do editor LG: 

    Meu caro Rogério:

    Já te devia ter respondido, a agradecer o teu empenho e preocupação. Mas só agora publico o teu valiosíssimo contributo sobre um tema que nos preocupa, e já não é só de agora.  Espero que surjam outros contributos,  para este inadiável debate. Um dia o nosso blogue vai mesmo... "calar-se"! 

    Os nossos sítios (e são muitos)  têm o mesmo problema... de sobrevivência, como tu bem enfatisas. Os coeditores do Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné são um pouco mais novos do que o fundador e editor, mas tudo já está na casa dos setenta... 

    Pela minha parte, posso contar com o apoio do meu filho para pagar a avença anual ao Blogger, se um dia destes bater as botas... ou ficar incapacitado. Mas vamos ser um pouco mais otimistas...  Como eu gosto de dizer, e é válido para mim e para ti, para nós, que merecermos ficar por cá mais uns aninhos: até aos 100, é sempre em frente, só é preciso é ter cuidado com as minas e armadilhas na picada... E começam, infelizmente,  a ser muitas!...

    Mas concordo inteiramente contigo e com a tua ideia: temos que encontrar um sugestão "institucional", duradora, que pode passar pelo Ministério da Defesa ou pela Universidade, de modo a garantir que as nossas memórias da guerra do ultramar / guerra colonial (mas também das outras guerras, do tempo dos nossos pais e avós: II e I Guerra Mundiais) possam continuar a ser lidas e divulgadas  pelos nossos filhos, netos e bisnetos... O mesmo é dizer, continuem a ser fonte de informação e conhecimento para as gerações vindouras, e não só de Portugal, como dos demais países e comunidades da lusofonia.

    Obrigado também pela tua autorização em relação ao meu pedido para poder reeditar aqui alguns  materiais da tua/vossa página que tanto acarinhas. Há "periquitos" que não a conhecem... Era uma boa altura também para chamar a atenção para um grande "site",  pioneiro, como o teu/vosso...  

    Um abraço fraterno, 
    Luís Graça (**)
    ____________

    Notas do editor:

    sábado, 1 de fevereiro de 2020

    Guiné 61/74 - P20612: Mi querido blog, por qué no te callas?! (4): um Oscar Bravo (Obrigado) e um Alfa Bravo (Abraço) a todos os/as amigos e camaradas que se lembraram de mim, ao km 73 da minha caminhada pela picada da vida... (Luís Graça, editor)

    1. Mandam as boas regras da educação, da amizade e da camaradagem que eu venha aqui agradecer, com regozijo e humildade a todos aqueles de vós que se lembraram de mim, no dia 29 de janeiro de Vinte-Vinte, ao chegar ao km 73 da minha caminhada pela picada da vida (*).

    Fiz anos nesse dia  (, tal como o Virgílio Teixeira), e recebi parabéns, como simples  membro da Tabanca Grande. Muitos, no entanto,  mesmo aqueles que não me conhecem pessoalmente, "ao vivo",  fizeram questão de sublinhar a minha condição de fundador, editor, administrador e animador deste blogue que, desde 23/4/2004,   junta, debaixo de um simbólico e fraterno poilão, uma comunidade de antigos combatentes da guerra colonial, 801 (até à data) "amigos e camaradas da Guiné".

    Fico feliz por, mais uma vez, ver reconhecido publicamente o papel, discreto mas meritório, deste blogue, e haver preocupações, legítimas, quanto à sua continuidade e ao seu futuro... Recusando qualquer "culto da personalidade", repito aqui o que disse ao meu "mano" Virgíio Teixeira (que faz anos no mesmo dia):

    (...) Quanto ao que dizes do blogue e do meu papel, eu não posso esquecer, ignorar, escometear ou branquear o contributo, teu e dos demais 800 camaradas e amigos... Todos não somos demais. Eu dei apenas o pontapé de saída, como se costuma dizer... Tinha um blogue, desde outubro de 2003, o Blogue-Fora-Nada, onde começaram a aparecer memórias da Guiné,  a primeira em 23 de abril de 2004... Começaram a aparecer "muitos afluentes do mesmo rio"... Ao de fim dois anos e mais de 800 postes, éramos já 111 os membros desta "tertúlia"... 

    Fechei a minha lojinha, arranjei uma equipa de editores e colaboradores, e todos os anos foi entrando malta nova... E cá camos, a caminho dos 16 anos, blogando e resgatando as nossas memórias daqueles nossos verdes anos passados naquela terra vermelha... Não é saudosismo: ninguém nos tira os bons e os maus momentos que lá passamos, quando tínhamos os nossos 22, 23, 24 anos... Só o Alzheimer nos pode frustrar o exercício desse direito. (...)  Bebo um copo à tua saúde e todos os demais amigos e camaradas que nos honram com a sua presença na Tabanca Grande. (...)



    2. Permitam-me, entretanto,  que selecione alguns excertos e mensagens, dirigidas à minha pessoa,  que li, aqui, no blogue, no correio eletrónico e no facebook da Tabanca Grande...Não só pela sua originalidade mas também pela força que me transmitem para poder continuar a blogar, com a nossa equipa de editores e colaboradores...  

    Na realidade, às vezes a gente  já começa a fraquejar e a ter dúvidas sobre o rumo certo do caminho que nos falta percorrer, havendo até, entre os nossos amigos, camaradas e familiares, quem nos reprove esta teimosia por andar a "chafurdar, há tantos anos, no lodo, na merda, no tarrafo das memórias da guerra da Guiné" (**)...

    A ordem dos autores das mensagens é alfabética e a lista é meramente exemplificativa. ( A  todos/as os que se lembraram de mim, nesse dia, e foram muitas dezenas, aqui fica a minha gratidão,  uma das virtudes que eu mais prezo.)

    Adriano Moreira: (...) Muito obrigado pela criação do teu/nosso blog. Foi uma grande ajuda para todos os combatentes que passaram pela Guiné e não só. Mas, para além dessa missão terapêutica, ainda serve de material de consulta para muitos estudiosos sobre o que se passou e o que se passa sobre a Guiné. (...)

    Alberto Branquinho: (...) Eu, "curioso" me confesso a espreitar esta "sala de conversa" (como diz o Mário Beja Santos), "sala" que tantos "fantasmas" ajudou a exorcisar. (..)

    António Carvalho: (...)  O Luís Graça, por tudo o que fez por mim e por nós, combatentes, merece um abraço muito especial. (...)


    António Murta: (...) Eu só posso dizer-te: parabéns, Luís Graça. És o melhor amigo/camarada/bloguista deste Blogue! (...)

    António Ramalho: (...) Aproveito esta oportunidade para uma vez mais louvar a tua iniciativa que tanto tem contribuído para o nosso enriquecimento enquanto "frequentadores" daquelas paisagens em temas que desconhecíamos, noutros avivámos a memória.(...)

    Carlos Vinhal: (...) Como se diz na "tropa" e na Função Pública, duas áreas em que me movi a maior parte da minha vida, está a ser uma honra "servir sob as tuas ordens".Dizia a fadista: - Cantarei até que a voz me doa.  Nós dizemos: - Manteremos este Blogue mesmo quando a artrite nos dedos nos doa. Conta comigo. (...)

    Cherno Baldé: (...) Um abraço de parabéns aos aniversariantes, em especial ao Luis Graça, meu irmão mais velho, com votos de saúde e boa disposição ao lado da familia. (...)

    Ernestino Caniço: (...) Um reconhecimento especial ao Luís Graça pela dedicação expressa aos ex-combatentes da Guiné.Um grande abraço. (...)

    Fernando Chapouto: (...) Não podia deixar em branco o agradecimento ao grande comandante do blogue pelo bem que proporcionou aos ex-combatentes.  Mais uma vez um forte abraço para ti" (...)

    Hélder Sousa: (...) Não me alongo nos comentários que agora se deviam fazer, salientando as virtudes e qualidades do Blogue que em tão boa hora criaste e tentando exorcizar aspectos que, por vezes, criam alguma fricção. Então, caro Luís, os meus sinceros parabéns e que te mantenhas activo, física e mentalmente, para também nos "alimentares" com os teus escritos e com o que se for colocando no Blogue. (..)

    João Afonso Bento Soares: (...) Das voltas que dá a vida, / Fica a ilusão perdida / De que o tempo nos faltou… / Por dele não termos conta / É que a nossa mente tonta / Assim o desperdiçou! (...)

    João Crisóstomo: (...) Gostaria de ter muito mais condão de palavra para poder descrever o que sinto sobre o Luís Graça, meu camarada, meu mentor, meu amigo, meu irmão... e por mais que eu me esforce as palavras que me saem ficam sempre muito aquém daquilo que sinto e gostaria de saber comunicar. (...) O Luís Graça é um criador e construtor de obras que influenciam e marcam a vida de outros. Não precisamos de ir longe, que este seu/nosso blogue fala por si: creio que de alguma maneira todos fomos beneficiados - e alguns de nós em medida tão grande que só os próprios o podem sentir - pela criação deste salutar movimento de vivência de memórias nas diversas vertentes em que se apresenta. Veja-se o despertar de consciências que este movimento ocasionou e que continua a desafiar ainda cada dia os que dele têm conhecimento; veja-se o contributo para a história de Portugal, da Guiné; vejam-se o número de livros escritos que nunca teriam visto a luz do dia… Portugal e os portugueses, a cultura e história de Portugal tornaram-se e ficam ainda cada dia mais ricos graças a este Luís Graça, e à equipa altamente qualificada de colaboradores de que se soube rodear. (...)

    Jorge Picado: (...) Fico feliz por ti, já que ainda vais ter muito tempo para manteres esta "Fonte de Conhecimento". (..:)

    José Câmara: (...)Muito devo a esta página que em hora criastes. Aqui conheci novos amigos, encontrei outros. desabafei. Foi no meio de todos vós que reencontrei a minha CCaç 3327/BI17. Tudo isso tem um nome, obrigado. (...) Abraço transatlântico. (...)

    José Colaço: (...)  [as palavras de apreço pelo trabalho e a criação do blogue Luís Graça & camaradas da Guiné subrepõem-se ás 73 primaveras do aniversariante  (...)

    José Ferreira: (...) Parabéns para o nosso Tabanqueiro Mor (...)

    Juvenal Amado: (...) quase passava em claro o aniversário do nosso irmão maior deste blogue, que activou um cortejo de memorias de há 15 anos para cá, capaz de manter viva a nossa passagem por aquelas terras tão temidas quando para lá fomos , tão detestadas quando lá estivemos e das quais temos hoje uma saudade como do perfume da nossa juventude. Que pensaste quando fizeste andar a roda? Que ia resultar nisto, ou só um cotejo de boas intenções? Como o poeta diz,  "o sonho comanda a vida " e as nossas vidas acabaram comandadas pelo o teu sonho. (...)

    Luís Graça: (...) Virgílio, muita saúde, que é agora o mais essencial para nós, nesta idade, requisito para continuarmos a ser livres e felizes... E vamos pôr a felicidade, aqui e agora, onde estamos. (...)

    Manuel Luís Lomba: (...) Os meus parabéns e um abraço de grande estima ao Luís Graça, o "jarga" da nossa Tabanca Grande. (...)

    Mário Beja Santos: (...) Meu caro Luís, os meus votos sinceros para que restaures a tua saúde, que a cirurgia seja um êxito, precisas tu e preciso eu, e muitos de nós que andamos combalidos, que o teu entusiasmo não feneça, que continues indómito por este amor à causa. Aproveita o dia com os teus entes queridos e medita bem sobre os preparativos que devemos desenhar para o futuro do nosso blogue, justamente porque tu criaste algo que nos ultrapassa e é hoje um inquestionável património de consulta obrigatória, por investigadores e curiosos, esta nossa indefetível sala de conversa. Refletir sobre o futuro faz sempre bem e podes contar comigo. (...)

    Valdemar Queiroz: (...) Para o ano há mais, e nada de 'estou a ficar velho'.

    Virgílio Teixeira: (...) Também a minha curta participação no teu Blogue, fez de mim uma pessoa diferente,  passei a compreender melhor o que foi a nossa participação nesta guerra da Guiné. Fico grato por isso, e não vou esquecer, enquanto tiver memória. E assim ficaram dois anos de lembranças.
    Felicidades para o teu blogue, que não tem paralelo noutras redes sociais, nem no Museu Militar. (...)

    Virgínio Briote: (...) 73 anos, 73 chuvas. Que tenhas ossos e amortecedores que ainda tens muito para andar e ver a tua neta a crescer. (...)

    Zé Manel Cancela: (...) Um grande abraço de parabens para o nosso timoneiro e amigo Luis Graça, com o meu muito obrigado pelo que tens feito em prol dos combatentes da Guiné. (...)

    Zé Saúde: (...) Continua firme e segue em frente com a dinâmica que te é reconhecida. O nosso blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné, está-te francamente reconhecido. Eu, José Saúde, me confesso, que foi através do nosso blogue que a "inspiração" dos meus textos publicados me abriram novos rumos com mais duas obras publicadas.  Aquele "abração" deste já velho alentejano. (...)


    3. Amigos e camaradas da Guiné: somos 801, ao fim de 16 anos. Infelizmente, 77 já não estão entre nós, fisicamente falando.  A "ceifeira da morte" já lhes cortou as raízes na terra. Mas fica a memória e a saudade.

    Esta primeira série do nosso blogue vai de 8 de outubro de 2003 a 1 de junho de 2006. Neste espaço de tempo publicaram-se 825 postes, numerados de I a DCCCXXV (Numeração romana, que estopada!)... E, no final, contadas as cabeças, éramos exatamente 111 os amigos e camarada da Guiné. Tratávamo-nos por "tertulianos", ou sejam, membros de uma tertúlia... Aqui vai essa lista, já histórica...

     Atenção que a lista está ordenada, por ordem alfabética, não por antiguidade...(Aproveito o ensejo para lembrar com saudade o nosso camarada Zé Neto, o primeiro que a morte nos levou em 2007):

    (1) A. Marques Lopes,
    (2) A. Mendes,
    (3) Abel Maria Rodrigues,
    (4) Afonso M.F. Sousa,
    (5) Aires Ferreira,
    (6) Albano Costa
    (7) Amaro Samúdio,
    (8) Américo Marques,
    (9) Ana Ferreira,
    (10) Antero F. C. Santos,
    (11) António Baía,
    (12) António Duarte,
    (13) António J. Serradas Pereira,
    (14) António (ou Tony) Levezinho,
    (15) António Rosinha,
    (16) António Santos,
    (17) António Santos Almeida,
    (18) Armindo Batata,
    (19) Artur Ramos,
    (20) Belmiro Vaqueiro,
    (21) Carlos Fortunato,
    (22) Carlos Marques Santos (1943-2019),
    (23) Carlos Schwarz (Pepito) (1949-2014)
    (24) Carlos Vinhal,
    (25) Carvalhido da Ponte,
    (26) David Guimarães,
    (27) Eduardo Magalhães Ribeiro,
    (28) Ernesto Ribeiro,
    (29) Fernando Chapouto,
    (30) Fernando Franco (1951-2020),
    (31) Fernando Gomes de Carvalho,
    (32) Hernani Acácio Figueiredo,
    (33) Hugo Costa,
    (34) Hugo Moura Ferreira,
    (35) Humberto Reis,
    (36) Idálio Reis,
    (37) J. C. Mussá Biai,
    (38) J. L. Mendes Gomes,
    (39) J. L. Vacas de Carvalho,
    (40) João Carvalho,
    (41) João S. Parreira,
    (42) João Santiago,
    (43) João Tunes,
    (44) João Varanda,
    (45) Joaquim Fernandes,
    (46) Joaquim Guimarães,
    (47) Joaquim Mexia Alves,
    (48) Jorge Cabral,
    (49) Jorge Rijo,
    (50) Jorge Rosmaninho,
    (51) Jorge Santos,
    (52) Jorge Tavares,
    (53) José Barreto Pires,
    (54) José Bastos,
    (55) José Casimiro Caravalho,
    (56) José Luís de Sousa,
    (57) José Manuel Samouco,
    (58) José Martins,
    (59) José (ou Zé) Neto (1929-2007) ,
    (60) José (ou Zé) Teixeira,
    (61) Júlio Benavente,
    (62) Leopoldo Amado,
    (63) Luís Carvalhido,
    (64) Luís Graça
    (65) Luís Moreira (V. Castelo),
    (66) Luís Moreira (Lisboa),
    (67) Manuel Carvalhido,
    (68) Manuel Castro,
    (69) Manuel Correia Bastos,
    (70) Manuel Cruz,
    (71) Manuel Domingues,
    (72) Manuel G. Ferreira,
    (73) Manuel Lema Santos,
    (74) Manuel Mata,
    (75) Manuel Melo,
    (76) Manuel Oliveira Pereira,
    (77) Manuel Rebocho,
    (78) Manuela Gonçalves (Nela),
    (79) Mário Armas de Sousa,
    (80) Mário Beja Santos,
    (81) Mário Cruz,
    (82) Mário de Oliveira (Padre),
    (83) Mário Dias (ou Mário Roseira Dias),
    (84) Mário Migueis,
    (85) Martins Julião,
    (86) Maurício Nunes Vieira,
    (87) Nuno Rubim,
    (88) Orlando Figueiredo,
    (89) Paula Salgado,
    (90) Paulo Lage Raposo,
    (91/92) Paulo & Conceição Salgado,
    (93) Paulo Santiago,
    (94) Pedro Lauret,
    (95) Raul Albino,
    (96) Renato Monteiro,
    (97) Rogério Freire,
    (98) Rui Esteves,
    (99) Rui Felício,
    (100) Sadibo Dabo,
    (101) Sérgio Pereira,
    (102) Sousa de Castro,
    (103) Tino (ou Constantino) Neves,
    (104) Tomás Oliveira,
    (105) Torcato Mendonça,
    (106) Victor David,
    (107) Victor Tavares,
    (108) Virgínio Briote,
    (109) Vitor Junqueira,
    (110) Xico Allen,
    (111) Zélia Neno.


    4. Em rigor foi em 1 de junho de 2006 que o Blogue-fora-nada passou a chamar-se simplesmente Luís Graça & Camaradas da Guiné, continuando "a ser o sítio (virtual) onde nos encontramos, sempre que quisermos e pudermos". 

    Era descrito como "um blogue colectivo que tem por missão ajudar a reconstituir o puzzle da memória da guerra colonial (ou do ultramar, ou de libertação, como queiram) na Guiné, hoje República da Guiné-Bissau, nos anos quentes de 1963 a 1974".

    E acrescentava o blogador-mor, nessa altura, ainda sozinho: "É um blogue, em português,  (...) sem discriminação de alguma espécie (sexo, idade, nacionalidade, etnia, orientação sexual, estado civil, religião, clube, hobby, lobby, escolaridade, título, profissão, situação na profissão, posto na tropa, estatuto sócio-económico, idiossincrasia, etc.)".

    Que continue a ser um lugar de partilha de memórias (e de afetos) à volta da Guiné, e em especial da que conhecemos entre 1961 e 1974... E que continue a ser um lugar de tolerância e respeito mútuo, uma verdadeira Tabanca Grande, onde todos cabemos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos pode separar...

    Entretanto, estamos a tentar arranjar uma data para voltarmos a encontrarmo-nos, este ano, no nosso convívio anual... Será o XV Encontro Nacional da Tabanca Grande. Muito provavelmente no fim do verão, em 26 de setembro de 2020. Em Monte Real,  se o atual surto de pneumonia por novo Coronavírus (2019-nCoV) nos deixar, isto é, se não se transformar numa pandemia... Daremos notícias em breve.
    _____________

    Notas do editor:

    (*) V.d postes de:


    (**)  Último poste da série > 20 de dezembro de  2012 > Guiné 63/74 - P10833: Mi querido blog, ¿por qué no te callas? (3): A moral da história, cada um que a tire; e quanto ao mural, cada um que o pinte... Relembrando o velho blogue-fora-nada, com amor, com humor, e votos de festas felizes para tertulianos de ontem e grã-tabanqueiros de hoje... (Luís Graça)

    Vd. postes anteriores da série:

    18 de 18 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10822: Mi querido blog, por qué no te callas?! (2): (i) A guerra também é capaz de revelar o que há de mais sublime nos seres humanos (Hilário Peixeiro); (ii) ... E eu estou nesta bela caravana há quase 9 anos (David Guimarães)...

    17 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10813: Mi querido blog, por qué no te callas?! (1): A notícia da morte do blogue foi manifestamente exagerada... No final do ano, atingiremos a cifra de 1 milhão e 250 mil visitas (Luís Graça)

    quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

    Guiné 63/74 - P10833: Mi querido blog, por qué no te callas?! (3): A moral da história, cada um que a tire; e quanto ao mural, cada um que o pinte... Relembrando o velho blogue-fora-nada, com amor, com humor, e votos de festas felizes para tertulianos de ontem e grã-tabanqueiros de hoje... (Luís Graça)



    Página do nosso blogue, I Série,ã com o último poste, de 1 de junho de 2006


    1. Para quem é "pira"  na Tabanca Grande, convirá aqui dizer que o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné chamava-se,  originalmente, Blogue-Fora-Nada. Nasceu em 8 de outubro de 2003. O primeiro poste publicado, às 15h03, não tinha nada a ver com a Guiné e  intitulava-se Estórias com mural ao fundo - I: Ter ou não ter...e-mail.

    Eu, na altura, tinha acabado de redigir e de entregar a minha tese de doutoramento, tinha  ido pela primeira vez a Angola... Precisava de "desopilar", de escrever coisas mais ligeiras, mas não pensei imediatamente nas minhas/nossas memórias da Guiné. É certo que os blogues também estavam na moda... como está hoje o Facebook e outras redes sociais. Aliás, as redes sociais começam com os blogues... Depois de vários "toques e retoques", esta era a apresentação do meu blogue:

    blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje.lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!

    Esta primeira série do nosso blogue vai de 8 de outubro de 2003 a 1 de junho de 2006. Neste espaço de tempo publicaram-se 825 postes, numerados de I a DCCCXXV (Numeração romana, que estopada!)... E, no final, contadas as  cabeças, éramos exatamente 111 os amigos e camarada da Guiné. Tratávamo-nos por "tertulianos", ou sejam, membros de uma tertúlia...  Aqui vai essa lista, já histórica...  Atenção que a lista está ordenada, por ordem alfabética, não por antiguidade...( Aproveito o ensejo para lembrar com saudade o nosso camarada Zé Neto, que a morte levou em 2007):

    (1) A. Marques Lopes, 
    (2) A. Mendes, 
    (3) Abel Maria Rodrigues, 
    (4) Afonso M.F. Sousa, 
    (5) Aires Ferreira,
    (6) Albano Costa
    (7) Amaro Samúdio, 
    (8) Américo Marques, 
    (9) Ana Ferreira, 
    (10) Antero F. C. Santos, 
    (11) António Baia, 
    (12) António Duarte, 
    (13) António J. Serradas Pereira, 
    (14) António (ou Tony) Levezinho, 
    (15) António Rosinha, 
    (16) António Santos, 
    (17) António Santos Almeida, 
    (18) Armindo Batata, 
    (19) Artur Ramos, 
    (20) Belmiro Vaqueiro, 
    (21) Carlos Fortunato, 
    (22) Carlos Marques dos Santos, 
    (23) Carlos Schwarz (Pepito), 
    (24) Carlos Vinhal, 
    (25) Carvalhido da Ponte, 
    (26) David Guimarães, 
    (27) Eduardo Magalhães Ribeiro, 
    (28) Ernesto Ribeiro, 
    (29) Fernando Chapouto, 
    (30) Fernando Franco, 
    (31) Fernando Gomes de Carvalho, 
    (32) Hernani Acácio Figueiredo, 
    (33) Hugo Costa, 
    (34) Hugo Moura Ferreira, 
    (35) Humberto Reis, 
    (36) Idálio Reis, 
    (37) J. C. Mussá Biai, 
    (38) J. L. Mendes Gomes, 
    (39) J. L. Vacas de Carvalho, 
    (40) João Carvalho, 
    (41) João S. Parreira, 
    (42) João Santiago,
    (43)  João Tunes,
    (44)  João Varanda,
    (45)  Joaquim Fernandes,
    (46)  Joaquim Guimarães, 
    (47) Joaquim Mexia Alves, 
    (48) Jorge Cabral, 
    (49) Jorge Rijo,
    (50)  Jorge Rosmaninho,
    (51) Jorge Santos, 
    (52) Jorge Tavares, 
    (53) José Barreto Pires, 
    (54) José Bastos, 
    (55) José Casimiro Caravalho, 
    (56) José Luís de Sousa, 
    (57) José Manuel Samouco, 
    (58) José Martins, 
    (60) José (ou Zé) Teixeira, 
    (61) Júlio Benavente, 
    (62) Leopoldo Amado,
    (63)  Luis Carvalhido,
    (64) Luís Graça
    (65) Luís Moreira (V. Castelo),
    (66)  Luís Moreira (Lisboa), 
    (67) Manuel Carvalhido,
    (68)  Manuel Castro, 
    (69) Manuel Correia Bastos, 
    (70) Manuel Cruz, 
    (71) Manuel Domingues, 
    (72) Manuel G. Ferreira, 
    (73) Manuel Lema Santos, 
    (74) Manuel Mata, 
    (75) Manuel Melo, 
    (76) Manuel Oliveira Pereira, 
    (77) Manuel Rebocho, 
    (78) Manuela Gonçalves (Nela), 
    (79) Mário Armas de Sousa, 
    (80) Mário Beja Santos, 
    (81) Mário Cruz, 
    (82) Mário de Oliveira (Padre), 
    (83) Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), 
    (84) Mário Migueis, 
    (85) Martins Julião, 
    (86) Maurício Nunes Vieira, 
    (87) Nuno Rubim, 
    (88) Orlando Figueiredo, 
    (89) Paula Salgado, 
    (90) Paulo Lage Raposo, 
    (91/92) Paulo & Conceição Salgado, 
    (93) Paulo Santiago, 
    (94) Pedro Lauret, 
    (95) Raul Albino, 
    (96) Renato Monteiro, 
    (97) Rogério Freire, 
    (98) Rui Esteves, 
    (99) Rui Felício, 
    (100) Sadibo Dabo, 
    (101) Sérgio Pereira, 
    (102) Sousa de Castro, 
    (103) Tino (ou Constantino) Neves, 
    (104) Tomás Oliveira, 
    (105) Torcato Mendonça, 
    (106) Victor David, 
    (107) Victor Tavares, 
    (108) Virgínio Briote, 
    (109) Vitor Junqueira, 
    (110) Xico Allen, 
    (111) Zélia Neno.

    Em rigor foi em 1 de junho de 2006 que o Blogue-fora-nada passou a chamar-se simplesmente Luís Graça & Camaradas da Guiné, continuando "a ser o sítio (virtual) onde nos encontramos, sempre que quisermos e pudermos". Era descrito como  "um blogue colectivo que tem por missão ajudar a reconstituir o puzzle da memória da guerra colonial (ou do ultramar, ou de libertação, como queiram) na Guiné, hoje República da Guiné-Bissau, nos anos quentes de 1963 a 1974".

    E acrescentava o blogador-mor, nessa altura, ainda sozinho: "É um blogue, em português, para tugas, turras e nharros, sem discriminação de alguma espécie (sexo, idade, nacionalidade, etnia, orientação sexual, estado civil, religião, clube, hobby, lobby, escolaridade, título, profissão, situação na profissão, posto na tropa, estatuto sócio-económico, idiossincrasia, etc.)". 

    Mas voltando ao nosso primeiro blogue, foi só em 23 de abril de 2004 que criámos a série Guiné 69/71 e publicamos um primeiro poste: Guiné 69/71 - I: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra... Ou seja, seis meses depois... Na realidade, o primeiro poste do Blogue-fora-nada, foi este que a seguir se reproduz...Ao relê-lo, vejo que tem uma inesperada atualidade, por diversas razões, que não vou aqui esmiuçar; em todo o caso, tenho pena que haja ainda muitos camaradas nossos - antigos combatentes - que não chegam até nós por, não por falta de um computador em casa, mas por falta de literacia informárica... Segundo os dados do estudo Bareme Internet da Marktest, em cada 10 lares portugueses há 7,3 lares que têm pelo menos um PC - computador pessoal, com utilização; e em 4 em cada 10 lares têm mais do que uma máquina...O número de lares onde existe computador aumentou três vezes mais, de 1997 (25.8%) para 2012 (73.4%). Em 2003, era de 42,7% e em 2006 de 52,9%. O problema está utilização diferencial do PC em função da idade e da escolaridade: é um domínio onde os mais novos estão muito  mais à vontade do que os mais velhos... E nalguns casos - refiro-me ao nosso blogue - são os filhos e netos que trazem pais e avós, antigos combatentes, até nós... Acho que é um ternura, e deve ficar aqui registado, para que esse exemplo floresça.

    Bogue-fora-nada > 8 de outubro de 2004 > Estórias com mural ao fundo - I: Ter ou não ter...e-mail

    [por Luís Graça, revisto hoje]

    Tenho por (mau) hábito perguntar às pessoas que vou conhecendo "se têm e-mail"... Mas depois de ler a história a seguir, não vou ter mais lata para o fazer: (i) é indelicado; (ii) pode ser embaraçoso; e (iii) até pode dar azar...

    Um dia houve alguém que me respondeu, com agressividade mal contida (mas compreensiva):
    - Não tenho... e tenho raiva a quem tem ... Ou será que já é obrigatório por lei ?...

    Nós, os ex-clérigos (durante séculos o pessoal universitário, incluindo os estudantes, estavam sujeitos ao direito canónico e só com o triunfo do liberalismo é que o reitor de Coimbra passou a ser um leigo!), temos dificuldade em imaginar um mundo sem livros, sem escrita, sem cátedras, sem professores e, agora, sem Internet, sem blogues,  sem Facebook, sem e-mail...

    Não sei se é obrigatório ter e-mail (ou se vai sê-lo em breve), mas a verdade é que todos os dias nos ameaçam com a infoexclusão, uma espécie de upgrade das labaredas do inferno. Há muito boa gente que hoje em dia teme ser acusada de infoanalfabeta e pensa que, "pelo sim, pelo não, sempre é bom ter e-mail, não vá o diabo tecê-las"... E quem diz e-mail, diz outras buzzwords horríveis tais como url, password, username, nib...

    Já assim pensavam, noutro contexto, os cristão novos de Trancoso que assinalavam, com uma cruz, as suas casas, não fossem os cristãos velhos desconfiar que eles eram judaizantes, logo ignorantes e inimigos da fé cristã (a única, a verdadeira, a dominante)... A cruz era a password e o e-mail daqueles tempos em que os portugas sucumbiram à tentação totalitária...

    Por isso, "ter ou não ter e-mail: eis a questão" é uma história com moral... E com mural ao fundo. Bem ao fundo.  Ponderei seriamente se havia de a pôr a circular entre @s car@s ciberamig@s... Há sempre o risco de uma leitura demasiado literal, apologética, direi mesmo...primariamente neoliberal !!! Mas, pensando bem, o que conta são os factos, a narrativa (digna do melhor do Reader's Digest, diga-se de passagem). A moral, cada um que a tire. E quanto ao mural, cada um que o pinte... 

    Moralistas e grafiteiros do meu país, divirtam-se! A minha (moral) é apenas a da filosofia baseada na evidência. E quanto ao mural, sempre preferi o branco-da-cal-da-parede. Com aviso, como comvém: (i) pintado de fresco; (ii) por favor não encostar à parede; (iii) é expressamente proibido fuzilar (contra o muro).

    Por azar o meu, recebi esta mensagem por e-mail, através de um amigo angolano (J.D.) que, coitado, também ele tem o azar de ter e-mail, o mesmo é dizer, terminação em branco. Mesmo jogando no Euromilhões,  tanto ele como eu temos praticamente 100% de probabilidades de nunca virmos a ser milionários, como o herói desta história.

    Dei à história o meu toque pessoal. Vocês usem-na (e socializem-na)... para os devidos efeitos. Não posso evitar eventuais tentativas de branqueamento da história. A história é para se usar e branquear, dizem os historiadores oficiais dos vencedores. Mas esse não é o meu ofício. No fim, não se esqueçam do nosso trato: Ciber-humor com ciber-humor se paga...

    Ter ou não ter e-mail: eis a questão!

    Um homem respondeu a um anúncio da MicroDura com uma generosa oferta de emprego para desempregados de longa duração. O lugar era para empregado de limpeza. Um adjunto do Gestor dos Recursos Humanos (GRH) entrevistou-o, fez-lhe um teste, tão simples como (i) varrer o chão, (ii) apanhar o lixo e (iii) enfiá-lo num saco...  No fim,  disse-lhe:
    - Parabéns, o lugar é seu. Dê-me o seu e-mail para eu lhe poder enviar a ficha. Depois de preenchida e devolvida, aguarde que a MicroDura lhe comunique a data e a hora em que se deverá apresentar ao serviço nos nossos headquarters.

    O homem, subitamente embaraçado e nervoso, respondeu que não tinha casa, e muito menos computador, e muito menos ainda Internet, endereço de correio electrónico e essas coisas todas. Era um sem-abrigo.

    Aí o valente adjunto do GRH da MicroDura ficou branco como a cal da parede... Por essa é que ele não estava à espera!... Um cidadão norte-americano sem e-mail, o que era uma aberração sociológica, bloguissimamente falando !... O que iria pensar o Mr. Bill Gaitas ?!... Por fim, recompôs-se e disse, de maneira assertiva como tinha aprendido nos cursos da empresa sobre comunicação assertiva::
    - Lamento muito, mas se eu o senhor não tem e-mail, isso quer dizer que virtualmente não existe; e, não existindo, não pode ter o privilégio de pertencer ao admirável mundo novo dos colaboradores da MicroDura.

    O homem saiu, envergonhado e, pior ainda, mais desesperado e desempregado que nunca. Tinha apenas 10 dólares no bolso. Em vez de ir ao McSandocha’s matar a malvada, resolveu entrar num Bigmarket e comprar uma caixa de 10 quilos de tomate para revenda. Em menos de duas horas vendeu a mercadoria, porta à porta, num dos bairros mais próximos, habitado por negros e porto-riquenhos, tendo assim conseguido duplicar o seu capital. Repetiu a operação mais três vezes e obteve um lucro de 60 dólares. 

    No fim do dia, concluiu que podia sobreviver dessa maneira, pelo menos por uns tempos. Passou a trabalhar mais horas por dia. Rapidamente aumentou o seu pecúlio, e em breve comprou a sua primeira carrinha, em segunda mão. Uns meses depois trocou-a por uma camião.

    O resto da história é fácil de adivinhar: ao fim de um ano e meio já era dono de uma pequena frota e ao fim de cinco estava milionário, ao tornar-se o principal accionista de uma das maiores cadeias de distribuição alimentar nos Estados Unidos... Como podes imaginar, caro leitor, esta história de sucesso só podia ter acontecido na Terra Prometida e já se tornou um casestudy nos mais famosos cursos de MBA de todo o mundo. E em tempos de crise

    Pensando no futuro da sua nova família, o nosso homem resolveu fazer um não menos milionário seguro de vida. Chamou um corretor ao seu escritório e acertou um plano. Quando a reunião estava praticamente concluída, o corretor de seguros pediu-lhe o e-mail para lhe poder enviar rapidamente a proposta de contrato. O homem-que-se-fez-a-si-próprio, afinal um herói americano, respondeu, com a maior naturalidade deste mundo, que simplesmente não tinha nem nunca tivera nem nunca provavelmente viria a ter um endereço de e-mail. O corretor não queria acreditar e comentou, em tom de brincadeira:
    - Você não tem e-mail e construiu todo este império!... Imagine até onde poderia ter chegado, se tivesse e-mail!... Quem sabe se não poderia ter chegado inclusive até à Casa Branca!

    O homem ponderou as palavras do corretor e respondeu-lhe, com a mais fina das ironias:
    - Olhe, se eu tivesse e-mail, ainda hoje andaria, feito cão, a lamber o chão do escritório do Bill Gaitas!!!

    Moral da história:

    (i) Ter ou não ter e-mail, eis a questão;
    (ii)  Se queres ser empregado de limpeza da MicroDura ou doutra grande empresa, procura antes de mais ter um e-mail. 

    (iii) Se não tens e-mail, gostas de trabalhar e és empreendedor, ainda podes vir a ser milionário;

    (iv) Se por acaso recebeste esta mensagem por e-mail é por que estás mais perto de ser empregado... de limpeza do que ser milionário...

    (v) Se és antigo combatente da Guiné, se não tens PC, nem sabes usar a Internet, e queres vir a ser grã-tabanqueiro (leia-se: membro da nossa Tabanca Grande), não tens desculpa: pede ao teu filho ou teu neto que nos mande... um email, em teu nome... para luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com...

    ___________

    Nota do editor:

    Último poste da série > 18 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10822: Mi querido blog, por qué no te callas?! (2): (i) A guerra também é capaz de revelar o que há de mais sublime nos seres humanos (Hilário Peixeiro); (ii) ... E eu estou nesta bela caravana há quase 9 anos (David Guimarães)...

    terça-feira, 18 de dezembro de 2012

    Guiné 63/74 - P10822: Mi querido blog, por qué no te callas?! (2): (i) A guerra também é capaz de revelar o que há de mais sublime nos seres humanos (Hilário Peixeiro); (ii) ... E eu estou nesta bela caravana há quase 9 anos (David Guimarães)...

    1. Mensagem do Hilário Peixeiro, acabada de enviar (19h09), em comentário (off record) ao poste P10813 (*)

    Caro Luis

    Haverá várias razões para atitudes contra o que nos une no e ao blogue:

    (i) uns porque "fugiram" à mobilização;

    (ii)  outros porque fugiram depois dela;

    (iii) outros ainda porque tiveram a sorte de nascer depois da nossa geração;

    (iv) etc;

    Já assisti a comentários, semelhantes aos por si referidos, de camaradas meus que só conheceram a paz (graças a Deus) como se as nossas vivências os incomodassem ou os responsabilizássemos por as não terem vivido.

    Uma guerra nunca é boa e é sempre uma tragédia para muitos. Mas quanta solidariedade, quanto do mais sublime que tem o ser humano, se manifesta só (infelizmente) nestas situações de sacrifício que pode ir até ao extremo?

    Por isso o blogue irá viver por uns bons anos, se Deus quiser

    Um forte abraço

    Hilário Peixeiro

    [Dx-comandante da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70; atualmente, coronel na reforma]



    2. Mensagem do grã-tabanqueiro nº 3, o David Guimarães, camarada da primeira hora, com data de 17 do corrente:

    Caros amigos, caro Luís...

    Tenho andado muito calado,  mas sempre atento - naturalmente que coisas que vejo escritas com umas concordo, com outras afirmo "eu fui ator" e noutras vejo escritos romanceados.

    No entanto tenho visto sempre respeito e curiosamente vejo efectivas correcções a eventuais escritos com certas imprecisões... Ainda bem que assim é, sinal da atenção e qualquer rectificação a um escrito feito só entra em benefício para que a história na circunstância fique mais precisa...

    Muitos mais comentários possivelmente seriam de se colocar por aí mas contudo nota-se o receio de alguns, e serão milhares que nos lêem, e não escrevem (sei que gostarias que escrevessem). Torna-se evidente que quem não escreve,  vai reparar na monopolização de artigos escritos,  e bem,  por outros nossos camaradas...

    Certo é que há zonas, na circunstância, que são mais  referidas do que outras, mas que fazer? Escrevam, a Guiné não está toda contada, a proposta inicial finalmente continua a ser cumprida e sei que pelo sacrificio de uns mais que outros... Refiro-me a editores e co-editores que fazem o favor de verem milhares e milhares de escritos que depois colocam em devido sítio... NÃO INVEJO O SEU TRABALHO MAS ELOGIO-OS POR TAL

    ... E cumpre-nos a todos ser uma coisa - camaradas, amigos...

    Mas há gente que vive constantemente no "bota abaixo",  coisa mais simples - e usando a adrenalina de quem não constrói nada e pouco sabe,  pelos vistos, escreve coisas como essas que escreveu esse dito cujo anónimo... Se desse a cara,  teria uma resposta,  não a dando acho que ignorá-lo totalmente seria o melhor, pois não tem relevância o que diz nem fere em nada gente de bem como nós que andamos por aqui há tanto tempo a cruzarmos dados e batalhas,  a contar a guerra que existiu e de que somos protagonistas. Esse às tantas nem lá andou ou às tantas, coitado, atingiu a senilidade antes de mim, paciência, isso é só de lamentar...

    Assim passaria eu na minha opinião por cima disso, nem lhe teria dado resposta porque gente de boa fé não recorre ao anonimato.... Se estiver bem de saúde,  ótimo,  e então usaria o velho termo grosso popular: "Os cães ladram e a caravana passa"...  Pois eu estou nesta bela caravana com 9 anos de existência,  olha que bem... e vamos em frente!

    Com um abraço,
    David Guimarães

    [Comentário de L.G.: Se a Tabanca Grande fosse uma empresa, e estivesse cotada na bolsa, o David Guimarães era um dos sócios fundadores, juntamente com o Sousa de Castro, o A. Marques Lopes, o Humberto Reis, e outros tertulianos da primeira hora, e hoje poderia estar... rico;  foi fur mil, c/ a especialidade de minas e armadilhas, CART 2716/BART 2917, Xitole, 1970/72].
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    Nota do editor: