Mostrar mensagens com a etiqueta Memórias boas da minha guerra. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Memórias boas da minha guerra. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20599: Notas de leitura (1259): "Memórias Boas da Minha Guerra", por José Ferreira - Recordar, recolher, semear alegrias e solidariedades: Um incansável ex-combatente que ata e desata entre o passado e o presente (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Dezembro de 2019:

Queridos amigos,
Testemunhar é um assunto sério. Pode-se falar de cabriolices, encontros com sardinhadas, recordações de figuras patuscas, peripécias de erotismo juvenil e muito mais, em dado momento chega a hora da veneração e a veneração é o encontro e o reencontro, em nome do que se experimentou naquele conjunto que agora convive periodicamente, diminuindo os efetivos de ano para ano, imensuravelmente.
Tomo estes testemunhos como porta-estandartes ou lampiões alumiados que se recusam a diferenciar a noite do dia, estão acesos em nome de uma causa que se chama o dever de memória, e nesse dever de memória cabe o homem por inteiro, é o que José Ferreira faz falando de todas as suas experiências de vida, dos cruzamentos que se teceram, de tal modo que em dado momento chegamos ao teatro de operações e ele não se cansa, impante, de falar de uma flâmula que enobrece a história da CART 1689, a mesma que lançou as bases do tenebroso octógono de Gandembel.

Um abraço do
Mário

Recordar, recolher, semear alegrias e solidariedades:
Um incansável ex-combatente que ata e desata entre o passado e o presente

Beja Santos

O José Ferreira teve a gentileza de me enviar o terceiro volume das "Memórias Boas da Minha Guerra", matéria publicada no blogue que, curiosamente, ganha outra expressão na dimensão do livro. O epicentro da trama é a sua unidade, a CART 1689 e depois o rodopio dos locais percorridos, não faltaram Catió nem Gandembel, e muito menos Cabedú, Dunane e Canquelifá. Dei comigo a pensar noutro peregrino em Dunane, Cristóvão de Aguiar, o seu livro "O Braço Tatuado" aqui aconteceu o desfecho dramático que ele primorosamente narrou.

Estes relatos obedecem à lei do Caleidoscópio, remexemos as pedras e recriam-se novas visões do muito semelhante que qualquer outro combatente experimentou: amores de ocasião ou paixões furibundas; a homenagem aos enfermeiros, gente desveladíssima que atendia desafortunados da saúde nos postos e que eram conhecidos por doutores; salta-se imprevistamente para a adolescência do José Ferreira, dos seus convívios e encontros por sucessivas décadas, até porque esses encontros podem ter acontecido na Guiné ou em Cabinda ou em Crestuma, pelo menos; há páginas de muita ternura, como aquele rapaz do “sorriso parvo” e da sua Jacinta; há as peripécias dos festejos, das caçadas, entre a guerra e os seus preparativos, o caso da tasca da Rua dos Polacos, na Serra do Pilar; há o orgulho dessa mesma CART 1689 ter sido distinguida com a “Flâmula de Ouro do CTIG”; lembra-se o Capitão João Bacar Djaló, um bravo precocemente desaparecido… Para alguém que já dobrou os 75 anos, mesmo que recolha, como bom aedo, as histórias dos outros, há que reconhecer que mantém uma memória prodigiosa.

Tudo se vai contando sem qualquer rigor pelo calendário nem pelos teatros de operações, contam-se aspetos facetos passados no Sul e depois caminha-se para o Norte, e em dado momento, depois de muita reinação, depois de muita recordação de infância, aliás textos tocantes, entramos numa vibração de guerra, que destoa do cenário geral em que decorrem estas narrativas onde primam a amizade, a boa camaradagem e o humor. É o que se passa naquela tarde de 10 de junho de 1967, a Norte de Banjara, no Oio, para ali houve forte tiroteio, o Simões entra em estado de choque quando descobre que afinara à pontaria sobre uma mulher idosa, ainda hoje é uma chaga aberta na vida do Simões. Segue-se a Operação Inquietar II, em julho de 1967, estavam há escassos setenta dias na Guiné, e capturaram armas, muitas delas tiveram que as abandonar num regresso que foi um suplício onde não faltou o horror da sede. Estamos a falar de uma CART que ajudou a fabricar Gandembel, aquele octógono que era uma pedra no sapato para o PAIGC, em plena terra de ninguém, junto ao corredor de Guilege.

José Ferreira sabe ultrapassar as atmosferas fúnebres, isto a propósito do último almoço-convívio da CART 1689. Assinalam a data da partida para a guerra. Estiveram onze anos sem se reencontrarem, os convívios, de um modo geral, decorrem no Norte, de onde quase todos são provenientes. O número de participantes diminui, a idade não perdoa. Em 2016, houve missa na Igreja da Falperra, passaram pelo Sameiro e pelo Bom Jesus e o banquete foi para os lados da Povoa do Lanhoso. A memória de alguns já não funciona muito bem, deturpam-se e inventam-se histórias e há mesmo casos de amnésia. Houve discursos. Alguém que estava silencioso e que foi interpelado pelo autor, respondeu: “Olha, desta vez estou para aqui a observar a malta e verifico que o nosso fim está próximo. Lembras-te de quantos homens tinha a nossa companhia? 153! Sabes quantos militares estão aqui? 19! A maioria são familiares e a gente nem repara. Cada vez vêm mais familiares a acompanhar-nos, e sabes porquê? Porque nos vêm trazer e amparar. Andam a dar-nos as últimas alegrias”. Há discussões entre nortistas e sulistas.

E o rol de memórias culmina com uma ida de José Ferreira ao Porto, vê gente indigente, um desses que ele viu a comer magro tinha uma tatuagem que dizia “Amor à Pátria, Guiné, 1967-1969”. É a amargura pelo abandono, pelo puro esquecimento, o abjeto esquecimento de uma Pátria madrasta que renega facilmente todos os compromissos do passado, incluindo a veneração e o direito à dignidade de quem a dita Pátria mandou combater e trata como fantasmas.

E há um outro aspeto fundamental destas memórias de José Ferreira que aqui exalto: ele é um exemplo acabado do dever de memória, implica-nos sub-repticiamente na obrigação de tudo contar para que nada se perca, para que não se venha dizer que quem andou com as armas na mão prefere ser ignorado, talvez com o receio de que a História nem lhe confira o direito a uma singela nota de rodapé.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 24 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20589: Notas de leitura (1258): Missão cumprida… e a que vamos cumprindo, história do BCAV 490 em verso, por Santos Andrade (42) (Mário Beja Santos)

domingo, 19 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20573: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (50): No dia 8 de Janeiro de 2020, o "Bando do Café Progresso" distingiu os seus Veteranos

1. Em mensagem do dia 16 de Janeiro de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos mais uma memória boa da sua guerra, desta vez dando conta de uma justa homenagem aos Veteranos que compõem o "Bando".


MEMÓRIAS BOAS DA MINHA GUERRA

50 - O Bando distinguiu os seus Veteranos


Foto dos Bandalhos junto da Câmara Municipal da Maia

Ontem, dia 8 de Janeiro, decorreu na Maia o último convívio mensal do Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné. Deste programa, destaca-se ainda o facto de estar a assinalar o seu 11.º Aniversário. Do Estádio do Dragão, local habitual das concentrações, seguiram os Bandalhos para o Restaurante Miramaia, após algumas fotos de grupo e de muita e saudosa “mantenha”.

Desta vez, foi aplicada a prática de menu à escolha, em regime de Almoço para Executivos

Durante o almoço, o Presidente, Jotex de Cerva, fez uso da palavra e após o brilhante discurso em verso, resolveu atribuir e distribuir aos Bandalhos, importantes diplomas de reconhecimento das suas capacidades.

Foram estas as palavras de Sua Excelência:

Caros Camaradas

“Largos dias são cem anos”
O nosso Papa, em palavra sadia,
Nos quis transmitir,
Que bem cedo ou hora mais tardia,
Justiça terá que vir.

O 25 de Abril chegou,
Portugal acordou
A guerra acabou.
Justiça prometeram
Alegrias vieram
E felicidade fizeram

Porém…
O tempo passou,
A justiça tardou
O poder abusou
E a ingratidão aumentou.

Meio século mais tarde
Muitos Heróis já morreram
E muitos mais sofreram
Nesses tempos, sem alarde
Outros adoeceram
E muitos amoleceram
Neste mundo covarde.

Restam grupos de veteranos
Chamados “peste grisalha”
Que gritam de revolta
Perante tanta canalha.

Eis senão quando
Despertam em Movimento
Camaradas que, em Bando,
Clamam contentamento.

E, assim, vamos bebendo
Conversando em voz alta
Comendo e comendo
Animando toda a malta

Agora que o tempo escasseia
E a injustiça campeia
Coisas sérias urge fazer:
Vamos brincar e sorrir
Sem as consequências medir
Mas… sem medo de viver!

Hoje, quase tudo é doutor,
Diplomas proliferam.
Já esqueceram o suor
E as lágrimas “já eram.”
Do sangue derramado
Em ambiente “sagrado”
Nada ficará registado.

Do horror dos mosquitos,
E do ódio aos “chicos”,
Dos combates aflitos,
De todo o frio nos dentes,
E das saudades ardentes
E das artes marciais
E outras que tais,
Nem uma palavra mais.

E foi por estas razões,
Assumindo as competências
Que me foram outorgadas,
Sem mais tempo ou dilações
E sem outras diligências
Porventura aconselhadas
E sem mais outros trabalhos,
Atribuo aos BANDALHOS
Com muita, muita emoção:
“Diploma de… PÓS-GRADUAÇÃO”

PARABÉNS A TODOS!!!


(UNIVERSIDADE DOS HERÓIS
Veterano Jotex de Cerva, Presidente do Colégio dos Bandalhos, faz saber que graças às experiências patrióticas colhidas na luta contra calor, “chicos” e mosquitos, com saudades, sangue, suor e lágrimas, é atribuído o grau de Homem Grande ao veterano de guerra 25 de Abril de 1974)

Edifício Lidador (Isqueiro da Maia), 5.º edifício mais alto de Portugal, tem 92 metros, 22 andares mais 51 degraus.


Graças à colaboração da Câmara Municipal da Maia, o seu Departamento de Turismo destacou a sua técnica Rita Azevedo que, com extrema simpatia e profissionalismo, nos serviu de Guia na visita ao Edifício Lidador, mais conhecido pelo “Isqueiro da Maia”. A nossa paragem no 19.º andar mereceu também umas breves palavras do Eng. António da Silva Tiago, Presidente da Edilidade.

Presidente da Câmara da Maia, manifestou a sua simpatia e respeito, pela visita dos Combatentes do Bando

Lá no alto, apesar do tempo nubloso, foi possível captarem-se imagens deslumbrantes.


A família Campos empenhou-se no seu papel de anfitriã a tão ilustre delegação de Veteranos de Guerra

E quando nos chamavam à atenção do slogan “Sorria que está na Maia”, a reacção era evidente.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 15 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18418: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (49): O "Senhor Badalhoco" foi à Escola

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20125: Agenda cultural (699): Convite para a sessão de autógrafos do livro Memórias Boas da Minha Guerra - Volume III, da autoria de José Ferreira, dia 11 de Setembro de 2019, pelas 18h00, na Feira do Livro do Porto patente nos Jardins do Palácio de Cristal (José Ferreira da Silva)

C O N V I T E




1. Mensagem do nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), datada de 4 de Setembro de 2019 dando notícia da sessão de autógrafos do Volume III de Memórias Boas da Minha Guerra, a ter lugar no próximo dia 11 de Setembro, pelas 18h00, na Feira do Livro patente nos Jardins do Palácio de Cristal:

Conforme cartaz divulgado pela Editora Chiado, haverá uma Sessão de Autógrafos, que terá lugar no Palácio de Cristal no próximo dia 11, durante a Feira do Livro.

Está prevista a presença de vários Camaradas da Guerra do Ultramar, pelo que haverá uma primeira concentração, pelas 13h00, na Marisqueira do Porto, onde se realizará o ataque TF-À moda do Porto, conforme programa divulgado no Facebook pelo Bando do Café Progresso.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 3 de setembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20118: Agenda cultural (698): Rescaldo da Sessão Solene de apresentação do livro "Brunhoso, era o tempo das segadas, na Guiné, o capim ardia", de Francisco Baptista, levada a efeito no passado dia 24 de Agosto, em Mogadouro (José Ferreira da Silva)

domingo, 23 de junho de 2019

Guiné 61/74 - P19913: Agenda cultural (690): Rescaldo da Sessão de autógrafos de José Ferreira da Silva, na 89.ª Feira do Livro de Lisboa, onde esteve com o seu livro "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III


As “MEMÓRIAS BOAS DA MINHA GUERRA” 
estiveram na Feira do Livro de Lisboa, através do vol. III

Não, não foram feixes de vassouras de giesta feitas pela Ti’Alice de Labercos; não foi o carrego de cestos de vime, encastrados, feitos pelo Ti’Manel do Engenho; nem, tão pouco, foi a giga de nabos, couves, grelos ou de cebolas da T’ímilia do Canto, que chegou para vender na “Feira dos 10”, em Lourosa. Nada disso! Nem foram outros artigos do antigamente, fabricados na minha aldeia, à qual me sinto umbilicalmente ligado.
Foi outra coisa, outro produto rural, com origens idênticas que, desta vez, teve o condão de chegar mais longe. Imaginem! Chegou à Feira do Livro de Lisboa!

Como sabem, assumi escrever as “Memórias boas da minha guerra”. Não é mais que um rol de histórias vividas por mim durante o período da guerra do ultramar. Agora, ninguém quer saber dessa guerra maldita que nos marcou e que muito parece envergonhar os nossos governantes. Todavia, há uma particularidade inédita que vem dando algum realce às minhas histórias: - o facto de assinalarem "memórias boas… da guerra”.

Talvez por se tratar já do III volume, a Editora Chiado levou a obra à 89.ª Feira do Livro de Lisboa e “obrigou-me” a ir lá rabiscar uns autógrafos tipo imitação de verdadeiros escritores. E eu, para não chegar à Feira de mãos a abanar, lembrei-me de levar duas dúzias de garrafas de Porto Reserva, rotuladas com o cartaz do lançamento do III volume, que me haviam sobrado daquele evento.

E foi por isso que logo chegado à Feira, aos pavilhões da Chiado, aproveitei para abrir a primeira garrafa nos “bastidores” (quer dizer, nas traseiras…) e promover uns brindes (in)oportunos


com os camaradas que foram chegando. Levei copos azuis e outros vermelhos (não havia verdes), para que cada um pudesse brindar sem restrições ou inibições clubísticas.


Cinco Combatentes da Guiné: (Eu, Hélder Valério, Nelito, Branquinho e Carlos Silva. Na segunda posição, outro Combatente (Eugénio Alves) da guerra contra o fascismo (esteve em Caxias em 1972).

O Mestre Branquinho é um dos nossos. Vive lá em Lisboa mas nunca renega as suas origens nortenhas, as quais exibe orgulhosamente, como Bom Português. Desde o IV Curso de Rangers de Lamego (já lá vai mais de meio século!), que nos condenaria a fazer a guerra da Guiné (integrados na Cart 1689), que mantenho uma óptima relação com o nosso Alfero Branquinho (hoje, Escritor e Advogado).

Embora prejudicado pelo tempo ocupado pelo escritor que me antecedeu, mandaram-me sentar num cadeirão, ao lado de outro vazio que seria ocupado pelos interessados no meu livro. Eis-me devidamente instalado no Pavilhão A50 da Chiado Editora, 89.ª Feira do Livro de Lisboa, para iniciar a Sessão de Autógrafos.

O meu cunhado Eugénio Alves, que vive em Lisboa, esse sim, um Homem de Letras muito ligado ao jornalismo, fez questão de receber a primeira dedicatória. Porra! Foi preciso este acontecimento para que estes dois Crestumenses se encontrassem por “terras de São Sebastião da Pedreira”, onde foi colocada a maior bandeira de Portugal e um grande carago do João Cutileiro!

O Diniz é o Bandalho que nos representa na corte lisboeta. Amigo do peito, mantém ligação permanente às actividades do Bando. Para além do agradecimento ao Diniz Faro, convém referir a simpatia que merecemos da funcionária Vânia. Infelizmente não é todos os dias que sentimos assim o calor dos nossos jovens.

Um abraço especial para o Melro Maior, Gondomarense Carlos Silva, que embora a exercer advocacia em Lisboa, muito se tem dedicado no apoio à Tabanca Amiga, aos Guineenses e à implantação do nosso Museu em Fânzeres (Choupal dos Melros).

O Hélder veio de Setúbal para nos abraçar e mandar mais umas larachas acerca dos “morcões lá do norte”, nomeadamente contra os seguidores do nosso “Papa”.


Quando ele começa a dissertar justificações sobre os assuntos melindrosos da Capital do Império, especialmente daquelas trapacices da Catedral, mais me vale estar caladinho, feito morcão, à espera que o tempo "bire".
Benfiquista ferrenho, o Hélder recusou brindar com copo azul.


Brincalhão, o Helder veio a responder:
- Não foi bem "recusar"... havia alguma suspeita de que pudesse estar "armadilhado", com toupeiras ou coisa assim, ou então com algum produto para "virar gostos e opiniões" mas, disse que o vinho era muito bom! E, além disso, o "ferrenho" é só para os "ferrenhos" e enquistados portistas....

Uma dupla “à maneira”; um a rabiscar umas sentidas dedicatórias e o outro a fazer de repórter com uma máquina sorteada na farinha Amparo. Grande abraço ao nosso incansável e insubstituível Presidente vitalício, Jorge Teixeira, mais conhecido por Jotex.

O camarada Eduardo Amaral, vindo de Cascais, foi o que recebeu mais apoio da lindíssima funcionária Iurky, mesmo sem saber uma palavra de japonês.

Acusado de aparecer nas funções de “emplastro” e não a de tradutor, o camarada Hélder justificou:
- É verdade, o “emplastro” está "quase" em todas, mas neste caso eu tentava, apenas, explicar ao Eduardo que a japonesinha (de ascendência) era brasileira.


Tive também a oportunidade de conviver um pouco com a escritora de renome Adelaide Vilela. Com um currículo notável, esta portuguesa, a viver em Montreal, no Canadá, percorre o Mundo mostrando o que faz de bom da língua de Camões. Senti-me muito honrado com a sua atenção e simpatia.

Resta-me agradecer a toda a malta que me visitou e ajudou neste evento. Para além da agradável surpresa que senti no seu aparente sucesso, registo a camaradagem, a satisfação e a amizade que me envolveram.

José Ferreira (Silva da Cart 1689)
____________

Notas do editor

Vd. poste de 7 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19867: Agenda cultural (688): Convite do autor e da editora: dia 14 de junho, sexta-feira, às 20h00, no Espaço Chiado, Parque Eduardo Sétimo, Lisboa, 89ª Feira do Livro de Lisboa; Sessão de autógrafos: José Ferreira da Silva, "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III

Último poste da série de 16 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19893: Agenda cultural (689): Lançamento do livro de Mário Leitão, "Heróis Limianos da Guerra do Ultramar", Museu da Farmácia, Lisboa, dia 17 de junho, às 18h30

domingo, 19 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19804: Agenda cultural (684): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 2)

Reportagem do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio na Quinta do Choupal dos Melros, Fânzeres - Gondomar, enviada ao Blogue pelo José Ferreira


"Memórias Boas da Minha Guerra"

Lançamento do vol. III


Acabada a sessão de apresentação da obra, seguiu-se o Almoço que decorreu no Salão antigo, com 8x10+1, onde não houve lugares marcados, conforme tradição, onde não há distinção de amigos e sim o hábito destes “Melros Bandalhos”

Segue-se a reportagem fotográfica:


Antes do almoço propriamente dito, foram servidas umas excelentes entradas no exterior, como é hábito

 Vista panorâmica da Sala de Almoço




 Uma mesa particularmente "abandalhada".






 Um homem feliz, o nosso José Ferreira porque rodeado de uma bela família.

Aqui, o momento em que se cantavam os parabéns à Gilda, esposa do Zé Ferreira, que neste dia completava "27" anos.
____________

Nota do editor

Vd. poste de 18 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19800: Agenda cultural (683): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 1)

sábado, 18 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19800: Agenda cultural (683): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 1)



Reportagem do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio na Quinta do Choupal dos Melros, Fânzeres - Gondomar, enviada ao Blogue pelo José Ferreira

"Memórias Boas da Minha Guerra"

Lançamento do vol. III

O lançamento do III volume das “Memórias boas da minha guerra”, de José Ferreira da Silva [na foto à direita] teve lugar, no passado dia 11, em Fânzeres, Gondomar, na Quinta do Choupal dos Melros, onde, em Bando, a “passarada grisalha” poisa todos os meses em excelentes convívios, cheios de camaradagem e amizade. O que une esses “Melros” é um forte denominador comum: o facto de terem sido Combatentes da Guerra do Ultramar.
Já pouco falam da guerra. E se o fazem, já não se assemelha aos tempos imediatamente a seguir ao “feliz regresso”. Parece que já fizeram a catarse e, agora, aproveitam para acentuar um convívio mais saudável que o dos tempos de forçado guerreiro regressado.
Nesta fase, talvez despertados pelas modernas redes sociais, se reaproximam e se identificam como menos guerreiros, mais pacíficos, mais tolerantes e, afinal… mais camaradas.
Por coincidência, ou não, é o período em que surge um outro tipo, inédito, de histórias, através de “memórias boas da minha guerra”.

Virada para a enorme eira de uma grande casa de lavoura, via-se uma grande mesa de granito, sob a ramada de videiras “americanas”. Estava ornamentada com toalha de linho bordada e um pedaço de rede de camuflagem militar. A um canto, junto do “Presidente Bandalho”, em posição activa, estava disponível um bruto aparelho militar de Rádio-Transmissões – o ANGRC9. Na frente salientavam-se a Bandeira Nacional e a Bandeira da CART 1689 (“Os ciganos”). Por cima estavam espalhadas rosas caseiras, lindíssimas, oferecidas pelo anfitrião e proprietário Gil Neves, ex-Piloto da FAP, na Guerra da Guiné.

Mesa da Presidência com: o autor, José Ferreira; Carlos Silva, Régulo da Tabanca dos Melros; Ricardo Figueiredo; Francisco Baptista e Jorge Teixeira (Jotex), Presidente dos Bandalhos

O Régulo da Tabanca dos Melros, Carlos Silva, a abrir a Sessão

Abriu a sessão, o Gondomarense Carlos Silva, chefe da Tabanca dos Melros, que tem ali, também, o seu pequeno Museu sobre a Guerra do Ultramar. Apresentou as saudações da praxe, alguns agradecimentos e endereçou a palavra para o Ricardo Figueiredo, já preparado para coordenar os trabalhos e, também, apresentar a obra.

O Ricardo Figueiredo no uso da palavra

O Ricardo, talvez beneficiando do seu estatuto de “Tarimbeiro dos Tribunais”, versou facilmente os seus pontos de vista sobre a escrita do Zé Ferreira, prendendo a atenção dos camaradas presentes. Falou também sobre as origens (geográficas) que influenciaram o autor, com a respectiva cronologia desde os tempos do Estado Novo, bem como o seu retrato social e político. Afirmou ser evidente que o autor escreve “fugindo” da guerra cada vez mais, salientando a evolução temática dos 3 volumes publicados.

Francisco Baptista, já que fazia parte da Mesa de Honra, teve que deitar faladura. Se bem escreve, bem fala

De seguida, falou o Francisco Baptista que referiu o autor do prefácio, Alberto Branquinho, e do posfácio, Luís Graça.
Prosseguiu lendo um texto escrito e nele ficou bem demonstrada a sua qualidade literária, já bastante conhecida e que muito brevemente ficará eternizada num livro de sucesso.

O Presidente Bandalho, sem pulga atrás da orelha, prepara-se para, como de costume, dizer mal do livro do José Ferreira.

Foi, então, o momento de Jotex, o apelidado “Presidente do Bando”, botar faladura. E, como vem sendo seu hábito, despejou a habitual ironia cáustica sobre as qualidades do livro. Para ele, o livro não vale nada e não é mais do que um “bónus” dado a quem comprar a garrafa de Porto Reserva, alusiva ao acontecimento, que é entregue com o livro. E, referindo-se ao autor, disse que ele é bastante conhecido somente porque usa um chapéu vistoso.
Entretanto, ouviu-se algum sururu orientado na direcção de José Manuel Cancela, conhecido por Zé Manel dos cabritos, acusando-o de roubo dos cabritos e da sua quase extinção na zona de Mampatá. Ele defendeu-se acusando de Peteiros o Poeta Régua, o Carvalho e o próprio autor do livro. Salvou-o, em parte, o Antero Santos que informou que estivera, depois, em Mampatá e que ainda lá havia um ou outro cabrito de estimação. Quanto à acusação de ter criado a primeira mula transexual de Trás-os-Montes, confessou a pouca “habilidade” para tratar de assuntos de sexo, mas que o nome de “Lola” não fora sua autoria.



O Ricardo Figueiredo lembrou que também em Penafiel havia a Festa do Cordeirinho e que está referida uma confissão do querido e saudoso Joaquim Carlos Peixoto, a quem o pai do seu pior aluno oferecera o melhor cordeiro da festa. Houve um momento de grande emoção e foi guardado um minuto de silêncio em sua memória, ao qual se juntou a saudade sentida pelo Jorge “Portojo” e por outros falecidos.

Inconfundível, com o seu inseparável boné, o Zé Manel da Régua faz a sua entrada triunfal no Choupal dos Melros

O Poeta da Régua acabara de chegar. E, entrando de mansinho, trazia uma caixa de cerejas da sua Quinta Sra. da Graça, apresentando-a como o verdadeiro motivo porque chegava atrasado. Teve o cuidado de pedir às pessoas que guardassem os caroços para serem entregues ao Cancela, que os levaria para os cabritos. Falou um pouco da sua/nossa guerra e agradeceu a homenagem que lhe é prestada neste livro.

Falando aos presentes, a Margarida Peixoto, viúva do nosso malogrado camarada Joaquim Carlos Peixoto

Antes de terminar, Margarida Peixoto quis usar da palavra. Agradeceu o carinho e a amizade que lhe temos demonstrado e aproveitou para enaltecer a boa camaradagem reinante entre os ex-Combatentes e, ainda, tecer alguns elogios ao autor.
Como é costume, o autor encerrou o convívio, referindo logo de entrada:
- É com enorme alegria e satisfação que vos vejo aqui a comungar desta minha felicidade. Por favor, não me chamem de escritor. Sou apenas um pobre diabo que quis registar para a posteridade as “Memórias boas da minha guerra” que, na verdade, são as memórias de todos nós.
Aproveitou para os agradecimentos habituais, onde destaca Alberto Branquinho, Luís Graça, Carlos Vinhal, responsáveis por este produto e ainda a todos os amigos que lhe alimentam o sorriso de cada dia.

Visita ao Museu da Tabanca dos Melros

Seguiu-se a visita ao Museu, que está cada vez mais recheado, enquanto já decorria no alpendre a degustação das entradas.

(Continua)

********************

Texto lido na apresentação do livro “Memórias Boas da Minha Guerra, (da Guiné) Volume III” do meu camarada e amigo José Ferreira.

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=649470568826873&id=100012918072029

Por Francisco Baptista

Minhas Senhoras e meus Senhores, Amigos e Camaradas

Depois do prefácio e do posfácio, escritos pelo Alberto Branquinho e pelo Luís Graça, dois bons críticos literários e das palavras sábias do Ricardo Figueiredo, um grande tribuno, amigo José Ferreira, podias-me ter dispensado deste sacrifício. Sei que em compensação já me deste o livro, mas não te esqueças de me dar também o vinho do Porto, que deste aos outros.

Sobre o livro direi, como os outros, que tem belas histórias, está muito bem escrito como é timbre do autor. Pessoalmente acho que tem um aspecto mais cuidado do que os dois anteriores e tem algumas fotografias a cores que lhe dão outra beleza.
Gosto particularmente da fotografia da Joan Collins, nas formas perfeitas da sua juventude, das pernas arqueadas com as coxas num conjunto harmónico, dos peitos rosados, brancos e salientes, do rosto onde sobressai um olhar intenso que nos toca, dos lábios vermelhos e carnudos, tão bela, tão sensual que parece fazer-nos aquele convite que nós homens esperamos, embora geralmente não passe de uma ilusão.

Os soldados americanos no Vietname visitados por esta estrela, pela Raquel Welch. e por muitas outras tinham sonhos quentes e cor-de-rosa, nós em África éramos por vezes visitados pela D. Cecília Supico Pinto, um Salazar de saias, e outras tias do Movimento Nacional Feminino que em vez de sonhos nos levavam tabaco e pouco mais.
Quando havia azar no mato ou no quartel, vindas do céu, como se fossem anjos, apareciam as enfermeiras paraquedistas, raparigas do nosso tempo, para socorrer os feridos, mas que nos faziam sonhar com elas ou com outras brancas que viviam longe, a milhares de quilómetros.

O José Ferreira, como já vem sendo hábito, apimentou este livro com histórias pícaras. reais e fictícias, sobre amigos ou conhecidos e histórias picantes sobre sexo, que nos dão muito gozo ao lê-las e que já lhe deram a ele ao escrevê-las. Falando de sexo usa um português vernáculo de calão que era o falado entre os camaradas de guerra.
Hoje já mais libertos das leis severas da Santa Madre Igreja sobre o uso desses termos e sobre a vida sexual, já todos ou pelo menos a maioria admitem isso com naturalidade. Como natural é o sexo como fonte de prazer e de vida.
Deus, depois de criar o Mundo, criou o homem e a mulher, deu-lhes o sexo e disse-lhes:
Usai-o e multiplicai-vos.
Isabel Allende, uma grande escritora chilena disse um dia: "Escrever é como fazer amor. Não te preocupes com o orgasmo, preocupa-te com o processo".
José Ferreira continua a escrever.
Muito obrigado. Sejam felizes, façam amor ou escrevam.
____________

Notas do editor

Vd. poste de 3 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19741: Agenda cultural (680): "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III, de José Ferreira. Lançamento do livro, dia 11 de maio, às 11 h, seguido de almoço, na Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar

Último poste da série de 12 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19779: Agenda cultural (682): Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa, IndieLisboa 2019: "De los nombres de las cabras", de Silvia Navarro e Miguel H. Morales, Espanha, 2019, 62': um documentário sobre a extinção dos Gaunches, o povo nativo das Canárias... Pode ser visto no cinema Ideal, Lisboa, quarta-feira, dia 15, às 22h00