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sábado, 2 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24908: As nossas geografias emocionais (18): Boma ou a fonte de Bafatá do meu tempo da Mocidade Portuguesa (em 1973) e depois de estudante liceal (1975) (Cherno Baldé, Bissau)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 2010> A antiga fonte de Bafatá. "(...) em 1968/69 estava num grau de conservação normal, quando fui lá em 2010 o terreno, por força das chuvas, tinha subido mais de um metro subterrando o tanque. Também em 2010 já tinha desaparecido a placa com a data da construção." (...)

Foto (e legenda): © Fernando Gouveia (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > "Fonte Pública de Bafatá, 1918". Na foto, o Manuel Mata, que vive no Crato,  ex-1º cabo apontador de Carros de Combate M 47 do Esq Rec Fox 2640. Esta belíssima fonte, na zona da "Mãe de Água", também conhecida na época colonial como "Sintra de Bafatá", é portanto do início do desenvolvimento urbano de Batafá, ainda no tempo da República. Ainda chegou aos tempos do Cherno Baldé, quando, depois da independência, ele foi para Bafatá estudar.

Foto (e legenda): © Manuel Mata (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona leste > Fajonquito > 10 de junho de 1971 >  "O meu irmão Carlos (2 anos mais velho, hoje Farmacêutico, formado pela Faculdade de Farmácia da Universidade Técnica de Lisboa), durante a alocução por ocasião do dia 10 de Junho de 1971, Dia de Portugal e de Camões, na escola primária de Fajonquito. Na imagem estão dois oficiais da companhia do cap Figueiredo (CART 2742), um dos quais, o alferes Félix encontrou a morte no mesmo dia que o seu capitão."

Foto (e legenda): © Cherno Baldé (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário de Cherno Baldé ao poste P24805 (*):


Cherno Baldé, quadro superior
com formação em  economia e gestão,
vive e trabalha em Bissau;
colaborador permanente do nosso blogue:
 integra a Tabanca Grande
desde 19/6/2009; tem cerca de 290
referências no blogue.

Caros amigos,

A fonte (nascente) de Bafatá que conheci desde a minha primeira viagem a esta cidade na qualidade de "infante" da Mocidade Portuguesa ou mocidade "treco" (ou "tareco"), como nos apelidaram os colegas de Bafatá em 1973, praticamente serviu-nos de residência durante alguns dias, pois vindos do interior não conhecíamos ninguém na cidade, mas só durante o dia, porque à noite, por força do arvoredo, da escuridão e isolamento, o pequeno vale se transfigurava num local sinistro de que poucos se atreviam a atravessar. 

As pessoas que vinham ou saíam do Hospital para o Bairro de Ponte-Nova seguiam pelo trajecto que levava ao quartel da cavalaria (?), passando à frente da sua porta d'armas, antes de descer para o Bairro junto da entrada do Cemitério local.

Um ano depois, em 1975, já na qualidade de estudante do primeiro ciclo, voltaria a serviu-nos de local aprazível para estudos e passatempo, sempre no período diurno, pois ainda prevalecia o medo do local e durante a noite predominava a escuridão e o silêncio, nesse período, entre a malta jovem já era mais conhecido por Boma.

Em alguma parte das minhas memórias, falando da guerra de Bissau (junho de 1998-maio de 1999) nossa fuga de Bissau para Fajonquito, faço referência a minha passagem por Bafatá e ao Boma (fonte Bafatá) nosso local predilecto de estudos e brincadeiras.

Um abraço amigo,
Cherno Baldé (Bissau) (**)

(Seleção, revisão e fixação de texto, negritos: LG)
__________

Notas do editor:

(*) V.d poste de 29 de outubro de  2023 > Guiné 61/74 - P24805: As nossas geografias emocionais (12): A fonte pública de Bafatá, construída em 1918, na zona conhecida como a "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde chegou a haver almoços dançantes ao tempo do Esq Rec Fox 2640 (1969/71)

(**) Último poste da série > 25 de novembro e 2023 > Guiné 6mbro de 1/74 - P24885: As nossas geografias emocionais (17): Empada: a Fonte Frondosa (1946): uma foto tirada à minha mulher, no dia 25 de dezembro de 1969, dia de Natal (Eduardo Moutinho Santos, ex-cap mil grad, cmdt, CCAÇ 2381, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)

domingo, 29 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24805: As nossas geografias emocionais (12): A fonte pública de Bafatá, construída em 1918, na zona conhecida como a "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde chegou a haver almoços dançantes ao tempo do Esq Rec Fox 2640 (1969/71)

Foto nº 1 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá : A zona da "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá" > c. 1969/70 > Um piquenique


Foto nº 2 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá : A zona da "Mãe deÁgua" ou "Sintra de Bafatá" > c. 1968/70 > Na foto, o Fernando Gouveia [ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70; autor do romance Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011; arquiteto, transmomntano, residente no Porto]

Fotos (e legendas): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legednagem complementar: Blogue Luís Graça & Caamaradas da Guiné]



Fotos nº 3 e 4A : Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > "Fonte Pública de Bafatá, 1918" (e não 1948, como por lapso indicámos no poste P24803). Na foto, o Manuel Mata, ex-1º cabo apontador de Carros de Combate M 47 do Esq Rec Fox 2640.



Fotos nºs 4 e 4A : Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1959 > "A fonte pública de Bafatá, 1918"  (e não 1948, como por lapso legendámos inicialmente no poste P24803 (*),

Esta belíssima fonte (Fotos nºs 3 e 4) , na zona da "Mãe de Água",  também conhecida na época colonial como "Sintra de Bafatá", é portanto do início do desenvolvimento urbano de Batafá, ainda no tempo da República. 

Segundo a entrada na Wikipedia, em "1906, o território guineense foi dividido num concelho (Bolama) e seis residências: Bissau, Cacheu, Farim, Geba, Cacine e Buba. (...) Cacheu continuava como capital do distrito de Cacheu, porém perdeu mais da metade de suas terras para a formação dos distritos de Farim (actual Oio) e Geba (actual Bafatá). Geba torna-se capital do distrito de mesmo nome.

"Em 4 de agosto de 1913 'Bafatá'  (primeiro registro com este nome) recebe o título de vila." (...). Foi elevada a cidade 67 anos depois  (em cerimónia que decorreu a 12 e 13 de março de 1970, com a presença do Ministro do Ultramar) (**), segundo o Manuel Mata.
  
Outro guia e especialista de Bafatá dos anos1968/70, o arquiteto Fernando Gouveia, que lá viveu em como alferes miliciano, com a sua esposa,  Regina, descreve esta zona num dos seus postes do roteiro de Bafatá (***), como  sendo a "Mãe d'Água" ou a "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde havia umas mesas para piqueniques e que, de vez em quando, "a esposa do comandante do Esquadrão organizava uns almoços dançantes em que eram convidados, além dos alferes, e alguns furriéis, "todas as meninas casadoiras de Bafatá, libanesas e não só"... 

 O Fernando Gouveia não quis identificar o Esquadrão, mas o último do seu tempo, foi o Esq Rec Fox 2640, Bafatá, 1969/71, cujo comandante era o cap cav Fernando da Costa Monteiro Vouga; reformou-se como coronel, e é autor de diversos livros sob o nome de Costa Monteiro.
 
A foto nº 4 foi-nos disponibilizada pelo nosso camarada Leopoldo Correia (ex-fur mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65); esta e outras fotos otos de Bafatá, de 1959, foram tiradas por um familiar do nosso camarada. "ligado ao comércio local (Casa Marques Silva), casado com uma senhora libanesa, filha do senhor Faraha Heneni".
____________


(***) Vd. poste de 12 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12434: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (10): A Mãe d'Água ou a 'Sintra de Bafatá', local aprazível e romântico onde se realizavam almoços dançantes para os quais se convidavam os senhores alferes, alguns furriéis e as moças casadoiras

sábado, 7 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23238: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (23): Bafatá... e as nossas "geografias emocionais"


Fot0 nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022 > 7h42... Nascer do sol, tapado pelo que resta do monumento, sito no antigo Parque da cidade, ao Oliveira Muzanty (governador geral, 1907/09), defronte à Casa Gouveia, dois símbolos do "colonialismo português"... A estátua  foi apeada (e provavelmente destruída)...


Foto nº 2 >  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h41> Os célebres pombais de Bafatá... Hoje ainda existem alguns. Este está onde hoje é o tribunal.


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022 7h41>  O que resta (a fachada...) do antigo mercado quando Bafatá era a doce princesa do Geba... Um belo exemplar da arquitetura colonial revivalista, que um dia destes cai de vez...


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h41 > Rua para a 
Ponte Nova, diz o autor da foto. Na esquina, uma típica casa colonial, de sobrado. O Cherno Baldé diz-nos que era a antiga casa Ultramarina em Bafatá,  que controlava e abastecia toda a rede da zona Leste (Bafatá/Gabú). Pertencia ao BNU e era rival da Gouveia.


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h33 > A sé catedral... Um exemplar de arquitetura colonial religiosa (de mau gosto, acrescento eu, tal como  a de Bissau, que me perdoem os cristãos da Guiné -Bissau) (LG)


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h32 > O antigo edifício principal da administração do concelho de Bafatá, hoje direcção regional de educação de Bafatá... Fica na rua principal que vai dar ao rio Geba.


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h36 > A avenida principal... Ao fundo, o rio Geba... Do lado direiro, a casa de sobrado das "manas libanesas" (que têm um mano, que foi nosso camarada, hoje coronel paraquedista reformado, e empresário na Guiné-Bissau, 
o Chauki Danif. Era alferes no nosso tempo, e tem aqui, no blogue, alguns amigos). A matriarca do clã era a Dona Rosa, cpmo bem dos recorda o Humberto Reis, amigo da família.  (LG).


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h31 > Outra vista da artéria principal da antiga cidadezinha colonial... Há 6 anos o Patrício ainda apanhou algum alcatrão...


Foto nº 9 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h34 >  Na avenida principal, do lado esquerdo de quem desce, antigas instalacões da administração colonial, incluindo a residência do administrador da concelho (o mais célebre nos anos 60 foi o Guerra Ribeiro). Depois da independência, passou a ser chamado "palácio do Governador"... Na ponta direita, a estação dos correios (não sabemos se continua a funcionar como tal)...


Foto nº 10 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h34> Antiga residência do administrador do concelho e, por detrás, a torre que seria da polícia administrativa (cipaios).


Foto nº 11 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 28 de abril de 2022, 7h31> Mais uma vista da avenida principal...  Alguns dos nossos camaradas fizeram aqui as suas provas de perícia... no exame de condução auto.


Foto nº 12 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 27 de abril de 2022, 9h49  > Outra rua (... esta é para o arquiteto e autor do melhor roteiro de Bafatá, o nosso camarada Fernando Gouveia, identificar... TPC de fim de semana).

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Patrício Ribeiro (português, natural de Águeda, da colheita de 1947, criado e casado em Nova Lisboa, hoje Huambo, Angola, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, "retornado", a viver na Guiné-Bissau desde 1884,  fundador,  sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda; membro da nossa Tabanca Grande, com cerca de 120 referências no blogue; autor da série "Bom dia desde Bissau"; nosso colaborador permanente para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau" (*)

Data - quinta, 28/04/2022, 09:04

Assunto - Bom desde Bafatá

Bom dia, desde Bafatá.

Luís, esta semana tenho passado uns dias em Bafatá.

Vou enviar umas fotos de hoje e desta semana, que terás que as organizar, vão directamente do meu telemóvel.

Na parte velha de Bafatá,  as casas coloniais são agora organismos públicos.

Muitos por aqui andaram há 50 anos de camuflado. (**)

Mantenhas. Patrício Ribeiro


2. Comentário do editor LG:

Obrigado, Patrício. Dizes bem, por aqui muitos andaram há 50 anos  de camuflado... E outros à civil... Ir a Bafatá, no meu tempo (1969/71), sobretudo ao fim de semana (quando o havia...) dava direito a ir à paisana... Ia-se às "meninas (do Bataclã)" e também matar a malvada em restaurantes como a Transmontana... E, no regresso, beber uma última cerveja no café do Teófilo, o "desterrado"... As manas libanesas também tinham um restaurante e café mas nunca lá fui.

Bafatá faz parte das "geografias emocionais" de boa parte de nós... Todos os camaradas que estiveram no Leste da Guiné passavam obrigatoriamente por Bafatá (elevada a cidade no tempo)... Era uma verdadeira placa giratória... Tal como Bambadinca e o Xime. Em Bafatá,  havia o "charme discreto" da civilização... Havia boas lojas, restaurantes, cinema e  até piscina. O resto da Guiné era "mato", ou seja, guerra. 

Desculpa, se meti alguma "argolada"... Achei que as tuas belas fotos, madrugadoras, mereciam uma legenda mais completa... Mas, para falar de Bafatá, "a princesa do Geba",  temos gente muito mais conceituada do que eu,  porque lá viveu durante a comissão  como é o caso do Fernando Gouveia, do António Azevedo Rodrigues  ou do Manuel Mata, por exemplo. Oxalá eles nos leiam e comentem este fim de semana, antes de eu ir à faca. Para a próxima semana, faço férias do blogue, mas conto com o Carlos Vinhal (e todos os demais coeditores, colaboradores e leitores) para continuarmos a ir "blogando & rindo", enquanto houver picada, pica e pernas para andar...

Da tua parte,  continua a mandar "lembranças" dessa terra, "verde-rubra" (sem conotações saudosistas, paternalistas ou neocolonialistas).  Boa saúde, bom trabalho, E que Deus, Alá e os bons irãs te protejam, a ti e aos nossos amigo da Guiné-Bissau.
___________


(**) Sobre Bafatá, temos mais de 380 referências... Vd. aqui, por exemplo:

8 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20829: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (11): Viagem a Mansoa e a Bafatá, onde estamos a levar a água potável aos hospitais... Este ano, muita gente vai morrer, não da COVID-19, mas de fome: o caju ninguém o vem cá comprar...

9 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19662: Memória dos lugares (390): As três pontes de Bafatá, sobre os rios Geba e Colufe (ou Campossa): contributos de Fernando Gouveia, Humberto Reis, Manuel Mata, Luís Graça, Ricardo Lemos e Virgílio Teixeira
12 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12284: Memória dos lugares (252): Bafatá ao tempo do Esq Rec Fox 2640 (1969/71) (Manuel Mata)

22 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11293: Memória dos lugares (226): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71) (Parte I)

7 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8236: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (10): Bafatá, 15/12/2009: "África é um cego em cima de um diamante" (Ali dixit)

(...) Anónimo disse...

Uma geração de jovens que, ao terem a sorte de sobreviver, mesmo sem ferimentos, ficou traumatizada de tal forma que só passados 40 anos consegue falar abertamente do tempo que lá passou. Hoje, já consigo ter saudades do Cinema, da Piscina, do restaurante do Teófilo, do Restaurante a Transmontana, dos comércios das Libanesas, do cheiro a terra, do cacimbo que caía de noite, da pista de Aviação, das noites que passava nas Tabancas, da Javi (miúda atrevida), da Mariana solteira e da Mariana mãe, saudade dos companheiros que já morreram (Sampaio, saudade dos companheiros que ainda não encontrei, Ernesto, etc.), foram 25 meses em Bafatá (de junho de 1968 a julho de 1970).Um muito obrigado ao jovem médico, por me trazer Bafatá ao meu consciente.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19662: Memória dos lugares (390): As três pontes de Bafatá, sobre os rios Geba e Colufe (ou Campossa): contributos de Fernando Gouveia, Humberto Reis, Manuel Mata, Luís Graça, Ricardo Lemos e Virgílio Teixeira


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > c. 1968/70 > Estrada (não alcatroada) Bafatá-Geba  > Bonita foto aérea, tirada de avioneta (talvez DO-27, a avaliar pela sombra da aeronave projetada na margem esquerda da Ponte Nova (ao tempo, ponte Salazar), no rio Geba Estreito. Na margem direita, vê-se a guarda  à ponte [, assinalada com uma seta], cujos elementos costumavam apanhar camarão que depois vendiam aos outros militares da vila (mais tarde cidade) de Bafatá. Esta ponte em betão deve ser fo início da década de 1960.

Foto (e legenda): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.] (*)


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > c. 1969/70 >  Vista aérea da Ponte Salazar sobre o Rio Geba, na estrada entre Bafatá e Geba e Bafatá. A Ponte ficava a oeste da vila (, mais tarde cidade, em 1970),

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 1996 > Ponte sobre o rio Geba na estrada Bafatá-Geba. O Humberto Reis voltou lá, vinte e sete anos depois.

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > Vista aérea > Em primeiro plano, o rio Geba, à esquerda, e a piscina de Bafatá (que tinha o nome do administrador Guerra Ribeiro e foi inaugurada em 1962, tendo sido construído - segundo a informação que temos - por militares de uma unidade aqui estacionada ainda antes do início da guerra).

Ainda do lado esquerdo, o cais fluvial, uma zona ajardinada, a estátua do governador Oliveira Muzanty (1906-1909)... Ao centro, a rua principal da cidade. Ao fundo, ao alto da avenida principal, já não se chega a ver o troço da estrada que conduzia à saída para Nova Lamego (, que ficava  a nordeste de Bafatá); havia um a outra, alcatroada, para Bambadinca,  mas também com acesso à estrada (não alcatroada) de Galomaro-Dulombi, povoações do regulado do Cosse, que ficava a sul. À entrada de Bafatá, havia uma rotunda. ao alto. Para quem entrava, o café do Teófilo, o "desterrado", era à esquerda..

Do lado direito pode observar-se a traseira do mercado. Do lado esquerdo, no início da rua, um belo edifício, de arquitetura tipicamente colonial, pertencente à famosa Casa Gouveia, que representava os interesses da CUF, e que, no nosso tempo, era o principal bazar da cidade, tendo florescido com o patacão (dinheiro) da tropa. Por aqui passaram milhares e milhares de homens ao longo da guerra,. que aqui faziam as suas compras, iam aos restaurantes e se divertiam... comas meninas do Bataclã.

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.] (*ª)


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > O Fernando Gouveia, de pé, na piscina municipal, situada na foz do rio Colufe (à esquerda) que ia desaguar no rio Geba (em frente).

Foto (e legenda): ©  Fernando Gouveia (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > Vista aérea > Bafatá, o porto fluvial e o Rio Geba, vistos de oeste; ao fundo, a ponte do Rio Colufe, assinalada a amarelo, à esquerda  da piscina municipal.  Era uma ponte em betão, devia ser de 1920. Quase um século depois, em 2010, já não existia, segundo o depoimento do Fernando Gouveia que voltou a Bafatá nesse ano. Ou como se pode comprovar pelo mapa do Google.

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Estrada Dulombi - Galamoro, a caminho de Bafatá


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > Ponte (em madeira, com estacaria em troncos de cibe) sobre o rio Colufe (ou rio Campossa), vista por quem vinha de Dulombi e Galomaro, ou de Bambadinca, ou seja, do sul / sudoeste, com Bafatá em frente (cerca de 2 quilómetros). Vê-se que falta uma secção do corrimão da ponte, do lado esquerdo, sinal de que o sítio era propício a acidentes...

Foto, com a devida vénia, de Ricardo Lemos.


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1971 > Restaurante Transmontana, na esquina da Rua Capitão Sousa Lage (, um dos militares portugueses que se destacaram nas "campanhas de pacificação" de finais do séc- XIX) . A "Transmontana" (, pensão e restaurante,) era famosa pelo seu "bife com batatas fritas e ovo a cavalo"... Vinte pesos!... Foto do Ricardo Lemos, com a devida vénia.


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1971 > Sporting Club de Bafatá > Um clube muito popular na região. Foto do Ricardo Lemos, com a devida vénia.


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1971 > A Rotunda, donde partiam duas estradas: à direita para Galomaro-Dulombi e Bambadinca; e à esquerda, para o Gabu. A foto, com a devida vénia, é  do Ricardo Lemos ("Ferrugem") com o seu amigo "Estraga"... E era aqui ficava o café do Teófilo, onde a malta de Bambadinca bebia o último copo, antes de regressar á base...

Fotos (e legendas): © Ricardo Lemos (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] [Com a devia vénia ao autor e ao editor...]

Escreve  Ricardo Lemos, ex-fur mil mec, CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72) (que vive em Matosinhos, e a quem já convidámos em tempos para integrar a Tabanca Grande),  no blogue CCAÇ 2700 - Dulombi, 1970/72), criado e mantido desde 2007 pelo nosso grã-tabanqueiro, da primeira hora, Fernando Barata.

(...) "Está na hora de seguir viagem até Bafatá. A distância a percorrer andará à volta dos 40 km. Os Unimogs da coluna militarizada e também outros veículos oriundos de Galomaro, percorrerão os caminhos em terra batida até chegarmos ao cruzamento da estrada Bambadinca / Nova Lamego. A partir daqui seguiremos até Bafatá em estrada alcatroada" (...)


(...) "Era uma zona ampla, muito bonita, cuja estrada em terra batida era rodeada de muitas árvores, entre elas, as frondosas mangueiras, cujos frutos em cada árvore, eram aos milhares. A mangueira é uma árvore da família das anacardiáceas e que produz a manga, uma drupa carnosa e saborosa. Existem 35 espécies diferentes. Só que estas que se vêem nas imagens, não eram de cultivo, mas sim, selvagens. E nestas árvores, aproveitando-se da sombra refrescante, as aves exerciam o seu direito territorial, ocupando os ramos, aos milhares. Era uma delícia ouvir as melodias das linguagens das diversificadas aves que nelas coabitavam. As rolas eram surpreendentemente abundantes. Já se adivinha a chegada à periferia de Bafatá. Agora, em estrada alcatroada, a conhecida ponte com estrutura em troncos de palmeira, sobre o rio Colufe, nos surge pela frente." (...)

(...) Ao longe, Bafatá, cidade cosmopolita, situada no centro da Guiné, era a terra mais distante de todas as fronteiras, o que a protegia das garras da guerrilha. Por tal motivo, as pessoas e bens podiam circular com alguma segurança e um certo à vontade. Situa-se na confluência dos rios Geba e Colufe." (...) 


1. Mensagem do Fernando Gouveia [, ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70; autor do romance Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011, e mais recentemente  do livro de memórias "A  Guerra Vista de Bafatá: 1968- 1970". ediçãpo de autor, 2018; arquiteto, reside no Porto; tem 160 referências no nosso blogue: foto atual à direita]

Camaradas:

Como estive em Bafatá de 1968 a1970 posso dizer com toda a certeza que nessa altura havia a ponte Nova (Salazar) [, sobre o rio Geba], e uma ponte sobre o rio Colufe, que desaguava no Geba, mesmo em frente à piscina. (***)

Essa ponte era de um tabuleiro simples com uns pilares e em betão. Quando estive lá em 2010 já tinha caído toda.

Mando uma foto tirada na piscina, onde se vê o rio Geba [, em frente,] e à esquerda a foz do rio Colufe.

No blogue há muitas fotos aéreas em que se vê bem a ponte do rio Colufe, nessa época.

Abraços

Fernando Gouveia


2. Comentário do editor Luís Graça:

Quando falamos de pontes, em Bafatá, nos finais dos 60, início dos anos 70, estamos a falar de três:

(i) um sobre o rio Geba (Estreito), a oeste da vila (e depois cidade) de Bafatá, na estrada (não alcatroada) Bafatá -Geba;

(ii) uma sobre o rio Colufe ou Campossa), afluente do rio Geba: uma em betão, dos anos 20, que irá ruir no início do séc. XXI, e ficava na confluência do rio Colufe e do rio Geba, junto à piscina municipal; era apenas pedonal;

(iii)  e uma terceira, também sobre o rio Colufe (ou Campossa), a montante, em madeira, assente em estacaria de cibe (palmeira). devia ser dos anos 30/40/50 ficava na estrada Bafatá . Banbadinca,  já nas proximidade de Bafatá, a cerca de 2/3 km; mais à frente, a escassos quilómetros, apanhava-se a estrada (, em terra batida,) para Galomaro . Duas Fontes Dulombi.

Esta última ponte, em madeira, já não existe, é hoje em betão, como se pode ver pelo  mapa do Google. E a cidade de Bafatá está irreconhecível, com uma enorme expansão no sentido norte / nordeste.  Tinha, em 2010, cerca de 35 mil habitantes.


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá Ponte sobre o rio Colufe (ou Campossa), "com a sua célebre estrutura em troncos de palmeira". Em janeiro de 1970, a ponte era guardada por uma força do Esquadrão de Reconhecimento Fox 2640 (Bafatá, 1969/71) a quem pertencia o nosso camarada Manuel Mata.

Foto (e legenda): © Manuel Mata (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Bafatá > Bafatá Ponte sobre o rio Colufe (ou Campossa) > Novembro de 1967 > Virgílio Teixeira, alf mil SAM, da CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lameho e São Domingos, 1967 / 1969), mais a sua escolta, a caminho de Bambadinca, vindos do Gabu.

Fotos (e legenda): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (****)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12491: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (11): Fotos nºs 13 (estrada para Geba e Bafatá), 14 (Ponte Nova) e 15 (tabanca da Ponte Nova)

(**) Vd. poste de 22 de março de  2013 > Guiné 63/74 - P11293: Memória dos lugares (226): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71) (Parte I)

(***) Último poste da série > 28 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19629: Memória dos lugares (389): Ponte do Rio Colufe (que desagua no Rio Geba, em Bafatá), onde houve um acidente com um Unimog 411, em 6/1/1971, em que morreram, afogados, 3 militares, 1 do GAC 7 e 2 da madeirense CCAÇ 2680 (Cabuca e Nova Lamego, 1970/71) (Mário Migueis e José Martins)

(****) Vd. poste de 28 de janeiro de  2019 > Guiné 61/74 - P19448: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXI: As colunas para o sudoeste do setor: Bafatá, Fá Mandinga e Bambadinca, eram mais de 200 km, ida e volta

quinta-feira, 28 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19629: Memória dos lugares (389): Ponte do Rio Colufe (que desagua no Rio Geba, em Bafatá), onde houve um acidente com um Unimog 411, em 6/1/1971, em que morreram, afogados, 3 militares, 1 do GAC 7 e 2 da madeirense CCAÇ 2680 (Cabuca e Nova Lamego, 1970/71) (Mário Migueis e José Martins)



Guiné > Zona de Região de Bafatá  > Bafatá > Vista aérea >  Bafatá,  o porto fluvial e o Rio Geba, vistos de oeste; ao fundo, a ponte do Rio Colufe, assinalada a amarelo. Esta ponte era em betão (?), mas havia outra, mais a montante, em madeira, em troncos de palmeira... Ou eu estou confundido ? Já se passaram 50 anos...

O Fernando Gouveia e o Manuel Mata (que lá viveram quase dois anos) podem esclarecer este ponto... Ou o próprio Humberto Reis que andou por lá, pelo ar, a tirar a fotografias da bela e doce Bafatá do nosso tempo... Ou ainda a malta de Galomaro / Dulombi... Na carta de 1955 só parece haver uma ponte a atravessar o rio Colufe, a sul de Bafatá... Quem me ajuda ? (LG).

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > Cmd Agr 2957 (Bafatá, 1968/70) > Regina Gouveia, esposa do ex-alf mil ex-Alf Mil Rec e Inf, ambos membros da nossa Tabanca Grande: "O  transbordar dos rios na época das chuvas. Na ponte do rio Colufe com a água a chegar aos meus pés." [Não há dúvida, pela foto, que a estrutura é em betão. LG]
Foto (e legenda): © Fernando Gouveia  (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Carta de Bafatá (1955) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa do Rio Colufe que vai desaguar ao Rio Geba, em Bafatá.

[...] "A característica geral da área do Batalhão [BART 2917, Bambadinca, 1970/72, Setor L1] é a planície, onde correm muitos rios cavados num planalto de40 metros de altitude. A rede hidrográfica encontra-se orientada para os Rios Colufe, Geba e Corubal, verificando-se, na época das chuvas e nos baixos cursos destes dois últimos, o nivelamento das águas dos rios e das bolanhas, durante a preia-mar. Na época seca, com excepção dos Rios Geba, Corubal, Colufe,  Gambiel  e Udunduma, todos os restantes são transponíveis a vau. Na época das chuvas, todos os rios do sector são praticamente intransponíveis a vau." [...]

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
Brsaão da CCAª 2680


1. Recuperam-se 3 comentários ao poste P7853 (*)

(i) Mário Migueis [da Silva] 

[ex-fur mil rec info, CCS / Q.G. (Bissau). Colocação: Com-Chefe / Rep-Info (Amura-Bissau) Função: Serviço de Informações Militares (SIM) Unidades em que esteve em diligência: Bart 2917 / Bambadinca (Novembro 70 a Janeiro 71, incl.); CCaç 2701 e CCaç 3890 / Saltinho (Março 71 71 / Outubro 72); bancário reformado, vive em Esposende]

Quando passei por Bambadinca (Nov 70 / Mar71) [, ao tempo do BART 2917, 1970/72],  houve um acidente grave numa das pontes situadas na área de influência do Batalhão instalado em Bambadinca: um "burrinho" desgovernado caiu no rio, tendo morrido vários soldados afogados. Só me lembro de um furriel conhecido por "Fafe" , que também esteve no local, tentando, infrutíferamente, salvar alguns dos sinistrados. 

Não sei se este tema já foi alguma vez abordado no blogue, mas, de qualquer forma, agradeço que, quem souber, me responda a esta simples pergunta: como é que se chamava essa ponte?...


(ii) José Martins

 [ex-fur mil trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70); nosso colaborador permanente, com mais de 350 referências no nosso blogue; vive em Odivelas]

Tentei encontrar, no periodo indicado pelo Mário Miguéis, mas apenas encontrei um acidente de viação seguido de afogamento, no Rio Colufe, vindo a falecer três militares, sendo um do GAC 7 e dois da CCaç 2680.

Terá sido este?

26 de fevereiro de 2011 às 21:40


(iii) Mário Migueis:

José Marcelino Martins:

Os meus agradecimentos pela atenção que me dispensaste, embora nem o Rio Colufe, nem as unidades indicadas (GAC 7 e CCAÇ 2680) me digam nada. Não faço ideia do local onde estavam instaladas.

Vou tentar encontrar alguns elementos entre os meus canhenhos, tais como alguma cópia de cartas topográficas que possa ter ainda em meu poder. Mas, acho estranho que ninguém ligado a Bambadinca se recorde do caso.

Um grande abraço,

Mário Migueis

27 de fevereiro de 2011 às 01:00


2. Comentário do editor Luís Graça:

Mário e José, só ao fim de oito anos (!), é que dei conta  dos vossos comentários, ao reler ontem   o poste P7852 (*), em que se falava da ponte do Rio Udunduma, afluente do Rio Geba, que atravessava a estrada Bambadinca-Xime.

Desgraçadamente só temos uma referência à CCAÇ 2680...Sabemos que:

(i) era uma companhia madeirense, moblizada pelo BII 19, Funchal;

(ii) esteve em Cabuca e Nova Lamego (1970/71);

(iii) era comandada pelo cap mil art Emílio Jerónimo Pimenta Guerra;

(iv) embarcou em 2 de fevereiro de 1970 e regressou a 27 de dezembro de 1971:

(v)  a CCAÇ 280 foi rendida em Cabuca  pela CCAV 3404 (1971/73) e esta pela  2ª CART / BART 6523 (1973/74).

Quanto ao GAC 7, temos pelo menos cinco referências... Sabemos que, por volta de 1970/72, ao tempo do nosso saudoso Vasco Pires (, cmdt do 23º Pel Art, em Gadamael), o GAC7 (GA7) tinha "trinta e dois pelotões espalhados pelo TO da Guiné, apoiando tropas debaixo de fogo IN, atingindo importantes alvos, quer por ordem superior, quer como fogo de contra-bateria, por vezes apoiando outros aquartelamentos, até tiro direto, para impedir supostas invasões do quartel"...

Tenho ideia, sim, desse acidente, referido pelo Mário Miguéis, o qual deve ter sido já no final da minha comissão (que acabava em março de 1971)... Já não me lembro dos pormenores: o Miguéis diz que foi com um "burrinho" (Unimog 411), que caiu ao rio e provocou a morte, por afogamento, de três militares, um do GAC 7 e dois da CCaç 2680. 

Deveria tratar-se de um Pel Art, desembarcado no Xime, em LDG, e que seguia em coluna auto até Nova Lamego ou Cabuca, via Bambadinca e Bafatá, com escolta da CCAÇ 2680 / Comando de Agrupamento 2958.

Nem a data nem o sítio certo, no Rio Colufe, são indicados pelo José Martins... Lembro-me da pomnte, em betão,  sobre o Rio Colufe, afluente do Rio, em Bafatá..., no Rio Colufe [ou Rio Campossa], afluente do Rio Geba. Mas havia outra, nas proximidades, feita em troncos de palmeira. Era utilizada por quem vinha do sul /sudoeste (Setor L5, Galomaro).

Tudo indica, pelas pesquisas na Net, que se trate do acidente, ocorrido em 6/1/1971, de que resultaram a morte por afogamento dos seguintes militares:

1º cabo Arlindo Baptista Loureiro, GAC 7;

Sold Silvano Rodrigues Figueira, CCAÇ 2680 / Cmd Agr 2957; natural do Curral das Freiras, Câmara de Lobos 

1º cabo Armando Martins Simões Melo, CCAÇ 2680 / Cmd Agr 2957.

Havia uma ponte em betão e outra em madeira (que devo ter atrevessado, mas já não me lembro muito bem). Em qual delas se terá dado o acidente ? (**).


Guiné > Zona de Região de Bafatá  > Bafatá  Ponte sobre o rio Colufe, "com a sua célebre estrutura em troncos de palmeira". Em janeiro de 1970, a ponte era guardada por uma força do Esquadrão de Reconhecimento Fox 2640 (Bafatá, 1969/71) a quem pertencia o nosso camarada Manuel Mata.

Foto (e legenda): © Manuel Mata  (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]]


Guiné > Zona de Região de Bafatá  > Bafatá >  Ponte (em madeira) sobre o rio Colufe, vista por quem vinha de Dulombi e Galomaro, com Bafatá em frente.  Vê-se que falta uma secção do corrimão da ponte, do lado esquerdo, sinal de que o sítio era propício a acidentes...

Foto: Cortesia do Ricardo Lemos, ex-fur mil mec, CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72), que vive em Matosinhos, e a quem já convidámos em tempos para integrar a Tabanca Grande.  Foi publicada no blogue CCAÇ 2700 - Dulombi, 1970/72), criado e mantido desde 2007 pelo nosso grã-tabanqueiro, da primeira hora, Fernando Barata.

Foto (e legenda): © Ricardo Lemos   (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]]
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Notas do editor:

(*) 24 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7852: A minha CCAÇ 12 (12): Dezembro de 1969, tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo (Luís Graça / Humberto Reis)

(**) Último poste da série > 21 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19606: Memória dos lugares (388): Ponta Varela, na margem esquerda do Rio Geba, subsetor do Xime... Mas está por fazer a história das "pontas" (pequenas explorações agrícolas, junto a cursos de água: Ponta do Inglês, Ponta Luís Dias, Ponta João da Silva, no Rio Corubal; Ponta Brandão, em Bambadinca; Ponta Geraldo Landim, no Rio Dingal / Mansoa; Ponta Salvador Barreto, no rio Cacheu, etc.)