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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Guiné 61/74 - P19512: Foto à procura de... uma legenda (115): Afinal, havia burros, e até bastantes, no nosso tempo (, para além das bestas humanas)...



Guiné > Região de Bafatá > Fajonquito > CCAÇ 674 (1964/66) > O fur mil mec auto Sérgio Neves,  já falecido, irmão do nosso grã-tabanqueiro Tino Neves, momtando um burro.

Foto (e legenda):  Constantino Neves (201o). Todos os direitos reservados. [Edião e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]






Guiné  s/l > c. 1938 > Burros transportan  "mancarra"


Fonte: João Barreto, História da Guiné, 1418-1918.Lisboa: 1938. Cortesia do nosso colaborador permanente, Mário Beja Santos (2007): "Ainda vi burros em Bafatá e arredores. Mas o régulo [do Cuor,] Malã, como seu pai, Infali, deslocavam-se pelo regulado a trote de burro. Malã contou-me que precisava de 8 a 9 horas para percorrer as picadas de Sansão e Missirá até Sinchã Corubal e Madina".

Por sua vez, o Fernando Gouveia, em comentário de 16 de julho de 2009 às 16:54, garante que "em Bafatá, 1968, 1969 e 1970,  havia muitos burros, vindos da estrada do Gabu trazendo mancarra".



Paisagem, painel Augusto Trigo (n. 1938, em Bolama) (pormenor). Em exposição no hall de um banco, em Bissau, o BCAO. Com a devida vénia ao pintor (que oi casapiano, e vive atualmente em Portugal), ao Rui Fernandes (autor da imagem ) e à AD - Acção para o Desenvolvimento (que   a divulgou no seu site Guiné-Bissau) .



Guiné > Região do Oio > Bissorã > 1965 > CART 703 > No Oio também havia burros, como se comprova nesta foto com o João Parreira, um cavaleiro à maneira, embora ele fosse de artilharia e tivesse mais tarde trocada a sua dama pelos comandos.

Foto (e legenda): © João S. Parreira (2007). Todos os direitos reservados. [Edião e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Bafatá> Geba > Camamudo > CCAÇ 1426 ( 1965 e 1967,  Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda) > O fur mil op esp / ranger em cima de um burro:

"Como apareceu em Camamudo algures em princípio de 1966, um indígena com um burro e, tal como podem deduzir, era um achado encontrar um burro por aqueles lados na Guiné e não vi mais nenhum em toda a comissão, pedi ao ilustre dono para dar uma volta para matar saudades. Ele era tão 'grande', o burro, que os meus pés quase chegavam ao chão.

"Todos tiveram oportunidade de dar uma volta grátis e tirar umas fotos para guardar e um dia recordar, como eu faço de vez em quando.  Agradeci ao senhor em nome de todos com um aperto de mão e ele também ficou contente.  Foi um divertimento diferente do habitual."


Foto (e legenda): © João S. Parreira (2007). Todos os direitos reservados. [Edião e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


Guiné > Região de Bafatá  > Fá Mandinga >  CART 2339 (Fá e Mansambo, 1968/69) > Junho de 1968 > O fur mil Carlos Marques Santos, o fur mil vagomestre Costa e os burros - CART 2339

Foto (e legenda): © Carlos Marques Santos (2009).  Todos os direitos reservados. [Edi´ção e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região do Oio > Bissorã > s/d >  CCAÇ 2444 , , Cacheu, Bissorã e Binar, 1968/70) > O nosso saudoso João Rebola (1945-2018), "montando um dos burros de Sitafá Camará"...


Foto (e legenda): © João Rebola  (2013).  Todos os direitos reservados. [Edi´ção e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Setor L5 > Galomaro > CSS/BCAÇ 3872 (1972/74) > "O mestre-escola [, o Joaquim Guimarães, ] mais o burro [, o Augusto, ] e o Mamadu Djaló, em 1972, em Galomaro, sede do batalhão.


Foto (e legenda): © Joaquim Guimarães (2007).  Todos os direitos reservados. [Edião e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Bafatá > Bambadinca >  Santa Cruz da Trapa > 23 de setembro de 1973 > Momento de descontracção [e alguma parvoíce] com a cumplicidade de um burro de Santa Cruz da Trapa:  Os furriéis: Jorge Araújo [CART 3494], Edgar Soares [, op esp, CCS / BART 3873 ] e Horácio Carrasqueira [CCS].

"O Pel Mil 370 de Sansancuta pediu que se fixasse na antiga tabanca abandonada, denominada Sinchã Bambé. A ocupação da primitiva localidade foi rodeada por um cerimonial confraternizador e significativo, na medida em que uma povoação morta desperta para a vida da Guiné. Estiveram presentes o cmdt do BART 3873, cor art António Tiago Martins, cujo topónimo da terra natal – Santa Cruz da Trapa,concelho de São Pedro do Sul  –  foi atribuído à renascida povoação por sugestão dos milícias, o Régulo de Badora, Mamadu Bonco, os chefes das tabancas vizinhas e população. Uma lápide ali colocada ficou assinalando o acontecimento”... E não faltou o burro!




Guiné > Região de Bafatá > Bambadinca >  Santa Cruz da Trapa > [23 de setembro de 1973 > O Jorge Araújo [CART 3494] e o Marques [CCS ].


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo  (2014).  Todos os direitos reservados. [Edião e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Ingoré > 1998 > Esta foto, com a Zélia Neno (de costas), ex-companheira do Xico Allen, chegou-nos por mão do Albano Costa, com a seguinte legenda: “Esta foto vale pela imagem, e os brancos em África converteram-se? Não é que ficaram a ver a Zélia [Neno] a puxar o burro, mulher de armas!" ...

Foto (e legenda): © Albano Costa / Zélia Neno (2006). Todos os direitos reservados. [Edião e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto de Virgílio Teixeira (Sonaco, 1968)
1.  Afinal, havia burros na Guiné, no nosso tempo... E a  provar alguma coisa, estas fotos mostram-nos que também eles, os burros, parecem querer resistir à extinção em África, em geral, e na actual República da Guiné-Bissau, em particular...


Por outro lado, o nosso irmãozinho Cherno Baldé vê mais com um olho do que nós com os olhos todos... Pois claro que nesta foto, de má qualidade [, à esquerda] é um burrito e não uma vaquinha de Sonaco...  O Virgílio Teixeira monta o burro e não a vaca, salvo seja... Ampliei a foto: vê-se que o "trombil" é de burro...

Confirmo que no meu tempo ainda havia burros na região. de Bafata. Mas as vacas também eram pequenas. Sei que comprei uma por 900 pesos, a olho, não a pesei nem sei quantos quilos de bife deu para as messes, de sargentos e de oficiais, separadas, mas com gestão comum.

Em suma, na Guiné sempre houve burros, pelo menos desde os anos 30, a avlaiar pela foto do livro do médico João Barreto... Onde havia cultivadores de amendoim,  comerciantes e gilas (comerciantes ambulantes), havia burros...

Burro, asno, jumento, jerico, cujo berço foi a nossa África Mãe, Equus africanus asinus, segundo a nomencolatura trinomial de Lineu (1758)... Mas também "besta de carga", desde há pelo menos 5 mil anos a.C. quando o seu ancestral selvagem foi domesticado, tal como o cavalo... Mas na escolinha do nosso tempo punham-se "orelhas de burro" aos mais atrasados da classe... Pobre bicho, hoje em perigo de extinção...

Sem querer mentir, o único burro (fora... os humanos) que vi na Guiné foi a caminho de Madina/Belel, a 31 de Março de 1970, no decurso da Op Tigre Vadio: estava num estado lamentável, morto por abelhas selvagens e em vias de decomposição, já coberto de formigas... Não sei se vivia em "região libertada"... Mas tudo indicava que o PAIGC e a respectiva população - nomeadamente ao longo do corredor do Óio - também usavam os bons serviços do burro, no transporte de armas, mantimentos e outras mercadorias... Enquanto nós aturávamos...as nossas bestas!

E já agora, sobre o pobre do burro encontrei os seguintes provérbios crioulo-guineenses:

Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado não anda);

Karna di buru ta kumedu na tenpu di coba, di fugalgu na tenpu di seku (= carne de burro se come na estação, a de animal nobre na seca);

Praga di buru ka ta subi na seu ou Praga a di buru ka ta ciga na seu (Praga de burro não sobe ao céu).

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Guiné 63/74 - P2018: Álbum das Glórias (23): O mestre-escola do Saltinho (Joaquim Guimarães, CCAÇ 3490, 1972/74)

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "Eu, mais o Augusto [,o burro, ] e o Mamadu Djaló, em 1972, em Galomaro, sede do batalhão"

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > " A força do rio"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "O abrigo das transmissões"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "O abrigo da estiva"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > Os professores dos Posto Escolares do Saltinho. [O Joaquim Guimarães é o tereceiro a contrar da esquerda]


Fotos (e legendas): © Joaquim Guimarães (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do com data de 21 de Fevereiro de 2007. Pendente do envio de fotos, que entretanto chegaram. Dos Sates, onde o Joaquim vive. Mais um camarada nosso da diáspora, que faz parte da nossa Tabanca Grande, desde Agosto de 2005 (1).

Caro Luís Graça:

Depois de uma pequena ausência, aqui estou. Não quer dizer que não veja o blogue diariamente, pois tornou-se numa necessidade imprescíndivel estas viagens a um passado muito presente.

Aqui te envio essas fotos [do Saltinho] já um pouco deslavadas mas sempre admiradas e guardadas no meu peito. Com tempo mandarei mais.

O meu nome completo é Joaquim Fernando da Silva Guimarães. Ex-soldado nº 108261-71, pertenci ao BCAÇ 3872, com sede em Galomaro(2). A minha companhia era a CCAÇ 3490 (Saltinho, 1971/74). Fui professor escolar do Saltinho (pele e osso).

Um grande abraço a todos

Guimarães

2. Comentário de L.G.: As fotos enviadas pelo Joaquim Guimarães estavam muito azuladas. Optou-se, na sua edição, pelo preto e branco. Embora lacónico, o Joaquim tem mantido contactos connosco. Ele é o nosso orgulhoso representante nos Estados Unidos da América. Depois desta primeira selecção de fotos do seu álbum (de que temos a senha de acesso, dada por ele), esperamos pelas estórias do mestre-escola do Saltinho. Good luck, my friend and comrade!

__________

Notas dos editores:

(1) O Joaquim Guimarães, minhoto, natural de Viana do Castelo, q vive actualmente nos EUA. Vd. post de 15 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CLXXI: Saltinho, 1971/74... United States of America, 2005



(...) "Quando recebi o correio do Luis [Carvalhido] há uns tempos atrás fiquei vazio , não sabendo bem como reagir ao aceder à página da Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74).
"O meu primeiro impulso foi enviar a notícia para os meus primos na França e Alemanha para saber como é que eles reagiriam a este extraordinário agrupamento de memórias. Até me recordei de coisas que estavam esquecidas há mais de trinta anos!

"Um muito obrigado e parabéns pela maneira como tudo isto está organizado. Desde já pedia-lhe o favor de acrescentar mais um nome à sua lista e de me manter actualizado. As fotos tiradas recentemente no Saltinho são as mesmas imagens tiradas em 71.Tenho fotos e histórias que quero contar. Até lá os meus maiores desejos de saúde e felicidades" (...).

(2) O Batalhão de Caçadores 3872, Galomaro – SPM 2188, editava em 1973 o jornal O Jantum. Director: o Cmdt,Ten Cor Castro e Lemos, natural do Porto. Vd. post de 31 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CDIV: Batalhão de Caçadores 3872 (Galomaro, 1971/74) (Carlos Filipe Coelho)

(...) "Chamo-me Carlos Filipe, fui radiomontador, formei Batalhão em 20 de Novembro de 1971 em Abrantes. O Batalhão de Caçadores 3872 desembarcou em Bissau no dia 24 Dezembro de 1971. A minha CCS ficou sediada em Galomaro, mas antes estive aproximadamente um mês no QG em Bissau.

"Depois fiz o velho percurso do rio Geba, e depois estrada, do Xime … até Galomaro. Claro que ainda tenho recordações de Dulombi, Camcolim, Bafatá, Bambadinca, Saltinho, Sete Fontes (fonte de água para abastecimento), Bolama (aonde passei as minhas férias)" (...).

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Guiné 63/74 - P994: Ecos da emboscada no Quirafo

1. Mensagem (algo enigmática) do Joaquim Guimarães, o único elemento da nossa tertúlia, até à data, que pertenceu à infortunada CCAÇ 3490... Pergunto-lhe: Eles, quem ? O Capitão Lourenço, o Alferes Armandino ?...

Eu estava lá... O mais triste é o rumo de como a notícia se está a desenrolar ...

Ficção, narratismo...Cowboy ? Incompatibilidade...

O Quirafo aconteceu e eu sabia que tarde ou cedo ELES iriam ser mencionados.

Um abraço
Guimarães


2. Mensagem do Sousa de Castro:


© Foto: Sousa de Castro (ex-1º cabo de transmissões da CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74)


Recordo perfeitamente este episódio que o Paulo conta. Falou-se muito no Xime sobre este caso ocorrido no Saltinho, em Abril de 72. Dizia-se na época que tinham ido buscar água a uma fonte quando foram emboscados.

Não me recordo do nome do Trms apanhado à mão, mas falava-se num indivíduo que frequentou comigo o curso de Trms em Arca d'Água, no Porto, e que era natural do Porto. Na altura, pelas indicações que me deram fiquei com uma imagem de um fulano que conheci no RTm (Porto) (não sei até que ponto isto é verdade).

Após o 25 de Abril de 1974 ouvi também falar que o Trms afinal apareceu vivo. Era bom encontrá-lo.

Sousa de Castro (ex-1º cabo Trms Guiné - Xime/Mansambo)

3. Mensagem do António Santos (ex-soldado de transmissões, Pelotão de Morteiros 4574/72, Nova Lamego, 1972/74):


Fotos: © António Santos (2006)

Amigos tertulianos:

Quando cheguei a Nova Lamego, em Julho de 72, um dos assuntos mais falado era precisamente este, mas não liguei muito porque pensava na altura que eram das costumadas bocas da velhice, bocas que por serem tantas acabavam por ter um efeito contrário: não acreditarmos à primeira... Afinal, foram precisos estes anos todos para acreditar que aquilo não foi história.

Na época referenciavam só Galomaro, não se falava em coordenadas, e que o Batalhão era pira e que fora descuido e/ou inexpereência dos nossos camaradas... O que parece bater certo (após ler esta notícia no blogue) foi o número de baixas. Na altura, falava-se contudo em 3 apanhados à unha.

Um abração
António Santos

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Guiné 63/74 - P151: Saltinho, 1971/74... Joaquim Guimarães - United States of America, 2005

1. Mensagem acabada de receber na caixa de correio de L.G. (15 de Agosto de 2005, 23.24 h)

Estimado Luis Graça:

O meu nome é Joaquim Guimarães, sou residente nos Estados Unidos e ex-combatente da Guiné. Estive no Saltinho nos anos de 1971 a 74.

A informação do seu endereco foi-me dada pelo meu amigo de adolescência e também ex-militar na Guiné, o Luís Carvalhido [vd. Tertúlia dos ex-combatentes da Guiné].

Quando recebi o correio do Luis há uns tempos atrás fiquei "vazio" , não sabemdo bem como reagir ao aceder á página da Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74).

O meu primeiro impulso foi enviar a notícia para os meus primos na França e Alemanha para saber como é que eles reagiriam a este extraordinário agrupamento de memórias. Até me recordei de coisas que estavam esquecidas há mais de trinta anos!

Um muito obrigado e parabéns pela maneira como tudo isto está organizado. Desde já pedia-lhe o favor de acrescentar mais um nome à sua lista e de me manter actualizado.

As fotos tiradas recentemente no Saltinho são as mesmas imagens tiradas em 71.
Tenho fotos e histórias que quero contar. Até lá os meus maiores desejos de saúde e felicidades.

Guimarães (...mas sou natural de Viana do Castelo)

2. Resposta de L.G.:

Meu caro Joaquim Guimarães:

Só podes ser bem vindo a esta tertúlia. Passas a fazer parte deste grupo de camaradas (e amigos), com todo o mérito. Além disso, sentimo-nos honrados com a tua mensagem. És um português da diáspora, que não esquece a sua terra, as suas raízes. O facto de teres andado pelos mesmos sítios por onde nós andámos, nas difíceis condições da guerra da Guiné, vem reforçar o nosso sentimento de grupo.

Logo que eu possa, farei a inclusão do teu nome na nossa tertúlia. Mas a partir deste momento podes comunicar, por e-mail, com todos amigos e camaradas da tertúlia, alguns dos quais já conheces como é o caso do Luís Carvalhido. Ele já me tinha falado em ti.

Fica ao teu critério mandares-me duas fotos para pôr na nossa fotogaleria: uma do tempo da Guiné e outra mais recente. E já agora diz-me, se assim o entenderes, qual era o teu posto e especialidade, a tua companhia (e eventualmente o teu batalhão), qual foi a tua unidade mobilizadora, onde vives e trabalhas nos EUA...

Ficamos à espera também das tuas fotos e das tuas estórias do Saltinho. Como vês, ainda não temos uma página só dedicada ao Saltinho. Neste momento, temos uma página conjunta sobre o Xitole e o Saltinho. Mas pode justificar-se, se houver suficiente material documental, a criação de uma página só dedicada ao Saltinho.

A propósito, conheces a página, não oficial, dos Rangers, elaborada pelo Ranger Eusébio (do Centro de Instrução de Operações Especiais, Lamego) ? Ele esteve seguramente contigo no Saltinho na mesma altura. Possivelmente vocês eram da mesma unidade. Ele tem imagens da Guiné que seguramente tu vais gostar de ver.

PS - Como vês, na nossa tertúlia, entre ex-camaradas da Guiné, tratamo-nos por tu. Aqui entre nós, não deve haver barreiras nem fronteiras, nem as de ontem nem as de hoje. Vai dando notícias. E divulga a nossa tertúlia. Boa sorte, amigo e camarada.

3. Cópia do e-mail, enviado posteriormente pelo Sousa de Castro ao nosso novo tertuliano:

Caro amigo. Olhando para a data em que estiveste na Guiné e na referida zona, leva-me a crer que pertenceste ao BCAÇ 3872, certo? Eu chamo-me António Castro, sou de Vila Fria, Viana do Castelo e pertenci ao BART 3873, na mesma época. Fala-nos algo sobre a tua companhia e também de recordações cpm que nos queiras presentear.

Sous de Castro

4. Resposta do Joaquim Guimarães:

Caro António:

(...) Obrigado pelo teu e-mail. Sim, estás certo, fiz parte do BCAÇ 3872, pertenci à CCAÇ 3490, localizada no Saltinho e também num destacamento bem perto de Galomaro onde era a CCS.

A maior parte do meu tempo de Guiné foi passado na escola, pois eu fui o professor do posto escolar do Saltinho. Só de vez em quando, por óptimo comportamento, fazia umas emboscadas aqui ou ali. Mas sofri do mesmo [que os outros camaradas], as mesmas angústias, o mesmo pânico, o mesmo medo, as mesmas lágrimas e as mesmas alegrias.

Tenho histórias para contar e fotos para mandar. Fui apanhado desprevenido e ainda não me recompuz da alegria que tenho de poder gritar liberdade e poder expor o que sinto, o que senti. Em breve terás notícias do Saltinho e de mim.

És de Vila Fria, bem pertinho de Viana, até por graça somos capazes de nos conhecer. Como toda a malta daqueles tempos, trabalhei nos estaleiros [navais de Viana do Castelo], era mecânico. A oficina era por de trás da Igreja de N. Sra. da Agonia. Frequentei a Escola Industrial à noite até ao 5º ano antes de ir para soldado. Outra coisa: namorei todas as moças de Viana (pergunta ao Carvalhido)

E de momento é tudo. Obrigado por teres entrado em contacto comigo. Para o ano, se Deus quiser, ainda nos vamos encontrar.