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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22761: Agenda cultural (791): Sessão de lançamento do livro "Memórias da Guerra e do Mar", de João Freire, dia 2 de dezembro,pelas 17h00, na Academia de Marinha, à Rua do Arsenal, Lisboa,... Resposta ao convite até 30 do corrente, pelo telem 919964738 ou pelo email revistamarinha@gmail.com


Convite para a sessão do dia 2 de dezembro. Resposta ao convite até 30 do corrente: telem: 919 964 738 ou mail: revistamarinha@gmail.com


1. Mensagem do meu amigo, o sociólogo  João Freire, professor emérito  do ISCTE - Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa,  e antigo aluno do Colégio Militar e oficial da Armada (até maio de 1968).

Data - 19:56 (há 2 horas)
Assunto - Memórias da Guerra e do Mar



Caros Senhores, Amigos e Amigas do Mar,

No próximo dia 2 de Dezembro pelas 17 horas, na Academia de Marinha (à Rua do Arsenal), terá lugar a sessão de apresentação do livro Memórias da Guerra e do Mar por mim organizado, numa edição da ‘Revista de Marinha’, uma chancela da Editora Náutica Nacional.

Entretanto, o livro está desde já em venda, nomeadamente na loja do Museu de Marinha (em Belém, que encerra às 18h) e no Clube Militar Naval (Av. Defensores de Chaves, 26, à tarde) ao preço de 20€ (ou 25€ para a modalidade de luxe). 

Pode também ser solicitado à Editora Náutica Nacional:

ou pelo Tel. 91 996 4738, 

que enviará pelo correio com um custo adicional de 3,5€ para os portes.

Agradecido pelo vosso interesse,

João Freire
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Nota do editor:

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17513: Notas de leitura (972): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (4) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Junho de 2017:

Queridos amigos,
Com a apreciação da política do Estado Novo na Guiné (1930-1960), dá-se por terminada a recensão da investigação de João Freire que merece encómios pela forma como foi entrosando a presença da Marinha na colónia da Guiné, como foi determinante em operações militares e na sufocação de revoltas, como ofereceu sempre figuras de prestígio na governação, caso de Manuel Sarmento Rodrigues.
O autor possibilita novos ângulos de visão sobre o papel da Marinha na consolidação colonial, repertoria um elevadíssimo número de iniciativas e destaca a importância do trabalho da Missão Geo-Hidrográfica da Guiné.
Uma obra de referência, um cabouco valioso para que um dia se constituirá como a História da Guiné Portuguesa.

Um abraço do
Mário


A colonização portuguesa da Guiné, 1880-1960, por João Freire (4)

Beja Santos

“A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha, foi uma das edições preeminentes do ano transato, no que tange à investigação guineense no período colonial. João Freire manipula expeditamente a heurística e a hermenêutica, por cada capítulo abordado tece conclusões, assume responsabilidades interpretativas, nunca deixa o leitor à deriva ou no território das especulações. É uma viagem cronológica onde os assuntos da Marinha colonial têm peso preponderante.

O Estado Novo revê em profundidade a política colonial, mas logo no tempo dos governos militares procura-se na Guiné uma nova moldura jurídica de intervenção. Foi o caso do “Regulamento de Trânsito, Fixação e Deslocação dos Indígenas”, com data de 6 de Junho de 1932, prevê-se a existência da “Caderneta Indígena”, foi uma tentativa para fixar e sedentarizar as populações. O imposto de palhota passou a ser designado por imposto indígena, ganha foros de obrigação individual, ativaram-se os serviços de recenseamento e cobrando do imposto indígena.

As questões etnológicas e etnográficas passam a merecer algum cuidado. Jorge Velez Caroço (familiar do antigo governador) lança um questionário etnográfico, já está de pé uma “Comissão de Civilização e Assistência a Indígenas”. As grandes mudanças formais vão emergir nos anos 1950, já numa atmosfera internacional favorável à descolonização. O Ato Colonial de 1930 conhece modificações: onde havia colónias passaram a existir províncias ultramarinas, o Concelho do Império Colonial passou a Concelho Ultramarino. Na Guiné, este templo político é de uma enorme lentidão. A administração pretende enquadrar e identificar os indígenas, a ideia é que cada um deles tenha um documento com fotografia, impressão digital e dados antropométricos, saber-se se satisfez o pagamento do imposto, registam-se os castigos e condenações sofridos, os contratos de trabalho assalariado, a situação militar, as vacinas recebidas, o registo de eventuais diagnósticos médicos. Em 1954 é aprovado o Estatuto do Indigenato: “Consideram-se indígenas os indivíduos de raça negra ou seus descendentes que, tendo nascido ou vivendo habitualmente na província, não possuam ainda a ilustração e os hábitos individuais e sociais pressupostos para a integral aplicação do direito público e privado dos cidadãos portugueses”. A par deste paternalismo e da lentidão habitual das reformas legislativas, adota-se a Lei da Nacionalidade, em 1959, que constituiu mais um pequenino passo no sentido da igualdade jurídica de todos aqueles que estavam sujeitos à soberania portuguesa: “Os indivíduos nascidos em território português presumem-se portugueses, desde que o respetivo nascimento não contenha a menção de qualquer circunstância, que nos termos da lei, contrarie essa presunção”.

João Freire faz-nos uma apreciação da Guiné no período ditatorial, e desvela alguns elementos esclarecedores da governação de Luís Carvalho Viegas, que chegou à colónia em Março de 1933, é do seu tempo a última campanha de pacificação, a abertura de novas estradas, a construção de uma ponte sobre o rio Corubal (permitindo uma futura ligação de Buba para as regiões do Boé e do Gabu), passaram a existir novas carreiras rodoviárias, melhoram os seus serviços meteorológicos bem como os cuidados de saúde, isto para já não falar nos progressos realizados no fornecimento de energia elétrica para iluminação pública e particular. Em 1941 assinala-se a chegada de um novo governador, Ricardo Vaz Monteiro, procede-se à transferência da sede do governo de Bolama para Bissau. Carlos Alberto da Encarnação Gomes escreverá na Revista da Armada em 2012: “Bolama, cidade que havia sido capital mas que, ao tempo, se encontrava num processo de degradação e abandono significativos. Grande parte dos edifícios, para evitar a derrocada, estavam escorados com troncos de palmeira, e dos serviços que anteriormente dispunha somente funcionavam a Imprensa Nacional, o hospital que dispunha de um único médico formado pela Escola Médica de Goa, e o grande hotel, que de grande somente tinhas as instalações […] Para além de um clima mais temperado, verificava-se, em Bolama, um fenómeno raro que consistia na migração diária de vários milhares de morcegos que, ao amanhecer, vinham do continente e ao anoitecer para lá regressavam”. Surge na época a figura do Comandante Militar da Guiné, pensa-se na construção de um aeródromo internacional junto de Bissau, chega a radiodifusão.

Considera-se a chegada do novo governador, Manuel Sarmento Rodrigues, como o momento de grande viragem. Como observa João Freire, foi Sarmento Rodrigues quem soube mobilizar vontades e obter ajudas financeiras e institucionais para dar impacto às comemorações do V Centenário da Descoberta da Guiné; vão ser tempos de melhoria para os serviços de saúde, novas estradas, nova imagem da capital da colónia. Basta ler os elucidativos Anuários da Guiné Portuguesa de 1946 e 1948 organizados por Fausto Duarte para se perceber a dimensão das transformações. Em 1949 chega a Bissau o novo governador, Raimundo Serrão, que irá prosseguir as obras públicas iniciadas pelo seu antecessor. É na governação de Diogo de Melo e Alvim, que chegara à Guiné em 1954, que ocorrerá a primeira visita de um Presidente da República à Guiné, Craveiro Lopes fará uma demorada viagem em 1955. Em Agosto de 1956 assume funções Álvaro Silva Tavares, o único civil a exercer o cargo, se nos lembrarmos que Correia e Lança apenas o fez a título de interino, no século anterior. António Peixoto Correia governará a Guiné entre 1959 e 1962. De acordo com uma publicação oficial, em 1960 existiriam na Guiné 3300 km de estradas (das quais 60 km eram asfaltadas). Quando ao domínio da saúde, estavam em funcionamento o Hospital Central de Bissau, o hospital sub-regional de Bolama, 9 hospitais regionais, 1 hospital de tuberculosos, 1 hospital de leprosos, 1 maternidade central e 15 regionais. Em 21 de Dezembro de 1962 aterra em Bissau o novo Governador, Vasco Martins Rodrigues. Um mês depois, estala oficialmente a guerrilha. O autor desenha a evolução da economia com relevo a partir do pós-guerra, carreia elementos sobre a demografia, a vida social, recreativa e cultural da Guiné. Na síntese de interpretação conclusiva, dirá: a Guiné nunca foi uma prioridade nas preocupações do governo de Portugal, não constituía uma posição-chave no domínio da geoestratégia; para os portugueses foi sempre fascinante o mosaico étnico, o território sulcado por braços de rios e matas exuberantes, no entanto foi sempre claro que o território não atraía os colonizadores, tão somente os mercadores e os agentes da administração; é a partir da segunda metade do século XIX que se desenvolvem focos de agitação e preocupações com a ocupação efetiva da colónia, os comerciantes europeus traziam armas de fogo, panos de algodão e produtos ao gosto dos africanos e transacionavam oleaginosas, couro, algum marfim, desenvolve-se um pequeno funcionalismo, ingrediente indispensável para legitimar a presença portuguesa, na alfândega e na fazenda; é igualmente na segunda metade do século XIX que se irão dar mudanças demográficas elas próprias conducentes a lutas interétnicas e disputas permanentes para a ocupação do solo, o ocupante colonial, à semelhança do que outros ocupantes noutras colónias fizeram, dividiram para reinar, viveu-se sempre num equilíbrio precário de antagonismos em que os interesses comerciais, quando se sentiam lesados, promoviam campanhas de descrédito dos governantes, na colónia e em Lisboa.

E em jeito de despedida, o autor recorda que à Marina coube sempre a organização dos fluxos de movimentação marítima e o controlo dos espaços costeiros e fluviais, teve um desempenho determinante nas operações militares entre 1890 e 1915.

Insista-se nos méritos do trabalho de João Freire, ao consorciar em permanência a política guineense e os contributos da Marinha ao longo dos séculos, um olhar refrescado sobre a presença portuguesa na Guiné.
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17505: Notas de leitura (971): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (3) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17505: Notas de leitura (971): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (3) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 13 de Junho de 2017:

Queridos amigos,
Prossegue a análise do trabalho de João Freire, estamos agora na Guiné Portuguesa enquanto província autónoma, vamos assistir à ocupação e aos seus refluxos, pelo menos até às campanhas do Capitão Teixeira Pinto.
Numa obra que tem a inovação de cruzar os olhares entre as instituições político-militares e a obra da Marinha na Guiné, veremos como desenvolvidamente o contributo da Marinha se revelou determinante na Monarquia, na I República e na Ditadura Nacional, a Marinha terá um papel de indiscutível importância nos levantamentos hidrográfico, o autor recenseia os navios da Armada e as embarcações do governo da província que prestaram serviços na Guiné.
Veremos a atividade nas capitanias dos portos, nas oficinas navais. A Marinha foi objeto e protagonista de importantes mudança tecnológicas, dois fatores técnicos e económicos diminuíram o seu papel na Guiné: o progresso das vias de comunicação terrestres e a aviação. Se o papel da Armada se revelar preponderante no período anterior às campanhas de ocupação, voltou igualmente a tê-lo a partir de 1963. Mas isso é outra história que não cabe aqui contar.

Um abraço do
Mário


A colonização portuguesa da Guiné, 1880-1960, por João Freire (3)

Beja Santos

“A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha, foi uma das edições preeminentes do ano transato, no que tange à investigação guineense no período colonial. João Freire manipula expeditamente a heurística e a hermenêutica, por cada capítulo abordado tece conclusões, assume responsabilidades interpretativas, nunca deixa o leitor à deriva ou no território das especulações. É uma viagem cronológica onde os assuntos da Marinha colonial têm peso preponderante.

A Guiné Portuguesa passou a ser uma província autónoma diretamente dependente do Ministro da Marinha e Ultramar por lei de 18 de Março de 1879. O governo de Lisboa abriu os cordões à bolsa para a instalação da nova administração, que ficou com a capital em Bolama, e transferiu de S. Tiago para a Guiné o Batalhão de Caçadores n.º 1 da África Ocidental e anunciou-se a pretensão de adquirir alguns barcos a vapor, devidamente artilhados. O autor refere-se ao modo como se exerceu a administração colonial entre 1880 e 1910, aborda a legislação promulgada, os órgãos de governo e da administração, não esquece a justiça, os negócios eclesiásticos, a fazenda e alfândega. A questão de Bolama fora definitivamente superada, mas os litígios com as colónias francesas, a começar pelo Senegal, acentuaram-se, o Casamansa era cobiçado, o presídio de Ziguinchor na margem esquerda do rio Casamansa era o ponto mais desejado pelas autoridades francesas. Com a convenção luso-francesa de 12 de Maio de 1886 perdeu-se Ziguinchor e Casamansa e irão continuar as tensões para a definição das fronteiras na região de Cacine. E escreve:  
“As circunscrições administrativas da Guiné eram os presídios (aos quais ficavam adstritos os cadastrados do reino ali deportados, mas em liberdade), mas também existiam já câmaras municipais nas povoações onde se concentravam os europeus e comerciantes. Por estes anos 80, identificámos presídios em Ziguinchor, Farim e Geba, e munícipios em Bolama, Bissau, Cacheu, Buba e Bolola”.
A chegada de um governador era sempre um evento, saudada com salva de 21 tiros pela bateria de artilharia, guarda de honra pelo Batalhão de Caçadores, cortejo do cais até à igreja e celebração de um solene Té Deum, seguia-se a posse do cargo no Palácio perante as testemunhas, discursos, muitos cumprimentos e saudação final da janela ao povo presente, às vezes com foguetório. O autor recorda que a presença da igreja católica na Guiné era mínima ainda no século XIX, quer em termos de missionação, quer como administração eclesiástica do Estado. Num ofício datado de 31 de Dezembro de 1880 dirigido ao seu bispo, o Vigário-geral, Marcelino Marques de Barros, traça um cenário desértico da presença católica na província, sem qualquer esforço missionário e apenas assente nas paróquias urbanas de ocupação europeia, mas cheio de belas ideias e projetos de conversão de “todas estas raças altivas e sanguinárias”. Escusado é dizer que a Alfândega era uma das mais importantes instituições públicas da província, sempre interessada em taxar o que estivesse ao seu alcance. A partir de 1902, o governo de Lisboa atribuiu novas competências ao Banco Nacional Ultramarino, concedendo-lhe poderes alargados como banco emissor. João Freire procede a uma síntese das atividades dos sucessivos governadores, passando de imediato à análise das condições da população e à transição económica pós-escravatura, a economia guineense sofrera uma alteração de tomo, há muito que tinha ficado para trás a riqueza amealhada com o tráfico de escravos, estava agora a prosperar a economia das oleaginosas.

Estamos chegados à colónia republicana da Guiné, houve mudança de cadeiras, chegam novos militares, muda o secretário-geral, mais algum pessoal, em Lisboa dá-se a separação ministerial entre a Marinha e as Colónias, por exemplo um telegrama de Lisboa em Setembro de 1911 informa a Província da Guiné que o Dr. Celestino de Almeida é o primeiro titular do ministério das colónias. A I Guerra Mundial não chegou à Guiné, a despeito das restrições no aprovisionamento. Aos poucos, chegam os sinais da modernização, caso do telefone por fios e da telegrafia sem fios. Facto inédito ocorre em Novembro de 1920, uma parte do funcionalismo da colónia entrou em greve. A Guiné teve no final da primeira república um governador que passará à História, Jorge Velez Caroço, a administração ganha dinamismo, abrem-se estradas, as principais serão mesmo macadamizadas (compactação com areia e brita), constroem-se pontes e pontões, a força militar da Guiné foi reorganizada. Havia títulos completamente vazios, caso do quartel-general das forças navais de uma marinha que não disponha de um único navio de guerra em permanência. Velez Caroço encontrará uma contestação cerrada por parte do setor exportador, mas contará sempre com a confiança política em Lisboa. No anuário da Guiné de 1925 é mencionado que existem na colónia 12 estações telegráficas e 3 telefónicas.

No período da Ditadura Nacional, a ação governativa ficou reduzida ao mínimo. João Freire debruça-se sobre a cobrança do imposto de palhota e as contradições que a mesma suscitaram, passando depois para a evolução da economia, em que a expressão principal assenta no desenvolvimento agrícola.

Estamos agora chegados à análise da Marinha na ocupação efetiva, o autor disserta sobre a geografia, bacias hidrográficas e condições de navegação, o modo de funcionamento dos serviços da Marinha até à queda da monarquia e no período posterior, chama à atenção para a importância dos levantamentos hidrográficos, ilustra profusamente o seu trabalho mostrando-nos patachos, lanchas, caíques, chalupas, lugres, lugres-escunas, brigues, iates, galeras, lanchas canhoneiras e muito mais; dá-nos um quadro acabado sobre o funcionamento dos serviços da Marinha colonial na primeira república e no Estado Novo e naturalmente que superlativa a missão geoidrográfica da Guiné.

A investigação é enriquecida com vários apêndices: a Marinha nos arquipélagos de Cabo Verde e S. Tomé; a caça aos navios negreiros em Angola.
Chegamos agora à parte final do trabalho orientada para a política do Estado Novo (1930-1960).

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 19 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17487: Notas de leitura (970): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (2) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17487: Notas de leitura (970): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 13 de Junho de 2017:

Queridos amigos,
A investigação de João Freire introduz olhares refrescados sobre uma ocupação colonial em que a Marinha aparece no seu desempenho determinante, ao lado do Exército. Acresce que os oficiais da Marinha tiveram desde a primeira hora, a partir de 1879, papéis relevantíssimos na governação, nas chefias militares, na ciência e na cultura. Basta recordar o nome de Avelino Teixeira da Mota associado ao Boletim Cultural da Guiné Portuguesa e de Manuel Pereira Crespo indissociável da missão geoidrográfica que revolucionou os conhecimentos, de tal sorte que as melhores cartas geográficas têm por base o seu trabalho.
João Freire investigou 80 anos e deixa um comentário final que merece ser refletido: "A colonização portuguesa na Guiné pouco podia vangloriar-se do papel que desempenhara na modernização do território, em comparação com colónias vizinhas. Mas os governos de Portugal também não podiam ser acusados de ter lucrado diretamente da exploração colonial, cujo benefício se terá distribuído e disseminado ao longo do tempo entre os maiores agentes de negócio e os pequenos beneficiários locais da soberania portuguesa. Aos portugueses sobrava-lhes o resultado de terem contribuído poderosamente para a construção de uma identidade nacional guineense. Contudo, a estratégia oficial de "cabo-verdianização" da administração pública e as "táticas de africanização" das guerras que os portugueses travaram também contribuíram para cavar mais fundo as clivagens interétnicas existentes nos povos da Guiné".

Um abraço do
Mário


A colonização portuguesa da Guiné, 1880-1960, por João Freire (2)

Beja Santos

“A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha, foi uma das edições preeminentes do ano transato, no que tange à investigação guineense no período colonial. João Freire manipula expeditamente a heurística e a hermenêutica, por cada capítulo abordado tece conclusões, assume responsabilidades interpretativas, nunca deixa o leitor à deriva ou no território das especulações. É uma viagem cronológica onde os assuntos da Marinha colonial têm peso preponderante.

Falando sobre o contexto das sistemáticas revoltas nativas e a questão da imposição da soberania, João Freire não deixa de sublinhar que na generalidade a máquina administrativa na Guiné era de péssima qualidade, em que os deportados punham as suas competências ao serviço do que o governador lhes quisesse oferecer; a Guiné foi uma colónia “sem colonizadores”, se se referirem portugueses pobres que ali tivessem ido tentar a sua sorte e se tivessem espalhado e fixado em diversas áreas do território. A presença dos brancos limitou-se quase sempre aos comerciantes instalados nas povoações mais antigas e consumidoras. Abreviando, o estado das relações entre portugueses e guineenses por meados do século XIX encontrava-se mais nas mãos de alguns poucos negociantes de que propriamente nas mãos do Estado. Recorde-se que a partir de 1842 a Inglaterra interditou o tráfico e o transporte de escravos nos mares, mas este continuou por mais umas décadas.

Tem interesse em reproduzir a argumentação aduzida pelo autor:  
“A aceitação pelos povos indígenas do comércio de brancos forneciam uma base comum de interesses que aqueles cabo-verdianos lusitanos aproveitaram para arrematar terras e aí plantar, se não a soberania, pelo menos a influência determinante de um arremedo de administração portuguesa. E ela fixou-se simbolicamente através de instrumentos para-diplomáticos talvez mais diversos do que em qualquer outra colonização portuguesa em África. Em lugar dos tratados de vassalagem, habituais em Angola e Moçambique, documentos pelos quais o chefe tribal se comprometia a içar a bandeira portuguesa, deixar cobrar o imposto de palhota, permitir o comércio dos brancos e o seu trânsito de pagamento de portagens, recrutar ‘homens de guerra’ e ‘homens de trabalho’ por troca com uns presentes simbólicos com o rei de Portugal e a manutenção do essencial das suas funções de líder tradicional da sua comunidade, encontramos na Guiné uma maior variedade de termos e de conteúdos destes vínculos de regulação internacional”.

A força do Exército foi sempre escassa e, no essencial, recrutada fora do território. O que não surpreende, havia manifesta relutância em praticamente todas as etnias em deixarem-se disciplinar militarmente, e à cautela os governantes portugueses usavam-nas na manutenção da ordem, contingentes constituídos por soldados africanos expatriados, mestiços cabo-verdianos e até expedicionários vindos da metrópole. As forças da polícia local só surgiram muito tardiamente.

João Freire repertoria as revoltas antes de 1880 e enfatiza o trauma em que depois da rebelião nortenha no Jufunco, em 1878, acarretou o chamado Massacre de Bolor, que levou à separação da Guiné da província de Cabo Verde. Entre 1842 e 1878 ocorreram três grandes levantamentos com operações que envolveram forças expedicionárias. De um modo geral, tudo acabava em soluções de compromisso, de uma enorme precariedade. Passando para o período de 1880 a 1891, refere a intervenção dos primeiros governadores que tiveram de intervir nos Bijagós, junto dos Papéis de Antula, em Buba, no Forreá, este acontecimento levou René Pélissier à consideração de que foi a partir daqui que se deu o arranque real da conquista portuguesa da Guiné; mas também se combateu em Jabadá, por terras dos Fulas-Forros situadas entre os rios Cumbijã e Corubal, etc. O autor não perde a oportunidade para relevar a estreita cooperação entre a Marinha e as tropas no terreno. Regista situações de insubordinação ou descontrolo, detalha os acontecimentos à volta do chamado “desastre de Bissau”, 1891, elenca as intervenções navais estrangeiras. No período entre 1891 até à república, tendo em conta os acontecimentos do Ultimato e as mudanças que abalaram o então Ministério da Marinha Ultramar, toma-se a decisão da “ocupação efetiva” dos territórios coloniais. Logo em 1892, o Capitão Sousa Lage lança-se no concelho de Geba contra os Fulas Pretos do régulo Mali Boiá, e no ano seguinte terá lugar a terceira guerra de Bissau, a paz é sempre precária, há governadores (caso de Júdice Bicker) que vão à frente das tropas (Bicker desembarca em Farim e, entre Março e Maio de 1902) resolve com sucesso a segunda campanha do Oio, na qual ele próprio é ferido e que lhe valeu a medalha de ouro do Valor Militar.

É um longo capítulo em que o leitor acompanha sistematicamente as diferentes campanhas, caso daquelas em que Oliveira Muzanty desenvolveu nas regiões do Cuor e Badora contra os Beafadas sublevados, entre 1907 e 1908. A República deu continuidade a este tipo de campanhas que tiveram o seu ponto mais alto mas que foram desenvolvidas pelo Capitão João Teixeira Pinto que se socorreu de um aventureiro Jalofo, Abdul Indjai, que virá a ser profundamente contestado com régulo do Oio e deportado. Em 1925 terá lugar a nova campanha em Canhabaque, aí dá-se a curiosidade de ter intervindo um avião que veio bombardear vários pontos de concentração dos rebeldes Bijagós. A título de observações conclusivas, João Freire sintetiza as resistências opostas pelas diferentes etnias: na zona costeira entre as embocaduras dos rios Casamansa e Cacheu, pelos Felupes; entre os estuários dos rios Cacheu e Mansoa pelos Manjacos; na ilha de Bissau pelos Papéis, sempre em choque com as autoridades da cidade de S. José de Bissau; no arquipélago dos Bijagós, sobretudo em Canhabaque e nas explorações agrícolas que bordejavam o estuário do Rio Grande (de Buba) onde laboravam Balantas e Beafadas; em profundidade no território, a vila de Geba constituiu durante muito tempo o ponto avançado dos europeus que faziam face a Balantas e Mandingas; mais a Sul, a vila de Buba era simultaneamente o topo da “Guiné agrícola” do Rio Grande e a porta de entrada para o Forreá e mais além para o Boé.

João Freire tece minuciosas considerações sobre esta síntese refere ao detalhe as relações conflituais da governação portuguesa com os povos guineenses, pormenoriza as caraterísticas técnicas das operações militares.

A obra prossegue com o enquadramento da Guiné Portuguesa como província autónoma e dá-nos a moldura da administração colonial republicana, até 1930.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17478: Notas de leitura (969): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (1) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17478: Notas de leitura (969): “A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Junho de 2017:

Queridos amigos,
O professor João Freire recebeu pelo seu trabalho a menção honrosa Almirante Sarmento Rodrigues, da Academia da Marinha. Trata-se de uma investigação com arco temporal de 80 anos onde interagem a Marinha com factos político-militares, económicos e sociais. Era inevitável a participação da Armada num território com as caraterísticas da Guiné. O autor discreteia sobre a lógica monárquica-constitucional e republicana, ao longo do referido arco temporal e demora-se detalhadamente sobre a Marinha na ocupação efetiva e na consolidação colonial.
É um novo olhar da investigação que enriquece a historiografia guineense do período colonial.

Um abraço do
Mário


A colonização portuguesa da Guiné, 1880-1960, por João Freire (1)

Beja Santos

“A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960”, por João Freire, 2016, edição da Comissão Cultural da Marinha(*), foi uma das edições preeminentes do ano transato, no que tange à investigação guineense no período colonial. João Freire manipula expeditamente a heurística e a hermenêutica, por cada capítulo abordado tece conclusões, assume responsabilidades interpretativas, nunca deixa o leitor à deriva ou no território das especulações. É uma viagem cronológica onde os assuntos da Marinha colonial têm peso preponderante.

Pegando no saboroso livro de Ernesto Vasconcelos, "Guiné Portuguesa, Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política", de 1917, recorda que o estado da nossa ocupação da Guiné era deveras lamentável em 1841, resumindo-se aos seguintes pontos: Bissau, sede do governo e praça de guerra; Nova Peniche, no ilhéu do Rei; Geba, a 60 léguas de Bissau; Fá, no rio Geba; Bolama, posto militar; Cacheu, defendido por uma paliçada e por três velhos redutos; Bolor, posto militar na embocadura do rio Cacheu; Ziguinchor, posto militar na margem esquerda do Casamansa; e Gonzo, posto comercial de Honório Barreto, também no Casamansa. Esta descrição pode ser lida em paralelo com a vibrante memória que Honório Pereira Barreto escreveu por essa época, este não escondeu pelo desassombro da linguagem a contar a verdade sobre a administração portuguesa: “Os governadores, sendo militares, como são, não estudam ordenações, nem reformas judiciárias; portanto tudo se julga militarmente […]”. E completa a descrição escrevendo que “em todos os estabelecimentos há uma autoridade que, sob o título de Juiz do Povo, governa o povo. Estes juízes, excetuando em Ziguinchor, que é um notável, diferenciam-se dos outros por serem mais bêbedos”. Inevitavelmente, fala-se de revoltas, acordos denunciados, assaltos a comerciantes, uma vida em perigo permanente. Sendo a presença portuguesa mais do que precária, deve-se a Honório Barreto o alargamento dos territórios, as suas doações à Coroa, a sua capacidade na defesa militar.

Tece o autor uma alargada referência ao mosaico étnico e releva a importância das guerras que ocorrem no século XIX entre Mandingas e Fulas que, para além de terem introduzido novas relações de poder no território deram ocasião a significativas alterações no mosaico étnico, principalmente no que toca a Beafadas, Fulas Pretos e Fulas Forros, Papéis, Balantas e Manjacos, fenómeno demográfico que nem sempre é interpretado quando estuda as guerras da pacificação e o enorme peso de que dispõe a sociedade rural civil durante esta fase do período colonial. João Freire lembra as observações do investigador guineense Carlos Cardoso sobre a procura de sistema de alianças e a lógica dos tratados de paz estabelecidos com Bolama, depois da separação da Guiné de Cabo Verde, em 1879. Era a chegada de uma filosofia de apaziguamento e de boa convivência e a exploração de rivalidades interétnicas. Diz Cardoso que Portugal se envolveu nos conflitos internos, designadamente entre os Fulas, apoiando um grupo contra outro. E comenta o autor:
“Da nossa própria análise retiramos a ideia de que o centro de gravidade das guerras nos anos 90 do século XIX se desloca do alto-Geba e do Forreá para as bocas do Geba e do Cacheu, e que tais conflitos bélicos tomam um caráter mais soberanista (saber que manda onde, e sobre quem), antes de evoluírem para as lutas pela (e contra a cobrança de imposto de palhota que marcaram o período seguinte. Contudo, a mudança de estratégia político-militar, já no início do século XIX, em torno da africanização das forças combatentes do lado português, decerto que agudizou muito os ressentimentos entre tribos. 
E depois o autor comenta disposições de tratados de obediência e vassalagem, irónico e não iludindo a distância que vai entre os desejos e as realidades: 
“ - 1ª O régulo do Forreá, assim como os chefes subalternos, juram […] , considerando-se súbditos portugueses para os efeitos da lei”. – É de duvidar que os interlocutores guineenses tivessem consciência do alcance jurídico desta proposição. 
"- 2ª Os territórios […] ficam pertencendo ao domínio de Portugal”. – Cláusula para eminente uso externo, por parte do governo português. 
"- 3ª Os usos e costumes de todos os habitantes dos citados territórios, quando não sejam contrários às leis e garantam a moralidade, segurança pessoal e liberdade do cidadão português, serão respeitados”. Toda a questão se situa na interpretação futura a dar ao que pudesse “contrariar a lei portuguesa” e ameaçar a “moralidade, segurança pessoal e liberdade do cidadão português”
"- 4ª O régulo […] obriga-se a proteger o comércio […] promovendo tanto quanto possível a segurança dos comerciantes [… e] a segurança das propriedades e culturas […]”. – Esta liberdade e segurança eram, à época as condições fundamentais que interessavam a Portugal. 
"- 5ª Aos cidadãos portugueses ou estrangeiros que estiverem munidos do competente passe das autoridades portuguesas, o mesmo régulo proporcionará nos territórios que lhe estão sujeitos todas as precisas condições que lhes garantam o bom agasalho, a sua segurança e a sua liberdade, devendo o referido régulo satisfazer quaisquer requisições de carregadores, mantimentos, etc, mediante prévio ajuste da respetiva remuneração […]”. – E esta era a contrapartida de poder e de rendimento económico de que se matinha na posse dos chefados locais.
"- 6ª Quando pelas autoridades portuguesas seja requisitado algum indivíduo sujeito à ação da justiça, o régulo do Forreá fá-lo-á entregar imediatamente […]”. – Imperatividade que no plano civil/criminal, ilustra bem a precedência da norma europeia sobre a norma local, para o melhor (por exemplo, para impedir a escravatura), como para o pior (supúnhamos para manietar um contestatário à ocupação portuguesa). 
"- 7ª O régulo de Forreá e os seus chefes […] virão pessoalmente no primeiro dia de Janeiro de cada ano homenagear Sua Majestade Fidelíssima, perante o comandante militar […]”. – Ato simbólico de ‘humilhação’ dos poderes negros de grande significado para eles, só amenizado pela tão grande distância física a que essa majestade se encontrava, que a tornava apenas virtual.

Esta a lógica de um Protetorado, em que um protetor impõe as suas condições ao protegido. No próximo capítulo, o autor aborda a participação da armada nas revoltas nativas e prossegue com a apresentação da administração colonial portuguesa na Guiné entre 1880 e 1910.

(Continua)
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Notas do editor

(*) - Vd poste de 31 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17009: Agenda cultural (539): Lançamento do livro "A Colonização Portuguesa da Guiné", do prof João Freire, sociólogo (Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 2017), em Belém, na Biblioteca Central da Marinha, no próximo dia 8, 4ª feira, às 18h

Último poste da série de 15 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17473: Notas de leitura (968): Saiu o II volume de "Memórias Boas da Minha Guierra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017): Sabemos, desde Fernão Lopes, que não há História com H grande sem as pequenas histórias da arraia-miúda. Este é também um livro de homenagem à arraia-miúda (Luís Graça, prefácio)

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17022: Lembrete (20): O lançamento do livro de João Freire, "A Colonização Portuguesa da Guiné: 1880-1960", é na Biblioteca Central da Marinha, em Belém (com entrada pela portal principal do mosteiro dos Jerónimos), nesta 4ª feira, dia 8, às 18h. Apresentadores: cmdt Luís Costa Correia e antropólogo Eduardo Costa Dias




1. Lembrete de João Freire, meu antigo colega do ISCTE-IUL,  e antigo oficial da marinha, autor de "A colonização portuguesa da Guiné: 1880-1960" (*):

Data: quarta-feira, 1 de Fevereiro de 2017 23:30

Assunto: livro Guiné

Teria gosto na vossa presença na sessão de lançamento do meu livro A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960 que terá lugar na 

Biblioteca Central de Marinha (com entrada pela porta principal do mosteiro dos Jerónimos).

Serão apresentadores da obra: (i)  o comandante Luís Costa Correia; e (ii)  o antropólogo Eduardo Costa Dias, professor do ISCTE-IUL.(**)

João Freire
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 31 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17009: Agenda cultural (539): Lançamento do livro "A Colonização Portuguesa da Guiné", do prof João Freire, sociólogo (Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 2017), em Belém, na Biblioteca Central da Marinha, no próximo dia 8, 4ª feira, às 18h.

(**) Último poste da série > 6 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16806: Lembrete (19): Lançamento do livro "História(s) da Guiné-Bissau - Da luta de libertação aos nossos dias", da autoria do nosso camarada Mário Beja Santos, hoje, pelas 18 horas, no Auditório da Associação Nacional das Farmácias, em Lisboa

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Guiné 61/74 - P17009: Agenda cultural (539): Lançamento do livro "A Colonização Portuguesa da Guiné", do prof João Freire, sociólogo (Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 2017), em Belém, na Biblioteca Central da Marinha, no próximo dia 8, 4ª feira, às 18h



Capa e contracapa do livro do prof João Freire A Colonização Portuguesa da Guiné, edição da Comissão Cultural de Marinha, 2017.


1. Convite


No próximo dia 8 (4ª Feira) às 18h, terá lugar em Belém a sessão de lançamento do meu livro A Colonização Portuguesa da Guiné, pela Comissão Cultural de Marinha.

Serão apresentadores da obra o comandante Luís Costa Correia e o antropólogo Eduardo Costa Dias, professor do ISCTE-IUL.

Teria gosto e honra na vossa presença.

João Freire


2. Nota do editor

Comissão Cultural da Marinha, com sede em Belém, Lisboa,  tem página no Facebook

Notas sobre autor:

João [Carlos de Oliveira  Moreira] Freire

A, História administrativa/biográfica/familiar

João Freire, nasceu a 5 de novembro de 1942, emLisboa;  por influência familiar, mas também por escolha própria, entrou para o Colégio Militar de Lisboa, onde permaneceu como interno por sete anos.

Em 1960 entrou na Escola Naval. Guarda -marinha (da nova reforma) em 1964, aperfeiçoando-se em artilharia, onde foi oficial de guarnição no N.R.P "SAGRES", "CORTE REAL", "FAIAL", e "ÁLVARES CABRAL (Moçambique, 1966-1968)", expulso por deserção em 1968.

Amnistiado e passado à Reserva em 1974. Operário industrial metalúrgico entre 1970 e 1976 em França. Carreira universitária em Portugal. no ISCTE.

Em 1988 fez o Doutoramento em Sociologia, agregado, pelo ISCTE (1994). Domínio científico: sociologia (especialidade de sociologia do trabalho).

Publicou, entre outros livros; Anarquistas e Operários (1992), Sociologia do Trabalho: Uma Introdução (1993 e 2002), Homens em Fundo Azul Marinho (2003), Pessoa Comum no seu Tempo (2007), Economia e Sociedade (2008), A Marinha e o Poder Político em Portugal (2010), Moçambique Há Um Século Visto pelos Colonizadores (2009, compil.), Elementos de Cultura Militar (2011), Olhares Europeus sobre Angola (2011, compil.), Do Controlo do Mar ao Controlo da Terra (2013), Crónicas de um Tempo Sombrio (2013), Portugal Face à Guerra em 1914-1915 (2014), Sociologia do Trabalho: Um Aprofundamento (2014, com R. Rego e C. Rodrigues), Crónicas Desassom 2bradas e Ensaios Sócio-Lógicos (2015) e A Colonização Portuguesa da Guiné 1880-1960 (2017).


B. Outras Actividades


Campeão nacional de esgrima em 1965 e representante português nas Universidades de 1961, 1963 e 1965, e nos Campeonatos do mundo de 1965 e da Europa (veteranos) em 2008.

Fundador e director da Revista "A Ideia", 1974, co-fundador da secção portuguesa da Amnistia Internacional em 1981. Sócio correspondente do Clube Militar Naval (proposto por 32 sócios e aprovado por unanimidade e aclamação em assembleia geral realizada a 27 de Fevereiro de 2004). Mais de vinte livros e perto de centena e meia de artigos publicados em revistas científicas.

C. Prémios, Louvores e Condecorações:

- 1 louvor militar (Moçambique, 1966);

- 1º Prémio do 1º Certamen Internacional del Ateneu Enciclopedic Popular de Barcelona em 1983;

- Professor emérito do ISCTE (IUL) em 2008.

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9157: Agenda cultural (176): Apresentação da obra Elementos de Cultura Militar, de João Freire, sociólogo, dia 12 de Dezembro de 2011, pelas 18 horas, na Associação 25 de Abril

1. Por sugestão do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), dá-se notícia do lançamento da obra "Elementos de Cultura Militar",  de autoria de João Freire (*),  a ter lugar no dia 12 de Dezembro pelas 18 horas,  na Associação 25 de Abril, Rua da Misericórdia, 95 - Lisboa. A apresentação estará a cargo do Dr. Manuel Barão da Cunha.




Ver também: http://www.edi-colibri.pt/Noticias.aspx?NoticiaID=201
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Notas de CV:

Vd. último poste da série de 5 de Dezembro de 2011 Guiné 63/74 - P9138: Agenda cultural (175): Apresentação do livro As Mais Belas Cidades de Angola, de Sandro Bettencourt, dia 6 de Dezembro, pelas 18h30 na Bertrand do Chiado

(*) Sobre o currículo académico do autor, conhecido sociólogo do trabalho e antigo oficial da marinha, vd mais informação aqui