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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13912: (Ex)citações (247): A embarcação "Bubaque", da carreira Bissau-Bambadinca-Bissau (Manuel Amante / Jorge Araújo / J. F. Santos Ribeiro)



Foto nº 1 > Rio Geba > c.- 1973 > Uma canoa em primeiro plano, e ao fuindo, o Xime e um braco de transprote de passageiros que, segundo o Manuel Amante, é(era) o seu "Bibaque"...A voto é tirada da margem direita, do aldo do Enxalé

Foto: © Jorge Araújo  (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


Foto nº 1-A


Foto nº 2 > O "barco turrra", segundo a expressão usada pelas NT...

Foto: © J. F. Santos Ribeiro (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


Foto nº 3 > 1967 > Bissau > Porto > Estivadores

Foto: © João José Alves Martins (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

Foto nº 4 > 1967 > Rio Geba > Ponta Varela, na margem esquerda, antes de se chegar ao Xime >  Viagem de LDG a caminho do leste


Foto nº 5  > 1967 > Bambadinca > Porto fluvial >  Aproximação de LDG >


Foto nº 6 > 1967 > Bambadinca > Porto fluvial >  Aproximação de LDG > Fotos [3, 4, 5, 6] do álbum do  João Martins [, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69 ]

1.  Mensagem enviada pelo correio  interno da Tabanca Grande, esta manhã:

Amigos e camaradas: a conversa sobre a "nossa" Guiné é como as cerejas... Conversa puxa conversa e lá vamos dar ao nosso querido "Bubaque", o barco de passageiros onde muitos de nós, rapaziada do leste, íamos  de Bambadinca [, fotos nº 5 e 6] até  Bissau [, Foto nº 3], para ir de férias (via TAP) ou fazer uma escapadela...

Viagem memorável, de dia ou de noite, que implicava passar por pontos temíveis do Rio Geba Estreito (Ou Xaianga) como o Mato Cão e, à saída do Xime, a Ponta Varela [, Foto nº 4]...

Quem tem recordações dessas viagens ? E sobretudo fotos, nomeadamente do "Bubaque" (,. atacado em 1/6/1973, às 1h30, ao que parece por erro de identificação ? (*)...

O "Bubaque", a "Bor" e outros barcos civis (também conhecidos por "barcos turras") fazem parte do nosso património de memórias,,, A Tabanca Grande agradece... Saudações. Luís Graça

2. Respostas imediatas:

(i) Manuel Amante [ex-fir mil, BINT, Bissau, 1973%74]

Meu Caro Luís,

Tenho uma [foto] ue te poderá servir. Envio mais logo porque esta no Ipad.

Mas das minhas pesquisas sobre as Lanchas Patrulhas da Marinha Pobre (traineiras de madeira algarvias de popa redonda transformadas em lanchas patrulhas) descobri a Portaria das LP.
E vai em anexo. 
Abraços. Manuel



(ii)  Jorge Araújo [ex-fur mil op esp, CART 3494, Xime, Enxalé e Mansambo, 19723/74]

 Caro Luís,

Ontem iniciei a elaboração de uma nova narrativa [efeméride] sobre a actividade operacional da CART 3494. agora no Enxalé. Como depois de almoço sigo para Portimão (ISMAT), só lá para 6.ª feira é que estará concluída.

Entretanto, uma das imagens que vou utilizar para enquadrar o texto é a que anexo [Foto nº 1, acima].
Será que se trata do Bubaque? Não sei... É a resposta, possível, ao presente apelo.

Boa semana e um abraço, Jorge Araújo.


Junto envio foto no chamado barco "turra" [, Foto nº 2]....De Bissau até Bafatá em 1971 (1º cabo trms, CCS/BCaç.2912, Galomaro, 1970/72)...

(iv) Manuel Amante:

Este não. [Foto nº2].

O anterior sim [Foto nº 1].
.
A casa de leme do Bubaque era à proa e tinha um toldo a quase todo o cumprimento.

________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 18 de novembro de  2014 > Guiné 63(74 - P13909: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XVII: junho de 1973: dois ataques à navegação no Rio Geba Estreito, sendo o mais grave contra a nossa conhecida embarcação "Bubaque", propriedade do empresário Amante da Rosa, e que fazia o trajeto regular Bissau-Bambadinca.Bissau

(**) Ùltimo poste da série > 5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13850: (Ex)citações (246): Ainda o rebentamento de uma granada no meio da população de Ganturé, durante um batuque (Mário Vitorino Gaspar)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12470: Inquérito online: ocupação dos tempos livres no mato... A decorrer até à véspera de Natal... Os primeiros depoimentos: J.F. Santos Ribeiro, Francisco Palma, Xico Allen, João Martins



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Foto nº 56 > Nos dias de folga (, às vezes horas...), a malta fazia questão de se desfardar e vestir "à civil"... Mesmo que fosse para ir beber um copo, fora do arame farpado, na tasca do Zé Maria... Era uma questão psicológica e uma forma de esquecer a guerra, por um dia ou por umas horas... Na foto, o Arlindo Roda, à civil, junto à casa do chefe de posto, dirigindo-se muito provavelmente à tabanca, fora do arame farpado... Foto do álbum de Arlindo T. Roda, ex-fur mil da CCAÇ 12 (1969/71).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legenda: L.G.]


A. Mensagem enviada ontem, às 21h30, pelo correio interno da Tabanca Grande, com algumas modificações:
Camaradas:

Assunto - Sondagem: O que é que a malta fazia, nos 'tempos livres'

O blogue é curioso... Ou melhor: o blogue quer ajudar-nos a (re)arrumar as nossas memórias de há 40/50 anos... Ora cá está um tema, a ocupação dos tempos livres,  que dá para todos participarem... No meio da atividade operacional e daqueles longos 21, 22 e mais meses de 'comissão de serviço', havia alguns tempos livres, de dia ou de noite... Ou não havia ?

Bom, a pergunta é: como é que a malta 'matava o tempo' ?... Por tempos livres deve entender-se o as horas e os dias que sobravam depois de cumpridas  as  obrigações militares inerentes à nossa condição de combatentes (fazer quartos sentinela, rondas, saídas, emboscadas, colunas, operações...). O que no mato, no interior do TO da Guiné, era relativo; dormia-se sempre com a G3 à cabeceira...

A pergunta é dirigida mais diretamente a quem vivia num aquartelamento ou destacamento no mato... No caso da malta que estava em Bissau, havia mais alternativas... de diversão e lazer (que não vamos, por agora, incluir na nossa última sondagem de 2013).

Até ás 11h do dia 24 do corrente, podem responder (votando...) DIRETAMENTE, no nosso blogue, na COLUNA DO LADO ESQUERDO, AO ALTO, a mais esta  sondagem do nosso blogue... Há 20 hipóteses de resposta. São admissíveis múltiplas respostas desde que não contraditórias.

Obrigado. Um alfabravo natalício e fraterno, Luís Graça, editor.

PS - Podem também escrever pequenos textos para o blogue e mandar juntamente fotos... Os editores agradecem.

_______________

SONDAGEM: NO QUE DIZ RESPEITO À OCUPAÇÃO DOS 'TEMPOS LIVRES', NO(S) AQUARTELAMENTO(S) ONDE ESTIVE, LEMBRO-ME QUE... (PODES DAR MAIS DO QUE UMA RESPOSTA)


1. Havia uma pequena biblioteca com livros

2. Eu lia jornais/revistas com alguma regularidade

3. Eu lia livros com alguma regularidade

4. Não tinha tempo para ler

5. Não tinha disposição para ler

6. Não tinha nada para ler

7. Levei livros para a Guiné

8. Assinava revistas/jornais

9. De preferência ouvia música

10. De preferência jogava à bola

11. De preferência jogava às cartas

12. De preferência ia à pesca ou caça

13. De preferência convivia com os meus amigos

14. De preferência convivia com a população da tabanca

15. De preferência petiscava e/ou bebia uns copos

16. De preferência dormia (por ex., a sesta)

17. Tinha um diário onde escrevia

18. Lia e escrevia cartas e aerogramas

19. Fazia trabalho comunitário (escola, saúde, igreja...)

20. Não sei / não me lembro

B. Alguns comentários ou respostas recebidos ontem, à noite:


José Fernando dos Santos Ribeiro [ou J. F. Santos Ribeiro[ex-1º Cabo de Transmissões na CCS do BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72]

Eu (e a grande maioria), quando não estava de Serviço (Transmissões), ou íamos até ao Regala (tabanca de comes-e-bebes, dum Cabo-Verdiano), ou arranjavámos maneira de ir na Coluna a Bafatá (+/- 35 Km., por picada), ou íamos até às Tabancas fazer "psico" (sic.).

Estou a falar do período de 1970/1972, no Leste da Guiné, em Galomaro/Cossé. BCAÇ 2912/CCS. 

Um abraço a todos. D´Jarama, Inté.


Francisco Palma [ex-sold condutor auto, 
CCAV 2748/BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72] 
O que eu respondi:

(2) Eu lia jornais/revistas com alguma regularidade;

(3) Eu lia livros com alguma regularidade;

(9) De preferência ouvia música;

(10) De preferência jogava à bola;

(11) De preferência jogava às cartas;

(13) 13. De preferência convivia com os meus amigos;

(14) De preferência convivia com a população da tabanca;

(15) De preferência petiscava e/ou bebia uns copos;

(18) Lia e escrevia cartas e aerogramas;


Xico Allen [ex-1.º cabo at inf, CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada, 1972/74]


Com alguns meses de estadia, me enviaram alguns livros escolares. Ainda recebi explicações de matemática mas não era facil ir ao liceu em Bissau fazer exames.

Ajudaram a passar o tempo...

Abraço, Xico.

João José de Lima Alves Martins [ou João Martins

[ex-alf mil art,  BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69 ]


Para mim, para o meu bem estar psicológico, para ultrapassar o "stress" permanente que vivia e me obrigava a estar sempre preparado para responder a um ataque do inimigo, e para compreender a natureza daquela guerra que fomos forçados e chamados a enfrentar, tornou-se da maior importância compreender o que pensavam e sentiam as diversas populações com as quais tive o privilégio de contactar, e foram muitas. 

Por isso, todo o tempo disponível em que me afastava das bocas de fogo, era dedicado a um contacto mais próximo com as populações. Daí, as muitas fotografias que lhes tirei. Aliás, teria sido capaz de me oferecer para servir o meu País, no Ultramar, porque considerava fundamental esse conhecimento para poder falar, com conhecimento de causa, desse tema que tão discutido era no areópago das Nações Unidas, e era tema geral de confronto de ideias no nosso país. 

Compreendo os meus camaradas que se refugiaram em Paris, aliás, também me invadiu o desejo de me ir embora tal era a acção psicológica desenvolvida no COM [Curso de Oficiais Milicianos] de Mafra, mas não posso compreender que não sejam considerados de desertores, e, ainda menos, poderei aceitar como bons portugueses todos os que, de algum modo, andaram conluiados com a CIA e o KGB. 

Tendo conhecido o pensamento de centenas de africanos, cheguei à conclusão, tal como Amílcar Cabral (,que cheguei a elogiar quando prestei declarações "sobre quais eram as minhas impressões do teatro de operações da Guiné"), que a guerra que enfrentámos não se restringia a africanos contra europeus, mas, somente, a africanos contra um regime opressor, situação muito bem aproveitada pelas grandes potências da altura que trataram de infiltrar no nosso país, e até, nas forças armadas, quem aceitasse colocar-se ao seu serviço. 

Ora, os regimes são passageiros e circunstanciais, as nações é que, regra geral, perduram. É óbvio, que a nossa já não é o que era, e,"pelo andar da carruagem", nem vaticino onde vai parar...