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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12783: Manuscrito(s) (Luís Graça) (23): Gostei de voltar a Tavira (Parte V): No último trimestre de 1968, quando por lá passei, não tive condições físicas e psicológicas para descobrir a cidade, as suas ruas, o seu património e as suas gentes... Pairava já na minha cabeça o fantasma da guerra colonial...


Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 061 > Convento das Bernardas (1)...  Tem 500 anos de história em cima este edifício... E agora o prestígio da assinatura, no projeto de recuperação e requalificação, de um grande arquieto, Eduardo Souto de Moura, da grande escola de arquitetura do Porto, Prémio  Pritzker de Arquitetura 2011.

"Foi o maior edifício conventual do Algarve e o único da Ordem de Cister em toda a região. A sua construção deve-se a D. Manuel I, que desta forma quis agradecer a vitória obtida em Arzila, no norte de África, quando os mouros levantaram o cerco à cidade.  (...) 

"Acolheu durante 3 séculos religiosas provenientes das famílias de Tavira e de todo o Algarve. Há ainda referências históricas à presença de monjas oriundas do Alentejo e ilhas dos Açores. A perícia manual das irmãs ficou conhecida graças à sua arte de doçaria, especialmente caramelos, em registo de santos (lâminas) e nas obras de arte sacra (barro e pintura) que saíam das suas oficinas". (...) (Fonte: Convento das Bernardas Residence)


Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 545 > Convento das Bernardas (2) ... Interior e piscina de água salgada, de 400 metros quadrados... Este edifício, de origem conventual,  ainda funcionava parcialmente no nosso tempo, nos finais da década de 60, como fábrica de moagem... Era impossível, pela sua volumetria e pela sua chaminé, não dar conta dele quando íamos às salinas...


(...) "O edifício sofreu diversas ampliações e alterações ao longo da sua existência. Como muitos outros edifícios da região algarvia foi fortemente danificado com o terramoto de 1755. Após 1834, e em sequência da legislação liberal que extingue as ordens religiosas, em Portugal, o edifício (Igreja, Convento e Cerca) é incorporado na fazenda real, e vendido em hasta pública. (...)

(...) " Em 1890, é ali montada a Fábrica de Moagem e Massas a Vapor que, em 1920, é vendida a J. A.Pacheco. A fábrica manter-se-á em laboração, até finais da década de 60. Paralelamente alguns espaços são adaptados a escritórios de apoio ao funcionamento da indústria e a residências particulares. Mantém-se ainda, na actualidade [c. 2002], em funcionamento uma indústria de panificação, na ala a Sul. Este imóvel tem uma localização privilegiada no extremo urbano de Tavira. Situa-se na proximidade da nova ponte sobre o rio Gilão, e apresenta o tardoz bordejado por um canal e voltado para o sapal, para a foz do rio e para a ria, sem obstáculos visuais. Está numa parte da cidade onde coexistem uma parte deprimida, de que faz parte, e uma outra de expansão urbana, com novos edifícios, mas ainda não densamente povoada. As alterações de uso do imóvel, particularmente a passagem de convento a moagem, contribuíram não só para marcados desvios ao seu desenho inicial como para a sua actual degradação construtiva e estética." (....)

(Fonte: IGESPAR > Convento das Bernardas > Nota histórico-artística)



Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 551 > Convento das Bernardas (3)...


(...) "A localização é privilegiada. Voltado para o sapal da ria Formosa, o Convento das Bernardas recebe luz inconfundível deste tesouro natural. A poucos metros, a ponte romana sobre o Rio Gilão reforça a história deste edifício.

O desafio lançado pela Entreposto Gestão Imobiliária foi aceite pelo prestigiado arquitecto Eduardo Souto Moura: transformar um monumento histórico em habitação, à semelhança do que acontece noutros países europeus."

Os 76 apartamentos e um restaurante de luxo têm tipologias que vão do T0 ao T3.  (...) 2 piscinas de água salgada e com calha finlandesa, videovigilância, portaria e espaço museológico, são comodidades e serviços do mundo moderno que o Convento das Bernardas põe à disposição.

A recuperação do património é a faceta mais visível deste arrojado empreendimento, que em termos estéticos mantém o portal gótico manuelino e a traça original das fachadas.

Debruçado sobre a Ria Formosa e a foz do Rio Gilão, o Convento das Bernardas oferece uma vista única sobre as seculares salinas de Tavira".
 (Fonte: Convento das Bernardas Residence).


Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 249 > Ponte antiga sobre o Rio Gilão (1) > Se estas pedras falassem tinham muito que contar... Por aqui passaram milhares de instruendos dessa 
fábrica de quadros que foi o CISMI durante a guerra colonial...

A foto é tirada do lado da Partindo da Praça da República... A tradição atribui origem romana à ponte... Ao longo da história sofreu dievrsas alterações. O perfil atual é do séc. XVII. No noso tempo (décadas de 1960/70) ainda estaava aberto ao trânsito rodoviário...Após as grandes cheias de 1989, passou a ser apenas pedonal.


Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 245 > Ponte antiga sobre o Rio Gilão (2) > Passei por aqui, muitas vezes, a toque de caixa, vindo do campo da carreira de tiro...

A ponte que é hoje monumento de interesse público "foi palco de lutas militares no tempo da crise dinástica que atingiu Portugal após o reinado de D. Fernando I, entre 1383 e 1385. Foi sobre a ponte que um tal de Gonçalo de Mendonça, de Faro, com outros moradores da mesma vila defensores da causa do Mestre de Avis, se digladiaram com os partidários do Rei de Castela, vencendo-os. O facto é hoje assinalado num pequeno painel de azulejos situado à entrada do tabuleiro." (Fonte: CM Tavira > Património Cultural)



Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 239  > Rio Gilão


Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 297  >  Margem esquertda do Rio Gilão visto da margem da outra margem...



Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 267  > Ponte antiga sobre o Rio Gilão (3)



Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 068 > Mariscador do Rio Gilão... Sinais dos tempos ? A pobreza volta a Tavira, como em 1968, quando por lá passei...



Tavira, 1 de fevereiro de 2014 > Foto nº 1182 >  O casario da Rua da Liberdade, visto do miradouro do Castelo



Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 124 > Edifício da Rua  da Liberdade que vai desembocar na Praça da República...


Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 280  >  Praça da República (1)



Tavira, 2 de fevereiro de 2014 > Foto nº 284 >   Praça da República (2)...


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados


1. Dos sítios que nos calhou, a alguns de nós, no nosso percurso militar, da metrópole até à Guiné, Tavira  é possivelmente um dos quais com que  mantemos uma relação de amor/ódio... Se calhar o mesmo passa-se com outras terras, Mafra, Caldas da Raínha, Lamego, Vendas Novas, Tomar, Elvas, Estremoz, Porto, Lisboa, Coimbra, Funchal, Ponta Delgadam  etc...

Nos escassos dois meses e meio em que lá fiz a especialidade de armas pesadas de infantaria (na 2ª companhia, em set/dez de 1968), não tive condições físicas e psicólogicas para descobrir a cidade, as suas ruas, o seu património e as suas gentes... O fantasma da Guiné (, não sei porquê nunca  pensei em Angola ou Moçambique) já estava na minha cabeça...

Claro que deambulei pela cidade e arredores (Santa Luzia, Ilha de Tavira...) mas não tinha cabeça para aprofundar o conhecimento da sua história e do seu património... Voltei lá há um mês, com outra disponibilidade mental... Passei lá um fim de semana, dois dias, alojado no Convento das Bernardas, junto às salinas, aproveitando uma promoção de época baixa, e depois fui visitar o velho quartel da Atalaia onde funcionou o CISMI, e por onde passámos, muitos de nós furriéis milicianos, antes de irmos parar à Guiné...

Já aqui identificámos alguns dos nossos camaradas que por lá passaram, na recruta e/ou especialidade: o Rogério Freire, por exemplo, esteve lá, em 1964, no COM...: Eu, o César Dias, o Humberto Reis, o António Levezinho, o Henrique Cerqueira, o José Martins, o Veríssimo Ferreira, o José Brás, o Manuel Carvalho, o Carlos Silva, o Josema (, o nosso poeta da Régua, o Zé Manel Lopes), o Joaquim Fernandes, o António Branquinho, o Fernando Hipólito (estes dois últimos não são ainda grã-tabanqueiros, e o último foi para Angola)...

Pelo menos, eu já identifiquei  5 camaradas meus, da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 que passaram por lá_ eu (armas pesadas de infantaria),  o Reis (atirador de infantaria e depois operações especiais, em Lamego), o Levezinho (atirador de infantaria), o Branquinho (atirador de infantaria), o Joaquim Fernandes (atirador de infantaria)...

Antigos Milititares do CIQ-CISIMI Tavira e GG Évora é um grupo do Facebook que tem partilhado fotos e outras recordações de sucessivos turnos do CSM...Inclui, entre outros, o nosso Manuel Carvalho, irmão do Carvbalho de Mampatá, e  o ex-1º cabo miliciano, algarvio, Carlos Alberto Dores Nascimento do tempo de alguns de nós: esteve no CISMI de janeiro de 1967 a dezembro de 1969, ou seja, três anos.  Natural de Alagoa, vive em Portimão e tem a sua própria página no Facebook.



Tavira > CISMNI > c. 1969 >  Foto do Carlos Alberto Dores Nascimento, 1º cabo nmiliciano e depois fur mil, monitor, aqui reproduzida com a devida vénia. [Edição: LG].

(...) "Eu dei pelo menos uma especialidade de Atiradores com o Alferes Frederico Pires na 3.ª companhia, e Armas pesadas era dada na 2.ª companhia, porque era a companhia das várias especialidades. Quanto á referência que o António Tavares faz do Alferes Jacinto e do Alferes Diogo, eles moram aqui em Portimão, de vez em quando estou com eles. Cheguei a dar instrução com ambos e aqui está uma foto com a Alferes Jacinto. Eu era furriel, venho na frente do pelotão e ao meu lado vem um cabo miliciano preto".

Vd. Faceebook > Grupo > Antigos Milititares do CIQ-CISIMI Tavira e GG Évora

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Nota do editor:

Último poste da série > > 23 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12762: Manuscrito(s) (Luís Graça) (22): O espírito de corpo ou a navalha de ponta e mola da solidariedade entre combatentes: recordando 3 episódios do meu tempo e lugar

Vd. também poste de 14 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12716: Manuscrito(s) (Luís Graça) (20): Gostei de voltar a Tavira (Parte IV): E de ter tempo para (re)descobrir a beleza e o brilho fascinantes do seu património edificado...