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quarta-feira, 18 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20745: Ser solidário (229): Projecto Kassumai e homenagem ao cap Luís Rei Vilar (1941-1970), em Susana, 50 anos depois da sua morte (Duarte, Manuel e Miguel Rei Vilar)






Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Susana > 18 de fevereiro de 2020 > Os irmãos  Rei Vilar, com a população local, em dia de homenagem ao  cap cav Luís Rei Vilar (1941-1970), ex-comandante da CCAV 2538 (Susana, 1969/71), morto em combate em 18/2/1970, no decurso da Op Selva Viva-

Fotos (e legenda): © Duarte Vilar (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem que nos chega, do Duarte Vilar, amigo e condiscípulo do nosso editor Luís Graça, irmão do saudoso cap cav Luís Rei Vilar (


Data: 17 mar 2020 11h45

Assunto: Viagem a Suzana, fevereiro de 2020

Meu caro Luís

A teu pedido e com muito prazer envio texto e algumas fotos para o blogue.

A nossa viagem foi muito boa e a tempo de nos safarmos dos últimos e nefastos acontecimentos na Guiné-Bissau. Eu saí a 26 e os meus irmão a 28 de Fevereiro.

Um abraço grande e com muita amizade

Duarte Vilar



2. FAZER A MEMÓRIA ÚTIL  > Homenagem ao nosso irmão, Capitão Luis Filipe Rei Vilar 


por Duarte, Manuel e Miguel Rei Vilar

Há cerca de 3 anos e meio, um de nós recebeu um email. Um email de um enfermeiro que andava em terras felupes – em Suzana na Guiné Bissau - fazendo um estudo sobre questões de saúde.

Não nos conhecia nem nunca tinha ouvido falar de nós ou do nosso irmão Luís. Mas ao entrevistar os “homens grandes” de Suzana ouviu várias referências sobre um tal “capitão Vilar” de quem os felupes falavam, com uma boa recordação.

O enfermeiro Luís Costa teve curiosidade em conhecer o personagem referido, ”googlou” e através deste blogue,  “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, chegou até nós, dizendo que tínhamos um património em comum com os felupes de Suzana: as memórias boas de um homem bom – o capitão Vilar – caído no contexto de uma operação militar perto de Suzana.

De facto, já conhecíamos os felupes há 47 anos porque o nosso irmão Luís nos tinha falado deles com entusiasmo, quando passou uns dias de férias antes de partir de vez.

Falou da sua famosa saudação kassumai e da resposta kassumai keb. Falou das tradições guerreiras dos felupes e da luta felupe. Trouxe consigo para nossa casa e para a nossa mesa um felupe – António Blata – um dos guias da companhia de cavalaria que comandava. Mostrou-nos as fotos de Suzana e dos felupes de Suzana que, quando o nosso irmão morreu, mesmo sem os conhecer, ficaram, para sempre, nas nossas memórias.

Por isso, depois do email, em Janeiro de 2017 fizemos as malas e fomos, os 3 irmãos, visitar os felupes de Suzana e as memórias que guardavam do capitão Vilar.

À chegada, fomos recebidos pelas crianças e pelos professores das escolas de Suzana. Abraçámos os filhos do Blata e reunimos com os homens grandes. E ouvimos então muitas histórias da boca dos felupes confirmando que, para além das preocupações militares, o nosso irmão se preocupava genuinamente com a vida dos felupes de Suzana. Soubemos que as crianças eram todos os dias recolhidas e levadas de volta às tabancas para ir à escola, que comiam sopa no aquartelamento e, por isso, eram chamados de “sopitos”.

Vimos também que a escola que tinha sido construída durante o tempo de comando do nosso irmão, apesar de estar em mau estado, continuava a funcionar como jardim de infância.

Decidimos então iniciar um projeto de apadrinhamento das crianças de Suzana, até porque os felupes de Suzana não se fizeram rogados e nos pediram apoio porque, como todos sabemos, não faltam problemas nem necessidades na Guiné Bissau. E assim nasceu o Projeto Kassumai, uma associação que reúne amigos e familiares nossos que contribuem mensalmente para a escolinha de Suzana.

Desde essa altura foram realizados, com o apoio do Projeto Kassumai, diversos melhoramentos. Mudou-se o telhado e o chão. Construíram-se sanitários e fossa séptica respetiva, pintou-se a escola, colocaram-se portas novas, fez-se uma vedação e telheiros, compraram-se carteiras e algum material escolar. Iremos apoiar agora, juntamente com a comunidade, o pagamento das educadoras da escola.

Em 18 de Fevereiro de 2020 passaram-se exatamente 50 anos sobre a morte do nosso irmão Luís nas areias do Cassuh e, nesse contexto, 12 padrinhos e madrinhas do Projeto Kassumai fomos a Suzana.

Fomos de novo recebidos com danças e cantares. Reencontrámo-nos com os “homens grandes “e as “mulheres grandes “de Suzana e novas ideias surgiram dando continuidade ao trabalho iniciado há 3 anos. E, em reconhecimento á memória do nosso irmão, as autoridades decidiram dar o seu nome à escola renovada – Escola Capitão Luis Filipe Rei Vilar.

Foi uma cerimónia emotiva e, antes de descerrar a placa com o novo nome da escola, as crianças felupes de Suzana cantaram uma canção de homenagem aos combatentes caídos na guerra de libertação, recordando assim os dois lados na guerra.

Da  esquerda para a direita, Manuel, Miguel
 e Duarte Rei Vilar

Tudo acontece por acaso, ou nada acontece por acaso.

O Luís Graça recordou uma vez que, para além das leituras históricas e políticas da guerra colonial, existem as inúmeras histórias pessoais de quem combateu, de quem esteve lá, de quem não esteve lá, de quem viu gente morrer de perto, e de quem perdeu familiares seus.

Esta história faz parte do segundo tipo de leituras.

O certo é que os felupes de Suzana, e a família Rei Vilar partilham mesmo a memória do nosso irmão Luís, Capitão Vilar para os felupes de Suzana.

E desta partilha nasceu um pequeno exemplo de como, a memória de alguém que partiu há 50 anos, pode ser transformada utilmente em amizade e solidariedade entre os povos.

18 de Fevereiro de 2020

Duarte Rei Vilar
Manuel Rei Vilar
Miguel Rei Vilar
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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20719: Ser solidário (228): Consignação de 0,5% do IRS à Associação "Afectos com Letras"...levando mais esperança e educação às meninas guineenses

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20438: Dossiê cap cav Luís Rei Vilar - IV (e última) Parte: declarações da segunda testemunha, fur mil op esp , da CCAV 2538, José Manuel Teixeira






Declarações da 2ª testemunha, fur mil op esp José Manuel Teixeira,  da CCAV 2538 (Susana, 1969/71), natural de Fafe,  no âmbito do processo por ferimento em combate de que resultou a morte do cap cav Vilar; foi instrutor do processo o cap cav Rogério Silva Guilherme, substituto do cap cav Luís Rei Vilar, no comando da companhia.

Local e data, Susana, 26 de fevereiro de 1970.

Fonte: Cortesia de cor art ref Morais da Silva


Cap cav Luís Rei Vilar (1941-1970).

Foto: cortesia de cor art ref Morais da Silva


1. Mais uma peça (, para já a última,) do processo do infausto cap cav Luís Rei Vilar  (1941-1970), ex-comandante da CCAV 2538 (Susana, 1969/71), morto em combate em 18/2/1970, no decurso da Op Selva Viva. (*)

Sobre as circunstâncias da morte deste intrépido oficial de cavalaria, no TO da Guiné,  publicámos em 3 postes,  publicar, sob a forma de dossiê, os documentos que nos enviou, gentilmente, o cor art ref Morais da Silva, autor de um notável trabalho de pesquisa sobre os 47 oficiais da Escola do Exército / Academia Militar, mortos em combate, na guerra colonial, que também temos vindo a publicar, no nosso blogue.
Hoje reproduzimos as declarações da 2ª testemunha, o fur mil op esp, José  Manuel Teixeira, natural de Fafe, no âmbito do "processo por ferimento em combate de que resultou a morte [do cap cav Vilar]". Foi instrutor do processo o cap cav Rogério Silva Guilherme, substituto do cap cav Luís Rei Vilar, no comando da CCAV 2538.

Seria interessante poder completar este dossiê com o que diz o relatório da autópsia, que  sabemos que existe, e que já é do conhecimento da família.

Entretanto, sabemos que os irmãos Vilar (Manuel, Miguel e Duarte) se preparam para voltar a Susana, em fevereiro de 2020,   onde há um escola que é frequentada por 700 alunos e tem o nome do valoroso cap cav Luís Rei Vilar (1941-1970). O meu amigo Duarte Vilar prometeu-me mandar, em breve,  uma notícia sobre o projeto Kasumai e sobre a próxima viagem dos 3 irmãos ao "chão felupe".
__________

Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores da série:


5 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20417: Dossiê Cap Cav Luís Rei Vilar (Cascais, 1941- Susana, 1970) - Parte II: declarações do ex-alf mil op esp, da CCAV 2538, Eurico Borlido

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20410: Dossiê Cap Cav Luís Rei Vilar (Cascais, 1941- Susana, 1970) - Parte I: Certificado de óbito, do HM 241 (Bissau), e parecer do Serviço de Justiça e Disciplina / CTIG, mais a participação do óbito por parte da CCAV 2538 (Susana, 1969/70)







As três primeiras páginas do processo do cap cav Luís Rei Vilar (1941-1970). Cortesia de Morais da Silva, cor art ref.


1. Mensagem,  com data de 1 de dezembro de 2019, 19h31, enviada pelo cor art ref Morais da Silva, membro da nossa Tabanca Grande [, tendo sido, no CTIG, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972]:

Assunto - Envio de documentos 

Viva.

Junto cópia do Processo de Averiguações elaborado quando da morte do Capitão Villar. Acrescento a Participação, Certidão de Óbito e Despacho. 

Da leitura dos documentos resulta não surgirem dúvidas sobre as circunstâncias da morte.

Abraço, Morais Silva

Cor artilheiro-infante cmdt comp em Gadamael

P.S. Estes documentos não têm classificação de segurança

2.  Comentário do editor, LG:

Obrigado, Morais da Silva. Já dei conhecimento, em primeira mão, à família, na pessoa do Miguel e do Duarte, irmãos mais novos do nosso camarada Luís Rei Vilar, ex-comandante da CCAV 2538 (Susana, 1969/71), morto em combate em 18/2/1970. No entanto, essa documentação já era do seu conhecimento.

Para esclarecimento das circunstâncias da morte deste oficial de cavalaria,no TO da Guiné, vamos publicar, sob a forma de dossiê, os documentos que nos enviou:  "Processo de Averiguações elaborado quando da morte do Capitão Villar", incluindo "Participação, Certidão de Óbito e Despacho" (10 páginas em formato digital).

A certidão de óbito, passado pelo HM 241, Bissau, com data de 21 de fevereiro de 1970, diz o seguinte, em síntese:

(i) a morte ocorreu às 19h00 do dia 18 de fevereiro de 1970;

(ii) a causa da morte foi "traumatismo torácico / tamponamento cardíaco";

(iii) entrou já  cadáver no hospital;

(iv) o médico que verificou o óbito foi o alf mil médico João Manuel Mota Horta e Vale;

(v) o corpo foi autopsiado, e encerrado em caixão de chumbo para seguir depois para a metrópole.

No despacho, de 5 de junho de 1970,  do comandante militar, constante do processo por ferimentos em combate, organizado pelo Serviço de Justiça e Disciplina do CTIG,  esta morte é considerada em combate: "este militar foi  mortalmente ferido num combate com o IN na zona de Susana durante a Operação Selva Viva" ( e não Operação Cassum, como temos visto escrito em postes anteriores).

Na participação do óbito, são arroladas duas testemunhas, os fur mil op esp, José Vigia Batalha Polaco (, natural da Nazaré,) e José Manuel Teixeira (,natural de Fafe). No essencial, é referido que,  às 14h30 d0 dia 18 de fevereiro de 1970, na sequência de uma operação na zona de acção ode Susana, de dois dias,   "quando se aguardava a evacuação de um ferido (guia nativo), as NT foram atacadas  por um grupo inimigo.  Do ataque resultou a morte do capitão de cavalaria nº  31672562, Luis Filipe Rei Villar, atingido por um projéctil inimigo que lhe perfurou o tronco na região  da zona torácica esquerda e da omoplata direita".  É omitido nome da operação.

O ferido foi evacuado para Susana de helicóptero e, às, 18h30, para o HM 241 (Bissau), quatro horas depois, "já cadáver".

Neste processo não consta cópia do relatório da autópsia, se é que existe,  Já que o cor art ref Morais da Silva teve, entretanto, a gentileza de me enviar esta documentação, vamos continuar a publicá-la, para conhecimento dos nossos leitores, e nomeadamente dos camaradas que conheceram o Luís Rei Vilar. O nosso intuito é apenas o de partilhar informação e conhecimento sobre os acontecimentos ocorridos no TO da Guiné, durante a guerra colonial, não querendo de modo algum alimentar polémicas sobre um assunto, para mais  tão delicado,  como é, sempre, a morte violenta de alguém das nossas relações, familiar, amigo ou camarada. Neste caso, do bravo comandante da CCAV 2538, morto em combate  aos 29 anos (*), e que eu não conheci pessoalmente, mas era do meu tempo,  e era irmão de um amigo meu, o Duarte Vilar (**).

(Continua)
______________

terça-feira, 20 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17492: Convívios (813): Irmãos, camaradas e amigos do saudoso cap cav Luís Rei Vilar (1941-1970) (cmdt, CCAV 2538, 1969/71) honram a sua memória e divulgam o projeto Kassumai (de apoio à escola de Suzana) em jantar-convívio no próximo dia 25, em Cascais. Aceitam-se inscrições até ao fim do dia de hoje


Guiné > Região do Cacheu > Susana > CCAV 2358 (1969/71) > Natal de1969 > Último Natal e provavelmente a última ou uma das últimas fotos do Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538 / BCAV 2876, unidade de quadrícula de Susana (1969/71), que morreu, em combate, em circunstâncias que nunca foram cabalmente esclarecidas pelo Exército, na sequência de uma operação contra o PAIGC, a Op Cassum, na fronteira com o Senegal, no dia 18 de Fevereiro de 1970. Nesse dia ainda foi evacuado, de Susana para Bissau, para o HM 241, de heli (pilotado pelo nosso camarada Jorge Félix). O malogrado oficial foi substituído pelo Cap Cav Rogério da Silva Guilherme.

Outras subunidades do BCAV 2876: CCAV 2539 (S. Domingos) e CCAV 2540 (Ingoré). 

Foto cedido por Rogério Pedro Martins, que estava em Susana nesta altura. O Miguel Vilar falou também com o ex-fur mil Enf Jesus, que vive em Mértola, e que estava a dois metros do seu capitão, quando este foi atingido. O Afonso conseguiu o número de telemóvel do Jesus, o que permitiu ao Miguel contactá-lo.

Fotos: © Rosário Pedro Martins / Miguel Vilar / Duarte Vilar (2010). Direitos reservados. [Editadas por L.G.]



1. Mensagem de Duarte Rei Vilar, com data de 4 do corrente, enviada para a caixa de correio do nosso editor Luís Graça na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA e Lisboa. Por lapso, só hoje teve conhecimento do email:

Caro Luís

Eu e os meus irmãos iremos realizar um jantar /encontro (*) no dia 25 de Junho. Vamos contar à família e amigos a nossa viagem e, sobretudo, captar novos apoios para o Projeto Kassumai, um projeto de apoio às crianças de Susana e à escola que o meu irmão [, cap cav Luís Gilipe Rei Vilar, cmdt da comandante da CCAV 2538 / BCAV 2876, unidade de quadrícula de Susana (1969/71) ] (**), construiu, na altura em que lá esteve.

Gostávamos muito que estivesses presente e podes também divulgar no blogue e na Tabanca Grande.

Junto envio-te o convite. Espero que possas vir.

Um grande abraço
Duarte Rei Vilar
_____________


(**) Filhos da Escola do Exército e da Academia Militar, mortos pela Pátria:

Campanha do Ultramar 1961 - 1974

Cap. Inf. Abílio Eurico Castelo da Silva

Ten. Inf. Jofre Ferreira dos Prazeres

Alf. Pqd. Manuel Jorge Mota da Costa

Ten. Cav. Jorge Manuel Cabeleira Filipe

Ten. Pil. Av. António Seabra Dias

Ten. Inf. Casimiro Augusto Teixeira

Ten. Pil. Av. Carlos António Alves

Ten Pqd. Luís Ramos Labescat da Silva

Alf. Inf. Helder Luciano de Jesus Roldão

Cap. Inf. Óscar Fernando Monteiro Lopes

Cap. Cav. António Lopo Machado do Carmo

Cap. Inf. Isidoro de Azevedo Gomes Coelho

Cap. Inf. António Afonso da Silva Vigário

Cap. Inf. Cirilo de Bismarck Freitas Soares

Cap.Inf. Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meireles

Ten. Inf. Manuel Bernardino da Silva Carvalho Araújo

Cap. Pqd. Luís António Sampaio Tinoco de Faria

Alf. Inf. José Manuel Ribeiro Baptista

Cap. Inf. José Jerónimo da Silva Cravidão

Ten. Pil. Av. Manuel Malaquias de Oliveira

Alf. Inf. Augusto Manuel Casimiro Gamboa

Alf. Cav. Estevão Ferreira de Carvalho

Cap. Inf. Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes

Alf. Art. Henrique Ferreira de Almeida

Cap. Inf. Adelino Oliveira Nunes Duarte

Cap. Cav. Luís Filipe Rei Vilar

Maj. C.E.M. Raúl Ernesto Mesquita da Costa Passos Ramos

Maj. Inf. Alberto Fernando de Magalhães Sousa Osório

Maj. Art. Joaquim Pereira da Silva

Cap. Cav. Jaime Anselmo Alvim Faria Afonso

Cap. Inf. Fernando Assunção Silva

Cap. Art. Pedro Rodrigo Branco de Morais Santos

Ten. pil. Av. Cláudio Santos Pereira Ascenção

Ten. Pil. Av. Rui Fernando Movilla de Matos André

Ten. Cor. Pil. Av. José Fernando de Almeida Brito

Maj. Pil. Av. Fernando José dos Santos Castelo

Maj. Pqd. Manuel António Casmarrinho Lopes Morais

Cap. Pil. Av. António Caetano Abrantes

Cap. Pil. Av. Custódio Janeiro Santana

Cap. Pil.Av. António Figueiredo Rodrigues

Cap. inf. António Alberto Rita Bexiga

Cap. Pil. Av. Herminio da Silva Baptista

Maj. Inf. Jaime Frederico Mariz Alves Martins

Cap. Pil. Av. Hugo de Assunção Ventura

Ten. Cor. Art. Nuno Álvares Pereira

Ten. Pil. Av. Emilio José Alves Lourenço

Cap. Pqd. João Manuel da Costa Cordeiro

Cap. Pil. Av. Fernando Fernandes

Alf. Cav. Luís António Andrade Âmbar

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15675: Álbum fotográfico de Armando Costa, ex-fur mil mec auto, CCAV 3366 / BCAÇ 3846 (Susana, 1971/73): Parte IV: Kassumai: vistas do quartel de Susana (maio de 1971 / fevereiro de 1973)



Foto nº 1 > O Armando Costa, à civil


Foto nº 2 > Monumento às subunidades que passaram por Susana:  CCAÇ 1684 (de 1967 a abril de 1969); CCAÇ 1791 (de abril a agosto de 1969); CCAV 2538 (de agosto de 1969 a maio de 1971); e CCAV 3366 (de maio de 1971 a fevereiro de 1973)


Foto nº 3 > Aspeto parcial do quartel (1)


Foto nº 4 > Aspeto parcial do quartel (2)


Foto nº 5 > Aspeto parcial do quartel (3
)


Foto nº 6 > Aspeto parcial do quartel (4): monumento com a inscrição "Kassumai" (em saudação em felupe: "a paz seja contigo, sejas bem vindo, tudo de bom para ti!")


Guiné > Região do Cacheu > Susana >   CCAV 3366 (Susana, 1971/73) > Vistas do quartel >

Fotos: © Armando Costa (2016). Todos os direitos reservados.


1. Quarte parte da publicação de fotos do álbum do Armando Costa, ex-fur mil mec auto, CCAV 3366 / BCAV 3846, Susana, 1971/73) (*) [, foto atual à direita]:

A CCAV 3366, depois de ter chegado a Bissau em 9 de março de 1971, fez no Cumeré a IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional), e em maio seguiu para o seu destino, Susana, no coração do chão felupe.

A companhia regressou à metrópole em 8/3/1973. As fotos acima deverão ter sido tiradas  entre  maio de 1971 e fevereiro de 1973.

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Nota do editor:

Vd. postes anteriores da série


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6592: In Memoriam (44): A última foto do Cap Cav Luis Rei Vilar e o agradecimento da família ao blogue (Duarte Vilar)






Guiné > Região do Cacheu > Susana > CCAV 2358 (1969/71) > Natald e 1969 > Último Natal e provavelmente a última ou uma das últimas fotos do Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538 / BCAV 2876, unidade de quadrícula de Susana (1969/71), que morreu, em combate, em circunstâncias que nunca foram esclarecidas, com detalhe,  pelo Exército, na sequência de uma operação contra o PAIGC, na fronteira com o Senegal, no dia 18 de Fevereiro de 1970. Nesse dia ainda foi evacuado,  de Susana para Bissau, para o HM 241, de heli (pilotado pelo nosso camarada Jorge Félix). O malogrado oficial foi substituído pelo Cap Cav Rogério da Silva Guilherme. Outras subunidades do  BCAV 2876: CCAV 2539 (S. Domingos) e CCAV 2540 (Ingoré). Foto cedido por Rosério Pedro Martins, que estava em Susana nesta altura. O Miguel Vilar também com o ex-Fur Mil Enf Jesus, que vive em Mértola, e que estava a dois metros do seu capitão, quando este foi atingido. O Afonso conseguiu o número de telemóvel do Jesus, o que permitiu ao Miguel contactá-lo.

Fotos: ©  Rosário Pedro Martins / Miguel Vilar / Duarte Vilar (2010). Direitos reservados. [Editadas por L.G.]


1. Mensagem, de ontem, do meu amigo Duarte Vilar (*),  com conhecimento aos seus irmãos Miguel e Manuel Vilar:

Caro Luís

Envio-te provavelmente a última foto do meu irmão, que foi obtida com a tua ajuda. O meu irmão é o que está entre o negro e o branco, de boca aberta e bem disposto, na ceia de Natal da companhia em 1969, em Susana. A foto foi dada pelo camarada que tu deste o contacto, ao meu irmão Miguel, que foi falar com ele. Foi um bom presente para todos nós.

Não sei se algum dos meus irmãos já te terá contactado, se assim foi, entende este agradecimento com um acto pessoal. Se não, entende este agradecimento em nome dos meus irmãos e da minha família. Agradeço-te profundamente o teres-te interessado pela nossa história e teres contribuído para afastares algumas nuvens negras que sobre ela pairavam.

Conta connosco para o que precisares.

Embora não tenhamos lá estado, sentimo-nos também vossos camaradas da Guiné.

Um grande abraço
Duarte Vilar

 2. Comentário de L.G.:





Lista dos oficiais da CCAC 2538 (Suzana, 1969/71)... Esta lista foi obtida pelo nosso camarada Afonso Sousa que conseguiu localizar o ex-Alf Mil Borlido.

Em 22 de Setembro de 2009, o Afonso mandou-me o seguinte mail de que dei conhecimento aos irmãos do nosso camarada Luís Rei Vilar: "Caro Luis:  Não me foi possivel ainda uma conversa com um ex-alferes da CCAV 2538, que estava ao lado do capitão Vilar, no momento em que foi atingido. Localizei-o em Alenquer, onde é vereador. Dado o momento eleitoral, em que ele está concentrado, tenho estado a fazer um compasso de espera para ver se me concede uns breves minutos para abordar e tentar clarificar alguns pontos. Ele próprio já me enviou um mail e disponibilizou-se a ter comigo uma conversa mais detalhada. Posso entretanto adiantar que a versão "ajuste de contas" está, segundo ele, completamente fora de questão, e ainda bem. No seguimento do ataque IN, o capitão foi atingido por uma arma disparada de uma árvore. Agradeço a v/ paciência para mais um pouco de espera. Tudo farei para entabular esse contacto o mais rápido possível. (...)

Não sei se o Afonso chegou a apurar mais dados sobre as circunstâncias em que morreu, em combate, o Cap Cav Luís Rei Vilar.  De qualquer modo, a família Vilar continuou, por sua conta e  risco, a averiguar a verdade dos factos. Eu próprio fiz questão de agradecer ao Afonso as suas diligências:
 
"Afonso: Obrigado. É uma notícia de GRANDE CONFORTO para os nossos amigos Manuel, Duarte e Miguel !!!... Obrigado pelo teu patriotismo e pela tua dedicação à memória dos nossos camaradas que morreram no campo da honra (...) E o nosso Cor Ayala Botto, será que terá mais alguns dados novos sobre este caso ? O nosso blogue pode contribuir, com rigor e serenidade, para esclarecer finalmente esta história que está mal contada... Faço questão de dar conhecimento do teor deste mail aos nossos amigos Miguel e Duarte... Eles encarregam-se de fazer chegar a notícia aos filhos do Luís (um dos quais continua convencido que o pai foi miseravelmente baleado por um dos seus soldados, e que 'sabe o seu nome'...)" (...)

Agradecimentos são devidos também a outros camaradas que colaboraram connosco: O Cor Cav Ref Ayalla Boto (que foi ajudante de campo de Spínola), e o João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM das CCAV 2539 e 2540. E, naturalmente, ao Jesus, a quem,  embora não o conhecendo, convidamos pessoalmente, para integrar o nosso blogue, se for esse o seu desejo. Infelizmente não temos, na Tabanca Grande, nenhum antigo militar da CCAV 2538.

Duarte: O mais importante, para nós, camaradas do teu malogrado irmão, é saber que tu, os teus irmãos, os teus sobrinhos e o resto da família se sentem hoje mais confortados e reconfortados pelo apuramento da verdade. Vamos respeitar o vosso luto. Fico sensibilizado pelas tuas amáveis palavras que me dirigistes a mim e aos meus camaradas. Continua a dispor do nosso blogue que tem, justamente por missão (nobre), praticar a solidariedade  entre antigos camaradas e partilhar o conhecimento sobre a realidade da guerra colonial na Guiné, com particular destaque para os aspectos mais propriamente sócio-antropológicos do seu/nosso quotidiano de guerra. Um Alfa Bravo (ABraço) para ti, para os teus manos e para os teus sobrinhos, filhos do Luís.
.
__________________

Notas de L.G.:

(*) Duarte Vilar: irmão do Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538 (Susana, 1969/71), morto em combate em 18/2/170. O Duarte tinha 15 anos. O Miguel, 13. O Manuel é mais velho, trabalha em Franã como cientista. O  meu colega de curso de sociologia, Duarte,  é hoje presidente da direcção executiva da APF - Associação Para o Planeamento da Família. O Duarte também foi colega do Jorge Cabral como docente no extinto Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa.


(**) Vd. postes de:

22 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4991: FAP (34): A heli-evacuação do malogrado Cap Cav Luís Rei Vilar em 18/2/1970 (Jorge Félix)

(...)  Junto uma foto da minha caderneta de voo do dia 18 de Fevereiro de 1970 onde consta uma evacuação á Zops de Susana. Foi há 39 anos ....


Se achares conveniente envia ao Miguel Vilar a imagem que te enviei. Estou sem jeito para contar seja o que for. (...)


16 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4962: In Memoriam (31): Cap Cav Luís Rei Vilar, meu irmão e meu herói (Miguel Vilar)
 
(...) Meu querido irmão:


Passaram 39 anos e a ferida ainda sangra.

(...) Eras o meu herói e lembro nesse dia 18/02/1970,. às 13h00, chegava das escola para almoçar, como todos os dias, vinha eu e o Duarte. Entro em casa, subo ao meu quarto no 1º andar e estava o pai no cimo da escada que me olhou de frente, agarrou-se a mim a chorar (o meu pai nunca chorou!!) e abraça-me e em pranto diz:
- Miguel, levaram o Luisinho.....eles levaram o Luisinho! (...)

(...) C. Comentário de L.G.:


Querido Miguel: Tinha acabado, umas horas antes, de falar ao telefone com o teu irmão Duarte, meu amigo e colega do ISCTE onde ambos cursámos sociologia na segunda metade da década de 1970, quando me ligaste para casa... Sabia da tragédia que se abateu sobre a tua família, com a morte do teu irmão mais velho, meu camarada, do meu tempo de Guiné... Desconhecia, no entanto, a outra tragédia de que foste o protagonista, há treze anos atrás (bem como o processo kafkiano que se seguiu com a justiça)... Soube do infausto acontecimento, através da imprensa, na época, mas nunca imaginei que a vítima foste tu, irmão do Duarte, do Manuel e do Luís...

Deu para perceber, no entanto, enquanto falávamos ao telefone, que és um homem corajoso, determinado, inconformado, decidido, disposto a saber a verdade, toda a verdade, sobre as circunstâncias da morte do teu mano, que era o teu ídolo e o teu herói... Tinhas então 13 anos (e o Duarte 15), quando chegou a brutal notícia da sua morte, que destroçou a vossa família . (...)

 
Vd. ainda os postes de:
 
30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?


30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1903: Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto numa emboscada (Afonso M.F. Sousa)

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1906: Notícias sobre o Cap Cav Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto em 1970 (Benjamim Durães / Ayala Botto)

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1908: Cap Cav Luís Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto no campo da honra, em incursão no Senegal (Afonso M.F. Sousa)

10 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1939: Susana, região de Cacheu: fantasmas do passado (Pepito)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4991: FAP (34): A heli-evacuação do malogrado Cap Cav Luís Rei Vilar em 18/2/1970 (Jorge Félix)


Reprodução da caderneta de voo do ex-Alf Mil Pil Heli Al III, Jorge Félix, do mês de Fevereiro de 1970: no dia 18, fez um transporte de evacução (TEVS) da zona operacional (ZOPS) de Susana, para Bissau (BS) ... TEVS -BS - ZOPS - SUSANA - BS, com 4 aterragens...


1. Mensagem de Jorge Félix, com data de 17 de Setembro:


Caro Luís, como vai a nossa malta ?

Tenho andado um pouco afastado, assuntos relacionados com o meu Pai, Senhor com 90 anos...

Passei os olhos por o nosso Blog e li o P4962 (*). Não estou com jeito para narrativas.

Junto uma foto da minha caderneta de voo do dia 18 de Fevereiro de 1970 onde consta uma evacuação á Zops de Susana. Foi há 39 anos ....

Se achares conveniente envia ao Miguel Vilar a imagem que te enviei. Estou sem jeito para contar seja o que for.

Um abraço Jorge Félix

_____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 16 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4962: In Memoriam (31): Cap Cav Luís Rei Vilar, meu irmão e meu herói (Miguel Vilar)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4962: In Memoriam (31): Cap Cav Luís Rei Vilar, meu irmão e meu herói (Miguel Vilar)

1. Mensagem de ontem, enviada por Miguel Vilar, nome conhecido do automobilismo português desde 1974, piloto de ralis que chegaria até à Fórmula Um, nos anos 80 (com sucesso, até ao dia do grave acidente, na A5, que o deixaria às portas da morte) (*), irmão mais novo do malogrado Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538 / BCAV 2876, unidade de quadrícula de Susana (1969/71), que morreu, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas, numa operação contra o PAIGC, já em território do Senegal, no dia 18 de Fevereiro de 1970 (**).


Caro Luís Graça: A nossa conversa resulta nisto. Se quiseres publicar no teu blogue, estarás à vontade, assim como gostaria de conhecer o dossier Luis Filipe Rei Vilar.


Meu querido irmão:

Passaram 39 anos e a ferida ainda sangra.

O teu presente, depois de um fim de semana equestre atribulado na EPC (Escola Prática de Cavalaria), depois de à tua frente me teres visto cair do teu cavalo, o Atómico, do Sanches Osório, teu colega, e no fim de semana a seguir ter caído dum outro cavalo em Cascais, tinha 10 anos, e ter partido os dois braços e uma perna e ter ficado quase 1 ano na cama depois de 13 operações, lembro de me visitares na Clínica de São Lucas e vinhas comunicar que esperavas o teu 1º filho. O Tiago. Vieste-me dar a honra de ser o padrinho dele.

Filho esse que de ti não tem memórias porque cedo partiste. E depois veio o João Luís que também não guarda memórias de ti.

Eras o meu herói e lembro nesse dia 18/02/1970,. às 13h00, chegava das escola para almoçar, como todos os dias, vinha eu e o Duarte. Entro em casa, subo ao meu quarto no 1º andar e estava o pai no cimo da escada que me olhou de frente, agarrou-se a mim a chorar (o meu pai nunca chorou!!) e abraça-me e em pranto diz:
- Miguel, levaram o Luisinho.....eles levaram o Luisinho!

Vivo esse momento agora e choro. Convivi pouco contigo porque estavas sempre no quartel mas o que guardo de ti são as melhores das memórias. Homem honrado e digno e justo.

Vivi anos a achar que eles se tinham enganado e que não eras tu. Eles tinham-se enganado de certeza!!!

Devo-te uma homenagem. Quero pisar o chão onde te mataram. A guerra era justa ou não. Não me interessa, na altura era o teu trabalho e deste a vida pelo teu patrão: a pátria. E recordo a placa gravada pelos teus colegas de armas que acompanhava o teu caixão naquele dia 18.03.1970 quanto te enterrámos. E dizia: "Homenagem dos colegas em missão de soberania na Guiné: E AQUELES QUE POR OBRAS VALOROSAS SE VÃO DA LEI DA MORTE LIBERTANDO".

Luís, foste, és e serás o meu herói.

Vou pagar a factura que me deixaste, que será molhar a terra onde te mataram com as lágrimas que correm agora pelo rosto.

Miguel

2. Comentário de L.G.:

Querido Miguel: Tinha acabado, umas horas antes, de falar ao telefone com o teu irmão Duarte, meu amigo e colega do ISCTE onde ambos cursámos sociologia na segunda metade da década de 1970, quando me ligaste para casa... Sabia da tragédia que se abateu sobre a tua família, com a morte do teu irmão mais velho, meu camarada, do meu tempo de Guiné... Desconhecia, no entanto, a outra tragédia de que foste o protagonista, há treze anos atrás (bem como o processo kafkiano que se seguiu com a justiça)... Soube do infausto acontecimento, através da imprensa, na época, mas nunca imaginei que a vítima foste tu, irmão do Duarte, do Manuel e do Luís...

Deu para perceber, no entanto, enquanto falávamos ao telefone, que és um homem corajoso, determinado, inconformado, decidido, disposto a saber a verdade, toda a verdade, sobre as circunstâncias da morte do teu mano, que era o teu ídolo e o teu herói... Tinhas então 13 anos (e o Duarte 15), quando chegou a brutal notícia da sua morte, que destroçou a vossa família...

Li, com emoção, a tua pequena mas sentida homenagem ao teu irmão e nosso camarada Luís, e sei da tua vontade (bem como dos teus outros irmãos mais velhos, o Duarte e o Manuel) em ir até à Guiné-Bissau, à região do Cacheu, a Suzana, molhar, com as tuas lágrimas, aquela terra vermelha que ele pisou e conhecer aquele povo, os felupe, de que ele era amigo, tendo ainda tempo, apesar da actividade operacional da sua companhia, de construir uma escola para a população local...

Ofereci-te o nosso blogue para escreveres o que te ia na alma (ainda hoje, ao fim destes quase 40 anos de dor e de saudade) e inclusive para retomares a pesquisa da família sobre as circunstâncias da sua morte... Tu e a tua família não descartam a hipótese de o Luís ter sido morto por uma bala de G3, ou seja, por uma bala dos nossos... Acidente, com bala de ricochete ? Outras hipóteses, mais sinistras ?

Também o Duarte me escreveu, em 14 do corrente, o seguinte, da maneira lúcida e desassombrada que eu sempre lhe conheci:

(...) "Eu sei que há várias versões da morte do meu irmão e, mesmo que elas sejam melindrosas, gostava de as saber. Pouco depois da sua morte, e ao longo destes anos, correu a versão que o meu irmão tinha sido atingido por fogo nosso e não dos guerrilheiros. Também sabia da versão de a emboscada ter ocorrido no Senegal ou numa zona libertada (o Cassum)" (...).

O teu irmão Manuel, que vive em França onde é cientista, já deve ter falado ao telefone ao ex-Fur Mil Enf Jesus, da CCAV 2538, e que vive (ou vivia em Junho de 2007) em Mértola, contacto que lhe foi fornecido pelo nosso camarada Afonso Sousa, de Ovar. O Jesus estava a 2 metros do seu comandante e é, seguramente, uma das testemunhas-chave deste processo... A sua versão é a da emboscada do PAIG, ainda em território do Senegal...

Verifico agora que dossiê de que te falei, está praticamente publicado no nosso blogue. Há pistas que ainda estão por explorar, como por exemplo o relatório da autópsia que ninguém sabe onde pára... O relatório oficial da morte do Cap Luís Rei Vilar é o único documento que foi facultado à tua família (seria assinado pelo então tenente-coronel Ricardo Durão, segundo me dizes..), mas onde se fala em bala de ricochete (tese do acidente ?).

Pessoalmente não acredito na tese (monstruosa) de um eventual tiro, de um miserável justiceiro qualquer, nas costas do capitão... ainda para mais em território do Senegal, longe de casa, ou seja, Suzana, sede da CCAV 2538... Não tenho notícia de nenhum caso eventualmente parecido, debaixo de fogo, em combate, no TO da Guiné... Sei de dois casos de assassínio de oficiais (um alferes e um capitão), não a quente, debaixo de fogo do inimigo, mas sim a frio, no interior do aquartelamento: o caso mais conhecido é do Cap da CART 1613, na noite de Natal de 166, com pouco mais de um mês de Guiné, em São João (frente a Bolama), foi morto, por tiros de G3, por um dos seus soldados que estava sob o efeito do álcool, e que esteve quase a ser linchado pelos seus camaradas (***).

Caso concretizes, tu e os teus irmãos, a planeada romagem de saudade a Susana, nos próximos tempos, será para nós um privilégio e uma honra fazer a devida cobertura do acontecimento e mobilizar possíveis apoios na Guiné-Bissau.

Recebe as melhores saudações de solidariedade, apreço e respeito pela minha parte, bem como por parte dos restantes editores e demais membros do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. excertos de imprensa sobre o caso do Miguel Vilar que teve na época algum destaque na imprensa, por más e boas razões:

Diário de Notícias

Uma pedra na estrada e a falência do sistema
por P. S.

21 Novembro 2004


Aos 40 anos, uma pedra de cinco quilos atravessou-se na vida de Miguel Vilar através do pára-brisas do carro. A pedra resvalou do rodado de um camião à frente da sua viatura e atingiu Miguel em cheio na cabeça. Ninguém sabe o que fazia um paralelepípedo cinzento no meio da auto-estrada. Sabe-se que Miguel se despistou, já sem sentidos, e que passou um mês em coma, a lutar pela vida na cama de um hospital. Luta, que para o neurologista António Damásio, é o exemplo extremo da força de vontade. A força de querer fazer sempre bem tê-lo-á salvo. Miguel é um sobrevivente.

Apesar da brutalidade da pancada, que lhe provocou afundamento do cérebro com perda de massa encefálica, Miguel não morreu, porque quis viver.

Piloto de automóveis, empresário bem sucedido, casado, com filhos, habituado a arrancar títulos na competição de quatro rodas, Miguel travou então a corrida pela recuperação da qualidade de vida. Perdeu as empresas, meses depois ficou divorciado, passou a ter problemas financeiros e viu-se obrigado, de um momento para o outro, a refazer tudo. «Ninguém me perguntou nestes anos se precisava de uma aspirina», afirma.

A Brisa, empresa concessionária da A5, foi absolvida em tribunal. O Fundo de Garantia Automóvel foi condenado a pagar uma indemnização. Mas recorreu. E voltou a perder. E agora voltou a recorrer...

Miguel Vilar espera, consumindo-se no desespero. Assume a revolta e incompreensão contra o sistema. «Sempre paguei tudo o que tinha para pagar. Até paguei para circular naquela estrada em condições de segurança. Para que servem então os seguros?»



Sobre a história da extraordinária recuperação do Miguel Vilar, com o apoio da sua família e de muitos amigos, incluindo o Prof António Damásio, bem como do seu regresso às corridas, oito anos depois da tragédia, para passar a sua mensagem de vida ("Nunca percam a esperança"), vd. notícias:

Miguel Vilar volta às corridas para agradecer o apoio (DCA News, 17/7/2005)
Miguel voltou às corridas (DCA News, 26/7/2005)


Oito anos depois do grave acidente rodoviário

(...) Miguel Vilar foi um caso raro de recuperação, mesmo um Case Study da Universidade de Iowa e do cientista português radicado nos Estados Unidos da América, Prof. António Damásio. O ex-piloto lutou com todas as suas forças, e teve o apoio dos amigos, mas sente que tem o dever de passar a mensagem da sua filosofia ao longo desta longa caminhada pela vida, aos muitos casos que estão no desespero e que não são apoiados: 'Nunca percam a esperança'.

Para Miguel Vilar 'o importante é que as pessoas não desistam, que acreditem que é possível melhorar. É esta mensagem que gostaria que me ajudassem a passar. '

No próximo fim-de-semana no Autódromo do Estoril, Miguel Vilar vai regressar às corridas de automóveis, ao seu 'habitat natural' com um único objectivo: 'de agradecer às pessoas que mais me ajudaram e que acreditaram que era possível conseguir evoluir e lutar pela vida, sem baixar nunca os braços. Não desistam, vale a pena lutar.' (...)

(**) Vd, postes de

30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?

30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1903: Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto numa emboscada (Afonso M.F. Sousa)

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1906: Notícias sobre o Cap Cav Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto em 1970 (Benjamim Durães / Ayala Botto)

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1908: Cap Cav Luís Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto no campo da honra, em incursão no Senegal (Afonso M.F. Sousa)

10 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1939: Susana, região de Cacheu: fantasmas do passado (Pepito)

(***) Vd. I Série, poste de 23 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DLXXVI: O meu capitão, o capitão Corvacho da CART 1613 (1966/68) (Zé Neto)

terça-feira, 10 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1939: Susana, região de Cacheu: fantasmas do passado (Pepito)

Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > 8 de Julho de 2007 > Antigo aquartelamento das NT > Marco e pau da bandeira (?).

Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > 8 de Julho de 2007 > Antigo aquartelamento das NT > Antigo celeiro ou armazém.

Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > 8 de Julho de 2007 > Antigo aquartelamento das NT > Antiga central eléctrica

Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > 8 de Julho de 2007 > Antigo aquartelamento das NT > Caserna em ruínas.

Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > 8 de Julho de 2007 > Antigo aquartelamento das NT > Outro aspecto da mesma caserna.


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Susana > 8 de Julho de 2007 > Antigo aquartelamento das NT > Outra casernba em ruínas

Fotos e legendas: © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) (2007)


1. Imagens de Susana que o nosso querido amigo Pepito nos mandou, de propósito. Não são as imagens que gostaríamos de ver porque nos deixam tristes: são os fantasmas de um aquartelamento das NT, são os nossos próprios fantasmas que por ali andam; ali parece que a vida parou, que a história parou... Mas são também a imagem da incúria e do abandtono, são também o espelho de uma Guiné-Bissau, independente há trinta e tantos anos, que ainda não soube preservar e valorizar algum do pouco património colonial que lá ficou, podendo alimentar com isso uma fileira de turismo com algum impacto económico e social... sobretudo para as populações do interior que teimam em não fugir para a capital...

Esperemos, ao menos, que elas sirvam de algum consolo para os irmãos do malogrado Cap Cav Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, que aqui esteve, entre 1969/70 (1). Segundo nos confidenciou o irmão Manuel, ele conta visitar a Guiné-Bissau em 2008 e com os os outros irmãos "fazer uma romagem a Susana". Obrigado, Pepito, pela tua sensibilidade e amizade.


Luís: De facto, como tu dizes, pouco se fala de Suzana. Apenas recentemente foi levantada a questão da morte do Capitão de Cavalaria Luis Filipe Rei Vilar (1).

Porque estou a chegar de lá hoje [8 de Junho], envio-te umas fotos do que resta do antigo quartel, para matar saudades aos que por lá passaram

abraços
pepito

__________

Nota dos editores:

(1) Vd. posts de:


30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?


30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1903: Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto numa emboscada (Afonso M.F. Sousa)


1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1908: Capitão de Cavalaria Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto no campo da honra, em incursão no Senegal (Afonso M.F. Sousa)

domingo, 1 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1908: Cap Cav Luís Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto no campo da honra, em incursão no Senegal (Afonso M.F. Sousa)

1. Mensagem do Afonso M. F. Sousa, em complemento de outra anterior sobre o caso do Cap Cav Luís Rei Vilar (1):

Caro amigo Luís:

Falei com o ex-furriel enfermeiro da CCAV 2538, o Jesus, que me deu a informação que o Manuel Rei Vilar procura (2). Tratou-se, efectivamente de uma emboscada que ocorreu no interior do Senegal, a cerca de 8 Km para lá da linha de fronteira.

Este capitão (de carreira) era muito aguerrido e, frequentemente, integrava operações de rotina. Esta era mais uma. Mas por azar seu, ter-se-á enganado nas coordenadas e penetraram até cerca de 10 Km no Senegal. Numa zona de clareira, já em retorno, foram surpreendidos pelos guerrilheiros do PAIGC.

A cerca de 2 metros do furriel Jesus, o capitão Luis Vilar tombou mortalmente (provavelmente um tiro no coração, conforme refere). Um nativo ficou sem uma perna, após accionar uma mina antipessoal. Foram ambos recolhidos e evacuados de helicóptero para Bissau, onde o africano viria também a falecer.

Um abraço
Afonso M. F. Sousa


2. Comentário de L.G.:

Agradeço esta preciosa informação prestada pelo Jesus, ex-Fur Mil Enf da CCAV 2538, ao nosso camarada Afonso Sousa (sempre tão diligente, generoso e solidário). Afonso, será possível obter o contacto (endereço postal, mail ou telefone) do Jesus, que assistiu à morte do seu comandante ? Possivelmente o irmão do nosso camarada, o Manuel Rei Vilar - que reside em França, sendo, ao que julgo saber, investigador do CNRS - gostará de contactar, pessoalmente, o Jesus. Aproveito para informar que há, em Cascais, uma rua com o nome do Capitão Rei Vilar. Será o mesmo oficial ?
_________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1903: Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto numa emboscada (Afonso M.F. Sousa)

(2) Vd. post de 30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?

Guiné 63/74 - P1906: Notícias sobre o Cap Cav Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto em 1970 (Benjamim Durães / Ayala Botto)

Notícias sobre o Capitão de Cavalaria, Rei Vilar, morto em Fevereiro de 1970, e a sua unidade, a CCAV 2538, sediada em Susana )1969/71)(1)


1. Mensagem do Benjamim Durães:

Dos meus apontamentos verifiquei que o Capitão Rei Vilar fazia parte da CCAV 2538 do BCAV 2876 que esteve na Guiné de Julho/69 a Maio/71.

A CCAV 2538 foi render a CCAÇ 1791, e foi rendida em Abril/71 pela CCAV 3366.

Do BCAV 2876, além da Companhia do Cap Rei Vilar, faziam também parte as CCAV 2538 e 2540.

O Capitão Rei Vilar faleceu a 18 de Fevereiro de 1970.

Esta é a minha ajuda que posso dar.

Durães

Ex- Fur Mil, Bambadinca, CCS BART 2917 (1970/72)


2. Mensagem do Ayala Botto:

Caro Luís Graça:

Não tem sido fácil saber qualquer coisa mais sobre a morte do Cap Vilar após mais de 30 anos.

Através de um camarada do curso dele, confirmei que a sua morte foi na sequência de uma emboscada, mas parece que foi um tiro isolado quando tudo parecia já estar resolvido.

Soube que os outros 2 capitães do Batalhão eram o hoje General Durão Correia e o Cor Jaime Vieira, ambos também de Cavalaria. Não consegui ainda o contacto deles mas vou tentar, até por que me dou muito bem com ambos. Assim que souber algo mais, aviso.

Um abraço
Ayala Botto

Cap CCAÇ 6
Ajudante de campo de Spínola
Hoje Cor Cav, na reforma (2)

__________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?

(2) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

sábado, 30 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1903: Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto numa emboscada (Afonso M.F. Sousa)


1. Mensagem do nosso camarada Afonso M. F. Sousa, enviada já hoje, de madrugada:

Caro Luis,

Das pesquisas que fiz, averiguei que o Cap Cav Luis Filipe Rei Vilar (1), foi o comandante da CCAV 2538, uma das 4 companhias que integrava o BCAV 2876, do RC3 de Estremoz.

O Batalhão embarcou para a Guiné em 19 de Julho de 1969 e desembarcou em Lisboa a 11 de Junho de 1971.

Localizei um 1º cabo da CCAV 2540, do mesmo Batalhão (residente na Vila das Aves) e estive a falar com ele. Sabe pouco sobre a ocorrência que vitimou o Capitão Luis Vilar. Teve conhecimento que resultou de uma emboscada (a primeira e a única que sofreu a CCAV 2538), na área de Susana (Cacheu).

Era esta a disposição das Companhias 

Deste contacto, consegui também o telefone do furriel enfermeiro (Jesus) da CCAV 2538. Pelo adiantado da hora, não me foi possível contactá-lo. Fá-lo-ei amanhã. .

Entretanto, e como eventual acréscimo de pesquisa, remeto-vos para o Post P1261, do nosso blog, que transcrevo, em parte :

9 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1261: Convívio do pessoal do BCAV 2876, em 25 de Novembro: lá estarei com o Nelson (Manuela Gonçalves)

(...) "Notícias da nossa amiga Nela [Manuela Gonçalves], nossa tertuliana e editora do Blogue Caminhos por onde andei :

"Boa noite, Luís... Apesar de uma ausência mais ou menos longa, tenho ido ao blogue com alguma frequência embora sem tecer comentários alguns. Bem, como tenho verificado que a zona de S. Domingos e Ingoré está muito ausente, aproveito para dizer que dia 25 de Novembro de 2006 vai haver um almoço de antigos elementos do BCAV 2876 - CCS e CCAV 2538, 2539 e 2540. Vou estar lá com o Nelson e procurarei saber se alguém conhece o Blogue.Tive imensa pena de não ter ido ao convívio na Ameira, mas cá em casa, a bloguista sou eu... Pode ser que no próximo almoço, lá possamos estar. Saudações amigas. Nela"´(...).

Só uma nota mais: em Fevereiro [de 1970] morre este capitão e 3 meses depois, a poucos quilómetros de distância, acontece aquela tragédia dos 3 majores e do alferes [, no chão manjaco] (2). E mais uns quilómetros a SE, em Outubro do mesmo ano, foi a fatídica emboscada de Infandre (Mansoa) (*), que vitimou quase um pelotão e, entre eles, o meu conterrâneo José Mamede (3).


Por agora é só.

Um abraço para todos.
Afonso M. F. Sousa
ex-Fur Mil Trms,
CART 2412
1968/70
___________

Nota de A. M.F. S.:

(*) de que estou a elaborar algumas referências circunstanciadas, também com o objectivo de pormenorizar ou responder à tríade ONDE, COMO e PORQUÊ.

__________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?

(2) Vd. posts de:

18 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1445: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F.Sousa) (2): O papel da CCAÇ 2586 (Júlio Rocha)

19 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1446: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M. F. Sousa) (3): O depoimento do 1º sargento da CCAÇ 2586, João Godinho

27 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1465: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (4): Os majores foram temerários e corajosos (João Tunes)

6 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1500: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (5): Homenagem ao Ten-Cor J. Pereira da Silva (Galegos, Penafiel)

8 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1503: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (6): Fotografia dos três majores (Sousa de Castro)

12 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1519: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (7): Extractos da entrevista de Ramalho Eanes ao 'Expresso'

25 de Fevereiro de 2007 >Guiné 63/74 - P1549: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (8): O contexto político-militar (Leopoldo Amado) - Parte I

6 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1566: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (9): O contexto político-militar (Leopoldo Amado) - Parte II

17 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1603: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (10): O contexto político-militar (Leopoldo Amado) - Parte III (Fim)

(3) Vd. posts de:

3 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1641: A morte do 1º Cabo José da Cruz Mamede, do Pel Caç Nat 58 (1): Onde e em que circunstâncias ? (Afonso M. F. Sousa)

3 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1642: A morte do 1º Cabo José da Cruz Mamede, Pel Caç Nat 58 (2) : Em Infandre, a 13 km de Mansoa (Afonso M. F. Sousa)

3 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1643: A morte do 1º cabo José da Cruz Mamede, do Pel Cacç Nat 58 (3): 10 mortos em emboscada com luta corpo a corpo (César Dias)