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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23985: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XVIII: (i) o galo que traiu Pansau Na Isna em Catunco Nalu; (ii) a primeira operação helitransportada no CTIG, em Jabadá, setor de Tite


Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 1966 > Equipa de um grupo de comandos momentos antes de serem largados de helicóptero.


Guiné > Brá > c. 1965/66 > Comandos do CTIG > Aquartelamento 


Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 1966 > O soldado Augusto de Sá, que pertenceu ao Gr Cmds  “Os Centuriões”. 

Fotos (e legendas): © Virgínio Briote (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação das memórias do Amadu Djaló (1940-2015) (*). Recorde-se aqui o seu passado militar:

(i) começou a recruta,  como voluntário, em 4 de janeiro de 1962, no Centro de Instrução Militar (CIM) de Bolama;

(ii) esteve depois no CICA/BAC, em Bissau, onde tirou a especialidade de soldado condutor auto-rodas;

(iii) passou por Bedanda, 4ª CCaç (futura CCAÇ 6), e depois Farim, 1ª CCAÇ (futura CCAÇ 3), como sold cond auto;

(iv) regressou entretanto à CCS/QG, e alistou-se no Gr Cmds "Os Fantasmas", comandado pelo alf mil 'cmd' Maurício Saraiva, de outubro de 1964 a maio de 1965;

(v) em junho de 1965,  fez a escola de cabos em Bissau, foi promovido a 1º cabo condutor, em 2 de janeiro de 1966;  

(vi) voltou aos Comandos do CTIG, integrando-se desta vez no Gr Cmds "Os Centuriões", do alf mil 'cmd' Luís Rainha e do 1º cabo Júlio Costa Abreu (que vive atualmente em Amsterdão);

(vii) descreve-se a seguir as duas primeiras operações que fez, integrado no Gr Cmds "Os Centuriões".


Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XVIII



(i) O Gr Cmds "Os Centuriões" em Catunco  
Nalu, com o galo a servir de guia 
(pp. 133/136)


Chegados a Brá, fomos directamente à arrecadação, levantar o material e o equipamento necessário. 

Dois dias depois, surgiu uma missão [1] para cumprir, no sul. Apanhámos outra vez o barco para Cacine. O objectivo era Catunco Nalu o local da última acção dos “Fantasmas”, a tal operação “Ciao”, onde tivemos um morto e nove feridos, em maio [2] de 1965. E agora, em fevereiro [3] de 1966, íamos voltar ao mesmo local para a operação com o código “Cleópatra”.

Chegámos à tarde a Cacine, repousámos até cerca das 20h30. Esta era a primeira operação em que, eu, o Tomás Camará e o Mamadu Bari, íamos participar com os “Centuriões”.

O grupo já tinha feito algumas [4] operações e, como alguns companheiros já tinham terminado a comissão e regressado às respectivas unidades, precisavam de pessoal experiente e foi por isso que fomos requisitados pelo alferes Rainha.

Saímos de Cacine depois do jantar em direcção a Cameconde, para executar o golpe de mão. Fomos andando até que, por volta da uma da madrugada, atingimos Catunco, que estava abandonada. A meio da tabanca, deixámos a picada que a atravessava e que ia para Camissorã e metemos à direita, onde em maio do ano passado nos tínhamos confrontado com o PAIGC.

A partir daqui o guia, tal como da outra vez, começou a recusar-se. Deitou-se no chão e, como da outra vez, perdemos muito tempo neste local. Fomos aguentando, com muita paciência, a resistência do guia. Eram para aí 03h00, ouvimos um galo a cantar. Prestámos muita atenção, porque era sinal de que vivia gente por perto. O galo continuou a cantar, não havia a menor dúvida que um acampamento estava por ali.

O alferes mandou o guia para a retaguarda e o galo passou para a frente, passámos a ser conduzidos pelo cantar dele. De cinco em cinco ou de dez em dez minutos, o galo cantava e, assim, fomo-nos aproximando. Atingimos um monte de baga-baga e a seguir vimos um cruzamento.

O cantar do galo vinha do caminho do lado direito do cruzamento. Metemos por ele e, sem sabermos, estávamos a pouco mais de 20 metros das barracas dos combatentes do PAIGC.

O alferes veio ter comigo e estivemos a estudar o que devíamos fazer. Vimos as barracas e nem deu tempo para reunir o grupo todo. O sentinela que estava perto do baga-baga, a dormir o sono da madrugada, deve ter acordado com algum barulho, mexeu-se e o Tomás Camará disparou uma rajada curta. Quebrado o silêncio, assaltámos as barracas. Ninguém teve tempo de se defender, deixaram tudo a fugir.

Nós pegámos no que pudemos. Carregados com tanta quantidade de material [5], 
não ficámos à espera, nova corrida em direcção ao cruzamento da picada que vai para Cacine, onde tínhamos deixado um grupo [6] para nos recolher e ajudar no que fosse preciso. Atingimos o cruzamento, sem problemas, ao encontro da tropa. Depois, a coluna pôs-se em movimento para Cacine.

Descansámos o dia seguinte e à noite fomos até à tabanca de Cacine, divertir-nos 
um pouco com as raparigas. Tínhamos levado um pequeno gira-discos, que o Augusto de Sá [7] levava e eu e o Tomás Camará pusemo-lo a tocar música.

No outro dia [8], apanhámos outra vez o barco para Bissau.

Tinha corrido tudo bem. O silêncio e o cuidado que tivemos na progressão fez com que o sentinela, que não estava a mais de dois metros do baga-baga, não tivesse dado por nada.


(ii) "Centuriões" e "Diabólicos", na estreia dos helis em Jabadá, setor de Tite (pp. 136/138)



Estávamos no aeroporto desde o meio-dia, à espera que acabasse a reunião dos nossos oficiais com os pilotos. Nesse espaço de tempo houve uma cena entre dois companheiros dos “Diabólicos”[Gr Cmds comandado pelo alf mil Virgínio Briote]  , o Silva e o Adulai Djaló, um europeu e um africano. O Silva disse ao Djaló:

 Djaló, tu vais morrer nesta operação!

 Filho da mãe, tu é que vais morrer! – respondeu o Adulai.

Estávamos todos a rir, com grande gozo e alarido, quando chegaram os oficiais.

Era nesse dia, 6 de março, que se ia realizar pela primeira vez na Guiné uma heliportagem de assalto e o local escolhido foi Jabadá Beafada [9]. Dois grupos, os “Centuriões” e os “Diabólicos”, quinze homens de cada, em seis helicópteros. Ia também o comandante da companhia de Comandos, o capitão Garcia Leandro.

Embarcámos por volta das 13h00, sobrevoámos Bissau, cortámos para a esquerda e começámos a subir o Geba. Poucos minutos depois, curvámos para a mata a ver os T-6 bombardeá-la.

De um momento para o outro ficámos cara a cara com os T-6, eles a tomarem altura e nós a baixarmos para o assalto. Saímos a disparar para a tabanca, as primeiras imagens que vi foi uma máquina de costura e o corpo de um homem balanta.

No meio dos tiros e dos rebentamentos, ouvimos pelo rádio os “Diabólicos” pedirem uma evacuação. O tiroteio foi intenso, mas não demorou muito tempo. Estava muita gente, guerrilheiros e população, todos misturados, houve muitas baixas. Eu estava preocupado com a informação que tínhamos ouvido no rádio, o pedido de uma evacuação de um “M”, ou seja de um morto. Se o Silva disse que tinha sonhado que o Djaló ia morrer no assalto…

Estava ansioso que os grupos se encontrassem para sabermos quem morreu. Quando acabaram os disparos e começámos a retirar em direcção a uma clareira, avistámos ao longe o grupo “Diabólicos” a caminhar na nossa direcção. Não, Djaló não tinha morrido, vinha ali ao fundo.

Quando os dois grupos se uniram, perguntei ao Djaló quem tinha morrido e ele disse: 

– Foi o Silva!  [10] (**)

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Negritos / Parênteses retos com notas /Subtítulos: LG]



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > Gr Cmds "Os Diabólicos" >  Soldado 'comando' António Alves Maria da Silva, o segundo a contar da direita. O alf mil 'cmd' Virgínio Briote,  à esquerda.

(...) "Uns dias antes, os olhos do Silva molharam-se quando o furriel Azevedo lhe disse que não ia mais para o mato, que a comissão já estava terminada e que não queriam mais nenhuma edição do furriel Morais dos Fantasmas, morto no sul, em maio do ano passado, duas semanas depois de ter terminado a comissão. O alferes transigiu, a história repetiu-se." (...) (vd. poste P15044 ***)

______________

Notas do autor ou do editor literário (VB);

[1] Nota do editor: operação “Cleópatra”.

[2] Nota do editor: 7 maio 1965.

[3] Nota do editor: 22 fevereiro 1966.

[4] Nota do editor: sete.

[5] Entre o material apreendido, para além de documentação importante, trouxemos o barrete chinês, uma agenda com apontamentos e uma bonita pistola do Pansau Na Isna, comandante do PAIGC.

[6] Nota do editor: Grupo de Combate da CCaç 799

[7] Augusto de Sá, já depois da Independência da Guiné-Bissau, contraiu tuberculose. Veio tratar-se para Lisboa e, ainda doente e contra o conselho dos médicos, regressou à Guiné onde acabou por morrer.

[8] Nota do editor: 26 de fevereiro de 1966.

[9] Op Hermínia. A informação que nos deram era que havia dois núcleos de moranças, uma a norte com população e outra, cerca de 300 metros a sul, com pessoal armado. Por volta das 13h20, as três equipas dos “Diabólicos” foram largadas no núcleo norte e as nossas no núcleo sul. Havia pessoal do PAIGC armado nos dois lados. Do núcleo norte, enquanto retirava, o PAIGC disparou armas automáticas, atingindo mortalmente o António Silva. Vimos vários mortos no local e aprisionámos oito pessoas. No regresso a Jabadá, junto à orla da mata, avistámos mais casas. Os T-6 atacaram com rockets, nós entrámos depois. Enquanto retirávamos o PAIGC fez várias vezes fogo de morteiro, mas sem pontaria. Entrámos no aquartelamento de Jabadá por volta das 16 horas e os helis transportaram-nos de regresso a Bissau. (***)

[10] O soldado 'cmd' António Alves Maria da Silva, oriundo da CCaç 674, era natural de Erada, Covilhã; ficou sepultado na campa 247, no Talhão Militar do Cemitério de Bissau.
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 12 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23974: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XVII: De volta ao QG, fiz a escola de cabos em Bolama, tirei vinte valores e mandaram-me de novo para os comandos do CTIG, desta vez para o grupo "Os Centuriões"

(**) Vd. poste de 9 de maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2820: Aqueles que nem no caixão regressaram (1): O Sold António Alves Maria da Silva, campa nº 247, Bissau (Virgínio Briote)

(***) Vd. postes de:

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18272: Memória dos lugares (373): Cacine, 1967 (Manuel Cibrão Guimarães, ex-fur mil, CCAÇ 1620, Bissau, Cameconde, Cacine, Sangonhá, Cacoca, Cachil e Bolama, 1966/68)


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>  O fur mil Manuel Cibrão Guimarães, frente à "capela militar de N: sra. de Fátima", construída ao tempo da CART 496, em 13/5/1964 e provavelmente completada pela CCAÇ 799, um anjo depois (10/6/1965)... O Cibrão Guimarães está vestida com uma "sabadora" (peça principal do traje masculino dos muçulmanos) e um gorro, fula, na cabeça... A peça do vestuário tem a particularidade de ser feita com sacos de farinha de panificação (, "ofício" a que sempre esteve ligado: o pai era industrial de panificação; e ele daria continuidade ao negócio até se reformar; natural de Avintes, Vila Nova de Gaia, mora em Rio Tinto, Gondomar; é pai de duas filhas, a esposa, licenciada em farmácia e professsora do ensino secundário, também está reformada).


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>  Da esquerda para a direita, o Cibrão Guimarães, um furriel do BENG 447 e o vagomestre da CCAÇ 1620, o António Santos,


 Foto nº 3 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>   Em primeiro plano,  um furriel da "psico" (de óculos), e no lado direito,  de barbas, sem óculos, mais outro furriel, seguido do sargento Moreira (de costas), o Manuel Cibrão Guimarães (em terceiro lugar) e,por fim, o furriel Valente... Do lado esquerdo da mesa, estão outros sargentos e furriéis, incluindo o António Santos, vagomestre, de barbas.



 Foto nº 3 A > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>    Mesa de furriéis milicianos e sargentos QP... O Manuel Cibrão Guimarães, de bigode,  é o segundo a contar do fim, do lado direito da foto...


 Foto nº 4 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967> Cerimónia religiosa, com homens grandes e população. Ao centro, em primeiro plano, o "mauro", de turbante e vestes pretas.



 Foto nº 4A>  Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967> Cerimónia religiosa, com homens grandes e população. O Manuel Cibrão Guimarães está por detrás do "mauro", de camuflado, e bigode.

Fotos (e legendas): © Manuel Cibrão Guimarães (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Manuel Cibrão Guimarães:
natural de Avintes, V. N. Gaia,
 vive em Rio Tinto, Gondomar
1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do
 álbum do nosso grã-tabanqueiro nº 766, Manuel Cibrão Guimarães, ex-fur mil, da CCAÇ 1620 (Bissau, Cameconde, Cacine, Sangonhá, Cacoca, Cachil e Bolama, 1966/68). (*)


Antes de ir para o Cachil (em março de 1968), a CCAÇ 1620 tinha assumido, em 5 de janeiro de 1967, a responsabilidade do subsetor de Cameconde, rendendo, por troca, a CCAÇ 799 (Cacine e Cameconde, 1965/67), e passando a integrar o dispositivo  e manobra do BCAÇ 1861 e depois do BART 1896.

É nessa altura que a CCAÇ 1620 tem um pelotão destacado em Cacine. E o Manuel Cibrão Guimarães estevelá, como as fotos documentam...

Em 1 de agosto de 1967, por rotação com a CART 1692,  a CCAÇ 1620,assumiu a responsabilidade do subsector de Sangonhá, com um pelotão destacado em Cacoca, mantendo-se no mesmo sector do BART 1896.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13186: Convívios (600): Encontro do pessoal da CCAÇ 799 / BCAÇ 1861 (Cacine e Cameconde 1965-67), a levar a efeito no próximo dia 14 de Junho de 2014 na Sertã

Do nosso camarada Arménio Vitória recebemos o pedido de publicação do próximo Encontro do pessoal da CCAÇ 799 / BCAÇ 1861, a levar a efeito no próximo dia 14 de Junho na Sertã.


Guião da CCAÇ 799/BCAÇ 1861 (Cacine e Cameconde - 1965-1967)


Com o pedido de publicação: 

“Como vem sendo habitual é já no próximo dia 14 de junho que na Sertã (Restaurante Ponte Velha) se realizará o encontro do pessoal (sempre acompanhado das famílias) que pertenceu à C Caç 799 que cumpriu a sua comissão na Guiné Bissau, em Cacine/Cameconde, em 1965/67. 

Momento de reencontro mas também de “desencontro” com os que já partiram mas serão sempre recordados. 

Arménio Vitória
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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13180: Convívios (599): Rescaldo do XIX Encontro do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71), realizado em Ançã - Cantanhede no passado dia 17 de Maio de 2014 (César Dias)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3330: O Nosso Livro de Visitas (37): Arménio Vitória, CCAÇ 799/BCAÇ 1861, Cacine, 1965/67


Mensagem, com data de 14 de Outubro, do nosso camarada Arménio Vitória (*) para o tertuliano Júlio César, com conhecimento ao nosso Blogue:

Caro amigo:

Estive na Guiné, em Cacine, no período 1965/67, integrado na CCAÇ 799, que pertencia ao Batalhão que refere: 1861.

No entanto:

1 - Não fui com a Companhia; só me integrei nela indo em rendição individual (acho que era assim que se dizia) para substituir um militar que pisou uma mina e..., não participando portanto no processo de formação da Companhia;

2 - Entretanto e recentemente, por alguma pesquisa que fiz, soube que a Companhia 799 era independente, formada no RI 15, e foi já na Guiné que foi mandada para Cacine, integrando-se então no Batalhão 1861;

3 - Não havia portanto grande ligação entre a CCAÇ 799 e o BCAÇ 1861, embora obviamente dele dependesse;

4 - Aliás nem grande nem pequena; a única coisa de relevante de que me recordo do BCAÇ 1861 é do seu Comandante (Ten Cor ?) e do desejo imediato que todos tínhamos de sair em patrulha para o mato quando, em duas ou três vezes, visitou Cacine. Preferíamos arriscar... do que aturá-lo. Tinha um conceito muito especial da disciplina e qualquer porradita, como se lembra, lixava a vinda de férias. Chamavam-lhe D. Dinis, julgo. Preocupava-se mais com as couves do que com o resto;

5 - Portanto nunca tive qualquer ligação com pessoal desse Batalhão, a não ser claro com o da minha Companhia, não o podendo ajudar;

6 - Para terminar: organizo regularmente o encontro do pessoal da minha Companhia, que aconteceu no sábado passado, e é com essa experiência que o incentivo fortemente a empenhar-se no seu objectivo que, como se diz militarmente, é muito remunerador.

Em termos de ajuda aconselho um contacto com o Jornal ELO [jornal.elo@adfa-portugal.com]; por vezes fazem também a ponte nestas situações.

Por mim fico à sua inteira disposição. Já agora e como incentivo anexo uma foto do pessoal da minha Companhia que se reuniu no sábado passado.

Abraço
Arménio Vitória

2. Mensagem enviada no dia 16 de Outubro de 2008 a Arménio Vitória

Caro Arménio:

Após este segundo contacto, não podemos deixar de te pedir para te juntares a nós.

Já deves ter percebido quais os nossos objectivos e os nossos princípios. Se quiseres pertencer ao nosso Blogue, também conhecido por Tabanca Grande, manda uma foto do teu tempo de tropa e outra actual, para a nossa fotogaleria, e para acompanhar os teus trabalhos a publicar na nossa página.

Estamos receptivos às tuas histórias e às tuas fotografias.

Por uma questão de registo, diz-nos qual foi o teu posto militar e a tua especialidade. Por falar em postos, aqui não se fazem distinções entre antigos postos militares, posições sociais actuais e até idade. Pisámos o mesmo chão, passámos as mesmas dificuldades e isso é suficiente para nos tornarmo-nos verdadeiros camaradas e tratarmo-nos por tu.

Se estiveres de acordo, a porta está aberta à tua espera.

Recebe um abraço dos camaradas da Tabanca Grande.
Carlos Vinhal
Co-editor

Nota de L.G.:

Arménio, sê bem vindo a esta Tabanca Grande. Já trocámos mails sobre Cacine. Em tua honra e dos teus/nossos camaradas da CCAÇ 799, hei-de publicar mais umas fotos de Cacine que tirei em Março de 2008, quando lá estive. Hoje o rio e as suas margens têm outra beleza que era difícil de descortinar no teu tempo.

Certamente por lapso, mandaste-nos não a foto do pessoal da tua companhia, mas sim a do galhardete. Ficamos a saber que vocês eram Firmes e Constantes, era rapaziada fixa, com a excepção da ovelha ranhosa que há em todos os rebanhos, e que tu acima referiste...

Cá no nosso blogue evitamos fazer juízos de valor sobre o comportamento (nomeadamente operacional) dos nossos camaradas, e inclusive sobre a liderança dos nossos antigos superiores hierárquicos... Mas, eu estou de acordo contigo: esta regra não nos deve inibir de chamar os bois pelos cornos... E depois Deus manda ser bom, mas não ser parvo, manda perdoar mas não pode mandar esquecer...

Na volta do correio, mandas então a foto do grupo... LG
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3020: Notícias da CCAÇ 799 (Cacine, Cameconde, 1965/67) (Arménio Vitória)

sábado, 6 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3177: Convívios (80): Ex-militares da CCAÇ 799/BCAÇ 1861 na Quinta do Paúl em Ortigosa, no dia 11 de Outubro de 2008

Velhinho guião da CCAÇ 799/BCAÇ 1861, (Firmes e Constantes) certamente carregado de história.


1. Mensagem do dia 5 de Setembro de 2008, de Arménio Vitória, provavelmente um camarada, que nos pede para divulgar o Encontro da CCAÇ 799/BCAÇ 1861.

Caros amigos
Solicito-vos a divulgação da realização do encontro dos militares e famílias da Companhia de Caçadores 799 (Guiné, Cacine/Cameconde – 1965/1967), cujo guião anexo, no próximo dia 11 de Outubro na Quinta do Paúl, em Ortigosa / Leiria.

Com os meus cumprimentos
Arménio Vitória

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3020: Notícias da CCAÇ 799 (Cacine, Cameconde, 1965/67) (Arménio Vitória)



Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Viagem de Cananima a Cacine, através do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > O pescador, natural dos Bijagós, que nos levou, na sua canoa senegalesa, motorizada, na viagem de ida e volta. É um dos dirigentes da Associação Quitapesca de Cacine. Em Cacine não há qualquer estrutura hoteleira. Também não há viagens regulares no Rio Cacine, que é muito largo neste ponto.


Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1. Mensagem do nosso visitante Arménio Vitória, com data de 2 de Julho:

Assunto - Pedido de informação sobre viagem a Cacine

Caros amigos

Sou um dos muitos militares que cumpriu a sua comissão na Guiné, mais propriamente em Cacine.

Organizamos regularmente os nossos encontros e sempre vem à baila o desejo de alguns em se deslocarem a Cacine.

Por este facto já por várias vezes fiz algumas diligências tentando encontrar soluções e preços, não tendo até aqui sido muito feliz na procura. Apenas uma organização – o Hotel Rural de Uaque – me respondeu mas não fiquei muito convencido.

Verifiquei agora que acabam de fazer uma deslocação ao Sul da Guiné em que todos estes problemas logísticos – transportes, alojamento, alimentação – tiveram de ser resolvidos.

Daí este meu mail. Será que me podem indicar alguém que, tendo esta experiência, me possa ajudar a estudar a questão de uma eventual deslocação de um grupo que estimo ser de cerca de 20 pessoas a Cacine?

Desde já os meus agradecimentos e os meus cumprimentos
Arménio Vitória


2. De imediato foi lançado um SOS a alguns amigos e camaradas no nosso blogue com experiência de viagens à Guiné:

Amigos e caramaradas: Alguém quer (e pode) dar uma ajuda ao Arménio Vitória, que estve em Cacine ? Eu fui a Cacine, em Março de 2008, mas fui à boleia... Ou melhor: fui através da melhor agência de viagens e de organização de eventos que se chama AD - Acção para o Desenvolvimento... Claro que o meu exemplo (e de outros amigos e camaradas, convidados para participar no Simpósio Internacional de Guileje) não seerve, proque tive/tivemos tratamento VIP...

De Bissau a Cacine, serão mais de 300 km... Julgo que no tempo das chuvas é praticamente impossível lá chegar por terra... Não há outro transporte... Mesmo no tempo seco, há um série de problemas logísticos para lá se chegar... a começar pelo transporte, o alojamento, a alimentação... As estruturas de apoio ainda são muito incipientes. Mas os nossos amigos da AD - Acção para o Desenvolvimento, que estão a apoiar os projectos de eco-turismo no Cantanhez, podem dar umas dicas...

Este mail é também dirigida a alguns dos nossos camaradas com mais experiência de viagens à Guiné (por terra e por ar...). Um Alfa Bravo (abraço). Luís

PS - Arménio: já diz-me qual era a tua unidade, e em que altura estiveste lá... E ficas convidado para integrar a nossa Tabanca Grande, ou sejam, a malta que está registada no nosso blogue e colabora regularmenet com fotos, histórias, etc.


3. Mensagem a seguir, do Arménio:

Desde já agradecido pela informação e pela presteza no seu envio.

Estive em Cacine/Cameconde integrado na C Caç 799, comandada pelo então Cap Silva Viegas, de 1965 a 1967.

Terei muito gosto em participar nesta ideia que acho interessantíssima, embora a minha colaboração não tenha grande valor: sou um “esquecido militante” só tendo vagas memórias daquilo por que passei. Não é doença, felizmente, é feitio… ou defeito!

No entanto como estou a organizar o encontro da minha Companhia que se realizará daqui a uns meses, aproveitarei para pedir o contributo de quem tenha jeito e queira escrevinhar umas coisas e fornecer fotografias.

Desde já um grande agradecimento pelo blogue; é com grande gosto que o leio atentamente, já que através dele recordo e às vezes vivo momentos extraordinários que passei na Guiné. Companheirismo, amizade, entreajuda, foram sentimentos que nas situações extremas que ali vivemos adquiriram um significado que não é descritível e que é bom recordar de vez em quando. O vosso blogue proporciona isso.

Um abraço
Arménio Vitória