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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20216: Tabanca Grande (486): Manuel Viegas, algarvio de Faro, ex-fur mil, CCAÇ 1587 (Cachil, Empada, Bolama e Bissau, 1966/68)... Senta-se à sombra do nosso poilão, sob o nº 798. Padrinho: José António Viegas, régulo da Tabanca do Algarve.


Lisboa > T/T Uíge > 30 de junho de 1966 > CCAÇ 1587 > Partida para o TO da Guiné. O primeiro da esquerda é o fur mil Manuel Viegas, novo membro da Tabanca Grande. Ao fundo, vê-se a ponte sobre o rio Tejo, na véspera de sua inauguração (em 6 de agosto de 1966).

Foto (e legenda): ©: Manuel Viegas (2019). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné ]


1. Mensagem do nosso camarada José António Viegas, um dos régulos da Tabanca do Algarve,  membro da Tabanca Grande, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, tendo passado por vários "resorts" turisticos erm 1966/68  (Mansabá, Enxalé, Missirá, Porto Gole e, o mais exótico de todos, a Ilha das Galinhas, na altura,  colónia penal):

Data: segunda, 7/10/2019 à(s) 16:17
Assunto: Pedido de inscrição no blogue

Pede-me o meu Camarada,  ex-Furriel Manuel Rosa Viegas, para aderir ao blogue pelo qual junto alguns dados.

"Manuel Rosa Viegas, ex-Furriel da Companhia de Caçadores,  nº 1587, Empada , Catió e ilha do Como, entre 1966 e 1968-

"Junto envio uma foto actual  [, acima , à esquerda], e outra do dia do embarque no Uige em 30 de julho de 1966. "Sou o 1º da esquerda",diz ele. "De futuro contarei algumas histórias desta viagem á Guiné.  Cumprimentos. Manuel Viegas".


2. Comentário do editor Luís Graça:


Obrigado, Zé Viegas. E obrigado, Manuel Viegas, por quereres vir engrossar as fileiras da Tabanca Grande. 

Vejo pela página do Facebook que o nosso novo membro da Tabanca Grande, a quem reservei o nº 798, é algarvio de Faro, Andou na escola Escola Secundária Tomás Cabreira, e trabalhou na hotelaria, na Quinta do Lago.

Devidamente apadrinhado pelo Zé Viegas, o Manel fica muito bem sentado, à sombra do nosso poilão, para mais sendo o único representante, ao fim de mais de 15 anos de existência do nosso blogue, da CCAÇ 1587 (!!!)....

De facto, temos menos de meia dúzia de referências a esta subunidade, e até agora não havia quem a representasse. De acordo com os elementos disponíveis na nossa base de dados (*), sabemos o seguinte a respeito da CCAÇ 1587:

(i) teve como Unidade Mobilizadora o RI 2 (Abrantes);

(ii) o Comandante foi o cap mil inf Pedro Eurico Galvão dos Reis Borges;

(iii) embarcou em 30 de junho de 1966, no T/T Uíge, e regressou em 9 de maio de 1968;

(iv) Síntese da atividade operacional:

Em 6 de agosto de 1966, foi colocada em Cachil, a fim de efectuar uma Instrução de Adaptação Operacional com a CCAV 1484 e seguidamente efectuar a rotação com esta subunidade.

Em 8 de setambro de 1966, assumiu a responsabilidade do referido subsector de Cachil, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1860.

Em 20 de novembro de 1966, por troca com a CCAÇ 1423, iniciada a 21 de Novembro de 1966, assumiu a responsabilidade do subsector de Empada, com um pelotão destacado em Ualada, no sector do mesmo Batalhão e depois do BART 1914.

A partir de 29 de novembro de 1967, tomou parte na Operação Quebra Vento, com vista à construção do destacamento de Gubia, guarnecido por um dos seus pelotões, a partir de 24 de dezembro de 1967.

Em 24 de janeiro de 1968, foi rendida no subsector de Empada pela CCAÇ 1787, tendo seguido, temporariamente, para Bolama, a fim de efectuar a segurança e protecção da visita presidencial.

Em 13 de fevereiro de 1968 foi colocada em Bissau, na dependência do BCAÇ 2384, onde substituiu a CCAÇ 2313 na segurança e protecção das instalações e das populações.

De 8 a 15 de maio de 1968, após chegada parcelar da CCAV 1615, foi rendida sucessivamente por esses efectivos, recolhendo então a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

(v) Tem História da Unidade [Caixa nº. 70 – 2.ª Div/4.ª Sec. do Arquivo Histórico Militar, Santa Apolónia – Lisboa]

Este resumo também consta do Livro do Estado-Maior do Exército – Comissão para o Estudo das Campanhas de África 1961-1974, Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, 7.º Volume, Tomo II Guiné, pág. 358.

Camarada, Manel Viegas, ficamos à espera das tuas fotos e memórias. Muita saúde e longa vida, para poderes usufruir da nossa amizade e camaradagem, aqui na terra, que no céu (dos amigos e camaradas da Guiné) esse privilégio  já está garantido... (**).

______________

Notas do editor:


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13989: A minha máquina fotográfica (2): (i) a minha velhina Yashica Yashinon 1: 2.8 f= 4.5cm, comprada no T/T Uíge: e (ii) os calotes dos trabalhos fotográficos em Empada (Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68)




A velhinha Yashica Yashinon 1: 2.8 f= 4.5cm, do Manuel Serôdio


Fotos: © Manuel Serôdio (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem, de hoje, do Manuel Serôdio [. camarada que vive em Rennes, Bretanha, França: ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68]  [foto à direita]




Amigo e camarada, aqui vai umas fotos da minha velhinha YASHICA, que ainda hoje guardo como uma relíquia, comprada a um tripulante do Uíge em Outubro de 1967 durante a viagem de ida para a Guiné. Minha companheira de tantas patrulhas, emboscadas, operações, e de lazer, quase todas reveladas num "laboratório improvisado" pelo amigo Sargento Santos,  do quarto pelotão.

Fui o "ajudante" do Santos em tirar fotos seja a militares ou civis. Como a máquina do Santos era de qualidade superior à minha, quando eu saía para o mato, levava-a tal como um "jornalista de guerra". Ainda hoje guardo dezenas de fotos reveladas nesse "laboratório de mato". 

Por vezes acontecia que o trabalho do "fotógrafo" não era recompensado, como a provar esta história passada em Empada. Um africano, Beafada, milícia meu conhecido, pediu certo dia para eu fazer um álbum com uma série de fotos que eu faria durante uma batucada familiar. Com a aprovação do "mestre" Santos, o trabalho foi feito, as fotografias coladas num ábum comprado em Bissau, e entregue ao milícia, que se prontificou a pagar dias mais tarde, quando recebesse a "solde" [o pré], 

Os tempos passaram, o pagamento nunca foi feito, eu fiquei sem o dinheiro da película, o Santos sem o dinheiro das revelações, e o milícia ganhou um álbum de fotografias. 

Havia uma folha dividida em duas categorias, de um lado os CERTOS, e do outro os CALOTEIROS. Ai ai ai, a segunda lista era muito completa, mas enfim......tempos difíceis num país cheio de más intenções.

Um abraço amigo a todos os antigos combatentes.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13823: Consultório militar, de José Martins (6): Respondendo aos nossos leitores, filhos ou netos de camaradas nossos, Luciano dos Reis Diniz, Francisco Bexiga e Jorge Fernandes... Alô, malta da CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel) e da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)

A. Vamos ver o que temos aqui no "consultório militar" do nosso Zé Martins, que tenha ido a "despascho" e que esteja à espera de ser publicado...


1. Mensagem de um leitor nosso, Luciano dos Reis Diniz, com data de 25 do corrente:

Assunto - Batalhão 49, Companhia 3349

Boa noite,

O meu pai esteve na Guiné em 71 e gostaria de contactar os seus colegas, Tem alguma informação que me possa disponibilizar?
Obrigado.
Cumps


2. Resposta do nosso camarada José Martins [JM], no dia seguinte:

Boa tarde,  Luciano dos Reis Diniz

Acerca da questão que colocou ao administrador do blogue, passamos a informar:

A Companhia de Caçadores nº 3349, que em conjunto com as Companhias de Caçadores nºs 3350 e 3351, faziam parte do Batalhão de Caçadores nº 3841, foi constituida no Batalhão de Caçadores nº 10, em Chaves, tendo partido para a sua comissão de serviço, em ANGOLA, no dia 15 de Maio de 1971 e regressado em 29 de Maio de 1973. 

Foi comandada pelo Capitão Miliciano José Luciano Carvalho de Miranda e esteve estacionada em Cangamba e Lobito.

Portanto,. nos dados que nos informou, há uma incorrecção no número da Companhia ou no Teatro de Operações onde o seu pai prestou serviço.

Desta forma queira confirmar os elementos de que dispõe e, posteriormente, teremos todo o gosto em lhe comunicar o que nos for possivel obter.

José Marcelino Martins


3. Mensagem de Francisco Bexiga, com data de 6 do corrente

Boa tarde,

O meu nome é Francisco Bexiga, e sou filho do falecido Capitão António Alberto Rita Bexiga, em Cabinda, em 8 de Agosto de 1972.

O meu pai esteve na Guiné em 1968 e 69, e gostaria de saber se alguém que faça parte do Blogue, esteve com ele na Guiné.

Obrigado,
Francisco.


4. Resposta do José Martins: 
Manuel Serôdio, Rennes, França


O nosso camarada António Alberto Rita Bexiga foi Alferes na CCaç 1787 que esteve na Guiné entre Novembro de 1967 e Agosto 1969 [, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel].

Veio a falecer em Angola.em 8 de Agosto de 1972. Tem várias entrada em Ultramar TerraWeb, procurando pelo nome.

Camaradas do blogue desta companhia: Manuel Serôdio, que vive em Rennes, na Bretanha, França. [, Foto à direita].

José Martins

5. Mensagem de Jorge Fernandes, com data de 6 do corrente:

 Bom dia.

Sou neto de um senhor que serviu na Guiné de 73 a 74, pertencia à 2.ª Companhia do Batalhão [BCAÇ 4513],  de nome António de Jesus Blanco Fernandes, natural  de Monção.

Gostaria de obter, se possivel, contactos de companheiros do meu avô para poder reencontrar velhos amigos.
Qualquer informação adicional não hesite em contatar-me.
José Carlos Gabriel

Cumprimentos e agradecido desde já.
Jorge Fernandes

6. Informação do JM para os editores:

Da  2ª CCaç / BCaç  4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba - 1973/74) temos os camaradas António Murta, da Figueira da Foz, ex-alf mil (que está para entrar na Tabanca Grande) e o José Carlos Gabriel, ex-1º cabo cripto, que vive agora na Alemanha.[Foto à direita].

Vejam também a página Ultramar TerraWeb. Não verifiquei "um a um" os endereços que constam ao longo de 5 páginas.

Há noticias de encontros e procura de camaradas.


7. Um "anónimo" deixou, hoje,  um comentário no poste de 14 de  de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10033: Convívios (453): 2.º Encontro Nacional dos "Onças Negras de Bedanda" - CCAÇ 6, ocorrido no dia 9 de Junho na Mealhada (António Teixeira)


Boa tarde, fui condutor do Coronel Renato Vieira de Sousa em Lisboa, Campolide. Como posso ter o contacto com esse Sr.?

Chamo me Patricio (Coimbra)

fmpatricio@sapo.pt

Obg. Cumprimentos. Patricio


8. Resposta imediata do Hugo Moura Ferreira [, foto à esquerda], a pedido do Zé Martins;

Eu encarregar-me-ei desta tarefa, com todo o gosto!
Abraço a todos e em particular ao José M. Martins que me alertou para esta solicitação.


_____________

domingo, 3 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13458: Blogues da nossa blogosfera (67): Jovens da Aldeia de Molianos na Guerra da Guiné, no Blogue Molianos, viajando no tempo (António Eduardo Ferreira)

1. Transcrição de uma publicação do Blogue Molianos, viajando no tempo, do nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga e Bissau, 1972/74), dedicada aos seus conterrâneos que prestaram serviço no TO da Guiné:


JOVENS DA ALDEIA DE MOLIANOS NA GUERRA DA GUINÉ

Durante os últimos 13 anos de domínio colonial português, cerca de 40 jovens naturais da aldeia de Molianos foram mobilizados para a guerra que se desenrolava nas colónias portuguesas, Angola, Guiné e Moçambique. Três, com um pouco mais de “sorte” foram mobilizados para Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor.

Este trabalho  procura dar a conhecer, ainda que resumidamente, o que foi a passagem pela Guiné dos 14 jovens de então, que, naquela que poderia ter sido a melhor fase da sua vida, tiveram de deixar tudo e partir para um local onde a única certeza era a de ir para um cenário de guerra.
Todos caminhámos por aquelas picadas de terra vermelha, muitos rios, bolanhas, matas que nos tempos de hoje certamente são lindas de ver, mas naquele tempo, para quem tinha de as percorrer debaixo de um sol tórrido ou de chuvas torrenciais, correndo o risco de pisar uma mina, ser atravessado por uma bala, ou crivado de estilhaços, as coisas eram bem diferentes.

mira


gustavo

O José Gustavo da Silva assentou praça em julho de 1963, foi o primeiro  militar da nossa aldeia a ser mobilizado para a Guiné, foi com o posto de soldado e especialidade de armas pesadas.
Na foto podemos ver a sua companheira inseparável nos momentos de maior incerteza, a bazuca.
Embarcou no navio Quanza no dia 8 de janeiro de 1964.
Pertenceu à CCAÇ 618, que esteve em S. Domingos, Varela e Binar. Tiveram seis baixas na companhia, duas por acidente, afogamento no rio… e quatro em combate.
Regressou à metrópole no navio Uíge a 2 de fevereiro de 1966.

geirinhas

Manuel da Silva Ferreira, foi mobilizado com o posto de soldado e especialidade de corneteiro, pertenceu à CCAÇ 1426, que esteve em Geba, Camacudo, Banjara e Catacunda.
Embarcou com destino à Guiné em 18 de agosto de 1965 chegando seis dias depois a Bissau.
Na foto está junto a uns bidons, que depois de vazios de combustível, não raramente, eram cheios de terra e utilizados em abrigos para proteção de fogo inimigo.
No regresso à metrópole embarcou a 3 de maio de 1967.
Chegou no dia 9 a Lisboa.(*)


silva


José da Silva assentou praça a 25 de outubro de 1975.
Embarcou para a Guiné a 20 de abril de 1966, com o posto de soldado. Pertenceu à CCAÇ 1549, que esteve em Tite, Fulacunda e Quinhamel.
Na foto vêm-se alguns troncos que podem ser apenas árvores derrubadas, ou, a cobertura de  algum abrigo subterrâneo.
Embarcou de regresso à metrópole a 26 de dezembro de 1977.(*)



Peralta

Alberto Pedro Ferreira Peralta, 1.º cabo com a especialidade de atirador, embarcou para a Guiné no navio Uíge a 14 de julho de 1967.
Pertenceu à CCAV 1749, que esteve em Mansoa e Mansabá. Durante alguns meses desempenhou as funções de cabo de rancho.
O acontecimento que mais o marcou durante a comissão, foi quando sofreram uma emboscada em que as nossas tropas sofreram duas baixas. A companhia teve oito baixas todas em combate.
Regressou à metrópole no navio Niassa a 13 de junho de 1969.



Atalivio


Atalívio Alexandre Ferreira,  1.º cabo, foi mobilizado com a especialidade de cozinheiro, da nossa aldeia para aquela província foi o único, embarcou para a Guiné em Lisboa no dia 28 de Outubro de 1967 no navio Uíge. Chegou a Bissau a 2 de novembro.
Integrou a companhia 1787 que esteve em Empada.
No regresso à metrópole, embarcou a 23 de agosto de 1969.
Desembarcou em Lisboa a 28 do mesmo mês.



carreira
José Fernando Carreira Coelho assentou praça no mês de novembro de 1967, soldado com a especialidade de condutor auto, embarcou para a Guiné no navio Uíge no dia 11 de agosto de 1968.
Pertenceu à CART 2410, “Os Dráculas” que esteve em Bissau, Cacheu, Bachil, Gadamael Porto, Ganturé e Guileje. Tiveram três baixas na companhia, uma das muitas ocorrências que apesar do tempo que passou  não mais esqueceu, foi a mina que os picadores levantaram na picada à frente da viatura que conduzia.
Regressou à metrópole no navio Ana Mafalda a 18 de abril de 1970.
Viajem atribulada na maior parte do trajeto, só porque era o regresso a casa  a amenizou um pouco, mas ainda recorda o desconforto por que passaram.


escriturario

António Reis Pavoeiro assentou praça em julho de 1969.
Foi mobilizado em rendição individual para a Guiné com o posto de 1.º Cabo e especialidade de escriturário, viajou no navio Alfredo da Silva, um dos vários que fazia transporte de pessoal e mercadorias entre a metrópole e aquela província.
Passou toda a comissão em Bolama, local, em que durante o tempo que lá esteve foi flagelado apenas duas vezes, à distância, com foguetões, sem consequências.
Regressou à metrópole em avião no dia 3 de agosto de 1972.




faust
José Fernando Pimenta Faustino, assentou praça em agosto, soldado condutor auto embarcou para a Guiné em 12 de março de 1971 no navio Uíge. Foi em rendição individual.
Esteve seis meses em Teixeira Pinto, CAOP 1, o resto da comissão foi passado em Bissau. Veio uma vez de férias à metrópole.
Regressou por via aérea a 8 de fevereiro de 1973.
Ainda tem em seu poder os recibos do ordenado que recebia, 1.157 escudos, dos quais, 150 correspondiam ao chamado prémio de viatura.





Francisco Pereira Louro, embarcou para a província da Guiné em 12 de março de 1971, foi em rendição individual, esteve no Pelundo

Única informação disponível. (*)

Berna

José dos Reis Pavoeiro foi mobilizado para a Guiné com a especialidade de corneteiro, para onde embarcou a 16 de setembro de 1971.
Esteve em Teixeira Pinto.
Foi juntar-se ao irmão, António, que já lá se encontrava há cerca de 13 meses.
Durante o tempo que durou a guerra colonial nas várias frentes, da nossa aldeia foram os únicos irmãos a estarem ao mesmo tempo e na mesma província, um em Teixeira Pinto e o outro em Bolama, mas poucas vezes se encontraram.




António Ferreira da Silva Inácio, pertenceu à polícia militar, o único da nossa aldeia que passou todo o tempo de comissão em Bissau.

canalha

Foto tirada na esplanada do café Bento, local de encontro não só para quem prestava serviço na cidade, mas  também para  muitos que pelas mais variadas razões passavam por Bissau. Os três que estão trajados à civil não eram da nossa aldeia, com o posto de primeiro sargento enfermeiro prestavam serviço no hospital militar de Bissau. O que está com o copo na mão era nosso vizinho, de Alcobaça, primeiro Canha. Dos que estávamos com farda militar, o do centro era eu Jerónimo a primeira vez que vim de férias, o que está sinalizado com a seta era o Inácio, e o último da direita era o Faustino. Era cerca de meia noite quando a foto foi tirada, estávamos todos muito animados…


mamadu António Eduardo Jerónimo Ferreira assentou praça no dia 25 de janeiro de 1971.
1.º Cabo condutor auto viajou em avião rumo à Guiné na madrugada do dia 24 de janeiro de 1972, com escala em Cabo Verde. Chegou ao fim do dia ao destino.
Esteve cerca de um mês em Bissau antes de chegar à companhia, a CART 3493, depois de treze meses em Mansambo, breve passagem por Fá Mandinga, Cobumba Ver aqui  e Bissau.
Veio de férias à metrópole duas vezes.
A companhia teve três baixas, duas vítimas de explosão de uma mina que rebentou na arrecadação para onde tinha sido levada depois de detetada e levantada na picada (eu estava de serviço de condutor nesse dia …) e uma por acidente com uma viatura já em Bissau, vários feridos graves todos em consequência do rebentamento de engenhos explosivos.
A companhia durante a comissão teve cinco viaturas destruídas por minas anticarro, das quais quatro em Cobumba.
Regressou à metrópole por via aérea no dia 2 de abril de 1974.


cafalo José Bértolo Coelho assentou praça no mês de maio de 1973. 1.º Cabo, apontador de bazuca, viajou para a Guiné em avião no dia 23 de Setembro do mesmo ano.
Pertenceu à CCAÇ 4544/73, que esteve no Cumeré e Cafal Balanta.
Foram muitos os momentos difíceis por que passou, mas aquele que recorda como tendo sido o pior, aconteceu no dia 30 de novembro de 1973, o primeiro ataque ao arame que durou cerca de duas horas, ainda na companhia dos “velhinhos”.
A CCAÇ 4544/73 teve cerca de seis dezenas de feridos, alguns graves, todos em consequência do rebentamento de minas, desses, vários já depois da revolução de abril.
Regressou à metrópole de avião no dia 8 de setembro de 1974.



vila
Carlos Alberto Ferreira Pavoeiro, dos que passámos pela Guiné, foi o único da nossa aldeia que não prestou serviço no exército, assentou praça no quartel da marinha em Vila Franca de Xira, foi mobilizado para a Guiné com o posto de grumete eletricista, passou todo o tempo de comissão integrado na guarnição do NRP Sagitário, onde era conhecido por o Lisboa, nome da cidade para onde ainda criança foi viver com os pais.
Esteve na Guiné nos anos de 1968 a 1969.

Nota: (*) já falecidos.

Este trabalho foi elaborado, graças à colaboração prestada pelos ex-militares da nossa aldeia que passaram pela então província portuguesa da Guiné a quem agradeço.
Um obrigado muito especial aos familiares dos que já não estão connosco, pois só assim foi possível que informação referente a todo o grupo ficasse para memória futura.
Foram anos muito difíceis, não só para os que tivemos de ir para a guerra, mas também para familiares, vizinhos e amigos. Os anos iam passando e, mesmo aqueles que eram ainda crianças quando a guerra começou, quase todos lá foram parar.
Apesar das dificuldades por que passámos, tendo em conta os perigos que nos acompanhavam a cada momento, podemos dizer que tivemos alguma “sorte,” regressámos todos.
Mas, a pátria (naquele tempo) não estava preparada para receber aqueles que tinham sido forçados a ir para a guerra. Quando regressaram queriam trabalhar e estar juntos dos seus, mas metade dos que vieram, passado pouco tempo, tiveram que emigrar à procura de uma vida diferente, que lhe permitisse encarar o futuro para si e para os seus, com mais esperança.

António Eduardo Jerónimo Ferreira
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13035: Blogues da nossa blogosfera (66): Coisas da Vida - A Vida como ela é - A Bochecha de Boi (Jorge Teixeira - Portojo)

sábado, 9 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11220: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/69) (Parte IX): Subsetor de Empada: atividade operacional de Out 68 a jan 69

1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)... 

Material enviado em 26 de fevereiro último.

Recorde-se que a CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 foi mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 18/10/1967 e regressou a 21/8/1969. Passou sucessivamente por Bula, Bissau, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel. Comandante: Cap Inf Marcelo Heitor Moreira. O BCAÇ 1932 esteve sediado em Bissau, Farim e Bigene (Comandante: ten cor inf Narsélio Fernandes Matias)

 
Outubro de 1968
(Continuação)...


Patrulhamento a Tarna
Situação:

A área de Tarna Canchuma Manjaco é controlada pela nossas tropas e,   embora não haja ali culturas, as produções frutículas são colhidas  pela população de Empada, devidamente escoltada.

Missão:

Patrulhar a área de Tarna Canchumba Manjaco, aniquilando os grupos  inimigos que se revelassem. 

Forças executantes:
2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6 

Sem contato

Patrulhamento a Madina de Cima Beafada 

Situção:

A área de Madina e Beja, é por vezes frequentada por grupos inimigos,  que ali vão colher frutos, embora seja mais ou menos controlada pelas  nossas tropas, dada as frequentes operações que para aquela zona se  efetuam.

Missão:

Patrulhar a área referida, montando uma rede de emboscadas, por forma  a aniquilar os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n 6

Sem contato


Guiné > Região de Quínara > Empada > 1968 > Em primeiro plano, o furriel Serôdio, mais o Dayves [, presumivelmente da Companhia de Milícia nº 6]

Foto: © Manuel Serôdio (2013). Todos os direitos reservados.


Novembro de 1968

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista  de aterragem.
Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.
Montar segurança aos trabalhadores da bolanha.
Patrulhamentos conjugados com emboscadas (8)

Patrulhamento a Cantora 

Situação:
A área de Cantora é frequentada por grupos inimigos, que patrulham a  área vindos das bases da península da Pobreza. Têm sido ali  estabelecidos alguns contatos mais ou menos rendosos para as nossas  tropas, que ali infligiram perdas em pessoal ao inimigo, e capturado  algum material.

Missão:

Patrulhar a área referida, montando uma rede de emboscadas, por forma  a aniquilar os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Não houve contato

Alterações ao dispositivo 

O segundo grupo de combate seguiu para Bedanda, onde ficou a depender  daquele Comando por tempo indeterminado.

Dezembro 1968

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista  de aterragem.

Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.

Patrulhamentos diários conjugados com emboscadas.

Janeiro 1969 

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista de aterragem.

Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.
Patrulhamentos diários conjugados com emboscadas.

Outros Patrulhamentos


A noz de cola, fruto muito apreciado pelos guineenses... incluindo os guerrilheiros e a população controlada pelo do PAIGC no tempo da guerra colonial no subetor de Empada. Excerto de entrada na Wikipedia: (...) 

"Possuindo um gosto amargo e grande quantidade de cafeína, a noz-de-cola é usada por muitas culturas do oeste africano, tanto individualmente quanto em grupo. Muitas vezes é usada cerimonialmente ou dada para convidados.

A noz era utilizada originalmente para produzir refrigerantes de cola, mas foi substituída por aromatizantes artificiais visando a diminuir custos na produção em massa. (...)

As sementes têm ação estimulante, regularizadora da circulação. Atuam como um tônico revigorante, excitante do sistema nervoso e muscular. É também antidiarréica e usada nos casos de anemia, convalescença de doenças graves, problemas estomacais e certas enxaquecas, e sobretudo nas perturbações funcionais do coração. As sementes contêm teobromina e cafeína, usadas por muitas pessoas como sucedâneo do cacau e do café.

A noz-de-cola cresce espontaneamente na África Ocidental e Central em climas quentes e úmidos. O uso de suas amêndoas difundiu-se na região norte da América Latina por intermédio dos escravos negros que mascavam colas para suportar trabalhos penosos. Depois foi levada a outros países com finalidades agroindustriais".(...)


Patrulhamento a Caur de Cima, Beja e Bijante  [vd. carta de Catió]

Situação: 

A área de Beja, Bijante e Caur de Cima, é por vezes frequentada por  grupos inimigos, que ali vão colher frutos, (sobretudo na altura da  cola), embora seja mais ou menos controlada pelas nossas tropas, dados  os frequentes patrulhamentos que ali têm sido realizados, com a  finalidade de verificar se elementos inimigos têm utilizado o rio  Jassonca como variante da linha de reabastecimento do setor de 
Quinara. Admite-se que os grupos inimigos que esporadicamente ali se  deslocam, sejam constituidos por elementos da população, protegidos  por grupos armados, pois a quase totalidade dos povos das tabancas  referidas, refugiou-se no mato, provavelmente nas áreas de Aidará,  Najo e Ganduá, inteiramente controlada pelo inimigo.

Missão:

De acordo com a diretiva n° 1 do COP 4, para cuja dependência  operacional, a Unidade acaba de passar, compete-lhe executar ações de reconhecimento na região de Caur de Cima, com especial atenção às  nmargens do rios:  Caur,  Daja, Nengonga,  Candate, Bahodo.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato. Detetados vestígios recentíssimos de grupo inimigo  numeroso, (calculado em cerca de 100 elementos). Verificou-se que os  elementos inimigos tinham apanhado a fruta existente na área, bem como  a cola.

(Continua)
___________

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10945: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VIII): Subsetor de Empada: atividade operacional em agosto / setembro / outubro de 1968


Tomar > RI 15 A> 1967 >  Elementos do primeiro pelotão da Companhia 1787





Guiné > Região de > Empada > 1968  >  O Manuiel Serôdio, no regresso de uma operaçãio



1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)


Agosto de 1968 (continuação)

Operação "Nativo"

Situação:

A zona de Ponta Brandão e a estrada Empada-Gubia não é percorrida pelas nossas tropas desde Maio último. Dado o desaparecimento do destacamento de Gubia, é natural que o inimigo tente estender de novo a sua atividade às regiões antes controladas pelas nossas tropas, com o fim de retomar o controle da referida zona, que é bastante rica em terrenos cultiváveis.

Missão:

Patrulhar ofensivamente a área de Ponta Brandão e Binhal, montando uma rede de emboscadas neste local.

Forças executantes:  2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

Operação "Negrola"

Situação:

A região de Saucunda e Batambali Balanta costumava ser com muita frequência percorrida e patrulhada por grupos inimigos vindos de Aidará. Apesar dos revezes que o inimigo tem sofrido ultimamente frente às nossas tropas nesta região, é natural que continue a utilizar esta zona, como zona de passagem, e área de patrulhamento.

Missão:

Bater a área referida e montar nela uma rede de emboscadas, de modo a aprisionar ou aniquilar qualquer elemento inimigo que se revelasse durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Ouvidos vários tiros de espingarda e pistola metralhadora no acampamento inimigo de Aidará, deparou-se um grupo inimigo de de 8 elemetos a cerca de 2000 metros. Não foi feito fogo por estarem fora do alcance das nossas armas.


Setembro de 1968

Atividades operacionais: (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Montada a proteção aos barcos e aviões que demandaram Empada; (iii) Montada segurança aos trabalhadores da bolanha; (iv) Patrulhamentos conjugados com emboscadas (9)

Operação "Naperon"

Situação:

A região de Caur de Cima, Beja e Manpatá não é muito atingida pela atividade inimiga. Para isso contribui grande número de vezes, que as nossas tropas têm atingido ultimamente a citada zona, a última das quais em 12 de Agosto passado, durante a operação "Quarentão". Contudo, é natural que o inimigo tente por vezes patrulhar e percorrer esta mesma região, tanto mais que a zona mais a sul, ( cruzamento de Batambali) é caraterizada por uma forte atividade inimiga.

Missão:

Bater a área jà referida, e montar uma rede de emboscadas, de modo a aniquilar ou aprisionar qualquer elemento inimigo que se revelasse, quer durante a batida, quer durante as emboscadas.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios recentes

Operação "Nórdica"

Situação:

Estão desde hà muito, referenciados acampamentos inimigos em Aidará Balanta e Aidará Beafada. O inimigo realiza, embora últimamente com pouca frequência devido à constante ação das nossas tropas, patrulhamentos para Faracunda Balanta, Faracunda Beafada e Missirã Beafada. Os elementos civis da zona controlada pelo inimigo, cultivam atualmente o arroz na bolanha de Aidará.

Missão:

(i) Patrulhar ofensivamente a área de Faracunda Beafada e Faracunda Balanta, e montar uma rede de emboscadas; (ii) Aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato.

Operação "Negociata"

Situação:

O cruzamento de Batambali é um ponto importante, dele irradiando as estradas para Buba, Catió e Empada. As nossas tropas, se bem que tivessem atingido as zonas próximas por duas vezes, em 19 de Julho e 28 de Agosto, desde 20 de Junho que não patrulham a área propriamente dita do cruzamento.

Esta mesma zona é frequentada por grupos inimigos, que vindos de Aidará, se dirigem a Gambine-Antuane, e vice-versa.

Missão:

Patrulhar ofensivamente toda a área da estrada Empada-Buba, até ao cruzamento de Batambali, e montar neste último local uma rede de emboscadas, aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

O inimigo não se revelou.

Operação "Noventa"

Situação:

A região do subsetor denominada península da Pobreza, é totalmente controlada pelo inimigo. Foram jà referenciados vários acampamentos inimigos em toda a península. A área da mata de Cantora e o cruzamento das estradas de Pobreza e Caur de Baixo Balanta,, é constantemente percorrida por grupos inimigos vindos de Satecuta e Ianguê, se dirigem ao entroncamento das estradas de Gubia-Darsalame com a da Pobreza.

Missão:

Patrulhar ofensivamente toda a área da mata, e o cruzamento das estradas da Pobreza e Caur de Baixo Balanta, e montar uma rede de emboscadas, aniquilando ou aprisionado qualquer elemento inimigo que se revelasse no decorrer da operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Foi montada uma armadilha no itenerário que vem de Satecuta, no qual é muito provável a aproximação do inimigo.


Outubro de 1968

Actividades operacionais: (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Montada segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada; (iii) Montada segurança aos trabalhadores da bolanha; (iv) Patrulhamentos conjugados com emboscadas (5).

Patrulhamento com emboscadas a Caur de Baixo Balanta

Situação:

A região de Caur de Baixo Balanta é percorrida com alguma frequência por grupos inimigos vindos dos lados de Ianguê, Satecuta e Cachobar. Últimamente o inimigo não a percorre com a frequência habitual devido à contínua ação de patrulhamento efetuados pelas nossas tropas, no entanto existem na área trilhos de utilização mais ou menos recentes.

Missão:

(i) Patrulhar ofensivamente a área de Caur de Baixo Balanta, e montar uma rede de emboscadas.; (ii) Aniquilar ou aprisionar os elementos inimigos que se revelassem durante a operação.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato

Patrulhamento a Ponta Brandão


Situação:

A área compreendida entre Empada e Gubia, era controlada pelas nossas tropas. Com a evacuação daquele destacamento, é natual que o inimigo procure estender a sua ação para nascente, no sentido de Empada a partir de Cubisseco.

Missão:

Patrulhar a área anteriormente referida até Ponta Brandão, conjugando o patrulhamento com a montagem de emboscadas, por forma a aniquilar os elementos inimigos que se revelassem.

Forças executantes: 2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato

(Continua)
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Nota do editor;

Último poste da série > 24 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10858: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VII): Subsetor de Empada: atividade operacional em julho e agosto de 1968

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10858: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VII): Subsetor de Empada: atividade operacional em julho e agosto de 1968




Guiné > Região de > Empada > julho de 1968 >  Material apreendido ao IN no decurso da op Quidação.

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.


1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)

Julho de 1968

Operação Quidação

Situação:

A região definida pelo entroncamento das estradas de Buba-Catió, Empada, rio Arijô, Saucunda, e Batambali Balanta, são percorridos por grupos inimigos. Em tempos, haviam sido referenciados acampamentos inimigos em Saucunda Balanta, destruidos pelas nossas tropas, e em Bissete, próximo da bolanha, destruido pelos parauedistas.

O inimigo encontra-se organizado em força, na região de Aidará e Cã, tendo já por diversas vezes flagelado com morteiros de 82, e metralhadoras pesadas, as nossas tropas que atuavam na zona.

É provável que o inimigo ali possua um acampamento secundário, funcionando como posto avançado, em relação à área de que detém o controle, praticamente desde o início do terrorismo.

Missão:

Bater a área anteriormente referida, destruindo os acampamentos que fossem detetados, e aniquilar ou aprisionar os elementos inimigos que se revelassem.

Forças executantes: (i) 4 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

As nossas tropas sairam de Empada cerca das 21 horas, prosseguindo até Batambali Balanta. Neste local, as forças irradiaram para os locais onde se tinha préviamente estabelecido a montagem das três emboscadas. O dispositivo estava montado pelas 5,30 horas. À medida que o dia clareava, começam-se a ouvir bastante perto, tiros isolados, parecendo provenientes de elementos inimigos a caçar. Cerca das 6,30 horas, um grupo inimigo passou conversando a cerca de 500 metros de uma das emboscadas. Às 6,40 horas um grupo inimigo de cerca de 15 elementos que seguia pela estrada de Catió, provavelmente o anterior referido, caíu na emboscada das nossas tropas, na área de Saucunda Beafada.

O inimigo caminhava com três elementos à frente, e os restantes em fila indiana. As nossas tropas deixaram-nos entrar na zona de morte e iniciaram a emboscada com fogo de bazooka, que imediatamente pôs fora de combate dois elementos inimigos. As nossas tropas desencadearam fogo rápido e brutal, que só não foi mais eficaz  por os elementos inimigos terem a mata cerrada, onde se refugiaram a dois passos. Efetuado o assalto, capturou-se o seguinte material.

1 Pistola Metralhadora Sudayev
141 Cartuchos para Pistola Metralhadora 7,62
4 Carregadores para Pistola Metralhadora
1 Almotolia para Óleo
1 Porta Carregadores de Pistola Metralhadora
Vários objetos de uso pessoal

O inimigo sofreu 3 mortos, 1 ferido grave, 1 ferido ligeiro

As nossas tropas não sofreram baixas

Para além das baixas inflingidas ao inimigo, o facto de pela primaira vez, a Companhia de Empada ter capturado uma arma na área de Aidará, o que ainda não tinha acontecido desde o início do terrorismo, causou extraordinário regozijo entre os elementos da Companhia de Milícias e da população, e contribuiu para elevar o moral das nossas tropas.
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Cartão de Boas Festas do tempo de Guiné... O Mamuel Serôdio mandou-nos também as boas festas de França, onde vive desde 1972


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Operação Queiroz

Situação:

A região de Caur de Baixo Balanta é frequentemente percorrida e patrulhada por grupos inimigos mais ou menos numerosos, que também com muita frequência cambam a bolanha de Cancumba, e vêm flagelar Empada e Ualada, ou arruinar as culturas da população de Empada. Há muito estão referenciados acampamentos inimigos em Iangqê, e de um modo geral, o inimigo possui vários acampamentos secundários, mais ou menos dispersos em toda a península da Pobreza. Esta península, por assim dizer, é controlada pelo inimigo desde o início do terrorismo.

Missão:

Patrulhar ofensivamente a área de Cancumba Beafada e Caur de Baixo Balanta, montando neste último local, uma rede de emboscadas.

Forças executantes: (i) 3 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato. Detetados vários vestígios de passagem do inimigo

Durante este período, regressou à Unidade o grupo de combate da Companhia 1791, que se encontrava a reforçar o sub-setor de Empada.

Agosto de 1968

Atividade operacional. (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o Cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada; conjugados com emboscadas (4) (iii) Segurança aos trabalhos agrícolas

Operação Naipe

Situação:

A península de S. Miguel Balanta, hà muito tempo que não é patrulhada pelas nossas tropas. Nela, parecem existir algumas cambanças de canos, que os grupos inimigos vindos de Cã e Aidará, utilizam, embora não muito frequentemente.

Antes da evacuação de Ualada, o inimigo desta zona costumava flagelar o destacamento.

Missão:

Bater a área anteriormente mencionada, montar uma rede de emboscadas, aprisionando ou aniquilando os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida ,quer durante as emboscadas.

Forças executantes: (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

Operação Quarentão

Situação:

A região de Caur de Cima, Beja e Bijante, embora não seja direta e frequentemente atingida pela atividade inimiga, desde Março último que não é patrulhada pelas nossas tropas. O inimigo desenvolve intensa atividade, patrulhando constantemente a região (um pouco mais ao sul) do cruzamento da estrada Empada-Buba, com a estrada de Caur de Cima.

Missão:

Bater a área acima referida, montar uma rede de emboscadas, aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida quer durante as emboscadas

Forças executantes; (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10758: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VI): Subsetor de Empada: atividade operacional em junho e julho de 1968

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10758: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VI): Subsetor de Empada: atividade operacional em junho e julho de 1968


Guiné > Região de  > Empada > 1968 > Em primeiro plano, o  furriel Serôdio, o soldado Ferreira [, apontador de dilagrana,] e o 1º cabo Tavares

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.

1. Continuação da série do Manuel Serôdio, sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)


Junho de 1968

-Picagem e patrulhamentos diários às estradas para o cais, Ualada e pista de aterragem

-Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada

-Durante o período iniciaram-se os trabalhos agrícolas na bolanha de Ualada; a  Unidade passou a empenhar diariamente 2 grupos de combate na segurança aos trabalhos, (excepto nos dias de operações).

Operação "Ninguém"

Situação:

-Pretende-se alargar a zona de ação de Empada, criando um novo destacamento em Gubia [, vd. mapa de Catió]. Torna-se necessário proceder-se à ligação por terra, entre o destacamento referido e a sede, prevendo-se que o itinerário possa ser utilizado por viaturas.

Missão:

-Abrir o itinerário Empada-Gubia, tornando-o capaz de permitir a passagem de viaturas.

Forças executantes:

4 grupos de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1797
4 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Resumo:

-Os trabalhos prosseguiam em ritmo acelarado durante os meses de Abril, Maio e Junho, iniciando-se umas vezes em Ponta Brandão, (local escolhido como ponto intermédio e determinante das partes do itinerário), no sentido de Empada, outras em pontos escolhidos do itinerário, por forma a agir, tanto quanto possível de surpresa; simultaneamente iniciavam-se os trabalhos do lado de Gubia, correndo estes em bom ritmo.

-A segurança aos trabalhos articulou-se segundo os seguinte dispositivo:

2 grupos de combate emboscados nas linhas de infiltração prováveis
1 grupo de combate em patrulhamento afastado
1 grupo de combate montando a segurança próxima aos trabalhadores

-O inimigo apenas tentou interferir uma vez, em 20 de Maio, tendo 1 grupo de 15 a 20 elementos, estabelecido contato com o grupo de combate em patrulhamento, do que resultou 1 ferido ligeiro às nossas tropas; o inimigo sofreu 2 feridos confirmados e mais baixas prováveis.


Operação "Nabiça"

Situação:

-O cruzamento de Batambali, é um ponto importante, dele irradiando estradas para Buba, Catió, e Empada. A área não é há muito patrulhada pelas nossas tropas, e é natural que seja utilizado por grupos inimigos que se possam dirigir das zonas de Gambine-Antuane para Aidará [vd. mapa de Bedanda], ou vice-versa.

Missão:

-Patrulhar a área e montar uma rede de emboscadas no cruzamento e trilhos próximos.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1791
2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

-Sem contato. Detetados vestígios inimigos.


Operação "Núncio"


Situação:

- A Companhia possui um destacamento em Gubia, que se torna necessário evacuar, recolhendo o pessoal e material a Empada, com excepção dos materiais de construção, que deverão seguir para Nova Sintra.

Missão:

-Evacuar o destacamento no menor espaço de tempo possível, e proceder à destruição das instalações.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

Resumo:

-Em consequência da boa vontade e grande energia com que todo o pessoal se entregou ao trabalho, foi possível evacuar o destacamento no mais curto espaço possível, conseguindo-se deste modo contar com o fator surpresa, e passarem despercebidos ao inimigo, os movimentos efetuados.

-Em virtude das evacuações dos destacamentos de Gubia e Ualada, as forças empenhadas na sua defesa recolheram à sede, ficando deste modo a Unidade, a contar com todo o seu efetivo em Empada.


Julho

-Picagem e patrulhamentos diários às estradas para o cais, Ualada e pista de aterragem.

-Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.

-Empenhados diariamente 2 grupos de combate na segurança aos trabalhos agrícolas.





Guiné  > Região de Quínara > Mapa de Catió (1961)  > Escala de 1/50 mil > Península de Pobreza > Posição relativa de Gubia, Darsalame e o Rio Pobreza.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné



Operação "Ninharia"

Situação:

-A mata de Cantora, na península da Pobreza, é frequentada por grupos inimigos que ali passam em patrulhamentos, que chegam a atingir o cruzamento das estradas para Darsalame, e para a península referida.

Missão:

-Montar uma rede de emboscadas na mata de Cantora, aniquilando os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1791
2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Resumo:

-As nossas tropas sairam de Empada pela 3 horas a corta mato, tendo atingido o local escolhido para as emboscadas pelas 5 horas. Às 5,30 horas, estavam montadas as duas emboscadas.

-Cerca das 7,40 horas, 1 grupo inimigo entre cerca de 15 a 20 elementos surgiu na zona de morte, caminhando despreocupados e confiantes. Foi aberto fogo pela metraahadora, e imediatamente se desencadeou por parte das nossas tropas, fogo vivo, rápido e brutal, durante cerca de 10 minutos. Apanhado de surpresa, o inimigo internou-se na mata, reagindo debilmente.

-Efetuado o assalto e batido o local, verificou-se o segunte resultado:

-O inimigo sofreu 2 mortos, e dois feridos graves confirmados, e a avaliar pelos longos rastos de sangue, outros feridos ligeiros.

-As nossas tropas não sofreram baixas.

Material apreendido:

1 pistola metralhadora com 68 munições
6 granadas de lança-roquetes RPG2

Operação "Napoleão"

Situação:

-Tem-se notado que o inimigo vindo do lado de Aidará, realiza com muita frequência patrulhamentos para as zonas de Farancunda, Missirá e Empada.

Missão:

-Patrulhar ofensivamente a área de Empada e Farancunda Balanta, e montar neste último local uma rede de emboscadas.

Forças executantes:

1 grupo de combate da Companhia 1787
1 grupo de combate da Companhia 1791
2 grupos de combate da Companhia de Milícia n° 6

-Sem contato. As nossas tropas chegaram às vistas das casas da tabanca de Aidará, ouvindo-se claramente as mulheres a pilar, gritos de homens e crianças, e avistaram um grupo de pescadores para os lados de Cã.

Continua...
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10643: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte V): O subsetor de Empada

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10643: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte V): O subsetor de Empada

1. Continuação do texto de Manuel Serôdio sobre a história da sua CCAÇ 1787:


Alguns dados sobre Empada, Gubia e Ualada

(i) Empada

- Empada é uma sede do posto administrativo do Cubisseco, tendo aproximadamente uma população de 3000 habitantes.

- Quase todas as etnias  da província estão representadas em Empada, embora a maioria sejam Beafadas. As outras etnias são os Manjacos, Fulas, Mandingas, Bijagós, Balantas e Mancanhos.

- A grande parte da população dedica-se à agricultura. As outras atividades são a caça e a pesca.

- Cultiva-se o arroz, a mancarra, o milho, o feijão, o fundo e pouco mais.

- Pesca-se a bicuda, a tainha, o barbo, a corvina, e muitas outras espécies.

- A caça é muito abundante na zona, principalmente na época das queimadas. As espécies mais vulgares são o porco de mato, a gazela, a cabra de mato e o sim-sim

- A povoação de Empada encontra-se toda dentro do arame farpado, com abrigos em toda a volta, que são defendidos em conjunto por civis e militares.

- Quase todas as famílias têm o seu abrigo junto à tabanca, onde se recolhem durante os ataques.

(ii) Ualada

- Ualada era uma tabanca junto à bolanha do mesmo nome, e junto à qual existiu um destacamento defendido por 2 grupos de combate. Tendo o destacamento sido abandonado e destruido pelas nossas tropas, a população de Ualada, refugiou-se em Empada.

(iii) Gubia

- O destacamento de Gubia, foi construído com a finalidade de atrair para o nosso lado a população daquela zona inteiramente controlada pelo inimigo. Era totalmente constituído por casernas abrigo, defendido por 3 grupos de combate.

Por ter sido decidido não haver vantagem, foi o destacamento de Gubia destruido e evacuado pelas nossas tropas. Durante a permanência das nossas tropas na zona de Gubia, foram recuperados vários elementos da raça Mancanha, que posteriormente foram viver para Empada.


Atividade desenvolvida pela unidade no subsetor de Empada

1968
Janeiro


- Picagem e patrulhamentos diários às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem.

- Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.

Fevereiro


- Picagem e patrulhamento diários às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem.

- Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.

- Patrulha ofensiva contra um grupo inimigo detetado pela população civil que se encontrava a trabalhar na bolanha. A força que saiu, estabeleceu contato com o inimigo, que vinha armado com pistolas metrelhadoras e lança-roquetes. Imediatamente outra força saiu do quartel, além de muitos elementos da população que correu para o local de contato, sem no entanto terem chegado a atuar, pois o inimigo pôs-se em fuga.

Março

- Picagem e patrulhamento às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem.

- Segurança aos aviões e barcos que demadaram Empada.

- Operação "Pedal"

Situação:

- O inimigo desloca-se com frequência à zona de Missirá-Buduco, com o fim de patrulhar a área e emboscar as nossas tropas.

Missão:

- Patrulhar a zona, verificar o estado da estrada até ao cruzamento de Buduco, verificar a localização habitual dos canhões sem recuo e morteiros de 82 do inimigo, possibilidades de armadilhamento, e o estado da mina anti-pessoal montada pelas nossas tropas em Cancumba Beafada.

Forças executantes

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato.


Operação "Tentativa"

Missão:

- Patrulhar a região entre Cancumba Beafada e o cruzamento de Caur, a corta mato, procurando encontrar vestígios da passagem do inimigo. Verificar no respetivo cruzamento, quais os pontos mais favoráveis, não só ao inimigo para montagem de emboscadas às nossas tropas que utilizem o itenerário Empada-Gubia, como também os pontos mais favoráveis às nossas tropas, por forma a montarem emboscadas a elementos inimigos que pretendam atuar no referido itenerário, a partir da penísula da Pobreza.

Deitar fôgo ao capim que se encontra altíssimo, de modo a dificultar o inimigo na montagem de emboscadas às nossas tropas.

Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n°6

Sem contato

Operação "Liga"

Missão:

- Operação destinada a proceder à rendição de 1 grupo e combate da Companhia 1791 e de 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n°6

Forças executantes:

- Destacamento A: 1 grupo de combate da Companhia 1787

1 grupo de combate da Companhia 1791

1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

- Destacamento B: 1 grupo de combate da Companhia 1787

1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

- Destacamento C: 1 grupo de combate da Companhia 1787

- Destacamento D: 1 grupo de combate da Companhia 1787

A rendição processou-se sem incidentes


Operação "Querubim"

Situação:

- A tripulação do navio "Formosa" avistou um grupo não identificado superior a 50 elementos na área da península defendida por Buduco, Bricama, Gã-Chiquinho, Formoso Curto e Bisauzinho, a qual hà muito não é patrulhada pelas nossas tropas.

Missão:

- Patrulhar a área e reconhecer o terreno, com especial atenção para os prováveis locais de desembarque. Em caso de encontro com o inimigo, aniquilá-lo.

Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia 1791

- 2 grupos de combate da Companhoa de Milícias n°6

Sem contato nem vetígios.

Emboscada realizada por forças do destacamento de Gubia em 27 de Março
Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6

Montada a emboscada pelas 3 horas da madrugada, cerca de 1 hora depois, revelou-se 1 grupo inimigo, com o efetivo entre 15 e 20 elementos, vindos da direção de Caunto, todos eles armados, trazendo 2 elementos mais destacados, que foram eliminados. O inimigo reagiu imediatamente, travando-se intenso tiroteio de cerca de dez minutos, após o que o inimigo retirou. Ao amanhecer foi efetuada uma batida pela nossas tropas. O inimigo sofreu 4 baixas confirmadas e mais baixas prováveis.

Foram capturadas

- 1 espingarda Mosinagant
- 20 granadas de canhão sem recuo
- 5 granadas de morteiro 82
- 5 granadas de lança granadas foguête
- 1 carregador de metrelhadora ligeira Degtariev
- 1 carregador de pistola metrelhadora Sudayev
- 1 carregador de espingarda Kalashnicov
- 1 bornal
- 100 cartuchos

Sem incidentes para as nossas tropas.

Durante uma patrulha efetuada na região de Pedingal-Lala (Gubia), foi detetada e destruida no local, uma mina anti-pessoal.

Abril


- Picagem e patrulhamento às estradas para o cais, Ualada e à pista de aterragem

- Segurança aos aviões e barcos que demandaram Empada.


Operação "Quaresma"

Operação destinada à rendição de 1 grupo de combate da Companhia 1787 e de 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6 no destacamento de Gubia.

Forças executantes:

- 4 grupos de combate da Companhia 1787

- 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem incidentes

Maio

Operação "Quimera"

Situação:

- a Companhia possui 1 destacamento em Gubia. Torna-se necessário render 1 grupo de combate da Companhia 1787, e 1 grupo de combate da Companhia de Milícias n° 6 naquele destacamento. Em 13 de Maio, 1 grupo inimigo não estimado, efetuou fôgo de reconhecimento na região do cruzamento Caur, e de seguida lançou 3 granadas de morteiro de 60 na direção de Empada.

Missão:

- bater a área do cruzamento Caur, e atuar ofensivamente sobre os elementos inimigos que se revelassem.

- montar emboscadas próximo do referido cruzamento, por força a criar insegurança ao inimigo.

- patrulhar o itenerário Empada-Gubia.

- proceder à rendição.

Forças executantes:

- 2 grupos de combate da Companhia 1787

- 4 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Nas proximidades da estrada que conduz à Pobreza, foi avistado ao longe 1 grupo inimigo de 8 a 10 elementos. Tentou-se a aproximação, mas fomos detetados. Foram lançadas 2 secções em sua perseguição durante cerca de 500 metros, mas suspenderam a mesma, por não haver possibilidades de sucesso. Feita uma batida de sul para norte, constatou-se que o grupo inimigo estivera emboscado no cruzamento de Caur. Processaram-se em seguida os movimentos necessários à rendição sem mais incidentes.
Operação "Queimadura"

Situação:

- a Companhia possui un destacamento em Ualada, que tem sido flagelado com uma certa frequência do lado de Aidará, embora por pouco tempo, e com armas ligeiras.

- a península de Faracunda, hà muito que não é patrulhada, e torna-se necessário verificar as cambanças possíveis da bolanha de Aidará.

Missão:

- patrulhar ofensivamente a área entre Empada e Faracunda Balanta, e montar neste último local, uma rede de emboscadas.

Forças executantes:

- 1 grupo de combate da Companhia 1787

- 1 grupo de combate da Companhia 1791

- 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato nem vestígios.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > Guiné 63/74 - P10612: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte IV): As Nossas Tropas

sábado, 3 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10612: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte IV): As Nossas Tropas


1.  Texto do Manuel Serôdio, que vive em Rennes, Framça, enviado a 23 de outubro último:

Cher Luis, voici encore une page en continuation de la dernière. Je te demande, (si ça ne te gêne pas) de m'avertir chaque fois que tu reçois une nouvelle page, afin que je puisse envoyer une autre, sachant que c'est bien la continuation de la dernière. Merci. Cordialement  [  Caro Luis, aqui vai mais  uma página, em  continuação da última. . Peço-te (se nºao for muita maçada) para me avisares ssempre que receberes  o meu material, para que te possa envirar o seguinbte. Obrigado. saudações cordiais]


2. Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte IV): As Nossas Tropas (*)


Enquanto o inimigo evoluiu na sua organização e potencial de fogo, as nossas tropas continuaram na mesma, e o que é mais grave, as substituições de material, não se fazem ao ritmo que se impõe, apresentando-se o que agora existe, quando existe, em precárias condições de funcionamento. A mesma orgânica, cada vez mais fraca, não corresponde às necessidades existentes, e o armamento também não evoluiu como se impunha, não tendo hoje as nossas tropas com que contrabalançar o poder de fogo do inimigo. Basta ver o armamento de um bi-grupo inimigo, e compará-lo com o nosso, para imediatamente ressaltar a diferença.

Ao fim de 6 anos de luta, ainda não fomos capazes de dotar as nossas tropas com um lança-granadas tipo explosivo, como os que o inimigo dispõe, e em quantidade. Como é que as guarnições tipo Companhia ou Pelotão, resistem ao fogo dos canhões sem recuo, se estes ultrapassam o alcance do nosso morteiro médio?

Porque é que não se dota a Milícia com armamento eficaz? Só quem esteve em contacto com o inimigo, e lhes sentiu o potencial de fogo, pode apreciar as razões porque a maioria das Milícias se sentem complexadas.

Que dizer do material rádio, gasto e cansado, e que não é substituído?
Que dizer da falta de viaturas?
Que dizer da falta de explosivos?
Que dizer da falta de sobresselentes para tudo?
Que dizer da falta de equipamentos?
Que dizer da falta de artigos simples, como pás e picaretas?

Enfim, não nos alarguemos neste verdadeiro número de lamentações.

Da análise feita ao inimigo e às nossa tropas, resulta que os efetivos inimigos são superiores, que está melhor armado e ocupa áreas agricolamente ricas, onde pode subsistir perfeitamente, e ainda ajudar outras regiões. Que as operações levadas a efeito com várias Companhias,são frutuosas, na medida em que enfraquecem o inimigo, lhes causam perdas, e lhes destroem as instalações, mas que só a ocupação efetiva do terreno, e reordenamento das populações, são susceptíveis de terminar com a subversão.

Assim, para terminar com a subversão no sub-setor de Empada, torna-se necessário como mínimo o seguinte:

(i) Colocação de 1 Companhia de Caçadores em Gubia, com um destacamento em Paiunco, Ganafá ou Darsalame;

(ii) Construção de um novo aquartelamento na área de Cachobar em Ianguê, com elementos retirados de Gubia;

(iii) Uma Companhia de Intervenção para auxiliar a primeira fase de reordenamento da população;

(iv) Forçar as populações a reorganizarem-se em torno dos aquartelamentos, retirar 2 grupos de combate das áreas pacificadas, e construir um novo aquartelamento no cruzamento das estradas de Butumbali Beafada,dominando as bolanhas importantes da área, e forçando as populações a organizarem-se nas proximidades do aquartelamento;

(v) Estabelecimento em simultâneo de uma cobertura escolar e sanitária, conjuntamente com o dispositivo militar.

Este plano é concebido em linhas gerais, podendo se necessário, ser detalhado. Duas Companhias, uma das quais será recuperada no final da pacificação, é o mínimo que se julga necessário.

Caso não se queira resolver o problema, torna-se necessário reforçar a Companhia pelo menos com 2 grupos de combate, afim de poder atuar em profundidade, pois a atual dispersão não lhe permite grandes movimentos, e dotá-la de armamento suficientemente potente para inflingir ao inimigo em caso de ataque, perdas consideráveis.

Consideram-se,  neste caso, canhões sem recuo 10,6, e metrahadoras Breda, Brownig 12,7. Nas atuais circunstâncias, porque a própria formação da Companhia, que já é pequena, e se encontra dispersa por 3 aquartelamentos, quando a Companhia sai, muitos elementos têm que fazer serviço na véspera da operação, fazer esta, e no dia seguinte tornar a entrar de serviço, o que se torna extraordinariamente violento e contrapoducente.

É tudo quanto se afigura informar este Comando, esperando encontrar a compreenção e apoio, igual à vontade de bem cumprir, de que a Unidade se acha compenetrada.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10570: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte III): De Porto Gole a Cutia: Op Escudo Negro: conseguimos entrar no 'santuário' de Sará / Sarauol

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10570: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte III): De Porto Gole a Cutia: Op Escudo Negro: conseguimos entrar no 'santuário' de Sará / Sarauol


Guiné > Região de Quínara > Empada > 1969 >  S
entados: primeiro plano, Furriel Serôdio, Furriel Gonçalves (à esquerda), segundo Sargento Nogueira; de joelhos: Furriel Silva (enfermeiro); de pé: à esquerda: Furriel Silva e soldado Andrade.

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Serôdio  que vive em França, Rennes, capital da região da Bretanha (*)

Data: 15 de Outubro de 2012 15:01

Assunto: Companhia 1787
Mon cher ami Luis, voici la continuation des récits concernant la 1787. Je vois que ton français est de très bonne qualité, si tu parles aussi bien que tu l'écris, bravo. [Meu caro amigo Luís, aqui vai a continuação dos relatos sobre a minha CCAÇ 1787. Vejo que o teu francês é excelente, se falares tão bem como escreves, estás de parabéns. ] Um abraço amigo.


2. Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte III):  De Porto Gole a Cutia

A 13 de Janeiro de 1968,  deslocou-se a Unidade para Porto Gole, a fim de tomar parte na mais importante e perigosa de todas as operações que [a CCAÇ 1787] efetuou na Província

Operação "ESCUDO NEGRO"


Situação: 

a) Forças inimigas

Entre os rios Olom e Mansoa, estão referenciados a base do Sará e o grupo itenerante de Suarecumba.


b) Base do Sará:

Efetivo entre 25 a 50 elementos armados. 
Armamento: Morteiros de 82, e de 60, Lança Granadas-Foguete, Lança-Roquetes, Metralhadoras Pesadas, e Pistolas Metralhadoras. Instalações: 10 a 12 casas, 1 enfermaria, 1 arrecadação.


c) Grupo de Suarecumba:

Efetivo: entre 20 a 25 elementos armados, podendo estar em reforço, e dispondo de Morteiros de 60 e de Lança Granadas-Foguete.


d) A sul do rio Mansoa, conhecem-se a base de Lorcher e os grupo itenerantes de Mato Corba, Cubadjal e Mato Cão.


Nossas tropas: CCaç 1787, 2 grupos de combate da Companhia 1879, e a 5ª Companhia de Comandos.
Missão: 1) Destruir a base do Sará; 2) Patrulhar a região entre os rios Olom e Mansoa.; 3) Capturar ou aniquilar os elementos rebeles, destruindo instalações e meios de vida; 4) Pesquisar informações.


Deslocamento por Cã Mamadú para a passagem do afluente do rio Mansoa a sul de Manter, de modo a atingi-lo ao fim da tarde. No dia 16, após a ação da Força Aérea de ataque ao objetivo, deslocamento rápido para a margem esquerda do rio Mansoa, procurando interceptar o inimigo que se deslocasse para sul, e prevendo o reforço à 5ª Companhia de Comandos. Bater a região do Sarauol, explorar o eixo Sarauol- Ambum Nhire, e render a C.Cava 1749 na segurança do local de transposição do rio Olom em Mandingará. A 17, retirar para Cutia.

Em 15 de Janeiro, pelas 10 horas, iniciou-se a operação, progredindo com grande rapidez por um trilho situado em mata fechada. Cerca das 15,30 horas, foi deflagrada uma armadilha por um elemento da coluna. Ferido aparentemente sem gravidade, veio o soldado nativo Ansumane, a falecer pouco depois, sem se ter conseguido ligação rádio a fim de o poder evacuar. 

Nota pessoal: o irmão do soldado falecido, que também fazia parte da coluna, recuperou as botas do irmão que eram novas, ( tinham-lhe sido oferecidas dias antes da operação) e calçou-as, jà que as suas estavam em mau estado. Imagens simples e terríveis ao mesmo tempo.
A Companhia saíu do trilho, o que se revelou avisado, pois ao voltar ao mesmo para orientação, foram detetadas outras duas armadilhas. Quase ao anoitecer foi atingida uma clareira onde se resolveu passar a noite.

Depois de se ter reabastecido de àgua e quando, jà de noite, o segundo grupo de combate procurava local para se instalar, foi deflagrada nova armadilha que causou dois feridos graves e quatro ligeiros. Entretanto foi conseguida ligação com Porto Gole a quem foi pedida evacuação dos feridos. Escolheu-se local para a mesma, montando-se a seguarança. No local escolhido, os helicópteros não conseguiram poisar, pelo que foi tentado novo local, onde foi necessário abater algumas árvores.

Ao cansaço moral juntou-se esgotante cansaço físico. Finalmente os helicópteros conseguiram aterrar, evacuando-se o morto e os feridos.

De seguida dirigimo-nos para o rio Mansoa, por forma a cumprir a missão, atravessando matas densas, onde por vezes era necessário rastejar, mas chegando ao local a tempo de assistir ao bombardeamento do objetivo pela Força Aérea. A cerca de 1 km do rio Mansoa foram observados vestígios de sangue no capim. Pouco depois, na antiga tabanca do Sarauol efetuou-se a junção da Companhia com a quinta Companhia de Comandos. Descançaram-se 20 minutos, aproveitados para consumir a segunda refeição.

Depois continuou-se a marcha a corta-mato pois os trilhos podiam estar armadilhados. O rio Olom foi alcançado pela 21,30 horas. Foram mais de 12 horas consecutivas de marcha através de matas densas. Montado o dispositivo de segurança, passamos a noite na margem do rio. 


No dia seguinte [, 16 de janeiro], foi detetada a nossa presença, e o inimigo flagelou-nos por duas vezes. Da segunda vez, o inimigo revelou-se extraordináriamente agressivo, tendo chegado a poucos metros de nós, ouvindo-se elementos a gritar: "fôgo, fôgo". O inimigo sofreu 1 morto confirmado e outras baixas prováveis.

Foi pedido o apoio da Força Aérea para a travessia do rio, a fim que as nossas tropas não arriscassem a sofrer ataques, sem poder reagir. A travessia do rio extraordináriamente difícil, foi efetuada por meios de barcos de borracha em vagas sucessivas. Cerca das 17 horas concluiu-se a travessia. A Companhia dirigiu-se então para Cutia, de onde em viaturas seguiu para Mansoa.

A Companhia conseguira penetrar em território totalmente controlado pelo inimigo, e onde jamais as nossas tropas tinham atuado.


(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10526: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte II): Bula, Op Bolo Rei, uma grande operação de 15 dias, de 22/12/67 a 3/1/68: 40 mortos e 5 feridos confirmados e 14 capturados, do lado IN; 7 mortos e 32 feridos do lado das NT; recuperados 44 elementos pop