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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23706: Facebok...ando (69): Fernando Nogueira de Carvalho, ex-fur mil, CCAÇ 1684 / BCAÇ 1912 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69), natural de Cabeceiras de Basto, a viver em Matosinhos: fica convidado para se sentar à sombra do nosso poilão, onde já temos o seu camarada Manuel Domingos Santos


O Fernando Nogueira de Carvalho. Página do Facebook. Foto de perfil (2020).  Foi fur mil, CCAÇ 1684 / BCAÇ 1912 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69).


Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69) > s/l > s/ d > Convívio dos furriéis milicianos. O Fernando Nogueira de Carvalho está assinalado com cercadura a amarelo. À sua direita, o Manuel Domingos Santos, nosso grã-tabanqueiro.


Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69) > s/l> s/d> Convívio dos furriéis milicianos. O Fernando Nogueira de Carvalho está assinalado com cercadura a amarelo. O Carlos Resende  identificou todos os elementos: "Em cima: Barreto, Sousa, Resende, Sá, 
[?] , Brito; ao meio: Santos, Gil, Carvalho, Félix, Leonel, Domingos, Arenga; em baixo: Nogueira e Ferreira".
 
Fotos (e legendas): © Fernando Nogueira de Carvalho  (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio... Memorial aos mortos da CCAÇ 1684... Força comandada pelo alf mil SAM Virgílio Teixeira, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), aguardando instruções do seu comando, em São Domingos (*)...

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

1. Através do Formulário de Contacto do Blogger recebemos a seguinte mensagem:

Data - quinta, 6/10/2022, 17:00 

Percurso na Guiné: Ingoré, Barro, S. Domingos, Suzana, Mansabá. Ferido 2 vezes em combate.  Sou DFA.  Pior experiência: mata do Cassum,  12 mortos. Aqui recusei a cruz de guerra que me valeu um dia detido no quarto.

Furriel mas mais de metade da comissão, depois de 2 alferes mortos, fiquei a comandar o pelotão. Na desmobilização como tantos outros senti-me descartável.

Paradoxo ou não, tenho vontade de regressar à Guiné.

Saúde e abraço para todos,
Cumprimentos,
Fernando Nogueira de Carvalho (...)

 
2. O que sabemos deste camarada, pela consulta à sua página do Facebook (**): 

Vive em Matosinhos, é de Cabeceiras de Basto. Reformado, é sócio da Árvore onde aprendeu técnicas de pintura. Pinta nas horas vagas.

Pertenceu à CCAÇ 1684 (Susana, Varela e Mansoa, 1967/69). Cmdt: Cap Inf António Feliciano Mota da Câmara Soares Tavares.

A CCac 1684 ficou inicialmente colocada em Bissau como subunidade de intervenção e reserva do Comando-Chefe. 

Nesta situação, foi atribuída, a partir de 23mai67, em reforço do BCac 1894, deslocando-se para Ingoré e, a partir de 23jun67, instalando-se em S. Domingos, com vista à realização de operações nas regiões de Bunhaque, Santana e Campada, tendo entretanto destacado, em 28jun67, um pelotão para Susana.

Após rendição, por fracções, da CCav 1483, iniciada em 4jul67, assumiu, em 13jul67, a responsabilidade do subsector de S. Domingos, então, temporariamente, com sede em Susana, com pelotões destacados em Varela e S. Domingos, ficando integrada no dispositivo e manobra do mesmo BCac 1894.

Em 23ag067, após subdivisão do subsector de S. Domingos e criação do subsector de Susana, foi substituída em S. Domingos pela CArt 1744 e assumiu a responsabilidade do novo subsector de Susana, mantendo um pelotão destacado em Varela.

Em 31Mar69, foi rendida pela CCac 1791 e foi colocada em Mansoa, em 2abr69, a fim de substituir a CCac 2315 no dispositivo e manobra do seu batalhão, realizando acções ofensivas nas regiões de Polibaque, Ponta Bará, Cutia e Namedão e escoltas a colunas de reabastecimento.

Em 14Mai69, foi substituída pela CCCac 2589 e recolheu a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

A CCAÇ 1684 (tal como a CCAÇ 1685 e CCAÇ 1686) pertenceu ao BCAÇ 1912 (Mansoa, 1967/69)

 O Fernando Nogueira de Carvalho é amigo da Tabanca Grande Luís Graça, mas não se senta ainda, formalmente, à sombra do sagrado poilão  da Tabanca Grande. Temos para ele o lugar nº 866, se aeitar, na volta do correio, o nosso convite. Gostaríamos de ter uma foto dele, visto de frente, do tempo da tropa e/ou da guerra.  

Mais: gostávamos de ter pormenores da sua participação na operação, na mata de Cassum, de triste memória,  onde as NT terão tido 12 mortos, e onde o Fernando se terá distinguido, por corajosa ação em combate. 

Não encontrámos referência, nos livros da CECA (Comissão para o Estudo das Campanhas de África),  a essa operação. E não pode ser a Op Falcão II, realizada em 13 de fevereiro de 1966 pela CCAV 1485,  que teve 5 mortos:  nessa data a CCAÇ 1684 ainda não estava na Guiné (onde desembarcaria, só 14 meses depois, em 14abr1967).

Será que o Fernando seria de rendição individual ? E teria pertencido originalmente á CCAV 1485 ? Os dois alferes a que ele se refere,  terão sido o Manuel Francisco Afonso Sampaio, da CCAV 1485 (morto em combate em 10/1/1966) e o Delfim dos Anjos Borges, da CCAÇ 1684 (morto em combate em 17/7/1967) ?

O único camarada da CCAÇ 1684, representado no nosso blogue, é o Manuel Domingos Santos (***). Está a decorrer, entretanto,  a campanha dos 900: queremos chegar a esta meta (900 membros registados na Tabanca Grande) até ao final do próximo ano de 2023. (****)
___________


(****) Vd. poste de 8 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23684: Mi querido blog, por qué no te callas? (7): Campanha dos 900 membros da Tabanca Grande até ao fim de 2023... Toca a "tocar o burro"... Porque, como diz o provérbio guineense, Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...

sábado, 6 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18180: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte VII: Perdidos no rio Cacheu, em maio de 1968 (2)


Foto nº 805A > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio... Memorial aos mortos da CCAÇ 1684...  Força comandada pelo alf mil SAM Virgílio Teixeira, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), aguardando instruções do seu comando, em São Domingos...




Foto nº 805 > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  O alf mil SAM, CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), junto ao memorial aos mortos da CCAÇ 1684, tendo ao fundo o edifício do comando da subunidade ali estacionidade.



Foto nº 814 > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... No meio do grupo, o alf mil SAM, CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).


Foto nº 814 A> Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... No meio do grupo (, lado esquerdo(, o alf mil SAM, CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).


Foto nº 814 B > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe (lado direito)... 



Foto nº 811 > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... Havia um indígena morto (1)


Foto nº 811 A > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... Havia um indígena morto  (2)

o
Foto nº 811 A > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... Havia um indígena morto  (3)




Foto nº 812 > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... Havia um indígena morto  (4)


Foto nº 812A > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe... Havia um indígena morto  (5)-



Foto nº 813 > Guiné > Região de Cacheu > Susana > Maio de 1968 > Perdidos no rio...  Algures numa aldeia felupe...

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69):


As fotos, de 801 a 817 fazem parte da minha colecção especial e do capítulo ‘perdidos no rio’ [, de iremos publicar  três postes].

Foi uma missão que o nosso novo comandante, após a evacuação do meu comandante inicial, tenente coronel Saraiva, ter sido evacuado por ferimentos em combate, não encarou bem comigo, nem eu com ele, e então deu-me como missão ir comandar um sintex até Susana para carregar alguns mantimentos, pois o nosso aquartelamento [, em São Domingos,] estava sem nada, após uma tempestade tropical ter destruído quase tudo o que era perecível.

Até uma vaca viva veio no pequeno barco. Só que no regresso, e após uma visita a Varela, uma praia lindíssima mas abandonada, quando regressamos passados uns dias, o piloto perdeu-se naquele emaranhado de dezenas de rios e braços de rio, e sem rádio – nem telemóvel, naquele tempo... – fomos parar a uma aldeia indígena felupe, muito atrasada, nem sei o nome, e por lá ficamos.

Até ser dada a nossa falta por lá ficamos a esperar até de manhã. Veio um heli e localizou-nos e fomos encaminhados para um local onde o piloto já conhecia melhor, e assim chegamos a São Domingos, a salvo, de sermos comidos vivos, pelos felupes ou pelos jacarés…

Este episódio não consta na História da Unidade, pois soube mais tarde que o comandante, coronel Renato Xavier, ficou aflito, por ter dado esta responsabilidade a um oficial não operacional, e assim, apesar de todos tomarem conhecimento, nunca foi divulgado nem escrito, foi um sonho ou pesadelo. Mas não me lembro de ter ficado amedrontado.

Ficaram as várias fotos que tenho desta aventura no Norte da Guiné, e na fronteira com o Senegal até Cabo Roxo, que visitamos também. Não foi tudo mau, mas poderia ser!

Deu tempo para conhecer também o estuário e foz do rio Cacheu, muito maior do que o Tejo. Uma coisa deslumbrante, pois estamos quase em cima do Atlântico e o clima é muito melhor.

(Continua)

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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16109: Álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil, CART 1744 (S. Domingos, 1967/69) - Parte II: São Domingos (1)


Foto nº 1 >  "Lendo o correio no mato... Curiosa foto, porque tirada com rolo novo, assumiu as cores da bandeira nacional. Foi mero acaso!" [...Ou entrou  luz ou houve erro na revelação,]



Foto nº 2 > "Ponte construída depois da nossa chegada"


Foto nº 3 >  "Regresso ao quartel, em S. Domingos"


Foto nº 4 > "S. Domingos, do lado oposto da ribeira"


Foto nº 5 > "Vista da Ribeira de S. Domingos"
Guiné > Região do Cacheu > S. Domingos > CART 1744 (1967/69)

Fotos (e legendas): © José Salvado (2016). Todos os direitos reservados








Segunda parte do álbum de fotografias do novo membro da nossa Tabanca Grande, José Salvado, ex-fur mil arm pes inf, CART 1744 (São Domingos, 1967/69). 

Natural da Covilhã, vive hoje nas Caldas Rainha onde é advogado. Também passou por Angola onde foi administrador de posto (1969-1975).

A CART 1744 partiu para o TO da Guiné, no T/T Uíge,  em 20/7/1967, desembarcou em Bissau a 25, sendo colocada em S. Domingos, na região do Cacheu, como companhia de intervenção. Fez operações em S. Domingos, Susana, Ingoré, Cacheu e Sedengal. Regressou à metrópole  no T/T Niassa, com partida a 16 de maio de 1969, e desembarque em Lisboa no dia 21.

Era comandante da companhia o  cap mil cav António José de Carvalho Serrão.

O José Salvado mandou-nos um resumo da história da sua companhia da qual sabíamos muito pouco até agora. (*)
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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16096: Álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil, CART 1744 (São Domingos, 1967/69) - Parte I: Bissau e Bissalanca, 1968

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15675: Álbum fotográfico de Armando Costa, ex-fur mil mec auto, CCAV 3366 / BCAÇ 3846 (Susana, 1971/73): Parte IV: Kassumai: vistas do quartel de Susana (maio de 1971 / fevereiro de 1973)



Foto nº 1 > O Armando Costa, à civil


Foto nº 2 > Monumento às subunidades que passaram por Susana:  CCAÇ 1684 (de 1967 a abril de 1969); CCAÇ 1791 (de abril a agosto de 1969); CCAV 2538 (de agosto de 1969 a maio de 1971); e CCAV 3366 (de maio de 1971 a fevereiro de 1973)


Foto nº 3 > Aspeto parcial do quartel (1)


Foto nº 4 > Aspeto parcial do quartel (2)


Foto nº 5 > Aspeto parcial do quartel (3
)


Foto nº 6 > Aspeto parcial do quartel (4): monumento com a inscrição "Kassumai" (em saudação em felupe: "a paz seja contigo, sejas bem vindo, tudo de bom para ti!")


Guiné > Região do Cacheu > Susana >   CCAV 3366 (Susana, 1971/73) > Vistas do quartel >

Fotos: © Armando Costa (2016). Todos os direitos reservados.


1. Quarte parte da publicação de fotos do álbum do Armando Costa, ex-fur mil mec auto, CCAV 3366 / BCAV 3846, Susana, 1971/73) (*) [, foto atual à direita]:

A CCAV 3366, depois de ter chegado a Bissau em 9 de março de 1971, fez no Cumeré a IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional), e em maio seguiu para o seu destino, Susana, no coração do chão felupe.

A companhia regressou à metrópole em 8/3/1973. As fotos acima deverão ter sido tiradas  entre  maio de 1971 e fevereiro de 1973.

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Nota do editor:

Vd. postes anteriores da série


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15406: (Ex)citações (302): O conjunto João Paulo, em 1968, em Susana... No fim do concerto apanhámos com umas valentes morteiradas (Domingos Santos, ex-fur mil, CCAÇ 1684, Susana e Varela, 1967/69)


Foto nº 1 A


Fopto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região do Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana e Varela,m 1967/69) > O Conjunto Académico João Paulo, em Susana, em atuação (foto nº 1) e com os oficiais e sargentos da companhia.


Fotos: © Domingos Santos (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do [Manuel] Domingos Santos [, ex-fur mil, 
CCAÇ 1684 / BCAÇ 1912, Susana e Varela, 1967/69]:


Data: 23 de novembro de 2015 às 21:22
Assunto: Envio de fotos do conjunto João Paulo


Um abração,  camarigo amigo.

Aqui mando duas fotos que guardo do conjunto João Paulo,  em actuação em 1968 em Susana... Na segunda vê-se os elementos do conjunto com os oficiais e sargentos da CCAÇ 1684.

Guardo também  alguns discos que me ofereceram nesse tempo.

Guardo também na memória  que, no fim de nos divertirmo-nos com as suas canções, caiu em cima de nós umas fortes morteiradas, como que a dizerem que queríamos mais música.

Um abração
Domingos Santos
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10575: O nosso livro de visitas (150): Agradecimento (Vanda Silva)

1. Mensagem da nossa leitora Vanda Silva, ex-madrinha de guerra (*)

Data: 26 de Outubro de 2012 10:13
Assunto: Agradecimento

Agradeço-lhe o empenho e a rapidez em satisfazer o meu pedido que, infelizmente, tem um resultado desagradável.

Soube, através do email indicado por si (**),  que o Alferes Oliveira Marques já morreu,  facto que me deixou consternada.

Quanto a partilhar memórias desse tempo, deixe-me primeiro ordenar as ideias ( e o coração que a vida não afecta só o aspecto físico com rugas e cabelos brancos ).

Bem haja e felicidades para o seu (vosso) excelente trabalho.
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Notas do editor:

(*) Último poste da série >  Guiné 63/74 - P10552: O nosso livro de visitas (149): Vanda Silva, madrinha de guerra, procura o paradeiro do ex- alf mil António Augusto Oliveira Marques, CCAÇ 1684 (Susana e Varela, 1967/69)

(**) Troca de emails entre a Vanda Silva e o o nosso camarada Manuel Santos [ou Domingos Santos]:

(i) Vanda Silva, 24 de Outubro de 2012 16:51:

Manuel Santos:

O sr. Luís Graça deu-me o seu email porque talvez me informasse sobre o Alferes Miliciano dos Comandos, António Augusto Oliveira Marques ( Tony Marques ) que esteve colocado em Susana durante 1967- 1968. Correspondia-me com ele durante esse periodo e perdi o seu contacto após a desmobilização em Dezembro de 68. Desde já lhe agradeço.

(ii) Manuel Santos, 25 de Outubro de 2012 17:47

Eu estive em Suzana de 67-69 com esse meu grande amigo Tony Marques, era do meu pelotão. Não sei se sabe, a sua Mãe morava em Bissau e estive lá em casa dele por várias vezes.

Mas tenho que lhe dar uma má noticia , ele já morreu. Ficou em Bissau quando na disponibilidade, em casa de sua mãe.

Se pretender mais algumas informações, pode contar comigo.
Manuel Santos
Furriel miliciano
Comp 684,
Suzana e Varela 67-69

domingo, 21 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10552: O nosso livro de visitas (149): Vanda Silva, madrinha de guerra, procura o paradeiro do ex- alf mil António Augusto Oliveira Marques, CCAÇ 1684 (Susana e Varela, 1967/69)


Guiné > Região do Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana e Varela, 1967/69) > Destacamento de Cassolol  >  "Deixamos lá este pequeno monumento dedicado à nossa Companhia,  "Pantera 1684", com os nomes dos nossos mortos" (Domingos Santos).


uiné > Região do Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana e Varela, 1967/69) > Susana > Na casa do casal José Valente e Helena > "Aqui estamos no seu terraço a comer um petisco. Ao fundo, penso ser a sua filha, que segundo sei será hoje a senhora que tem a residencial Chez Helène em Varela" (Domingos Santos).


Guiné > Região do Cacheu > CCAÇ 1684 (Susana e Varela, 1967/69) > Susana > 1968 >  O Domingos Santos, ao meio, entre lutadores felupes e mais dois militares da CCAÇ 1684, por ocasião da festa do fanado. O Domingos Santos era amigo do João Uloma, que será mais tarde alferes comando graduado da 1ª Companhia de Comandos Africanos.

Fotos: © Domingos Santos (2011). Todos os direitos reservados


1. Mensagem da nossa leitora Vanda Silva


De: Vanda Silva [ myspym@gmail.com]
Data: 16 de Outubro de 2012 09:28
Assunto: Pedido de informações


É de louvar a criação do blogue para que a memória desse tempo perdure para as gentes vindouras que ficaram livres "daquilo". 

Fui correspondente ou madrinha de guerra (eu prefiro chamar-me apenas "uma amiga") do Alferes Miliciano dos Comandos que esteve colocado em Suzana de 1967 a 1968 e pertencia, salvo erro,  aos "Os Panteras" CCAÇ 1684 [ / BCAÇ 1912, Susana e Varela, 1967/68]

Gostaria de saber mais coisas sobre ele e, se alguém o conheceu , ficaria muito grata se me pudesse elucidar. 

O meu email é myspym@gmail.com e o meu nome Vanda Silva. 


PS - Por lapso, não escrevi o nome do Alferes: António Augusto Oliveira Marques. As minhas desculpas. 

2. Comentário de L.G.:

Vanda, obrigado pela visita e pelas suas amáveis palavras.  Gostaríamos que nos falasse mais desse seu papel de madrinha de guerra ou de amiga de um combatente da Guiné, nosso camarada. Tem o nosso blogue à sua disposição. 

Quanto ao António Augusto Oliveira Marques, não temos nenhuma pista que nos leve ao seu paradeiro. Ou melhor, temos um representante da CCAÇ 1684 no blogue,  o Domingos Santos.

O Manuel Domingos Santos, ex-Furriel Miliciano, esteve em Susana e Varela, na CCAÇ 1684/BCAÇ 1912, entre maio de 1967 e maio de 1969. Seguramente que ele conheceu o seu antigo correspondente e deve encontrar-se com ele nos convívios anuais da companhia. Veja se reconhece o seu amigo nas fotos do álbum do Domingos. Ele pertence a esta grande família, que é a Tabanca Grande, desde 7 de maio de 2011. Aqui tem o e-mail: domingossantos44@gmail.com

Desejo-lhe boa sorte nas suas pesquisas.  Saudações bloguísticas dos editores.
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Nota do editor:
Último poste da série > 17 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10539: O nosso livro de visitas (148): Alfredo João Matias da Silva, ex-Fur Mil do Pel Rec Fox 3115 (Gadamael e Guileje, 1972/74) procura camaradas de armas

terça-feira, 19 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8573: O Azimute e o acontecimento do ano de 1968 (Domingos Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Domingos Santos* (ex-Fur Mil da CCAÇ 1684/BCAÇ 1912, Susana e Varela, 1967/69), com data de 18 de Julho de 2011:

Amigo Carlos

Talvez tenha interesse para alguns camarigos estas notícias do antigamente.
Ao dar voltas ao baú doutros tempos, dei-me com uma revista dessa altura "O AZIMUTE" que traz algumas notícias do nosso tempo, e que possam ter interesse para alguns camarigos da Companhia 1585,  de 67-69,  onde descreve um grande louvor e a ida do então Presidente Américo Tomaz à Guiné em 1968.

Um abraço
Domingos Santos












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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 7 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8238: Tabanca Grande (279): Manuel Domingos Santos, ex-Fur Mil da CCAÇ 1684/BCAÇ 1912 (Susana e Varela - 1967/69)

sábado, 7 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8238: Tabanca Grande (279): Manuel Domingos Santos, ex-Fur Mil da CCAÇ 1684/BCAÇ 1912 (Susana e Varela - 1967/69)

1. Mensagem do nosso novo camarada e amigo Manuel Domingos Santos, ex-Fur Mil da CCAÇ 1684/BCAÇ 1912, Susana e Varela, 1967/69, com data de 4 de Maio de 2011:

Camarada Luís Graça
Depois de ter feito o meu primeiro contacto com os Camaradas da Tabanca Grande em Dezembro último (P7451 - Livro de visitas 104*), venho agora com grande desejo de entrar na grande família da TABANCA GRANDE.

Apresento-me:
Manuel Domingos Santos
Ex-Furriel Miliciano
Batalhão 1912-Companhia 1684
Guiné - Susana e Varela
Maio de 1967 a Maio de 1969
E-mail: domingossantos44@gmail.com


Entrei na vida militar em 11 de Janeiro se 1966 no CISMI em Tavira, onde fiz a recruta e a especialidade, até Junho do mesmo ano.

Depois da especialidade de atirador (não havia outra especialidade nessa altura) ou não nos deram outra a escolha, fui com outros camaradas obrigado a fazer testes para ir formar uma Companhia de Comandos para Lamego. Fizemos os testes ainda em Tavira, testes bastante difíceis e rigorosos, basta dizer que no meu grupo de vinte e cinco só ficamos seis aprovados.

Depois de uns dias de férias a descansar em casa, lá fui de comboio até Lamego, mais propriamente Lamelas, um pouco afastada de Lamego, no cimo de um monte junto a um cemitério. Aqui permanecemos durante uns tempos a treinar tudo o que nos esperava nas guerras do Ultramar. Aprendiamos e aperfeiçoávamos a lidar com as várias armas, enfermagem, minas e armadilhas, pára-quedismo e tudo o que dizia respeito a poder sobreviver no mato vários dias sem comer nem beber.

Só para dar uma ideia do que era, basta dizer que não tínhamos horas de descanso nem de noite nem de dia. A qualquer hora da noite íamos fazer patrulhamentos, dar uns tiros na carreira de tiro, fazer instrução para dentro do cemitério, tudo isto e muito mais. Nesse tempo tudo isto era realmente difícil e complicado, mas depois já no cenário de guerra foi realmente muito útil para mim e para os que eu levava para o mato.

Depois no final, não segui com a Companhia de Comandos para Angola, aqui já não obrigado, mas sim se tivesse essa vontade. Falava-se nessa época que iríamos dar instrução a futuros Comandos em África.

Como não segui com essa Companhia, fui para o RAL 1 em Lisboa dar instrução durante dois meses. Depois vim para perto de casa, RI 7 em Leiria, onde estive dois meses, até que fui para Santa Margarida para me incorporar no Batalhão que me levou a terras da Guiné.

No dia 8 de Abril de 1967 embarcámos no velhinho "UIGE" e desembarcámos em Bissau a 13 do mesmo mês.

O Batalhão seguiu para Mansoa e a minha Companhia ficou um mês em Bissau no quartel da Amura, à espera de ir para Susana e Varela.

Susana era uma tabanca não muito grande, mas tinha um povo muito grande, muito guerreiro, muito unido e muito do nosso lado. Armados com arco e flecha nada os fazia temer. Guardavam bem o seu chão "O CHÃO FELUPE".

Na minha passagem por Susana, não posso deixar de falar do amigo João Uloma, o grande guerreiro Felupe e chefe de toda a zona Felupe, que ao sair para patrulhamentos era sempre o primeiro e todos os outros o seguiam logo atrás. Era temido por aqueles que combatiam contra nós e contra os Felupes, e nessa época já tinha a cabeça a prémio, isto dito por alguns combatentes do PAIGC que apanhamos em operações.

Vim a saber mais tarde por camaradas nossos que por lá passaram depois, e confirmado por um amigo susanense que se encontra em Portugal a trabalhar, que o tinham matado. Foi um grande guerreiro e um grande condutor de homens. Veio à metrópole em 1968 com o prémio Governador da Guiné, e no dia 10 de Junho em Lisboa recebeu uma medalha de Grande Mérito Militar.

Nesta foto, João Uloma no dia dos seus anos. Não era normal ele festejar os anos, mas nesse dia aconteceu. Eu e mais dois camaradas fomos a casa dele fazer esta surpresa.

Aqui está a prova de como os Felupes agiam com os ataques. Depois de sermos atacados durante a noite, ei-los vindos de Tabancas bem longínquas a chegarem para nos ajudar a combater o inimigo. Alguns caminharam a pé durante várias horas para aqui chegarem, armados de arco e flecha

Havia também em Susana outras pessoas que nos marcaram nesse tempo. Falo de um casal maravilhoso que era a D. Helena e seu marido José Valente, que foi militar antes de nós e que por lá fico com essa Senhora que tinha um negócio de vários artigos. Era tudo para nós. Mãe, Madrinha, Namorada, enfim tudo aquilo que nós não tínhamos lá. Fazia-nos grandes petiscos bem apetitosos á sua maneira, e acolhia-nos como seus filhos se tratasse.

Nesta foto José Valente com o seu bigode característico. De vez em quando também nos fazia companhia na nossa messe. Era homem da casa.

Aqui estamos no seu terraço a comer um petisco. Ao fundo, penso ser a sua filha, que segundo sei será hoje a senhora que tem a residencial CHEZ HELENE em Varela.

Aqui também nos honrou com a sua presença na passagem do ano de 1967 para 1968. Está ao fundo com o seu bigodito.

Nesta foto, a sua residência que nos vários ataques que sofremos também não escapou aos efeitos da guerra.

Estrada de Susana para Varela > Esta situação era vulgar acontecer no nosso tempo. Havia uma grande extensão de bolanhas que nos meses das chuvas ficavam cobertas de água. Era também uma boa oportunidade para sermos atacados como aconteceu algumas vezes.

Foi bem perto de Cassolol que tivemos uma mina na ponte e de seguida confronto de tiroteio, de que resultaram dois mortos e vários feridos. A viatura onde seguíamos ficou neste estado.

Cassolol > Deixamos lá este pequeno monumento dedicado à nossa Companhia "Pantera 1684", com os nomes dos nossos mortos.

Susana > Monumento aos mortos da CCAÇ 1684

O Fanado > Eu e o mais novato dos que foram fazer a circuncisão.

Ao falar de Susana e dos Felupes, é obrigatório também falar do Fanado, ou Circuncisão que se realiza de trinta em trinta anos. Eu tive o privilégio de assistir no ano de 1968, pois o seguinte foi em 1998.

Recordo-me que nessa cirurgia que era feita aos Felupes, nesse ano não houve mortes porque fomos autorizados a assistir e a fazer a higiene necessária, ao contrário dos anos anteriores que houve sempre mortos.

No final do Fanado, em que os Felupes estão isolados na mata durante cerca de dois meses sem poderem ver os familiares, há festa e apresentam-se aos familiares e amigos em traje de gala.

Durante o tempo que estão na mata depois da circuncisão, eles fazem festa durante o dia e noite. Diziam que era para não sentirem as dores do acontecido. E diziam que durante o tempo que estavam por lá, não seriamos atacados. Foi o que aconteceu. Tinham medo dos Felupes nessa altura, pois ganhavam mais força, e tornavam-se ainda mais agressivos.

Susana > O fim do Fanado > Estes são os adultos vestidos a rigor prontos para o fim da festa. À frente está o chefe dos Felupes que era o pai do grande amigo João Uloma.

Os Felupes e as lutas > Eu no meio dos vencedores

Eu a apreciar as lutas

A morte > Na etnia Felupe era normal o defunto ser colocado numa poltrona e ser velado pelos familiares com cânticos antes de ser enterrado. Ali estava uns dias e depois desaparecia sem nos apercebermos de mais nada.

Aqui era o cemitério dos crânios e dos objectos de feitiçaria.

Fotos: © Domingos Santos (2011). Todos os direitos reservados


Este é um pequeno resumo do que foi a minha passagem na vida militar. Foram 1225 dias com a farda militar vestida. Uns dias melhores outros menos bons como todos os camaradas que por lá passaram. Todos nós temos imensas histórias para contar, só que por vezes não temos a coragem de as deitar cá para fora.

Estão cá dentro guardadas, e não temos a coragem de as contar, a não ser em convívio com outros camaradas que também por lá passaram.

Um forte abraço para todos aqueles que trabalham e procuram dar voz aos que combateram em terras de África.

2/05/2011
Domingos Santos

[Edição de fotos, revisão e fixação de texto: Carlos Vinhal]


2. Comentário de Carlos Vinhal:

Caro Domingos Santos,
Bem-vindo à família do Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné. Instala-te na Tabanca e continua com as narrativas da tua vivência numa das zonas mais características da Guiné, o Chão Felupe. A tua apresentação promete.

Como muito bem dizes no fim deste teu trabalho ora publicado, as nossas histórias, só as ouvem e entendem quem passou por experiências similares. Portanto este é o local ideal onde, à vontade, poderás escrever as tuas memórias porque estás entre pares.

Temos na tertúlia um camarada que se dedicou a observar os usos e costumes dos Felupes, pois como tu, também esteve em Susana, estou a falar do ex-Fur Mil TRMS Luís Fonseca da CCAV 3366/BCAV 3846, que embora há muito não nos mande nada, deixou-nos uns óptimos apontamentos sobre esta etnia. Podes aceder a eles clicando nas palavras Felupes e/ou Luís Fonseca, na cor laranja e sublinhadas.

Porque este poste está já muito longo, deixo-te um abraço de boas vindas em nome da tertúlia e dos editores, e os votos de uma colaboração profícua.

Deste teu camarada e novo amigo segue também um abraço fraterno
Carlos Vinhal
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 16 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7451: O Nosso Livro de Visitas (104): Camaradas da Guiné (Domingos Santos)

Vd. último poste da série de 21 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8145: Tabanca Grande (278): Jorge Manuel Magalhães Coutinho, ex-Alf Mil OpEsp/RANGER da CCS/BCAÇ 4610/73 (Piche, Bissau – 1974)