Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 152. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 152. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21404: Memórias cruzadas: relembrando os 24 enfermeiros do exército condecorados com Cruz de Guerra no CTIG (Jorge Araújo) - Parte I

Foto nº 5 – Guiné > Região de Bafatá >Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) > Finete > Elementos da 1.ª secção do 2.º Gr Comb da CCAÇ 12 , num patrulhamento ofensivo ao Mato Cão, para montagem de segurança à navegação do rio Geba Estreito > 

"Eu à esquerda, na primeira fila, com a mala de primeiros socorros, e a minha G-3 (nunca usei pistola), com malta de da 1ª secção do 2º Gr Comb, da CCAÇ 12. Além do Arménio Monteiro da Fonseca [, que vive no Porto, em Campanhã], a secção era composta por: (i) soldado arvorado Alfa Baldé (Ap LGFog 3,7); e ainda os sold Samba Camará, Iéro Jaló, Cheval Baldé (Ap LGFog 8,9) [, à direita do Arménio), Aruna Baldé (Mun LGFog 8,9) [, à minha esquerda], Mamadú Bari, Sidi Jaló (Ap Dilagrama) (FF) [, dado como tendo sido fuzilado depois da independência], Mussa Seide, e Amadú Camará, todos fulas ou futa-fulas. Desta vez, também, a secção, o fur mil arm pesa inf Henriques [, o nosso editor, Luís Graça], de óculos escuros, ao lado do Arménio". (*)

Foto (e legenda): © Fernando Andrade Sousa (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 
 .

Foto nº 1 > Lisboa > s/d [ c. 1880-1890] > Formatura de pessoal e material sanitário militar.

[In; Revista Militar n.º 2544, Janeiro de 2014, p12 (pdf) do Artigo do TCor Med Rui Pires de Carvalho "Factos relevantes da Saúde Militar nos últimos 200 anos"], com a devida vénia.



 

Foto nº 2 – Guiné > Bissau > Hospital Militar 241 > s/d > Entrou em funcionamento em 16 de Agosto de 1961 (4.ª feira).

Fonte: CECA, 7.º Vol, pp 679/680 e foto: Carlos Cardoso; P1578, com a devida vénia.

 

Foto nº 3 – Guiné-Bissau > Bissau > Novembro de 2000  > Ruínas do Hospital Militar 241, em Bissau. Foi entregue ao PAIGC em 12 de Outubro de 1974 (sábado). 

Fonte: CECA, 7.º Vol, pp 679/680 e foto: Alberto Costa (Nov2000), com a devida vénia.


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Bissau > s/d > Ruínas do Hospital Militar 241 (de 1961 a 1974). Depois passou a chamar-se "Hospital 3 de Agosto". 

Fonte: https://triplov.com/guinea_bissau/guine-bissau/index.htm com a devida vénia.



O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger,CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior; vive em, Almada: acaba de regressar de Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos, onde foi "apanhado" durante vários meses pela pandemia de Covid-19; tem mais de 260 registos no nosso blogue... e já está a preparar o próximo ano letivo, que não vai ser fácil paar ninguém: professores, e demais pessoal da conunidade escolar: pessoal não docente,alunos, pais e encarregados de educação, etc. Espera que este ano lectivo (2020/21) seja o último, antes de se reformar.


MEMÓRIAS CRUZADAS

NAS "MATAS" DA GUINÉ (1963-1974):

RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL: «OS ENFERMEIROS» 

OS CONTEXTOS DOS "FACTOS E FEITOS" EM CAMPANHA DOS VINTE E QUATRO CONDECORADOS DO EXÉRCITO COM "CRUZ DE GUERRA", DA ESPECIALIDADE "ENFERMAGEM"

PARTE I 



1. - INTRODUÇÃO


Não sendo possível comparar o que é incomparável – a Guerra Colonial / Guerra do Ultramar / Guerra de África  (1961-1974) e a Expressão Pandémica do Covid-19 (2020) – encontrei no âmbito da segunda situação, nomeadamente em quase todas as manifestações espontaneamente organizadas por grupos de cidadãos e divulgadas nos media, uma forma de homenagear os profissionais que trabalham na áreas da saúde, homens e mulheres, por estes se terem colocado na "linha da frente" do combate à actual ameaça, de natureza viral, com que a saúde pública mundial se viu/vê confrontada, desde o início do presente ano.


Por ser verdade, inspirei-me nestas últimas manifestações de carinho e gratidão que acima relevo, para recordar, também, a importância e o importante papel (insubstituível) desempenhado pelos nossos camaradas da "saúde militar" (e igualmente dos civis/população local) – médicos e enfermeiros – na missão de socorrer todos os que deles necessitassem, quer em situação de combate, quer noutras ocasiões de menor risco de vida (medicina geral), mas sempre a merecerem atenção e cuidados especiais. [Vd. foto nº 5, acima]


Neste novo trabalho de investigação (**), dividido por fragmentos, procuramos descrever cada um dos contextos em campanha, que na fita do tempo tem mais de meio século, analisando "factos" e "feitos" (os encontrados na literatura) dos seus actores directos "especialistas de enfermagem", onde cada caso acabaria por influenciar a Chefia Militar na argumentação para um "louvor" e que se transformaria, depois, em "condecoração" com «Cruz de Guerra», maioritariamente de 3.ª e 4.ª Classe.


Na construção das narrativas, a principal fonte de consulta foi a documentação oficial do Estado-Maior do Exército, elaborada pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), abaixo designada pelo acrónimo  "CECA".


Divisa: "Entre os braços dos serviços de saúde "



2. - SUBSÍDIO HISTÓRICO DO HOSPITAL MILITAR 241 (BISSAU)


Tendo por Divisa "Inter Arma Medicina", o Hospital Militar 241, em Bissau, iniciou a sua actividade em 16 de Agosto de 1961 (4.ª feira), sob a direcção clínica do Major Médico José Libertador Ferraz Pereira Monteiro. A missão era de dois anos.


Com início em 16 de Dezembro de 1968, entrou em vigor a figura de Subdirector do Hospital Militar, sendo este lugar ocupado, então, pelo Capitão Médico Ernesto Mendes Ferrão.


Como elemento estatístico, entre 1961 e 1974, período considerado na historiografia militar como o da Guerra Colonial, só pelo Exército foram mobilizados, para os três TO, cerca de 1.100 [mil e cem] Médicos Milicianos, permitindo uma experiência técnica adicional e ímpar. 


O HMP, em particular, teve grande incremento e desenvolveu capacidades e prestígio: Cirurgia Plástica, Fisiatria e Neurocirurgia, entre outras. 


[Fonte: https://www.revistamilitar.pt/artigo/113


2.1 - SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL


O Hospital Militar 241 [HM 241] foi criado a partir do Destacamento Sanitário/Equipa Cirúrgica, anteriormente mobilizada pelo 1.º GCS [Grupo de Companhias de Saúde, em Lisboa]. O seu desembarque em Bissau ocorreu por fracções, entre 08 de Junho de 1961 e 05 de Julho de 1961.


Em 14 de Junho de 1972, a sua designação foi alterada para Hospital Militar de Bissau, por despacho ministerial de 19Mai72, com aprovação concomitante de novos quadros orgânicos.


Desenvolveu as acções de hospitalização de todas as categorias de indisponíveis, realizando o seu tratamento definitivo ou preparando para ulterior evacuação os que dela necessitassem. 


Atingiu a capacidade de 250 camas e dispôs de serviços especializados de cirurgia geral, ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, análises clínicas, radiologia, estomatologia, dermato-venerologia, reanimação e sangue, fisioterapia, psiquiatria, medicina geral e cardiologia.


Dispôs ainda de equipas itinerantes de cobertura estomatológica, orientou a profilaxia antipalúdica e ministrou instrução de formação de maqueiros e auxiliares de enfermagem, tendo colaborado também com os serviços de saúde civis na assistência à população.


Após chegada dos primeiros elementos do PAIGC, a partir de 04Set74, para recepção dos serviços, o Hospital Militar de Bissau [HMB] foi entregue em 12Out74, sendo portanto extinto. (Ceca; 7.º Vol., pp 679-680), [Vd.  fotos, acima, nºs 1, 2, 3 e 4]


 

3.   - OS CONTEXTOS DOS "FEITOS" EM CAMPANHA DOS MILITARES DO EXÉRCITO CONDECORADOS COM "CRUZ DE GUERRA", NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE "ENFERMAGEM" - (n=24)

 





Nota: A descrição de cada caso seguirá a ordem estruturada no quadro supra.

 

3.1        - FRANCISCO GONÇALVES MOREIRA, 1.º CABO MAQUEIRO DA CCAÇ 152, CONDECORADO A TÍTULO PÓSTUMO COM A MEDALHA DE PRATA DE VALOR MILITAR, COM PALMA


A primeira ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração (a título póstumo) a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército aconteceu quatro dias após o início do conflito armado, tendo por origem uma emboscada sofrida por um Gr Comb da CCAÇ 152, entre Bichalá e Budom (ver mapa abaixo).


► Histórico



 

◙ Fundamentos relevantes para atribuição da Condecoração


"Pelo seu acto valoroso de abnegação, camaradagem e desprezo pela vida, que me apraz registar e enaltecer, aponto-o como exemplo vivo de todo o soldado português" – Joaquim da Luz Cunha [Faro, 1914-?], Ministro do Exército [de 4 de Dezembro de 1962 a 7 de Agosto de 1968].





▬ Portaria de 26 de Novembro de 1963:


"Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Exército, condecorar a título póstumo, com a Medalha de Prata de Valor Militar, com palma, nos termos do parágrafo 1.º do art.º 51.º, com referência ao art.º 7.º, do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, o 1.º Cabo Maqueiro, n.º 264/60, Francisco Gonçalves Moreira, da Companhia de Caçadores 152 [CCAÇ 152], Regimento de Infantaria n.º 8, porque, na Guiné Portuguesa, numa emboscada sofrida [a 27Jan63, em Bichalá] por um Pelotão na região de Budom, em que tombou ferido pelo inimigo o seu comandante de Secção [Abílio Monteiro de Brito, Fur Mil Inf], num acto valoroso de abnegação, extraordinária coragem e com risco da própria vida, progrediu debaixo de fogo intenso para o socorrer e, quando já o segurava em seus braços, veio também a morrer." (CECA; Vol. 5, Tomo I, p 210). (Os seus corpos não foram recuperados).

 

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA


Em 27 de Janeiro de 1963 (domingo), quatro dias após o ataque ao Aquartelamento de Tite, um Gr Comb da CCAÇ 152 efectuou uma das primeiras acções militares realizadas no território da Guiné, executando um golpe de mão sobre um acampamento temporário instalado na região de Budom (Bichalá), a norte de Chugué. 


Durante a missão, o mesmo Gr Comb, do qual fazia parte o 1.º Cabo Maqueiro, Francisco Gonçalves Moreira, sofreu uma emboscada vindo a tombar quando socorria o seu comandante de Grupo, o Furriel Miliciano de Infantaria, Abílio Monteiro de Brito. Os seus corpos não foram recuperados. (CECA; 7.º Vol. Tomo II, p 308).




3.1.1    - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE CAÇADORES 152

= BUBA - CACINE - ALDEIA FORMOSA - GADAMAEL - SALTINHO - BISSAU (1961-1963)


Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 8 [RI8], de Braga, a Companhia de Caçadores 152 [CCAÇ 152], embarcou em Lisboa, em 28 de Julho de 1961, 6.ª feira, por via aérea, sob o comando do Capitão de Infantaria Carlos Alberto Blasco Gonçalves, rumo à Guiné (Bissau), onde chegou no mesmo dia.


3.1.2    - SÍNTESES DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CCAÇ 152


Após a sua chegada a Bissau, a CCAÇ 152 foi colocada em Buba, a fim de substituir a 4.ª CCAÇ, com dois Grs Comb destacados em Cacine e Aldeia Formosa e secções em Gadamael e Saltinho, sendo integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 237 [25Jul61-19Out63; do Maj Inf António Tavares de Pina e TCor Inf Carlos Barroso Hipólito], e orientando a sua actividade para acções de soberania, segurança e controlo das populações, procurando impedir a instalação do inimigo na área.

Em 30Abr63, foi substituída em Buba pela CCAÇ 411 [09Abr63-29Abr65; do Cap Inf João Gomes do Amaral], sendo colocada em Bissau a fim de integrar o dispositivo do BCAÇ 236 [25Jul61-19Out63; do TCor Inf José Alves Moreira], com vista a garantir a segurança e protecção das instalações e das populações da área, colmatando a saída anterior da CCAÇ 84 [09Abr61-12Abr63, do Cap Inf Manuel da Cunha Sardinha e Cap Mil Inf Jorge Saraiva Parracho]. 


Em 18Out63, foi rendida em Bissau pela CART 565 [18Out63-27Out65; do Cap Art Luís Manuel Soares dos Reis Gonçalves], a fim de efectuar o embarque de regresso, ocorrido em 19 de Outubro de 1963, a bordo do N/M «Ana Mafalda» (CECA; op. cit., p. 308).




3.2   - ADOZINDO CARVALHO DE BRITO, 1.º CABO AUXILIAR DE ENFERMEIRO DA CCAV 489, CONDECORADO A TÍTULO PÓSTUMO COM A CRUZ DE GUERRA DE 1.ª CLASSE  


A segunda ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração (a segunda a título póstumo) a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército aconteceu durante a «Operação Adónis B-3», realizada na região do Morés (ver mapa abaixo).


► Histórico


 

◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração


▬ Portaria de 05 de Maio de 1964:


"Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados em acções de combate na Província da Guiné Portuguesa: A título póstumo, Primeiro-Cabo auxiliar de enfermeiro, Adozindo Carvalho de Brito, n.º 1826/62, da Companhia de Cavalaria 489 [CCAV 489] – Batalhão de Cavalaria 490, Regimento de Cavalaria n.º 3."


● Transcrição do louvor que originou a condecoração:


"Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Exército, adoptar para todos os efeitos legais, o seguinte louvor, conferido a título póstumo, em Ordem de Serviço n.º 24, de 29 de Dezembro de 1963, do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné Portuguesa, ao Primeiro-Cabo, auxiliar de enfermeiro, Adozindo Carvalho de Brito, n.º 1826/62, da Companhia de Cavalaria 489 [CCAV 489] – Batalhão de Cavalaria 490, Regimento de Cavalaria n.º 3:


Porque numa acção de fogo na região de Morés [«Operação Adónis B-3», em 02/03Nov63], na qual tomou parte o Grupo de Combate a que pertencia, abnegadamente se dirigiu à frente, debaixo de intenso fogo inimigo, a fim de fazer curativos a um seu camarada ferido, o que executou com prontidão, desprezo pelo perigo e risco da sua própria vida, após o que foi por sua vez gravemente atingido por ferimentos que lhe vieram a causar a morte.


A par da sua grande coragem, manteve até ao fim elevado moral e espírito de sacrifício, tendo desta forma honrado da melhor maneira a Companhia de Cavalaria a que pertenceu [CCAV 489], cujo pessoal, oficiais, sargentos e praças, jamais poderão esquecer o dignificante exemplo dado por este Primeiro-Cabo auxiliar de enfermeiro, em circunstâncias tão difíceis." (CECA; Vol. 5. Tomo II, p 331).





CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA


Após o desembarque em Bissau, verificado em 22Jul63, o comando do BCAV 490 e as suas três unidades de quadrícula (CCAV's 487, 488 e 489), ficaram inicialmente instaladas na Capital, como forças de intervenção. A partir de 02Ago63, duas dessas subunidades passaram a actuar intensivamente na região de Óio-Morés e Mansoa, como reforço do BCAÇ 512 [22Jul63-12Ago65, do TCor Inf António Emílio Pereira de Figueiredo Cardoso].


É neste âmbito que tem lugar a «Operação Adónis B-3», cuja missão seria a entrada no acampamento IN (base) de Morés.


Assim, em 02 de Novembro de 1963, sábado, a CCAV 489 iniciou esta acção militar sob o comando do Cap Cav António Ferreira Cabral Pais do Amaral, que contou ainda com a participação do Cmdt do BCAÇ 490, TCor Cav Fernando José Pereira Marques Cavaleiro (1917-2012).


Eram 23h00, de 02Nov63, quando se deu início à «Operação Adónis B-3», com a saída de Mansabá. Durante a progressão, as forças mobilizadas foram sendo repartidas, enquanto umas emboscavam, as outras marchavam em busca do acampamento (base) de Morés. Até Cai, as NT não encontraram obstáculos. Ultrapassada esta tabanca, e quando eram cerca de 04h30, os dois elementos da frente da força abriram fogo de G-3. Progredindo encontraram um elemento IN, gravemente ferido na anca, armado com uma PM [pistola-metralhadora], que se prontificou a colaborar para o cumprimento da missão de chegar ao Morés. O outro guerrilheiro ferido em fuga foi avistado, mas a uma distância que não foi possível tentar a sua perseguição.


Na progressão foram encontradas várias munições e carregadores. Debaixo de fogo intermitente, eram 08h30 quando as tropas penetraram na "Tabanca de Morés". Aí foi encontrado um casal idoso, ele acamado e a mulher ao lado. As informações obtidas naquele momento confirmaram as anteriormente recolhidas. O acampamento situava-se junto ao caminho que de Morés conduzia a Talicó [ver infografia acima], a meio de duas bolanhas. Eram 10h00 quando um "heli" recolheu o guerrilheiro ferido. Uma hora depois chegou, também de "heli", o Comandante-Chefe, Brigadeiro Fernando Louro de Sousa. Na presença do Cmdt-Chefe, e pelas mãos de elementos da CCAV 489, foi hasteada a Bandeira Portuguesa no Morés (Imagem - CECA; 6.º Vol., Tomo II, p 122).


Depois, com a prisioneira (Mala Seidi) como guia, as tropas continuaram a progredir em direcção à "casa de mato" que se pensava ser o "Quartel-General" dos grupos que, desde Julho'63, vinham desencadeando acções contra a tropa e a população. Os guerrilheiros aguardavam-nas pacientemente. Atacadas pelos flancos, as NT reagiram com tiros de bazuca trazendo acalmia momentânea. A cada passo reacendia-se a refrega. Momentos houve, que o relatório da operação minuciosamente descreve, em que quase se combateu tiro a tiro, individualmente.


As nossas tropas tinham feridos e corpos de guerrilheiros espalhavam-se pela mata. O 1.º Cabo enfermeiro, Adozindo Carvalho de Brito, foi atingido quando estava a socorrer um soldado ferido. Os alf mil Rui Noronha Ferreira e fur mil António Covas transportaram para a rectaguarda um dos feridos mais graves. Foram 45 minutos de "inferno de fogo e sangue", até que chegaram os «T-6», de acordo com o pedido feito de intervenção sobre as zonas das casas de mato, que metralharam.


Às 16h00, o Morés é atingido, ao mesmo tempo que começaram a chegar os "hélis" para procederem à evacuação dos feridos mais graves, um dos quais o 1.º Cabo enfermeiro, Carvalho de Brito, e que, lamentavelmente, foi o único que não resistiu aos ferimentos recebidos.


O TCor Fernando Cavaleiro decidiu que se devia permanecer em Morés até ao dia seguinte. Escolheram-se os locais para as sentinelas, limparam-se alguns arbustos e improvisaram-se abrigos. Às 19h00 recomeçou o tiroteio, interrompido pela reacção das NT e recomeçando às 22h00. Elementos IN, ao abrigo da escuridão, aproximaram-se do improvisado aquartelamento e arremessaram granadas de mão. Às 01h, 02h e 03h00 os ataques foram feitos com mais força e as flagelações vinham de vários lados… numa longa noite de muitas "memórias". (…)





● Fonte: P3329 (adap.): "Breve resumo da História do BCAV 490" (Virgínio Briote).

Ø  Outras consultas sugeridas: P19993 e P20013.


 

3.2.1    - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE CAVALARIA 489


= MANSABÁ - ILHA DO COMO - CUNTIMA - BULA - BISSAU (1963-1965)


Mobilizada pelo Regimento de Cavalaria 3 [RC3], de Estremoz, a Companhia de Cavalaria 489 [CCAV 489] embarcou em Lisboa, a 17 de Julho de 1963, 4.ª feira, a bordo do N/M «Niassa», sob o comando do Capitão de Cavalaria António Ferreira Cabral Pais do Amaral, rumo à Guiné (Bissau), onde chegou a 22 de Julho.


3.2.2    - SÍNTESES DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CCAV 489


Após a sua chegada a Bissau, a CCAV 489 e o restante contingente do seu BCAV 490, ficaram provisoriamente instaladas na capital como forças de intervenção. Durante cinco meses, de 02Ago63 a 27Dez63, esteve instalada em Mansabá, onde na função de força de intervenção reforçou o BCAÇ 512, tendo participado em diversas operações na região do Óio, nomeadamente nas zonas de Mansabá, Bissorã e Morés. Neste intervalo de tempo, ainda cumpriu outra missão, tendo sido atribuída temporariamente ao BCAÇ 236 [23Jul61-19Out63, do TCor Inf José Alves Moreira], e depois ao BCAÇ 600 [18Out63-20Ago65, do TCor Inf Manuel Maria Castel Branco Vieira], para colaborar na segurança e protecção das instalações da área de Bissau, de 03Set63 a 21Out63, a fim de colmatar a saída da CCAÇ 154 [21Jun61-03Set63, do Cap Inf Fernando Barroso de Moura].


Integrada nas forças do seu Batalhão envolvidas na «Operação Tridente», que decorreu nas Ilhas de Como, Caiar e Catungo, durante o primeiro trimestre de 1964, contabilizou um novo deslocamento até Sitató, desta vez em conjunto com a "irmã" CCAV 488 [do Cap Cav Fernando Manuel Lopes Ferreira (1.º); Cap Cav Manuel Correia Arrabaça (2.º) e Ten Cav Lourenço de Carvalho Fernandes Tomás (3.º)], instalando-se em Cuntima em 31Mai64, onde substituiu forças da CCAÇ 461 [20Jul63-07Ago65; do Cap Mil Inf Joaquim Lourenço da Rocha e Santos (1.º) e Cap Inf Joaquim de Jesus das Neves (2.º)] e da 1.ª CCAÇ, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector, então criado e ficando integrada no dispositivo e manobra do seu Batalhão.


Em 06Jun65, foi rendida pela CART 732 [14Out64-07Ago66; do Cap Art Guy Stélio Pereira de Magalhães], tendo recolhido seguidamente a Bissau com o seu Batalhão e onde se manteve até ao seu embarque de regresso, verificado em 12 de Agosto de 1965. Entretanto, a partir de 13Jun65, dois dos seus Grs Comb estiveram temporariamente deslocados em Bula, em reforço do BCAV 790 [28Abr65-08Fev67; do TCor Cav Henrique Alves Calado], por períodos de 10 a 15 dias, com vista à realização de patrulhamentos e contactos com as populações da região de S. Vicente.


 

Foto nº 6 – Elementos da CCAÇ 489 (1963-1965), na curva da picada para Jumbembem - P14827, com a devida vénia. 

(Continua)

_____________


► Fontes consultadas:

Ø  Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 5.º Volume; Condecorações Militares Atribuídas; Tomo II; Cruz de Guerra, 1962-1965; Lisboa (1991).


Ø  Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição, Lisboa (2002).


Ø  Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II; Guiné; Livro 1; 1.ª edição, Lisboa (2001).

Ø  Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

28Set2020


__________________


Nota do editor:


(*) Vd. poste de 25 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P16011: Álbum fotográfico do Fernando Andrade Sousa, ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71) - Parte I: Uma ida ao Mato Cão

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16503: Notas de leitura (881): “Memórias de um Esquecido”, por José Cerqueira Leiras, edição de autor, 2003 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Agosto de 2016:

Queridos amigos,

Tenho vindo a acumular provas de que a guerrilha se manifestou de forma acesa e contundente pelo menos a partir do segundo semestre de 1962. Destruir vias de comunicação, incendiar tabancas, o recurso ao assassínio de comerciantes, passou a ser moeda corrente no Sul da Guiné. Os sublevados ainda vêm mal equipados mas o seu poder intimidador irá revelar-se tão forte que as populações ou fogem para o mato ou para pontos do litoral, onde julgam encontrar defesa.
O relato de José Leiras é nesse aspeto eloquente: o que ele viu em Fulacunda, enquanto Cabo da CCAÇ 153, enquanto Chefe de Posto em Encheia, de 1963 a 1964.
Os historiadores não podem prescindir de consultar as histórias destas unidades para preencher as lacunas existentes. Fala-se sempre em 20 de Janeiro de 1963 como o início da guerra de guerrilhas, hoje sabe-se que não é verdade. Valia a pena pôr branco no preto.

Um abraço do
Mário


De Cabo do Exército a Chefe de Posto: na Guiné, entre 1961 e 1964

Beja Santos

“Memórias de um Esquecido”, por José Cerqueira Leiras, edição de autor, 2003, é um contributo precioso para conhecer melhor a Guiné a fermentar a luta armada, e sentir os sinais da primeira fase da guerrilha. (*)

José Leiras, do Alto Minho, escreve memórias da sua vida, vamos cingirmo-nos aos preparativos para a Guiné, o durante e o logo depois. Assentou praça em Março de 1960 na RAP 2 na Serra do Pilar, dali saiu imediatamente para o antigo Metralhadoras 3, segue para Coimbra, para o RI 12 e daqui arrancou para o Depósito Geral de Adidos, no Largo da Graça, em Lisboa. Anda muito à boleia entre Lisboa e o Porto, o namorico assim o obriga. Em 27 de Maio de 1961 chega a Bissau, vem num contingente de três aviões militares. O comandante de companhia é o Capitão Curto. Vão para Santa Luzia, a caserna ainda tem o chão em terra, as janelas ainda não tinham vidros, nem porta havia. De Bissau seguem para Fulacunda, que ele vai apresentado conforme sabe. A viagem que fazem é demonstrativa da paz existente. Vão por terra de Bissau para Fulacunda em viatura, passam pelo Biombo, prosseguem por Mansabá, depois Bafatá, Saltinho, Xitole e Bambadinca, e daqui a Fulacunda, região de Beafadas, mas onde não faltam Balantas, Mandingas, Mancanhas e alguns cabo-verdianos. Começam a desmatar em volta do acampamento para fazer um quartel novo. Escreve:

“Passámos 15 dias com machado e serra na mão a cortar árvores e a limpar cerca de 1500 cajueiros e mangueiros. Uma vez o terreno limpo, começámos a fabricar os blocos de terra amassada com palha brava, e que depois de secar ao sol umas semanas são maus duros que betão armado. Tempos depois, o capitão empregou alguns pretos e começou-se a construir uma caserna nova, entretanto já tínhamos ocupado o celeiro da vila e mais três pequenas casas de telha à europeia e aí instalámos dormitórios, enfermaria e depósito de munições. Para a cozinha montámos um grande barracão em troncos e ramos de palmeira e assim ficou para sempre em provisório”.
Tentou fazer negócios com a criação de porcos. Tudo correu mal.

Nem tudo é o sétimo céu, começam a chegar notícias de que a subversão passara a rondar Fulacunda. Pela primeira vez refere a sua unidade, a CCAÇ 153 (**), acabara-se o sossego, todos os dias e todas as noites saíam patrulhas de reconhecimento. Declara que houve uma emboscada quando iam buscar água, morreu o soldado 224/60, António Vilares. Vão à tabanca de Dada e trazem alguns prisioneiros, terá havido represália do PAIGC que incendiou e destruiu completamente a tabanca levando para o mato toda a população válida. A seguir é dinamitada uma ponte que atravessava um pequeno afluente do rio Fulacunda, ficaram cortadas as comunicações com Buba, onde se encontrava a CCAÇ 152.
Refere que Buba era muito bonita e airosa, tinha bom clima e boa água, e um importante cruzamento de estradas para Empada, Catió e a fronteira da Guiné-Conacri. Reconstruiu-se a ponte que dois meses mais tarde foi novamente destruída, o que levou a enviar um pelotão para Empada e uma Secção para Aldeia Formosa. O desassossego continua, foi descoberta uma casa de mato cerca de Buba-Tambó, montou-se emboscada, houve mortos, feridos e prisioneiros, o Soldado António Ribas morreu em combate. Com a tropa desmoralizada, o Capitão Curto manda-os descansar em Bolama, um pelotão de cada vez. E observa, acerca de Bolama:

“Apesar de pequena e desprezada é ainda hoje a cidade da Guiné mais tipicamente portuguesa, com as suas ruas estreitas e calcetadas em pedra ou paralelos”.~

Estavam em férias e tiveram que ir a S. João, os guerrilheiros tinham incendiado e destruído aquele ponto de passagem no ponto extremo do Setor de Fulacunda. Sucederam-se combates em Nova Sintra, as populações dispersam-se. O pelotão é destacado para Catió, os ataques são constantes. Começam a aparecer também comerciantes assassinados. Em Março de 1962, casa-se por procuração. Em 1963, já está em Bissau, a mulher acompanha-o. Logo a seguir a CCAÇ 153 embarca para Lisboa, José Leiras foi ao palácio falar com o Governador Peixoto Correia que já lhe tinha destinado o comando do Posto Administrativo de Encheia. Aplica-se ao trabalho e faz o recenseamento das 30 tabancas existentes, cobrou impostos, mandou efetuar a plantação de dezenas de mangueiros à beira da estrada principal, reparou-se o posto sanitário. E escreve:

“Com a mão-de-obra negra, orientei os trabalhos e então construiu-se uma pequena pista para que lá pudesse ir uma avioneta levar correio. Pelos trabalhos efetuados, éramos muito queridos lá na terra só que o terrorismo naquela zona começava também a dar sinal de vida e em pouco tempo alastrou”.

A mulher está grávida e a sofrer de paludismo, tem de regressar a Portugal. Na coluna para Bissau, entre Encheia e Binar há uma emboscada, um camião civil carregado de arroz e mancarra saltou pelos ares com o rebentamento de uma mina. Mais um soldado morto. No regresso a Encheia, e pela estrada de Bissorã, via Mansoa, depara-se um camião civil a arder. 10 quilómetros à frente, duas árvores atravessadas e mais adiante uma grande vala cortando por completo a estrada.

A guerra é indisfarçável, os fuzileiros chegam a Encheia. José Leiras vai a Bissorã falar com o administrador e pedir reforços, tudo lhe é recusado. No regresso, escapa por um triz a uma saraivada de balas. Em Encheia, há alvoroço todos os dias, gente a fugir para o mato. É nisto que se dá um ataque à povoação, muitas moranças destruídas pelo fogo, o comércio saqueado, todo o gado roubado e pessoas levadas para o mato. O comerciante Francisco Beira Mar é assassinado. José Leiras consegue chegar ao posto e resiste ao fogo dos guerrilheiros, apesar de ferido, pois no jipe foi atingido por várias balas numa perna. Na manhã seguinte, toca-se o clarim para a formatura e hasteia-se a bandeira portuguesa. A situação de Encheia é de uma enorme desolação. José Leiras arranja um voluntário para ir a Bissorã avisar a tropa, esta levou cinco horas para fazer 24 km pois na estrada havia dezenas de árvores atravessadas para além das valas. Ferido, é levado para o hospital, nessa altura as cuidadoras são religiosas. São-lhe extraídas as balas e dias depois vai de avioneta até Bissorã. Passa a noite de Natal de 1963 em Bissorã, no dia seguinte parte para Encheia, já lá está um pelotão. Caminhamos para o fim das vicissitudes do Chefe de Posto em Encheia. No fim do mês de Março de 1964, é mandado apresentar ao novo Governador, Contra-Almirante Vasco Rodrigues. Põe-se ao caminho e apresenta-se ao Governador. Vinha coberto de poeira vermelha, apresentou-se de arma às costas e duas granadas no bolso da camisa. O Governador não escondeu a sua indignação, repreende-o com aspereza, pois devia apresentar-se de farda branca e boné de pala. Convocara-o para lhe dar um louvor, como já não merecia, ia transferi-lo de castigo para o Posto de Cacine. E ele escreve:

“Senhor Governador, o meu louvor pode guardá-lo para V. Exa. como recordação minha, eu queria era aumento de salário e com respeito a ir para Cacine de castigo, vá para lá você que tem tiroteio de dia e de noite para se distrair mas não leve o fato branco porque está sujeito a manchá-lo de sangue e desde já apresento a minha demissão”.

Demorou alguns meses a regressar, os transportes vêm pejados de gente em retirada para a metrópole, andou alguns meses a trabalhar como motorista de camião da Tecnil, em Bissalanca. Em Junho desse ano chega a Lisboa.

Como é evidente, é indispensável ler a história da CCAÇ 153 (**) para procurar averiguar o que há de fidedigno nestes episódios. Parece mais que demonstrado que houve guerrilha acesa a partir de 1962, a data ícone de 20 de Janeiro de 1963 só pode significar que é o ponto de partida para flagelações, mas durante largos meses de 1962 acumulam-se as provas de fugas e raptos de população, assassinatos de comerciantes, atos de destruição de pontes e telégrafos, as comunicações foram sendo anuladas e os civis aproximando-se das povoações do litoral. Isto no Sul. O testemunho parte de Fulacunda. Em Encheia, assistimos, já em 1963 a formas de destruição coincidentes com as que se perpetraram no Sul. E em 1964 disseminara-se a luta armada. Testemunhos como o de José Leiras abonam a intensidade de uma guerrilha que foi recrudescendo até encontrar formas de contenção com nomes próprios: o terror do helicóptero lobo-mau, as operações das forças especiais, os bombardeamentos intensos no interior das matas de difícil acesso. Curioso seria perceber o que é que José Leiras esperava, depois de ter experimentado a guerra no Sul, de seguir em terreno tão atribulado, uma carreira de funcionário colonial.
____________

Notas do editor

(*) Último poste da série de 16 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16495: Notas de leitura (880): Os Cus de Judas, por António Lobo Antunes (2) (Mário Beja Santos)

(**) Sobre a CCAÇ 153, temos no nosso blogue dezena e meia de referencias. Clicar aqui. Temos também meia dúzia de referências ao cap Curto, José Curto ou José Carreto Curto, hoje tenente general reformado. As suas memórias escritas seriam importantes para se perceber melhor este período de terror e contra-terror dos anos de 1962/63.