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sábado, 12 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23072: In Memoriam (432): António Brandão de Melo (1950-2022), ex-Fur Mil Inf da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)

IN MEMORIAM

António Brandão de Melo (2/1/1950 - 9/3/2022)
Ex-Fur Mil Inf da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)


O nosso camarada Jorge Canhão, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, fez-nos chegar a notícia de mais um camarada, combatente da Guiné, que nos deixa.

Desta feita, António Brandão de Melo, ex-Fur Mil Inf, também da 3.ª CCAÇ do BCAÇ 4612/72, sediada em Mansoa mas com intervenção na zona de Bula, Mansabá, Gadamael Porto entre outros.

António Brandão de Melo era advogado e foi comentador da Crónica Criminal no programa Você na TV, da TVI.

"Desde 2020 já faleceram, que saibamos, 6 camaradas - 2 alferes, 1 furriel e 3 soldados". acrescenta o Jorge Canhão.

De acordo com a nota de pesar publicada na página da Ordem dos Advogados, o Dr. António Brandão de Melo nasceu a 2 de Janeiro de 1950, licenciou-se em 17 de Abril de 1985, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, inscreveu-se como Advogado a 10 de Dezembro de 1987 e exerceu advocacia na Comarca de Alenquer.



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Nota do editor:

De acordo informações recolhidas no facebook do malogrado camarada António Brandão de Melo, o velório terá lugar na Basílica da Estrela a partir das 18h00 de hoje.

Amanhã, domingo, haverá missa às 13h30 na Basílica da Estrela, seguindo o funeral para o cemitério Alto de São João às 14h00.

À família enlutada a tertúlia e os editores deste Blogue de antigos combatentes da Guiné, apresentam as suas mais sentidas condolências.

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Nota do editor

Último poste da série de 26 de fevereiro de 2022 > Guiné 61/74 - P23035: In Memoriam (431): Padre Mário de Oliveira (1937-2022): até sempre! (Comentários de Zé Teixeira. José Martins, António Murta e Alice Carneiro)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21817: Fotos à procura de... uma legenda (140): Trata-se de uma canoa em tempos apreendida ao PAIGC... Os militares tomam banho no cais de Gampará (Virgílio Valente, régulo da Tabanca de Macau, ex-alf mil, CCAÇ 4142/72, Gampará, 1972/74)



Guiné >  Região de Quinara >  Gampará > Mapa de Fulacunda (1956) >  Escala 1/50 mil >  Posição relativa de Porto Gole, Gampará, Ganjauará e  Ponta do Inglês na Foz do Rio Corubal. (O PAIGC em 1972 conttrolava algumas posições no rio Corubal, como era o caso de Ponta do Inglês / Poindom (subsector do Xime).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)



Guiné > Região de Quínara > Jabadá ou Gampará  [?]> 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74) > Canoa apreendida ao PAIGC, em dia de banho, na margem esquerda do Geba [?].

 Foto (e legenda): © José Elias / Carlos Barros (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem, enviada hoje às 3h49, pelo nosso camarada da Diáspora Lusófona, Virgílio Valente [Wai Tchi Lone, em chinês], que vive e trabalha há mais de 2 décadas, em Macau, região autónoma da China, e que foi alf mil, CCAÇ 4142/72, "Os Herdeiros de Gampará" (Gampará, 1972/74);  é o nosso grã-tabanqueiro nº 709, desde 18 de dezembro de 2015, e régulo da Tabanca de Macau :


Caro Luís e caro Carlos Barros,

Estive em Gampará entre 1972 e 1974. 

A Foto da canoa (*) sugere-me tratar-se da canoa abandonada no cais que servia Gamapará após um grupo do PAIGC, vindo do rio Corubal,  ter colocado uma mina na estrada que ligava Gamapará ao Cais e que foi detectada e levantada. 

Era habitual o pessoal do aquartelamento em Gampará ir ao banho ao Cais. Na verdade, também houve períodos de presença de camaradas de Fulacunda, batalhão de Tite algum tempo em Gampará.

Aparecem caras na foto que me parecem conhecidas.

Mas quem pode dar dicas mais consistentes é o ex-alferes miliciano Eurico Dias, cujo endereço de email fica à disposição dos editores,

Abraços, camaradas

Virgílio Valente, ex-alferes miliciano da CCAÇ 4142, 1972/1974 em Gampará

2. Ficha de unidade > CCAÇ 4142/72

Companhia de Caçadores nº 4142/72
Identificação: CCaç 4142/72
Unidade Mob: RI1 - Amadora
Crndt: Cap Mil Cav Fernando da Costa Duarte
Divisa: -
Partida: Embarque em 16Set72 | Regresso: Embarque em 25Ag074

Síntese da Actividade Operacional

Após realização da IAO, de 20Set72 a 170ut72 no ClM do Cumeré, seguiu em 180ut72 para Ganjauará, a fim de efectuar o treino operacional e a
sobreposição com a CArt 3417.

Em 15Nov72, assumiu a responsabilidade do subsector de Ganjauará, ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 7 e depois do BArt 6562/72, tendo orientado a sua actividade para a redução do esforço inimigo na região e coordenação dos trabalhos de reordenamento das populações.

Em 1Ag074, foi rendida no subsector de Ganjauará pela 2ª Comp/BCaç 4612/72, recolhendo a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações: Tem História da Unidade (Caixa n." 114 - 2ª Div/4ª." Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pág.413

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Guiné 63/74 – P21780: Estórias avulsas (101): Um petisco indegesto para o jantar (Acácio Mares, ex-Fur Mil Inf)


1. Mensagem do nosso camarada Acácio Mares (ex-Fur Mil Inf da 1.ª Comp/BCAÇ 4612/72, Porto Gole, 1972/74), com data de 27 de Junho de 2020:

Camaradas e amigos cumprimentos a todos
Em determinado dia, foi um grupo de combate fazer uma patrulha. No regresso ao quartel, os soldados foram tomar um banho numa poça de água no chão, onde um rebanho de cabras e um cabrito bebiam. Um dos soldados resolveu apanhar o cabrito para fazer um petisco para o jantar.
Fizemos uma fogueira no chão e, quando estávamos a fritar o cabrito, algum maroto lançou munições para a fogueira que de imediato começaram a rebentar.
Lá se foi o cabrito, a fogueira e a frigideira pelo ar (malandros).
E lá se foi o petisco.

Abraços para todos um bom Ano
Acácio Mares

Porto Gole
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de janeiro de 2021 > Guiné 63/74 – P21761: Estórias avulsas (100): Como substitui o comandante de operações de patrulhamento em Jumbembem (Fernando C. G. Araújo, ex-Fur Mil OpEsp 2ª CCAÇ/BCAÇ 4512)

terça-feira, 30 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21124: Estórias avulsas (99): Histórias de Porto Gole e encontro com um médico guineense no Hospital do Barreiro (Acácio Mares, ex-Fur Mil Inf)

Vista de Bissau - Guiné-Bissau
Com a devida vénia a dnoticias.pt


1. Mensagem do nosso camarada Acácio Mares (ex-Fur Mil Inf da 1.ª Comp/BCAÇ 4612/72, Porto Gole, 1972/74), com data de 27 de Junho de 2020:

Boa tarde camarada Carlos
Recordei mais uma história que passo a contar.

Estava a organizar uma patrulha e disse ao soldado das milícias para ir à frente com o pica. Respondeu que não ia porque não tinha medo de mim, que só ia com outro furriel porque quando não ia ele tirava dente e punha dente e tinha manga de medo eu puxa e não tiro dente.

Estava em Porto Gole e havia um homem que pertencia à Casa Gouveia (CUF) e que recebia produtos para a CUF, amendoim e ráfia. Tinha cinco filhos aos quais eu dava pão com manteiga. Há pouco tempo fui ao Hospital do Barreiro e fui atendido por um médico de cor que em conversa me disse ser natural da Guiné-Bissau,  Porto Gole. Eu disse-lhe que tinha lá estado e  vim a saber que ele era filho do António da Casa Gouveia e que lhe tinham posto o nome Alfredo da Silva em homenagem ao patrão da CUF. Eu tinha uma foto com ele e os irmãos que posteriormente lhe entreguei, ficando ele muito sensibilizado com a situação.

Guiné-Bissau - Exterior do Forte de São José da Amura
Com a devida vénia a Tripadvisor

Camarada, fui à Guiné mais ou menos há 7 anos, que desgraça a avenida que vem do Palácio até ao porto, tudo com grandes buracos, nem um camarão nem ostras havia, tudo desapareceu. O Grande Hotel queimado, Amura igual o Pelicano também. As ruas com sucata.

Eu falei demais, revoltado com o que vi, entretanto estava perto um sujeito de nome António que até me ameaçou.
Fui falar com um português que lá estava há anos que me sugeriu que fosse para Varela. Assim fiz, na volta fui logo direto ao aeroporto pensando que desta já me tinha safado.

Por hoje é só, até que me lembre de outra situação.

Abraço
Acácio Mares
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20961: Estórias avulsas (98): Histórias do vovô Zé (2): História da Carochinha, contada em confinamento, em homenagem à D. Virgínia Teixeira e ao Senhor Jotex (José Ferreira da Silva, ex-Fur Mil Op Esp)

domingo, 21 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21097: Tabanca Grande (495): Acácio Fernando da Silva Mares, ex-Fur Mil Inf da 1.ª Comp/BCAÇ 4612/72) (Porto Gole, 1972/74), 809.º Grã-Tabanqueiro da nossa tertúlia

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, Acácio Fernando da Silva Mares, ex-Fur Mil Inf da 1.ª Comp/BCAÇ 4612/72 (Porto Gole, 1972/74), com data de 11 de Junho de 2020:

O meu nome é Acácio Mares, ex-Furriel Mil. NM 18779672.

Pertenci à 1.ª Companhia do BCAÇ 4612/72 que esteve em Porto Gole.

Gostava de ser incluído no grupo da Tabanca Grande.
Abraço 
Acácio Mares




Acácio Mares em Porto Gole

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2. O camarada Acácio Mares foi contactado no sentido de nos enviar algo mais que nos levasse a conhecê-lo melhor do que resultou o envio desta segunda mensagem em 19 de Junho:

1. Recruta no CISMI (Tavira) com destino a Porto Gole;

2. Por lá está estive 3 a 4 meses, sendo nomeado para Delegado de Batalhão em Bissau, substituindo o ex-camarada furriel Salavisa;

3. No regresso trabalhei na Rodoviária Nacional, em Queluz, como responsável de compras e com várias formações acrescidas: - Organização e Gestão de compras na Empresa; - 52.º Curso Básico de Chefia; - Curso de "Comunicação e Relações Humanas para Chefia".

4. Aos 36 anos tive um AVC, com baixa permanente até aos 40, aí fui reformado;

5. Ao recuperar iniciei um novo projecto - Comércio de lenha e carvão, onde desenvolvi durante 10 anos e trespassei o negócio;

6. Ao trespassar o negócio, entrei em parceria com a minha esposa, adquirimos uma nova loja para comério de roupa;

7. Aí dava suporte às duas lojas em termos de acompanhamento e monitorização de aquisição, levantamento e facturação das mesmas;

8. Obtendo este know how, iniciei-me na revenda de roupa para lojas;

9. Trabalhei cerca de 5 anos na revenda de pronto a vestir, e nesta fase estando esta economia a decrescer iniciei em paralelo novo projecto;

10. Em 1999 construí e abri um novo estaleiro dedicado apenas a comércio de lenha;

11. Este projecto iniciou apenas ao fim de semana, comigo em parceria com a minha esposa, com distribuição casa a casa por área residenciais pré definidas e estabelecidas semanalmente;

12. Este projecto durou cerca de 15 anos, tendo expandido paralelamente negócio de carvão;

13. O estaleiro chegou a ter 7 funcionários em full time, com 2 vagons a distribuir e um camião a distribuir carvão para restaurantes;

14. Na fase final e para contabilização de custos/despesas em compras já eram os nossos veículos que iam adquirir e transportar matéria prima;

15. Em 2017 fui vítima de queda de um lance de escadas, da qual resultou um TC sem perda de conhecimento;

16. A partir daí fiquei de baixa e ausente da gestão e em 2018 trespassei o negócio.

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Localização de Porto Gole
© Infogravura do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (Carta da Província da Guiné - 1:500.000)


3. Comentário do editor:

Caro Acácio Mares,

Em primeiro lugar recebe um abraço em nome dos editores e da tertúlia em geral.

Recebemos-te com todo o gosto nesta Tabanca de antigos Combatentes da Guiné. Vais ocupar o lugar número 809 da tertúlia mas podes "sentar-te" onde quiseres porque não temos qualquer tipo de distinção entre nós, seja pelo antigo (ou actual) posto, formação académica, profissão, idade, etc. Por isso nos tratamos por tu.

Muito obrigado pelo teu currículo/história de vida, muito variado e acidentado quanto à saúde. Esperemos que tenhas recuperado tanto quanto possível e gozes a tua reforma porque bem mereces.

Se tiveres algum tempo livre, podes ir enviando algumas das tuas memórias dos tempos vividos em Porto Gole, seja por escrito ou enviando fotos, que tenhas, acompanhadas com as respectivas legendas.

Como pode confirmar, navegando pelos mais de 21.000 postes do nosso Blogue, a nossa missão é deixar algum espólio para memória futura, para que não sejam os outros a contar a nossa história por nós.

Com os votos de que gozes de boa saúde, deixo-te um abraço pessoal
Carlos Vinhal

PS - Do teu batalhão, BCAÇ 4612/2 (Mansoa, 1972/74), tenos mais de 70 referências no nosso blogue. Vê se recomheces alguém, uma boa parte é de malat da CCS e da 3ª Companhia.
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21056: Tabanca Grande (494): Edgar Tavares Morais Soares, ex-Fur Mil Op Especiais da CCS/BART 3873 (Bambadinca, 1971/74), 808.º Grã-Tabanqueiro da nossa tertúlia

terça-feira, 16 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17362: In Memoriam (298): Agostinho Valentim Sousa Jesus (1950-2016), ex-1.º Cabo Mecânico Auto da CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74


Agostinho Jesus (1950-2016)

1. O nosso grã-tabanqueiro Agostinho Jesus [, ex-1.º cabo mecânico auto da CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74] iria fazer 67 anos no passado dia 15 de maio. Não chegou a fazer, morreu em 22 de novembro de 2016, na sequência de um intervenção cirúrgica ao coração.

A triste notícia chegou-nos através dos seus camaradas de batalhão, Carlos Pauleta, Ângelo Gago e Jorge Canhão

O primeiro mensageiro da notícia  foi o  Carlos Pauleta, do pelotão de sapadores, integrado na CCS / BCAÇ 4612/72, com sede em Mansoa (1972/73) e passagem por Porto Gole, Bissá, Mansabá, "tendo regressado mais cedo a Portugal por ter sido ferido perto de Mansabá quando se encontrava com o coronel, na reforma, Pereira da Costa (na altura Capitão) numa operação de manutenção de um campo de minas":

"Caríssimo Luís Graça: ao abrir o blogue da Guiné reparei na mensagem de parabéns pelo aniversário do camarada Agostinho de Jesus, que integrou a CCS, do Batalhão 4612/72. Não é certamente do teu conhecimento que o camarada Agostinho faleceu há meses sem que eu te possa informar, neste momento, a data da triste ocorrência."

Agostinho Valentim Sousa Jesus (1950-2016)
O Carlos Pauleta remeteu-nos para o  Ângelo Gago, amigo íntimo e vizinho do Agostinho Jesus, ambos algarvios. Pelo telemóvel, confirmou  a triste notícia dada pelo Carlos Pauleta, a da morte do Agostinho Jesus, não  podendo precisar a data ("talvez no passado mês de outubro de 2016").

Confirmou-nos o ano de nascimento, 1950. Acrescentou, além disso, que o Agostinho Jesus, "amigo do seu amigo"; (i) sofria de vários problemas de coração, (ii) estaria a  precisar de um transplante cardíaco, (iii) era já viúvo há um ou dois anos, (iv) trabalhava em seguros, por conta própria, (v) e morava perto de Faro.

O Ângelo e ele eram bons e velhos amigos desde o tempo de Guiné. Ambos pertenciam, tal como o Carlos Pauleta, à CCS / BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74). Os dois iam sempre juntos aos convívios anuais do batalhão.

O António José Pereira da Costa mandou-nos, a propósito, a seguinte mensagem:

 "Não conheci o Agostinho de Jesus. O Carlos Pauleta sim. Não tenho qualquer informação a dar sobre esta questão, uma vez que o BCaç 4612 entrou em sector em Nov / Dez 72 e a CART  3567 era mais antiga. Era a 4.ª companhia do batalhão."

O Jorge Canhão, da 3ª C/BCAÇ 4612/72, também confirmou, em telefonema ao nosso editor Carlos Vinhal, a forte do Agostinho Jesus, "em 22 de Novembro, ainda no hospital, depois de ter sido submetido a uma intervenção cirúrgica".

2. Embora tardiamente, só nos resta dar a triste notícia a todos os demais membros da Tabanca Grande. Infelizmente, não estamos (nem podemos estar) em permanente contacto com todos os membros da nossa Tabanca Grande. Boa parte deles deixaram de estar em contacto connosco, o que é normal. 

Fomos, pois, surpreendidos pelo desaparecimento de mais um camarada, que havia entrado para a Tabanca Grande em 23 de abril de 2013 (**).

Paz à sua alma!...
As nossas condolências à família, aos amigos e aos camaradas da "grande família" do BCAÇ 4612/72.
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sábado, 15 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17247: In Memoriam (295): Mário Vasconcelos (1945- 2017), ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, e Cumeré, 1973/74.... O velório é hoje na ipreja das Dominicas, Guimarães


O Mário Vasconcelos, foto recente, do Juvenal Amado



O Mário Vasconcelos é o primeiro da direita. Foto de Juvenal Amado (o terceiro a contar da direita)... O Eduardo Campos é  o primeiro da esquerda.





1. Mensagem do Juvenal Amado com data de ontem, às 23h32:

Este ano está a ser terrível pois não paramos de ser confrontados com o desaparecimento físico dos nossos camaradas.

O nosso camarada Mário Vasconcelos que foi alferes transmissões no batalhão 3872 ( substituto do ex alferes Mota, falecido com 10 meses de comissão) acaba de nos deixar hoje pelas 19 30 horas.

Ele tinha avisado na nossa página do Facebook que se ia submeter a uma operação cirúrgica e que contava estar bem para o nosso almoço anual.

Infelizmente não foi assim.

À família enlutada quero desde já deixar os meus mais sentidos pêsames, Ele que Fique em paz e que terra lhe seja leve.

Juvenal Amado



2. Mensagem do Rui Vieira Coelho na página do Facebook da Tabanca Grande:


Caro Luis Graça:  o ex-allferes Mario Vasconcelos, oficial de transmissões do BCAÇ  3872, sito em Galomaro,  Guiné, 1972/74, faleceu hoje na cidade de Guimarães, pelas 17horas e trinta minutos do dia 14 de Abril de 2017 . Paz á sua Alma.

3. Comentário do editor LG:

Infelizmente, a triste notícia foi-nos confirmada pelo filho, Nuno Vasconcelos, devendo o velório ser feito hoje, sábado, na capela das Dominicas em Guimarães. O nosso camarada Mário Vasconcelos era casado, vivia em Guimarães, era prof ref da Escola Secundária Escola Secundária Francisco de Holanda. Estudou Engenharia Electrotécnica em Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto; tinha andado a escola Escola Secundária Francisco de Holanda.
No CTIG, foi alf mil trms,   CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72,Mansoa, e Cumeré, 1973/74.

Tem 37 referências no nosso blogue.

Em nome da Tabanca Grande, apresentamos à família e aos amigos e camaradas mais próximos as nossas  condolências.

PS - Informação adicional do Juvenal Amado:  "O Mário Vasconcelos nasceu, segundo informação do ex-furriel transmissões Rui Marques, em 29 de Outubro de 1945. portanto faria em Outubro 72 anos de idade."


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16623: Inquérito 'on line' (77): Num total de 117 respostas, 62% diz que, nos sítios onde esteve, no mato, nunca houve familiares de militares, metropolitanos ou guinenses... Comentários dos camaradas Jorge Cabral, Vasco Pires, Jorge Canhão, Rogério Cardoso, Carlos Mendes Pauleta, Eduardo Estrela, José Colaço, J. Diniz Sousa Faro e Manuel Amaro


Guiné > Região do Óio > Bissorã > c. 1973/74 > Maria Dulcinea (Ni), esposa do nosso camarada Henrique Cerqueira, que esteve com o marido e o filho em Bissorã, de outubro de 1973 a junho  de 1974 (*). [O Henrique Cerqueira foi fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, e  CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74]


Guiné > Região do Óio > Bissorã > c. 1973/74 > Miguel, o filho do Henrique Cerqueira, e da Maria Dulcinea (Ni),  com a filha de um capitão da CCS, no quintal da casa dos Cerqueira.


Guiné > Região do Óio > Mansoa > c. 1973/74 > Miguel, a Maria Dulcinea (Ni), de costas, com a esposa de um outro militar de Bissorã, também de costas, em visita a Mansoa.

Fotos (e legendas); ©  Maria Dulcinea (Ni) / Henrique Cerqueira  (2011), Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A. INQUÉRITO 'ON LINE': 

"NO MATO, NO(S) SÍTIO(S) ONDE EU ESTIVE, NA GUINÉ, HAVIA FAMILIARES NOSSOS"...

Resultados finais (=117)



1. Sim, esposas (não guineenses) > 26 (22%)

2. Sim, esposas e filhos (não guineenses) > 13 (11%)

3. Sim, familiares guineenses (sem ser das milícias) > 14 (11%)

4. Não, não havia > 73 (62%)

5. Não aplicável: não estive no mato > 3 (2%)

6. Não sei / não me lembro > 0 (0%) 

Total: 117


O prazo de resposta terminou em 20/10/2016, 5ª feira, às 6h52.  O inquérito admitia até três respostas: por exemplo 1, 2 e 3.


B. Comentários dos nossos  camaradas, leitores do blogue (**):

(i) Jorge Cabral

Missirá era um Quartel ou uma Tabanca? E estar no mato, o que era? Tudo fora de Bissau? Bafatá era mato? Por outro lado, e como se sabe, as mulheres fulas acompanhavam sempre os maridos militares. (...) Assim no meu Pelotão [, Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá, 1969/71] , existiam 24 soldados, 19 mulheres e 32 crianças...


(ii) Vasco Pires

Nós,  da Artilharia, "herdávamos" um Pelotão [, o 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72] com cerca de trinta soldados e outras tantas mulheres, e uns quantos filhos, e, sinceramente, às vezes ficava difícil de a administrar. (...) Felizmente, lá em Gadamael,  como já referi anteriormente, os Furriéis eram dedicados, eficazes e leais (Furriéis Kruz e Oliveira). Eu mesmo (com os Furriéis) morava na tabanca, bem como os soldados e cabos de recrutamento local.


 (iii) Jorge Canhão

Em relação ao poste do meu camarada Carlos Fraga, há um pequeno equívoco da parte dele, pois em Mansoa, além de esposa do cmdt do batalhão, esteve lá também a esposa e filho do cap Patrocínio, então da CCaç 15, a esposa e filha de um camarada nosso mas da CCS, assim como a esposa de um furriel (Roma) da CCS. Penso que também a esposa do major de operações da CCS estava lá. Inclusive numa festa africana em Mansoa, um individuo atirou uma granada para o meio da festa tendo provocado bastantes feridos, estava lá o camarada Jesus (o tal da CCS) com a esposa e a filhota, que felizmente não foram feridos.

Jorge Canhão,  ex fur mil. 3ª Caç/BCaç 4612/72


(iv) Rogério Cardoso

Em 1964 e 1965 a Cart 64, "Águias Negras", estava sediada em Bissorã. O seu 1.º sargento,  de nome Rogério Meireles, estava acompanhado da mulher e de uma filha de pouca idade, residia numa pequena casa fora do aquartelamento. Acabou ao fim de 1 ano deixar de pertencer à companhia  por ter problemas de estômago, e deste modo foi embora com a família. Digo de passagem que foi o melhor que ele fez, pois, quando de alguns ataques noturnos, aquelas pobres sofriam bastante. Também o furriel vaguemestre mandou ir a mulher, que chegou a Bissau no dia seguinte a ele ter sido ferido, mas sem gravidade. Ele ao fim de uns meses também mandou a mulher de regresso, pelas mesmas razões do anterior caso.


(v) Carlos Mendes Pauleta

O camarada Fraga refere que não existiam familiares de militares em Mansoa. Como o Jorge Canhão referiu no seu comentário, tal não corresponde à realidade. Além dos militares identificados pelo Canhão,  também o major António Rebelo Simões, 2.º Comandante do BCAÇ 4612/72, vivia com a sua esposa. Se assim não fosse como poderia um 1.º cabo sapador ter sido castigado por estar a "espreitar" a esposa do 2.º comandante do batalhão a tomar banho?


(vi)  Eduardo Estrela [ ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71]

(...) Lembro-me bem que em 1970 estavam em Farim, a esposa dum fur mil e a esposa e filha dum 1.º sargento. Não me recordo a que unidades militares pertenciam, mas ambos estavam integrados na guarnição do Batalhão 2879, do qual a minha CCaç 14 fazia parte como unidade de reforço.


(vii) José Botelho Colaço

Penso que nos primeiros anos da guerra no verdadeiro mato não havia um mínimo de condições [para alojar familiares de militares, quer esposas, quer filhos]. Além disso a cultura que nos foi ministrada também não ajudava nada para que tal acontecesse, os filhos e esposas não guineenses coabitarem connosco no mato.

Na minha CCaç 557 (1963/65) a única mulher que nos fez companhia foi a esposa do médico mas só nos finais de 1964 quando no regresso do mato (Ilha do Como) a Bissau e nos fixámos em Bafatá. Aí a drª Maria Luísa foi uma companheira amiga e presente no dia a dia além do doutor, ela era,  e ainda é para nós, militares da 557, a nossa amiga doutora.


(viii) José Diniz Carneiro de Sousa e Faro

O meu caso assim como todos os combatentes pertencentes à BAC 1 / GAC 7 que estavam no mato, os pelotões de Artilharia tinham sempre familiares dos seus praças oriundos de incorporação territorial que transportavam consigo os seus familiares (mulheres e filhos). Era frequente utilizar duas ou mais viaturas só para transporte dos familiares que eram alojadas nas tabancas. Em Binar (1970) tinha um soldado com 6 mulheres.

J. Diniz S. Faro, ex-fur mil art, 1968 - 1970


(ix) Manuel Amaro

No meu BCAÇ 2892, em 1970,  Aldeia Formosa (Quebo), estiveram, durante pouco tempo, duas senhoras, esposas de um Alferes e de um Sargento. A estada foi curta porque o PAIGC, depois de um tempo de quase ausência, decidiu aumentar a sua acção na zona. O único branco civil em Aldeia Formosa era o agente da PIDE/DGS, de apelido Manjerico.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de  26 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8329: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (11): Como fui parar à Guiné (Maria Dulcinea)

(...) Quando chegamos a Bissorã e entro na nossa 'Casa' fiquei espantada pois estava decorada com assentos dum carocha, as camas eram da tropa, tínhamos um frigorífico a petróleo, a casa de banho eram dois bidões de chapa. Tínhamos chuveiro pois o Henrique conseguiu ir buscar água bem longe (daí a explicação do seu estado de magreza pois que arranjou casa, fez uma abrigo, decorou a casa e sempre fazendo a sua actividade militar, porque na CCAÇ 13 não se mandriava).

Quanto à nossa alimentação, foi organizada do seguinte modo: as refeições dos adultos vinham duma espécie de restaurante (O Labinas') que tinha um acordo com a tropa, mas as refeições do nosso Miguel era eu que as confeccionava com artigos comprados na messe e outros sempre que possível na população.

Entretanto eu e o Henrique tiramos a Carta de Condução no mesmo dia em Bissau. Não pensem que nos facilitaram a vida, não, pelo contrário, foram bem exigentes no exame em Bissau.

Para além de ter tido um Natal muito especial em 1973, com pinheirinho (uma folha de palmeira enfeitada), rabanadas e aletria, tudo isto foi enviado pela família da metrópole. Mas o que mais gostei foi ter partilhado esse Natal com outros soldados que invadiram a nossa casa que até se esqueceram que havia algures por ali uma Guerra.

Entretanto veio o 25 de Abril, e tive a oportunidade de ir cumprimentar o pessoal do PAIGC ainda no seu estado de combatentes inimigos. Uns dias antes os "patifes" tinham-nos bombardeado com foguetões, porque pareciam não estarem satisfeitos com o susto que me pregaram em Dezembro, ao infligirem-nos um bruto ataque que foi o meu baptismo de fogo.  (...)

Em Junho [de 1974] regresso a Portugal com o Miguel, e em Julho regressa o Henrique, e uma vez mais fui ter com ele a Lisboa ao RALIS onde foi (fomos) definitivamente desmobilizado[s].

(...) Antes de acabar, lembro que em Bissorã viviam mais senhoras, esposas de militares, ou seja dum soldado, dum furriel e de um capitão que tinha uma menina linda de quem vou tomar a liberdade de publicar a foto, junta com o meu Miguelito. (...)



(**) Vd. os últimos postes da série:


17 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16609: Inquérito 'on line' (75): as primeiras 66 respostas, a três dias do fim do prazo (5ª feira, dia 20): só em 28 casos havia famílias de militares, não guineenseses, no mato... "Lembremos que o maior número de militares do quadro não estavam longe de belas cidades como Luanda, Benguela, Uíge, Malange, Lourenço Marques, Beira, Nova Lisboa e Bissau, por exemplo, onde não faltava nada (comentário de Antº Rosinha)

13 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16597: Inquérito 'on line' (73): Até ao dia 20 deste mês, responder à questão "No mato, no(s) sítio(s) onde eu estive, havia familiares nossos... esposas com ou sem filhos"

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14585: Os nossos camaradas guineenses (42): em 1/12/1973, na tabanca do Xime, vítima de fogo amigo ou inimigo, morreu na sua morança um militar da CCAÇ 12 e toda a sua família, duas mulheres, duas crianças em idade escolar e um recém nascido (António Manuel Sucena Rodrigues, ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972-74)

1. Mensagem de António Manuel Sucena Rodrigues [ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972-74], que vive atualmemnte em Oliveira do Bairro:

Data: 7 de maio de 2015 às 12:17

Assunto: Xime - pequeno esclarecimento pouco importante.


Olá Luís Graça.

Estive na CCaç 12,  de 1972 a 1974 em Bambadinca e no Xime.

Sobre o ataque ao Xime, [em 1/12/1973,]  com fogo inimigo ou amigo (??), cada um terá a sua opinião. Tenho a minha, mas não vou aqui divulgar, por achar que não virá resolver coisa nenhuma. Poderá, isso sim, eventualmente trazer outros problemas.

Só quero dar algum esclarecimento (*):

(i) ss vítimas não foram 7 mas sim 6 e não foram todos civis;

(ii) morreram: 1 militar da companhia, [a CCAÇ 12,]  (era o pai da família), 2 mulheres (ambas mães da família, como sabes praticava-se a poligamia), 2 crianças em idade escolar e 1 criança recém nascida ( com 8 dias de vida).

Este esclarecimento não terá grande importância perante o resto, serve apenas para acrescentar mais algum rigor. (**)

Um abraço
António M. Sucena Rodrigues

Ex furriel Mil. da C.Caç 12 (72/74)

2. Comentário do editor:

Segundo a página oficial da Liga dos Combatentes, em 1/12/1973, no TO da Guiné, e por motivo de combate, morreu apenas um elemento das NT, o soldado Sumbate Man.Consultanda preciosíssima Lista dos Mortos do Utramar, nascidos na Guiné, do nosso portal Ultramar Terraweb (de novembro de 2006, e atualizada em janeiro de 2015), constata-se que o Sumbate Man era soldado milício, natural do concelho de Mansoa, nº 268/73, pertemncen ao PelMil 365 - 2ª / BCAÇ 4612, unidade que estava em Jugudul (1972/74)...

Não pode pois ser o militar da CCAÇ 12, referido pelo Sucena Rodrigues.

Já agora aproveito para acrescentar que o número de mortos desta lista (de 45 pp.)  é, no total, de 1208 (!).

António, está feito o esclarecimento, obrigado.  Infelizmente, a CÇAÇ 12 não tem história de unidade, relativamente ao período que vai de março de 1971 até  à sua extinção, em agosto de 1974... A única que conheço foi a que eu pessoalmente escrevi e que vai de maio de 1969 a março de 1971...

Relativamente à "tua versão" sobre o fogo amigo / fogo inimigo que matou um camarada nosso e a sua família inteira (!), eu gostava de conhecê-la um dia, mesmo que seja em  "off record"... Não farei uso dela, em público, fica entre nós... Entendo que o assunto é delicado. De resto, e de acordo com a política do blogue, também não estamos aqui para julgar e muito menos incriminar ninguém.

Um abraço fraterno, Luís

PS - Talvez alguém saiba dizer o nome do militar da CCAÇ 12 que morreu, cruelmente, com toda a sua família, na tabanca do Xime, no dia dia 1/12/1973.

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Notas do editor:

(*`) Vd. poste de 28 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14535: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XXIII: dezembro de 1973: flagelação do Xime, com foguetões 122 mm: sete mortos civis

(...) O destaque do mês de dezembro de 1973 (pp. 78/80) vai para:

(i) Flagelação do Xime, em 1 de dezembro, às 22h15, durante 25 minutos, com utilização de artilharia (armas pesadas e foguetões 122 mm), de que resultou a morte de 7 civis; (há um ano, na mesma data, o PAIGC tinha feito uma violenta emboscada em Ponti Coli) 


(...) Já ouvi outra versão (, de alguém, um graduado, metropolitano, pertencente à CCAÇ 12, que na altura era a unidade de quadrícula do Xime): podia ter sido "fogo amigo", neste caso o obus 14 de Gampará, do outro lado do rio Corubal... A distância, em linha, entre Gampará e o Xime devia ser de 13/15 km (no máximo), ou seja, dentro do alcance do obus 14 ... O Xime só tinha o obus 10,5 cm (que não chegava à Foz do Corubal e à Ponta do Inglês) (...)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14047: A minha máquina fotográfica (15): Comprei-a em 73, em Bissau por 5.000 pesos, que utilizei durante muitos anos na vida civil e fez algumas viagens ao estrangeiro na década de 80 (Agostinho Gaspar)

1. Mensagem do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), com data de 13 de Dezembro de 2014:

Boa tarde,
Depois de esquecida durante décadas, veio o blogue lembrar um dos nossos passatempos favoritos: as máquinas fotográficas.

Quando fui para a Guiné não tinha máquina fotográfica, passados alguns meses comprei uma simples a um colega da Companhia, que depois vendi a outra pessoa.

Meses mais tarde comprei outra, mais moderna, com tantas técnicas, que ainda hoje não sei usar todas, comprei-a em 73, em Bissau, e custou-me 5.000 pesos (manga de patacão!).

Máquina essa que utilizei durante muitos anos na vida civil e fez algumas viagens ao estrangeiro na década de 80.

Modelos mais modernos deixaram-na esquecida durante mais de 20 anos na gaveta. Até o dia em que no blogue falaram de máquinas fotográficas, que tinham sido usadas durante o tempo na Guiné e lembrei-me da minha.

Em anexo, envio fotos actuais dela e algumas fotos tiradas também por ela há mais de 40 anos.

Melhores cumprimentos,
Agostinho Gaspar



 




Equipa dos Mecânicos
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14046: A minha máquina fotográdfica (14): Comprei-a logo nos primeiros dias em Bissau, numa loja de material fotográfico ao lado do forte da Amura, em Julho de 1968, com dois colegas do curso de Mafra, o Rego e o Amorim. Eram todas iguais, marca “Fujica” (Fernando Gouveia)

sábado, 13 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14020: Fotos à procura de... uma legenda (48): O fim das hostilidades entre as NT e o PAIGC em Mansoa (Mário Vasconcelos, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, e Cumeré, 1973/74)


Foto nº 1 > Sem legenda


Foto nº 2 > Sem legenda


Foto nº 3 > Sem legenda

Guiné > Região do Oio > Mansoa >  CCS/BCAÇ 4612/72 >  c. Julho de 1974 > O encontro entre as NT e o PAIGC. Sabemos, através do Jorge Canhão [ ex-fur mil at inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74] que estas fotos devem dizer respeito  aos primeiros contactos com o PAIGC na região, com vista a cessação das hostilidades. Uma delegação do PAIGC passaria depois a estar sediada, permanentemente,  em Mansoa, a partir de 19 de julho de 1974. (*)


Fotos: © Mário Vasconcelos (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem, com data de 9 do corrente,  de Mário Vasconcelos [, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, e Cumeré, 1973/74; foto atual à esquerda]:

Anexo três fotos correspondentes ao final das hostilidades em Mansoa - Guiné 1974- (*)

Um abraço colectivo e votos de um Santo Natal.

Mário Vasconcelos (**)

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sexta-feira, 21 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12879: Blogpoesia (383): O Dia Mundial da Poesia, 21 de Março de 2014, na nossa Tabanca Grande (XIV): "Pensa meu soldado cansado, pensa..." e "Mãe" (Mário Vasconcelos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Vasconcelos (ex-Alf Mil TRMS da CCS/BCAÇ 3872 - Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72 - Mansoa, e Cumeré, 1973/74), com data de 21 de Março de 2013:

Caros camaradas, editores e amigos
Um pouco em forma de resposta ao sugerido pelo Luís Graça, e por ser o dia 21 de Março, dedicado à poesia, vou nessa de publicar pequenos nadas, criados no meu tempo de militar pela Guiné. 
Sem pretensões de qualquer espécie, mas, e apenas, por uma questão de estar com todos, agora e sempre.

Ao mesmo tempo aproveito para, em forma de enquadramento, inserir uma ou outra foto relacionada com o tempo e o lugar por onde, então, me encontrava.

Assim sendo, regresso a Galomaro, ano de 1973, onde, numa altura de descontracção e reflexão, escrevi este texto, sentado, talvez na mesma tarimba que a foto seguinte reproduz. 
A cachimbada, o turbante Fula e a guitarra indígena serviram de adorno.



PENSA MEU SOLDADO CANSADO… PENSA…

Porque hás-de ser sempre o peão do xadrez?
Porque te esqueces donde vem teu soldo?
Será preciso repetir-te, vaidoso, de camuflado novo,
Que esse pano salamandra que te vestem,
Não é mais o verde acastanhado,
Mas sim o preto-volfrâmio do luto?
Queima as mortalhas do teu corpo,
E mata o frio que te vai na alma.
Carrega a tua arma, de flores,
E espreita afoito, sem medo,
O contente silêncio do tubo da arma.
Porventura tua mão tem menos dedos que a minha?
Ou do que a dele?
Não queimes a seara com as vozes dos outros.
Apanha antes a papoila vermelha,
E oferece-a à criança, que no musgo da vida,
Sentada chora.

Galomaro 1973... Guiné

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No ano seguinte, 1974, em funções no COT 9, Mansoa, num grupo de trabalho, e, se assim o digo, é porque, efectivamente, vivia-se neste comando uma atmosfera de camaradagem muito efectiva, sem perda de hierarquia ou funções.


No centro, da esquerda para a direita, recordo, se a memória me não atraiçoa, de camisola branca, o Major de Infª Eurico César Moreno, Ten. Cor. Infª Pedro Henriques e Cap. Mil. Álvaro Contreiras?

Uma outra imagem, agora com camaradas que formavam um pequeno grupo de alinhadores nas patuscadas, onde, como todos nós e a seu modo, matávamos a sede de um regresso às nossas origens.

Sentado perto desta ponte, contemplando suas águas turvas, senti, então, as agruras de um pai distante, que me puseram numa folha estes versos, dedicados à minha mulher e mãe do meu primeiro filho.



MÃE

Mãe, que salivas o amor em suas mãos pousado 
Mãe, que levas nos olhos lágrimas de teu choroso filho 
Mãe, sorriso feliz de teu bebé sorrindo 
Mãe, que em leito fazes teus braços cansados 
Mãe, em cujos seios sua vida sustentas 
Mãe, de quem tuas mãos são os seus primeiros passos 
Mãe, para quem a noite é contínuo dia 
Mãe, que do dia fazes um contínuo alerta 
Maravilhosa mãe, que tal filho tem, e para quem um dia, minha mulher ficou.
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Nota do editor:

Último poste da série de 21 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12878: Blogpoesia (382): O Dia Mundial da Poesia, 21 de Março de 2014, na nossa Tabanca Grande (XIII): Impossível apagar o pensamento (Tony Borié)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12517: Facebook...ando (31): Fotos de armamento do PAIGC apreendido, em 1973, por forças do BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74) (Angelo Gago, ex-sold cond auto, residente em São Brás de Alportel)



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72  (1972/74) > s/ d > "Mansoa é Guiné; Guiné é Portugal", diz o dístico... "Recordação de Mansoa no primeiro dia que conheci Mansoa. A foto foi tirada em 29 de Outubro de 1972".


Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72  (1972/74) >  "Quem conhece esta metralhadora ligeira, apreendida ao PAIGC em 1973 num ataque a uma coluna a uns 4 km de Mansoa ? ... Deu-se um forte ataque á coluna, a sorte foi virem três Panhards na coluna,  tivemos vários feridos,  todos com minas antipessoal que eles armadilharam no lado contrário ao ataque... O PAIGC teve várias baixas, foram apreendidas várias armas, uma delas esta." [ Trata-se de metralhadora ligeira Dectyarev, segundo o nosso especialista em armamento, o Luís Dias].


Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72  (1972/74) >  "Quem identifica mais esta foto da minha colecção pessoal: armamento apreendido ao PAIGC no setor de Mansoa, pelas companhias do Batalhão 4612/72, algumas delas desmontadas pelo meu amigo José Fernando Delgado Mendonça ou pela sua equipa de sapadores".



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72  (1972/74) >  "Recordar as armas que nos atormentaram durante a nossa estadia, a Kalashnikov [, o RPG, as minas a/c]... Foram aprendidas na área de Mansoa ao PAIGC em 1973, entre Mansoa e Cutia,  num ataque a uma coluna no regresso de Farim: atacaram a coluna de um lado e armadilharam o outro"...


Fotos (e legendas): © Ângelo Gago (2013). Todos os direitos reservados [Edição: LG]

1. O Ângelo [Pires] Gago  foi nosso camarada na Guiné. Dele já aqui nos havia falado  o Carlos Fraga:

"Fui ao almoço da CCS/BCAÇ 4612/72. Conheci um ex-soldado condutor auto que me disse que foi a ele a quem adquiri as fotos a preto e branco do armamento apreendido ao PAIGC e apenas essas e que foi ele que as tirou. Terá sido armamento apreendido pelas NT de Mansoa e, posteriormente, enviado para Bissau. Chama-se Angelo Gago." (*)

O nosso camarada vive em São Brás de Alportel e tem página no Facebook.É amigo da nossa página no Facebook, Tabanca Grande (**), onde publicou estas fotos,  algumas das quais ele já havia cedido ao Carlos Fraga.

 Convido-o a formalizar a sua adesão ao nosso blogue, mandando-nos uma antiga, do seu tempo de Mansoa, bem como o seu endereço de email, e apresentando-se ao resto do pessoal da Tabanca Grande, através de duas ou três de linhas, conformando os seus dados de identificação militar.

Desejo-lhe boas entradas em 2014 e bom sucesso como empresário. (LG)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12114: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (12): O terror das minas...


Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 1 > Numa picada numa operação de patrulhamento. Eu estou em 1º plano. À frente os guias. Creio que foi numa picada que ia de Mansabá em direcção ao Sara-Changalena, picada que não era utilizada há anos e que pretendiam reabrir para reabrir o acesso directo a uma localidade que não me lembro o nome picada que atravessava o Sara-Changalena.



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 2 >Na picada acima referida, depois de abandonarmos as viaturas. A partir daí foi a pé. Creio que sou o primeiro, de costas. Pormenor muito interessante é que nós não facilitávamos. Mantínhamos as distâncias entre os militares e em deslocações auto matinhamos as distâncias entre as viaturas e a velocidade e em zonas perigosas íamos a pé com as viaturas no meio da coluna às distâncias próprias.



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 3 > Os guias

Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 4 > Os picadores


Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 5 > Durante a mesma operação. Intervalo para almoço. O calor era tanto que tirei o dolmen para o torcer encharcado de humidade. Outro pormenor. Tínhamos sempre as armas prontas. Almoçava-se ou descansava-se com elas ao colo ou mesmo à mão.

Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 6 >Mina anti-pessoal




Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 7 > Mina A/P, referida na foto nº 6, montada pelo PAIGC, e devidamente detectada e desmontada pelas NT.


Fotos da autoria do ex-alfd mil Carlos Alberto Fraga, enviadas em CD pelo Jorge Canhão e o Agostinho Gaspar, e outras por mail, pelo próprio Carlos Fraga. A ordem de numeração ( e a reconstituição da sequência são da responsabilidade do editor).
Fotos (e legendas): © Carlos Alberto Fraga / Jorge Canhão (2011). Todos os direitos reservados

1.  Continuação da publicação do álbum de Carlos Fraga, que foi alf mil, na 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, em Mansoa, na segunda metade do ano de 1973. Foi adjunto (num curto período de 4 meses, até finais de 1973) do cap [José Manuel] Salgado Martins, indo depois ele próprio comandar, como capitão, uma companhia em Moçambique, a seguir ao 25 de abril de 1974. [ O cap art José Manuel Salgado Martins, transmontano, hoje coronel na reforma, a viver nos Açores. Nunca veio a nenhum encontro da companhia, constituídio maioritariamenmte por malta do Algarve, Alentejo e Lisboa..

Adenda às legenda, pelo  Carlos Fraga:

As fotos que se seguem [. vd. acima], foram tiradas numa operação de patrulhamento. Fomos por uma picada que saía de Mansabá e seguia para o Sara-Changalena. Isto passa-se,  salvo erro,  em 18/08/73. Nesse dia detectámos uma mina anti-pessoal que foi desmontada pelo Capitão Salgado Martins.

Tratava-se de uma mina anti-pessoal do PAIGC. Note-se que está plantada ao pé de um tronco de árvore. A ideia era quem se sentasse para descansar no tronco pisava a mina.

Estava desenterrada. Nisso os macacos eram nossos aliados. Com a curiosidade iam mexer. Foram eles que a desenterraram. Às vezes os pobres dos bichos também iam pelos ares,  vitimas da curiosidade. 

Nós queríamos rebentar a mina de longe mas o Cap Salgado
 Martins,  que era um belíssimo comandante de companhia
e corajoso,  embicou que conseguia desmontar a mina e desmontou-a.  [Foto à direita: O ex- cap art José Manuel Salgado Martins, transmontano, hoje coronel na reforma, a viver nos Açores. Nunca veio a nenhum encontro da companhia, constituídio maioritariamenmte por malta do Algarve, Alentejo e Lisboa, segundo informação do Jorge Canhão.Foto do Carlos Cordeiro].

Nessa operação aconteceu um episódio pitoresco. Mal tínhamos começado a andar na picada quando ouvimos um restolhar do lado direito. Por instinto agachámos e virámos as armas para o mato,  do lado direito,  e surge uma gazela (ou bicho semelhante) que passa entre nós de um lado para o outro. 

Desatámos a rir. Era o que menos se esperava.

Carlos Fraga
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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11898: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (11): Imagens de postais ilustrados (Parte II)