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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14736: Convívios (688): A malta da Tabanca Grande no 10 de junho de 2015, Lisboa, Belém- Parte III: homenagem às antigas enfermeiras paraquedistas (Manuel Lema Santos, 1º Ten RN, imediato no NRP Orion, 1966/68)










Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso, Monumento aos Combatentes do Ultramar > 10 de junho de 2015 > Cor inf ref José Aparício (antigo cmdt da CCAÇ 1790, Madina do Boé, 1967/69), e grupo de antigas enfermeiras paraquedistas homenageadas (Ao todo, cerca de 3 dezenas; terão faltado 7 das que estão vivas, segundo informação da Giselda), Grã-tabanqueiras que estiveram na cerimónia, para além da Giselda Pessoa; a Maria Arminda,  a Rosa Serra e Aura  RicoTeles (,se não erro) (LG)


PARAQUEDISTAS

Se o ter asas simboliza a liberdade
Que a vida nega e a alma precisa,
Olhai, paraquedistas, tendes tudo:
Lá no céu elevai vossas almas
Que cá na terra a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Tendes ao menos a força de não a
Mostrardes a ninguém.

Aura Rico Teles
Tenente Enfermeira  Paraquedista


Fotos: © Manuel Lema Santos  (2015). Todos direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do  Manuel Lema Santos [,1º tenente da Reserva Naval, imediato no NRP Orion, Guiné, 1966/68; membro da nossa Tabanca Grande desde 21 de abril de 2006] [, foto atual  à esquerda]:

Data: 11 junho 2015 18:05



Assunto - Lisboa, Belém, 10 de junho de 2015, homenagem às enfermeiras paraquedistas

Luís Graça,

Dentro das minhas magras possibilidades e porque as fotografei, aqui vão algumas fotos aquando da homenagem às Enfermeiras Páraquedistas.

Como mera curiosidade, como muitos saberão, o Cor José Aparício que fez a alocução, foi comandante da CCaç 1790 [, tragicamenmte ligada ao desastre de Che-Che,  Corubal, 6/2/1969], pertencente ao BCaç 1933, em que meu irmão esteve integrado como médico (1967/69),

Abraço,
MLS
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domingo, 29 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14415: Agenda cultural (385): Em Aveiro, no passado dia 26 de Março: Apresentação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas” (Miguel Pessoa)

Com a devida vénia à Tabanca do Centro e ao nosso camarada Miguel Pessoa, reproduzimos o poste versando a apresentação do livro "Nós Enfermeiras Paraquedistas", levada a efeito no passado dia 26 de Março em Aveiro. 


Integrada nas cerimónias do dia da Unidade do RI 10, efectuou-se em Aveiro, no passado dia 26 de Março, a apresentação do livro “Nós, Enfermeiras Paraquedistas”. A sessão decorreu nas instalações do Centro de Congressos de Aveiro, cedido para o efeito pela Câmara Municipal de Aveiro.

Como tinha já sucedido na apresentação original em Novembro, no Estado Maior da Força Aérea, a sessão contou com a presença do Professor Adriano Moreira (autor do prefácio do livro) e do TCor. Aparício, que fez uma apreciação da obra. Igualmente presentes várias enfermeiras paraquedistas co-autoras deste livro.

Na mesa, presentes ainda o Presidente da Câmara de Aveiro, Engº José Ribau Esteves, o Comandante do RI 10, Cor José Carlos de Almeida Sobreira, a Enfermeira Rosa Serra, coordenadora do livro, e o Dr. Vitor Raquel, da “Fronteira do Caos Editores”.

Embora não estivesse exageradamente preenchida, a sala contou com a presença de alguma gente jovem e, naturalmente, de combatentes da guerra de África. Dos envolvidos nas actividades dos blogues, registámos a presença de elementos da Tabanca Grande, vários deles ligados igualmente à Tabanca do Centro – Jorge Picado (capitão miliciano em Mansoa, Mansabá e Teixeira Pinto), José Armando Ferreira de Almeida (então Furriel, contemporâneo do Luís Graça em Bambadinca), Carlos Prata (capitão em Cafal Balanta e Bissorã), Manuel Reis (alferes em Guileje), Miguel Pessoa (tenente na BA12).



Igualmente várias enfermeiras “tabanqueiras” presentes - Rosa Serra, Giselda Antunes e Aura Rico Teles – para além das enfermeiras Eugénia Espírito Santo Sousa, Natércia Pais, Ana Maria Bermudes, Octávia Santos, Natália Santos e Maria de Lurdes Costa Pereira (nomes de solteiras, pelos quais eram conhecidas na época).

Como já tinha sucedido na sessão anterior, os dois convidados fizeram apresentações de grande interesse e qualidade, que foram bastante apreciadas pelos presentes.

E, no âmbito das comemorações do dia da Unidade, os presentes ainda puderam apreciar uma sessão de música que se seguiu a esta apresentação, proporcionada pela Banda Militar do Porto.

A próxima apresentação do livro, inicialmente prevista para 9 de Abril, devido a comemorações que irão decorrer nessa data foi passada para 16 de Abril, às 15H00, nas instalações da Messe da Batalha, no Porto.
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14390: Agenda cultural (388): Apresentação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", dia 26 de Março de 2015, pelas 18h00, no Auditório do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, Cais da Fonte Nova, Aveiro (Miguel Pessoa)

domingo, 11 de janeiro de 2015

Guiné 63774 - P14140: As nossas queridas enfermeiras paraquedistas (33): A minha homenagem a essas grandes mulheres Portuguesas (Abel Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Abel Santos (ex-Soldado Atirador da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), com data de 7 de Janeiro de 2015:
 
Camaradas:
Vou reportar-me ao ano de 1968 para dar também o meu contributo e prestar, ao mesmo tempo, a minha homenagem a essas grandes mulheres Portuguesas, que nos teatros de operações muito sofreram para que os seus camaradas não sentissem tanto as agruras da guerra, as nossas Enfermeiras Pára-quedistas.

Mulheres de uma estirpe fora do comum, que na hora de prestar o seu auxílio a quem precisava, não o regateavam e, deixando para trás tudo e todos, lá iam com a sacola dos primeiros socorros às costas em auxílio de quem deles precisava, sem se preocuparem com o zumbido da bala traiçoeira ou da mina camuflada na picada.

Fui testemunha de um caso em que alguns camaradas ficaram feridos e outros faleceram, junto ao destacamento do CHE-CHE, local onde se encontrava posicionada a jangada “Rio Corubal“ que fazia a travessia para Madina do Boé e Béli, locais por onde andou a CART 1742.
Dizia eu que assisti a uma Senhora Enfermeira Pára-quedista tratar com tal carinho e sentido profissional, um camarada que sofreu a acção sobre si de uma mina traiçoeira. Aquela mulher, sabendo que o ferido tinha pouca ou nenhuma hipótese de sobreviver, tratou dele como se de um filho tratasse, chorou e, esquecendo que estava numa zona perigosa com rebentamentos à mistura, voltou-se para um outro camarada que também precisava dos seus cuidados, tratando-o com o mesmo carinho e desvelo.

Hoje, passados todos estes anos, ainda tenho gravado na minha mente o estoicismo, o querer e o amor fraternal que essa Senhora Enfermeira nutria pelo seu semelhante, vejam o caso da enfermeira Celeste, é bem demonstrativo daquilo que a Mulher Portuguesa é capaz.

Guiné - A Enf.ª Pára-quedista Giselda Antunes e o Fur Mil Pilav Gil Moutinho em Alerta

Guiné, 1973 - Evacuação do Ten Pilav Miguel Pessoa. Na foto a Enf.ª Pára-quedista Giselda Antunes que mais tarde casou com ele.

Fotos: © Miguel Pessoa

Guiné, 1965 - Uma evacuação. Na foto a Enf.ª Pára-quedista Aura Rico Teles
Foto: © Aura Rico Teles

Quero deixar aqui expressas toda a minha admiração e gratidão às Enfermeiras Pára-quedistas Portuguesas, para todas elas, as que partiram e aquelas que felizmente ainda cá estão, o meu abraço, e bem hajam.

Sem mais, queiram receber um abraço fraterno do camarada e ex-combatente
Abel Santos
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Nota do editor

Último poste da série de 6 de janeiro de 2015 > Guiné 63774 - P14123: As nossas queridas enfermeiras paraquedistas (32): A morte da camarada Enfermeira Paraquedista Celeste Costa (Giselda Pessoa)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8504: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (24): Saltar ou não saltar de pára-quedas... hoje, só se fosse para salvar uma vida (Maria Arminda / Aura Teles)


Foto do mural da página do filme Quem Vai à Guerra, no Facebook: Isabel Rilvas, a primeira mulher, ao que parece, a saltar em pára-quedas na península ibérica e "mãe" das enfermeiras pára-quedistas... Uma justa homenagem a esta pioneira (Foto reproduzida com a devida vénia...). 

E a propósito, o filme de Marta Pessoa continua em cartaz em Lisboa, no Cinema City Classic Alvalade, pela 3ª semana consecutiva (4 sessões: 13h50, 16h15, 18h45, 21h35).

1. Através do nosso camarada e amigo Miguel Pessoa, recebemos um SOS de duas das nossas camaradas enfermeiras pára-quedistas (que o serão sempre, camaradas e enfermeiras pára-quedistas) Maria Arminda e Aura Teles... Aqui vai a correspondência trocada... 

Tudo isto para dizer que a empolgante notícia de que as nossas duas veteranas iam saltar de pára-quedas, um dia destes, num festival em Évora, por iniciativa da Associação de Pára-quedistas de Setúbal, não era falsa mas ainda estava... por confirmar.

(i)  Miguel Pessoa (1/7/2011):

Caros editores

Recebi um pedido de ajuda das nossas camaradas Maria Arminda Santos e Aura Teles, aflitas porque prenderam os dedos no computador e não conseguem enviar comentários para o blogue... O assunto em causa é o apregoado salto que estas nossas amigas iriam dar num futuro festival aeronáutico, referenciado no blogue pelo também camarada Pardete (*).
Pese embora a boa vontade destas nossas camaradas, a verdade é que motivos pessoais impedem-nas de dar o seu contributo nesta área. Por isso farão o favor de divulgar as mensagens juntas do modo que acharem mais conveniente.

Percebo-as perfeitamente: olha se me viessem pedir a mim agora para ir fazer um festival de acrobacia! Eh Eh!,, mais respeitinho pelos séniores...

Abraço. Miguel

(ii) Maria Arminda (1 de Junho de 2011)

Assunto-  Mª Arminda: Pedido de Ajuda "Ao Sábio das Tecnologias"

Amigo Miguel, fazem parte da nossa Tabanca Grande duas "nabas" desta tecnologia. Venho pedir que nos faça chegar as nossas mensagens. Eu respondi directamente para o Blog no endereço do camarada Luis Graça. Ontem fiz uma visita à pasta dos médicos, mas não consegui responder ao J Pardete (*). 

Tenho pena de desiludir quem nos convidou, mas as razões que nos impedem estão certas. Não cheguei a fazer a queda livre noutros tempos por causa do ouvido. Desculpe esta maçada e obrigado. Beijos para vós e bom fim de semana. Arminda

(iii) Aura Teles (1/7/2011) [, foto à direita]:

M. Arminda, quando puderes hás-de ver se eu consegui enviar uma mensagem ao camarada Luís Graça, a dar-lhe conhecimento da minha decisão de não participar em Julho nos saltos em pára-quedas em Évora. Eu disse-lhe também qual a razão de não poder ir , porque os meus familíares querem-me levar para os Estados Unidos da América, por uns tempos. Eu tentei várias vezes enviar para o blogue, mas fiquei com a sensação que não consegui. Se conseguires manda tu se faz favor, não quero que pensem que me fechei em copas.

Desculpa estar a maçar-te por isto. Ok, beijinhos e tem cuidado contigo.Aura



(iv) Comentário que a Maria Arminda [, foto à esquerda,] tentou mandar para o blogue, em 29 de Junho passado, para o poste P8477 (*):

Efectivamente o que o camarada J Pardete Ferreira diz está certo. Porém, eu não sei se pela minha parte se irei concretizá-lo por três ordens de razão a ter em conta: (i) tenho uma respeitável arritmia cardíaca, embora controlada mas que em momentos de maior stresse dá sinal; (ii) uma perfuração timpânica que com a altitude necessária para esse salto se pode complicar; e por último um marido [com um problema de saúde] que depende 90% do meu apoio e que no dia seguinte me fez reflectir. 

Tudo corre bem!... Se fosse para salvar alguém valia a pena o risco, mas por distração e prazer talvez não se concretize pela minha parte. Também não escondo algum receio, que com o decorrer do tempo por vezes se apodera de nós. 

Obrigado [, Luís Graça,]  por me ter enviado a notícia. Um abraço amigo,  Mª Arminda. Ando a querer contactar quem me convidou, para lhe trasmitir esta situação.

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 28 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8477: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (22): Notícias da Maria Arminda e da Aura Teles... E em Agosto haverá um festival com a "promessa de que as enfermeiras páras vão saltar" (J. Pardete Ferreira)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8477: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (23): Notícias da Maria Arminda e da Aura Teles... E em Agosto haverá um festival com a "promessa de que as enfermeiras páras vão saltar" (J. Pardete Ferreira)

1. Segunda e última  parte da mensagem do novo membro da nossa Tabanca Grande, J. Pardete Ferreira (*):

Data: 26 de Junho de 2011 22:36
Assunto: Desfazendo suposições



Só à laia de despedida: ontem, festejou-se o 24º aniversário da Associação de Pára-Quedistas de Setúbal e, surpresa das surpresas, apareceu, como sempre a Maria Arminda e trouxe a reboque a Aura Teles, a Chaparra de Vendas Novas.

Como sempre, a Maria Arminda traz practicamente sempre uma ou outra Enfermeira Pára-Quedista para a acompanhar... e assim, algumas delas vão continuando vivas nas nossas memórias.

Atenção, está a preparar-se um festival aéreo, em Setúbal/Évora, em 7 de agosto p. f. com a promessa de que as Enfermeiras Páras vão saltar! (**)
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Notas do editor:


(*) Vd. poste de 27 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8474: Tabanca Grande (292): José Pardete Ferreira, ex-Alf Mil Médico (Teixeira Pinto e Bissau, 1969/71)


(**) Último poste da série > 2 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6920: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (21): Não posso levar a mal... por me/nos tratarem tão carinhosamente (Rosa Serra)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8351: Tabanca Grande (290): Aura Emília Rico Teles, ex-Tenente Enfermeira Pára-quedista (1963/1984)

1. Com a preciosa ajuda do casal Giselda e Miguel Pessoa contamos na tertúlia com mais três Enfermeiras Pára-quedistas, além da nossa veterana Giselda, claro, a Rosa Serra, a Maria Arminda, e a Aura Teles que agora se apresenta.

É para nós uma subida honra contar entre a tertúlia com quatro representantes de um grupo generoso de senhoras que, parecendo não ter mais nada para fazer na vida, se lembraram um dia de que podiam pôr ao serviço dos militares que combatiam em Angola, Guiné e Moçambique, os seus conhecimentos e sua capacidade de ajudar nos momentos de infortúnio, quando mais precisavam de uma palavra meiga para além do tratamento das feridas corporais.

Levantemo-nos pois, porque vai entrar uma senhora. Mais um Anjo da Guarda.

[Acrescente-se que a Aura Teles é também um das oito ex-enfermeiras pára-quedistas que entra no filme Quem Vai  à Guerra, da realizadora Marta Pessoa, a estrear em Lisboa, Porto e Aveiro, no próximo dia 16].


Aura Emília Rico Teles
Ex-Tenente Enf.ª Pára-quedista
Natural de Vendas Novas
Profissão: Enfermeira (Aposentada)
Ingresso na Força Aérea Portuguesa no curso de Enfermeiras Pára-quedistas em Agosto 1963.

Datas precisas e concisas ao rigor do dia e do mês como têm a Maria Arminda, isso eu não tenho assim tão prestigiada memória, mas prometo dar o meu melhor.


1963 — Fui para Tancos e ingressei no curso de pára-quedismo.

Em Novembro fui para o Hospital da B.A.4 (Terra Chã) Ilha Terceira, Açores com todas as enfermeiras que acabaram o curso de pára-quedismo.

Eu por acidente fracturei uma clavícula a oito dias do primeiro salto em pára-quedas “com recruta terminada” não acabei o curso claro.

Estive nos Açores um ano.

1964 — Em Setembro regressei a Tancos para finalizar o curso.

1965 — Colocada na Guiné-Bissau na B.A. 12.

No dia seguinte comecei logo a fazer evacuações na província e todas as semanas uma enfermeira transportava feridos para Lisboa.

1967 — Voltei aos Açores, Hospital da Força Aérea para trabalho nas enfermarias, quarto de queimados e bloco operatório.

1968 — Guiné-Bissau, colocada novamente.

Nessa altura já ia muito mais à vontade e segura do que ia encontrar e contente por voltar à Guiné-Bissau. Foi a unidade onde mais gostei de trabalhar. Era lá que me sentia útil e era muito gratificante quando trazíamos militares, civis e até “os chamados inimigos” para Bissau, Hospital Militar.

1969 — Angola onde estive seis meses no B.C.P. em Belas e os outros seis meses na Direcção dos Serviços de Saúde em Luanda.

1970 — Moçambique onde fui colocada na 3ª Região Aérea.

Destacada de seguida para Nampula, onde fiquei seis meses e os outros seis meses trabalhei na Direcção dos Serviços de Saúde em Lourenço Marques.

1971 — Guiné-Bissau novamente. Estive lá um ano e meio.

1973 — Angola, colocada na Direcção dos Serviços de Saúde em Luanda.

1975 — Regressei ao Hospital da Força Aérea Portuguesa, Lumiar Lisboa.

1984 — Passei à reforma por incapacidade física.

No fim de uma década de vai e vem, saltitando de província em província, graças a DEUS que terminou o sofrimento de muitos jovens, pais, filhos, esposas e até avós, com o regresso a casa dos seus entes queridos.

Os que lá tombaram, esses estão de pé nas nossas memórias para sempre.

Foi duro demais para nos esquecermos DELES e de uma colega nossa CELESTE [PEREIRA] (*). PAZ ÀS SUAS ALMAS.

De facto vivemos situações muito frustrantes, querer salvar todos mas era impossível, resta-nos o conforto que trouxemos a muitos camaradas vivos do mato para o hospital militar de Bissau.

Essa sim é a nossa glória, sentir que cumprimos o que nos propusemos, utilizando todo o nosso saber com humanismo, carinho para que cada situação a tratar fosse menos dolorosa, procurando não só cuidar do corpo mas também do espírito.

Os nossos cuidados estenderam-se a todos que deles precisavam, nomeadamente os militares das forças armadas, seus familiares, populações civis e repito até o “ inimigo”.

Bem…. é uma alegria interior tão grande que só por quem lá passou pode senti-la.
Mas nem tudo foi mau e stressante, também tivemos momentos inesquecíveis com amizades que fizemos e que ainda hoje perduram.

Com verdade vos digo camaradas… sinto-me orgulhosa de todo o trabalho que fiz, “porque fiz o meu melhor” e muito em especial na Guiné.

Foi na Força Aérea que cresci e me orgulho de pertencer a esta organização e tenho “vaidade” de ter sido enfermeira pára-quedista e muito amor à minha boina verde.


Tenente Enf.ª Pára-quedista Aura Emília Rico Teles

Curso de Pára-quedistas de 1964


Guiné 1965 > Uma evacuação

Luanda 1967


PÁRA-QUEDISTAS

Se o ter asas simboliza a liberdade
Que a vida nega e a alma precisa
Olhai Pára-quedistas, tendes tudo
Lá no céu elevai vossas almas
Que cá na terra a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem
Tendes ao menos a força de não a
Mostrardes a ninguém.

Aura Rico Teles
Tenente Enfª Pára-quedista


2. Comentário de CV:

Cara enfermeira Aura, com muito prazer a recebemos nesta Caserna Virtual. Tem lugar junto das suas camaradas: Giselda, Rosa Serra e Maria Arminda.

Agora que faz parte desta comunidade, onde são maioria os infantes que atravessavam bolanhas e rios da Guiné na esperança de que nunca fosse necessária a vossa presença junto deles, sinal de que nada de mau havia acontecido.

Agora, afastados esses tempos, é com o maior carinho que as recebemos, porque apesar de muitas preces, muitos foram os que necessitaram do socorro dos nossos anjos da guarda, que se não guardavam, estavam presentes sempre que necessário, porque o azar nos batia à porta.

Anjos que vinham do céu, que nas horas de horror aplicavam o seu saber tentando aliviar a dor, fazendo alguns milagres, ao mesmo tempo que davam uma palavra meiga e amiga, qual mãe, irmã ou namorada.

Diz o Miguel que a Aura tem uma memória prodigiosa, pelo que ficamos à espera das suas narrativas que não terão a ver forçosamente só com a Guiné.

Permita que no fim destas palavras de agradecimento, lhe envie um abraço colectivo da tertúlia do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, e por que não, de todos os militares que fizeram a guerra colonial nos três teatros de operações.

Bem hajam.

Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 27 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8334: Tabanca Grande (289): António Luiz Figueiredo, ex-Fur Mil TRMS TSF (Pirada, Teixeira Pinto e Bissau, 1972/74)

(*) Vítima de acidente mortal, ocorrido  na Guiné, em fevereiro de 1973.  Segundo se lê no poste nº 1668, de 17 de Abril último, a Celestet Pereira "ao correr para uma DO que se preparava para levantar voo a fim de proceder a evacuação,  foi morta pela hélice da avioneta que lhe cortou a cabeça, no aeroporto de Bissalanca" (Nota de rodapé do autor de Diário da Guiné, António da Graça Abreu, p. 64).