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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24844: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (28): A av Amílcar Cabral, a antiga av República, toda remodelada e engalanada para receber as entidades oficiais (incluindo representantes do Estado Português) que vão participar nas comemorações dos 50 anos da independência do país



Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral > 12 de novembro de 2023 > A tribuna VIP que irá receber as entidades oficiais (incluindo representantes do Estado Português), presesntes nas próximas celebrações dos 50 anos da independència do país. Por detrás da tribuna, o nosso velho conhecido cinema UDIB, ainda da época colonial.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné-Bissau > Bissau > 3/11/2015 > O edifício da UDIB -União Desportiva Internacional de Bissau, na atual av Amílcar Cabral. Foto do álbum de Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente SGE Barata, da CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71), que esteve com a família (pai, mãe, irmã gémea e e irmão mais velho) em Nova Lamego na altura da segunda parte da comissão de serviço do pai (1970/71), entretanto falecido, em 1979, com o posto de capitão.
 
Foto (e legenda): © Adelaide Barata Carrelo (20217). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda,  jan 1962/ jan 64)

Foto (e legenda): © Durval Faria (2011). 
Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

Guiné > Bissau > A pacata cidadezinha colonial do início dos anos 60.  A Av da República, ao fundo o Palácio do Governo. O UDIB ficava do lado direito. Hoje é a Av Amílcar Cabral. Recentemente sofreu profundas obras de remodelação. Todas as árvores foram derrubadas Postal da época. Cortesia de João Varanda, ex-fur mil, CCAÇ 2636  (que esteve em Có. Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/70, e depois Bafatá, Saré Bacar e Pirada, 1970/71).




1. Mensagem de ontem, às 13:23, do Patrício Ribeiro (nosso correspondente em
Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau") (*)
 

Luís e restante rapaziada.

Junto foto, tirada esta manhã junto á UDIB, na av Amílcar Cabral, onde se pode ver a antiga  Praça do Império,  e o antigo palácio do Governador, ao  fundo.

Estão a instalar aqui uma tribuna, para receber diversas individualidades, esta semana. Entre os quais o presidente da república portuguesa,  Professor Marcelo Rebelo de Siousa, assim como o primeiro-ministro português António Costa e ainda o ministro dos negócios estrangeiros Gomes Cravinho.

Para as comemorações dos 50 anos de Independência, vão desfilar as forças armadas da Guiné, que vão ser homenageadas pela luta de libertação.  A festa do 24 de Setembro é feita agora.

Vai ser uma semana de festas.
Abraço, Patrício Ribeiro

impar_bissau@hotmail.com
_________________

Nota do editor:

.(*) Último poste da série > 24 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24788: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (27): Em louvor do filme "Fogo no Lodo", de Catarina Laranjeira e Daniel Barroca, passado na tabanca de Unal, no antigo corredor de Guileje... Infelizmente a sessão de amanhã, no Doclisboa, na Culturgest, está esgotada

sábado, 26 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24589: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (4): Adelaide Barata Carrêlo, filha do ten SGE José Maria Barata, CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71)... Voltou lá, em 2015, "numa viagem que nunca acabará"...

 

Foto nº 1 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > 1970 >  Inauguração de uma nova escola,  na qual a Adelaide foi  a menina branca a pegar na fita,  segura do outro lado por uma menina guinenese, que se vê perto dela, para o gen António Spínola cortar...  Repare-se na atenção com que a Adelaide escuta o "homem grande de Bissau"... A sua colega, pelo contrário, está de costas voltadas... Uma foto fabulosa! Uma imagem que vale por mil palavras!

Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau > 4 de novembro de 2015 > Cemitério do tempo colonial  >  Talhão da Liga dos Combatentes... Vê-se que o talhão estava então cuidado e que havia flores nalgumas campas.

Foto nº 3  > Guiné-Bissau >Bissau > 3 de novembro de 2015 >  O edifício da UDIB -União Desportiva Internacional de Bissau, na atual av Amílcar Cabral.

Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 23 de outubro e 2015  > Uma das terras mais bonitas,,, 

(...) Esta viagem podia ser intitulada de "Branco umbelélé", esta era a saudação por quem passávamos ao longo das aldeias, pelas crianças principalmente. À medida que nos afastávamos de Bissau, a paisagem abraçavamo-nos como irmãos que retornam. Os sorrisos das crianças eram mais sonoros e as mãos dos adultos mais demoradas nas nossas. No dia 23 de Outubro conheci uma das terras mais bonitas da Guiné - Buba.(...)

Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > 23 de outubro de 2015  > Uma das terras mais bonitas,,,  Este é o BU [um chimpanzé, ou "dari", em crioulo, que ] vivia em cativeiro numa reserva natural em Buba. 

Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá  > Bafatá > Outubro de 2015 > A viagem continuou de Buba até Bafatá por estradas de terra molhada pelas chuvas que caem sem pejo, escondendo o alcatrão de outrora  Em Bafatá revi o sr. Dinis [João Dinis, 1941-2021], que conheci em Nova Lamego, na altura tinha uma escola de condução que permanece ainda hoje em Bafatá.  Ele lembrava-se muito bem dos meus pais, e de nós os três ainda meninos.

Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Outubro de 2015 > Ponte Nova > Pôr do sol no rio Geba 

Fiti nº 8  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 27 de outubro de 2015 > Vendedeira de mangas

Foto mº 9 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 27 de outubro de 2015 > Cartaz ao projeto de eletrificação "Bambadinca sta claro"
 



Fotos nº 10 e 11  > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Parque Natural das Lagoas de Cufada  (PNLC) > 24 de outubro de 2015 > Foi assim que começámos o dia 24 de outubro de 2015. Fomos visitar o Parque Natural das Lagoas de Cufada. Contudo, chegámos próximo, a água que caiu na noite anterior não nos permitiu avançar. Os guardas do parque vieram ter connosco e aconselharam-nos a não avançar mais. Ainda tivemos tempo para saborear a paisagem e tirar algumas fotos [vd. acima]. Depois seguimos para Fulacunda. Local inóspito onde a Guiné é mais dela, o tempo parou e as crianças quase não existem. Os mais velhos falam dos portugueses de outros tempos.

Vd. a localização do parque no Google Map. No tempo da guerra colonial, era um dos "santuários" do PAIGC...  Foi criado em 2000... É constituído pelas lagoas de Biorna, Bedasse e a própria Cufada. O PNLC fica situado na parte leste da Região de Quínara,  mais concretamente a leste e sudoeste do sector de Fulacunda e a noroeste do sector de Buba. A sua superfície total é estimada em 89 000 ha (890 km²) (sendo maior portanto que nosso Parque Nacional da Peneda-Gerês, que tem 702,9 km²).






Fotos nº 12 e 13 > Guiné-Bissau > Região de Quínara >  Outubro de 2015 > Travessia do rio Grande de Buba (ou, melhor do "canal do porto"), de São João para Bolama, vindo de  Fulacunda.

(...) Depois de passar por Fulacunda, seguimos a caminho de Bolama. À beira estrada surge-nos uns montes de argila vermelha compacta, que podem atingir os dez metros de altura e pesar toneladas, são erguidos pelas formigas térmitas ou salalé, que na Guiné se denominam por "Bagabaga".

Ao longo da estrada avistam-se braços do rio Geba onde corpos nus se banham dando conta da nossa passagem. Sempre a contornar as poças de água na estrada e em ziguezague chegámos ao fim da estrada, a S.João, onde iríamos atravessar as águas profundas para chegar a Bolama.

Alguns rapazes que se encontravam neste cais improvisado, prontificaram-se para chamar o dono da piroga para nos levar. Atravessámos as águas que se rasgavam no casco da piroga e vimos pequenos peixes saltavam brilhando ao sol.(...)



Foto nº 14 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos da capela

(...) Depois da estadia de 2 dias em Gabu, prosseguimos para Pitche, muito perto da fronteira de Guiné - Conacry. Tivemos oportunidade de ter uma visita guiada pelo que se mantém "em sentido" do antigo quartel. Vimos a porta de armas, as paredes da capela , a cozinha e o monumento em homenagem aos militares que morreram em combate

(...) Quando regressávamos ao centro, um homem interpelou-nos com uma recordação da tropa de cavalaria [guião do BCAV 2922,] que lá deixou marcas: "Foi um militar que me deu e eu guardo-o até hoje!!!". Foi com orgulho que falou, como que com uma saudade dos tempos que recorda como se tivesse sido ontem. (...)

Foi uma tarde agradável, onde parece que nada se passa, a não ser o abandono e a recordação.(...)
 
 (...) A  viagem à "minha Guiné" nunca acabará, porque não há dia em qua não nos lembramos do que vivemos lá e não há melhor do que relembrar, com tanto carinho, esta gente e esta terra.(...)


Fotos (e legendas): © Adelaide Barata Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A Adelaide
 com 8 anos
1. Há anos depois que não temos notícia da nossa amiga  Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente SGE José Maria Barata, da CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71), e que se senta à sombra do poilão da nossa Tabnaca Grande no lugar nº 721 (*). 

A Adelaide tem 34 referências no nosso blogue. Tem página no Facebook e é amiga da nossa página, Tabanca Grande Luís Graça. Como filha de militar, estudou no Instituto de Odivelas (frequentou também  o 3º ano da Faculdade de Direito / Universidade de Lisboa).  Nasceu em Nampula, Moçambique. Vive e trabalha em Lisboa. 

Recorde-se que estava na Guiné, em Nova Lamego, com a família (pai, mãe, irmã gémea e e irmão mais velho)   na altura da segunda parte da comissão de serviço do pai (1970/71) (entretanto falecido, em 1979, com o posto de capitão), quando o quartel e a vila  em 15/11/1970  foram violentamente flageladas por um numeroso grupo IN, estimado em 150 elementos, com armas ligeiras e 4 morteiros 82, tendo disparado cerca de 122 granadas, durante 35 minutos .

As NT tiveram 3 mortos (incluindo o srgt mil enf da CCAÇ 5, Cipriano Mendes Pereira),  4 feridos graves (incluindo 1 milícia), enquanto a população teve 8 mortos (incluindo a esposa do nosso camarada Cipriano), 50 feridos graves e 30 ligeiros.  As NT reagiram com fogo de morteiro 81 e canhão s/r, manobra de envolvimento e perseguição, apoiadas  pela FAP. A artilharia de Cabuca e Piche bateram com fogo de obus os prováveis itinerários de retirada do IN.

A Adelaide, com apenas sete aninhos, apanhou o maior susto da sua vida. Nem por isso  quis esquecer as melhores imagens dos dias maravilhosos que passou no Gabu. E fez questão de  lã voltar muitos anos depois, mais de quatro décadas depois, em outubrto e novembro de 2015 ... Disse aqui que foi a "viagem da sua vida".

(...) "Tudo começou quando o meu filho nos disse que tinha sido selecionado para trabalhar na TESE em Bafatá. Foi como um relembrar daquilo que nunca vi mas sabia que não poderia ser muito diferente de Nova Lamego há quarenta e quatro anos atrás. Muito estranho este sentimento, não tive medo de o deixar partir. Claro que em condições diferentes de quem partiu para lá durante a Guerra.(...) "

Do álbum fotográfico dessa viagem de saudade (de que publiámos 14 postes) (***) vamos fazer uma seleção de algumas das melhoree fotos, com interese documental, para a série "Por onde andam os nossos fotógrafos"- (****)

 _______________

(*) Vd. poste de 11 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16294: Tabanca Grande (490): Adelaide Barata Carrêlo, filha do ten SGE Barata, CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71)... Com sete anos apenas, sofreu a brutal flagelação do IN ao quartel e vila do Gabu, em 15/11/1970, que causou 3 mortos e 4 feridos graves entre as NT e 8 mortos e 80 feridos (graves e ligeiros) entre a população... Passou a ser a nossa grã-tabanqueira nº 721

(**) Vd. poste de 4 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14322: Ser solidário (179): "Bambadinca Sta Claro", projeto-piloto na Guiné-Bissau, de uma central híbrida fotovoltaica, leva luz a 8 mil habitantes de Bambadinca. Documentário produzido pela ONG TESE e entrevista da Antena 1 a Sara Dourado



Vd. postes anteriores:
(...) Fotobox é um Programa, na RTP 3, sobre fotografia. Aos sábado 11h45. Autor: Luiz Carvalho. Realização: Luiz Carvalho. Tem página no Facebook. O autor e realizador é um fotojornalista conhecido, professor de fotografia e arquitecto.

Luiz Carvalho tem-se mostrado interessado em levar alguns dos fotógrafos do nosso blogue ao seu programa Já lá levou, por exemplo, o nosso veteraníssimo Jorge Ferreira (ex-alf mil da 3ª CCAÇ, Bolama, Nova Lamego, Buruntuma e Bolama, 1961/63)-

Por razões de agenda (de ambas as partes) e de saúde (do nosso editor), ainda não foi possível concretizar o seu desejo de fazer um ou mais programas com os nossos colaboradores que precisam de ser contactados e autorizarem a divulgação das suas imagens (e eventualmente serem entrevistados).

O autor e realizador do Fotobox prefere a fotografia a preto e branco. Na expetativa desse colaboração do nosso blogue com o Luiz Carvalho, vamos dar início a esta série, com o título "Por onde andam os nosso fotógrafos ?", listando alguns dos nossos fotógrafos ou donos de álbuns fotográficos com fotos no nosso blogue.(...)

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22448: In Memoriam (403): João Dinis (1941-2021), ex-sold cond auto, CART 496 (Cacine e Cameconde, 1963/65), e empresário em Bafatá, há mais de meio século... Morreu ontem de Covid-19, em Bissau (Patrício Ribeiro).


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Outubro de 2015 > A nossa amiga e grã-tabanqueira Adelaide Barata Carrêlo com o João Dinis, empresário, antigo militar português, da CART 496 (Cacine e Cameconde, 1963/65), integrada no BCAÇ 513 (com sede em Buba). Vivia na Guiné desde 1963. Natural de Alvorninha, Caldas da Rainha (conterrâneo do cardeal José Policarpo, 1936-2014), casou em janeiro de 1972, aos 31 anos, com a Célia, de 18 anos de idade. O casal teve 3 filhos (um rapaz, falecido aos 25 anos, e duas raparigas mais velhas a viver em Portugal).


Foto (e legenda): © Adelaide Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 15 de dezembro de 2009 > 15h13 > O João Graça, médico e músico, fotografado com a Célia Dinis e o filho, Bruno, no seu estabelecimento, o restaurante "Ponto de Encontro".  O filho, que vivia com o casal, viria a morrer, prematuramente, aos 25 anos, por volta de 2013,
  vítima de acidente. Morreu no avião que o transportava para Portugal para receber tratamento. Ironicamente, o João  Dinis more em Bissau por falta de recursos hospitalares para tratar a Covid-19.

Foto (e legenda): © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá >   Agosto de 2016 >  O casal Célia e João Dinis, portugueses das Caldas da Rainha e proprietários do restaurante “Ponte de Encontro”,num almoço em que participou o Patrício Ribeiro, cliente frequente da casa. Aliás,  os principais clientes eram portugueses e outros estrangeiros ligados à ONG ou  empresas com proprojectos  na 
Gurine Bissau. Era uma figura muito popular. Tinha umais sacola de condução automóvel em Bafatá desde 1968.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá >  4 de abril de 2017 > Os camaradas Monteiro e Cancela, com o casal Célia e João Dinis, portugueses das Caldas da Rainha e proprietários do restaurante “Ponte de Encontro”, onde almoçámos.

Foto (e legenda): © A. Acílio Azevedo (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > Fevereiro de 2017 > O casal João & Célia Dinis. Fotogramas do vídeo "O que é feito da Guiné-Bissau ?", que passou na  TVI, mo Jornal das 8, em 25 e 26 de fevereiro de 2017.( Reproduzido com a devida vénia. )



1. Mensagem do Patrício Ribeiro (português, natural de Águeda (1947), criado e casado em Nova Lisboa (hoje Huambo), Angola,  ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. XX, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda; membro da nossa Tabanca Grande, com mais de uma centena de referências no blogue):


Date: terça, 10/08/2021 à(s) 19:05
Subject: Dinis, morador em Bafatá, já foi.
 
Luís,

O Dinis de Bafatá, (residente em Bafatá há muitas décadas) faleceu hoje no hospital Simão Mendes em Bissau (Hospital Central), com Covid-19. (*)

Vai ser transladado para o Cemitério de Bafatá.

Existem diversas referências a ele, no blogue. (**)

Natural de perto das Caldas da Rainha, foi para a Guiné como militar e por lá ficou até hoje. Estava na casa dos 80 anos. Estive há pouco mais de 2 semanas com ele em Bafatá. Almoçamos e jantamos juntos durante 3 dias.

Tinha fugido da pandemia em Portugal para a Guiné, há poucos meses, onde tinha estado algum tempo em exames médicos. Como em Portugal não tinha recursos financeiros, dizia que nunca recebeu um cêntimo do Estado Português. Diziam-lhe, na Segurança Social que,  como era residente na Guiné, não tinha direito, nem ele nem sua mulher.

Voltou para a sua escola de condução e o seu pequeno restaurante em Bafatá, gerido pela sua mulher, Célia.

Estava cheio de projetos: pertencia à direção da Associação dos Antigos Combatentes Portugueses da Guiné, que continuam a lutar por aquilo que acham que têm direito. Recebeu um abraço do Marcelo em Maio último, quando da sua visita a Bissau.

Como militar, esteve muito tempo na zona de Cacine, pois era condutor e andava com o seu Unimog e com o guincho, rebocando as árvores da estrada, que os outros cortavam durante a noite, na estrada de Cacine para Guiledje.

Falei com eles, assim como com outros, por todo o lado, que havia Covid que deviam usar máscara e distanciamento, mas parecia que eu andava a pregar para as matas de cajueiros que não nos ouvem.

P.S. Neste ano de pandemia, é o quinto português antigo e amigos, dos residentes na Guiné que lá ficam.

Um abraço á família

Patrício Ribeiro

impar_bissau@hotmail.com



2. Comentário do editor LG:

Ficamos sempre sem palavras quando morre alguém nosso conhecido, amigo e/ou camarada. Foi, de resto,o que escrevi no poste P16428, de 28 de agosto de 2016, quando apresentou o João e a Célia Dinis à Tabanca Grande:

(...) Ficamos sem palavras... A milhares de quilómetros de Portugal, essa é seguramente uma "casa portuguesa"... E de repente salta-nos à mente a letra e a música da Amália, tão "maltratadas" antes do 25 de abril... No fundo, podia parecer que esse famoso fado, da Amália, era o elogio, miserabilista, da pobreza honrada associada ideologicamente ao Estado Novo...

Camarada e amigo Patrício Ribeiro, diz ao nosso camarada João Dinis e à sua companheira Célia que eles já ganharam o direito de figurar, a partir de hoje, e com todo o mérito, no quadro de honra da Tabanca Grande, passando a ser os grã-tabanqueiros nºs 724 e 725. 

Diz-lhes que é a nossa singela homenagem, a do blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné, não só ao seu portuguesismo como também à sua grande capacidade de trilhar as duras picadas da vida, e de sobreviver as todas as minas e armadilhas. O seu exemplo comove-nos e honra-nos... 

Um abraço fraterno para todos os demais "tugas" de Bafatá. Um xicoração para ti, que és o "pai dos tugas" da Guiné-Bissau" (...)

Para a Célia, filhas e demais família do nosso camarada João Dinis vai um grande abraço solidário nesta hora difícil. O João e a Célia eram um caso extraordinário de resiliência e de amor à Guiné-Bissau, terra que fizeram sua.

3. Os "últimos tugas" de Bafatá > João e Célia Dinis: “Portugal era um atraso de vida em comparação com a Guiné” (Excerto do "Público", de 13/4/2013)

(...) Na casa de João e de Célia nunca faltava fruta enlatada, vinho Casal Garcia e pelo menos dez garrafas de whisky “do bom” para receber as visitas. Durante anos, puderam ter na Guiné-Bissau uma série de luxos que na chamada "metrópole" eram ainda uma miragem. Esses foram outros tempos. Hoje todos os gastos são controlados. Bebem vinho do mais barato e só comem bacalhau ou queijo quando algum amigo os visita. A vida obrigou-os a uma cambalhota do 80 para o oito, mas nem por isso deixam de falar com alegria, com um brilho nos olhos e esperança no futuro. A bola é para chutar para a frente e apesar de Célia ter 58 anos e João 71, não duvidam que ainda vão conseguir marcar golo.

João e Célia Dinis são dos portugueses que há mais tempo vivem na Guiné, chegaram numa altura em que “tudo era bonito, não havia falta de trabalho e tinham uma vida mais que boa”. João foi o primeiro. Chegou em 1963 como militar. Gostou tanto que ficou e já como funcionário da administração do porto de Bissau acenou aos colegas da Companhia [de Artilharia] 496 [Cacine e Cameconde, 1963/65] , Batalhão  [de Caçadores] 513, que viu partir num navio . “Não troque os números, são muito importantes para se algum amigo dessa altura me quiser telefonar”, pede ao PÚBLICO.

Só voltaria a Portugal em Setembro de 1971. “Estava há nove anos sozinho e ia com o objectivo de casar, mas não podia ficar muito tempo. Tinha de resolver o problema rapidamente e graças a Deus consegui”. Conheceu Célia num baile e meteu logo conversa. “Ó menina, não se importa que a gente vá bailar um bocadinho? Mas olhe que eu vivo em África há muitos anos, já não sei bem dançar as músicas de cá...”, perguntou-lhe. A resposta foi afirmativa. Casaram no dia 9 de Janeiro 
[de 1972] e dia 20 vieram juntos para a Guiné. Célia tinha 18 anos e Dinis 31.

Nessa altura, tudo lhes corria bem. Dinis era dono de duas escolas de condução e, alguns anos mais tarde, Célia decidiu abrir o restaurante Ponto de Encontro, que mantém até hoje em Bafatá (no centro-norte do país). “Era uma cidade espectacular, estava tudo pintadinho, arranjadinho. Se vissem esta avenida e aquela ali em baixo. Lindas, lindas. As pessoas juntavam-se para fazer piqueniques, remo, ir ao cinema. E as lojas? Tinhas de entrar só para ver, mesmo que não comprasses. Era uma coisa que atraía. Portugal era um atraso de vida em comparação com a Guiné”, descreve Célia.

O Ponto de Encontro servia mais de 70 almoços por dia e Célia chegou a ter de pedir aos tropas para tomarem conta da filha enquanto despachava o mais depressa possível os almoços. Não tinha mãos a medir. Agora há dias em que não faz cinco mil francos CFA (7,50 euros). De 17 empregados passou para dois e mesmo assim queixa-se que a receita não cobre as despesas. Podiam-se ter ido embora depois do 25 de Abril de 1974. Chegaram a vender tudo, mas os guineenses não os deixaram partir: "Não, não se vão embora porque ninguém vos vai fazer mal. Vocês também não fizeram mal a ninguém.”

“Se eu tenho ido depois da independência, era um senhor em Portugal. O meu cunhado ainda me disse para montarmos uma escola de condução, se eu o tenho ouvido... Teria muito mais dinheiro, mas não tinha esta terra”, projecta Dinis. É um apaixonado pela Guiné. Quando ia a Portugal de férias, não queria ficar mais de 15 dias, “chegava para ver a família”. “Só desejava voltar àquelas pessoas que me conheciam e, do mais pequeno ao maior, me chamavam pelo nome. Nem sequer consigo dizer o que menos gosto neste país porque gosto de tudo. Até das faltas, fomo-nos habituando a elas”.

Foi depois de 1974 que tudo piorou. Durante dez anos ainda viveram bem mas, pouco a pouco, as coisas começaram a escassear. Primeiro faltaram o queijo, as batatas e os chocolates. Até que acabou tudo. “Foi um processo: apetecia-me beber uma garrafa de vinho Casal Garcia e não havia, mas ainda se podia comprar Dão. Quando o Dão acabou, tínhamos o Pias...”, recorda Dinis.

Às vezes perguntam-lhe como consegue viver assim. Ri-se e responde: “Tu também cá estarias se tivesses vivido o que eu vivi. Tínhamos uma vida mesmo bonita. Luz 24 horas por dia, boas estradas, tudo limpo. Onde é que os portugueses comiam pêra enlatada? A nossa bebida era whisky com água das pedras, a cerveja era só para acompanhar as ostras e os camarões”.

A Guerra Civil, em 1998, foi o golpe fatal para a Guiné: “Foi desde aí que deixámos de viver como portugueses na Guiné e passámos a ter condições de vida semelhantes à de um guineense: a ter de carregar água, andar a pé...”, conta Célia.

Apesar do Ponto de Encontro estar quase sempre vazio e dos poucos alunos da escola de condução demorarem mais de dois anos a pagar (a carta custa menos de 150 euros), apesar de dizer que agora já estava na altura de voltar a Portugal, não é isso que Dinis sente. Quando fala das suas dezenas de projectos, quando diz que as coisas vão melhorar – e di-lo muitas vezes como se a sua vida pudesse durar o dobro da do comum dos mortais –, a Guiné é sempre o palco principal da sua felicidade.

As saudades das duas filhas são mesmo o que mais pesa a Célia e Dinis. Há oito anos que não as vêem e há netos que ainda nem conhecem. Mas já lá vai o tempo em que uma viagem a Portugal custava cinco mil francos CFA e a família se juntava toda para passar as férias grandes.

Custas-lhes terem trabalhado a vida toda e não terem nada. “Nem cá nem lá”. Entregaram-se à Guiné e é a ela que pertencem. Por isso, sempre que pensam regressar perguntam “para fazer o quê". “Tenho direito à reforma porque fui militar e funcionário público de Bissau, mas na altura que a porta estava aberta não pude ir a Lisboa e agora está fechada a cadeado. Lá as pessoas vivem lado a lado, mas não se conhecem. Aqui sou o professor, dou cartas de condução desde 1968, ensinei pessoas que já morreram”, gaba-se Dinis.

Célia também tem medo do regresso mas confessa já estar cansada de levar a casa e o restaurante às costas. “Dizem que Portugal está mau mas para nós é um mundo de rosas. Não há dinheiro, é verdade, mas aqui também não há. Lá não se compra mais, compra-se menos, mas não sentes saudades de comer. Abres a torneira e tomas banho de chuveiro. E aquelas auto-estradas todas direitinhas? É uma alegria”, diz num português que já mistura com sotaque crioulo.

Por agora, só têm uma solução: aguentar. “Ando há muitos anos com a palavra esperança na ponta da língua mas ainda não a encontrei. Penso vir a ter uma vida boa na Guiné. Hoje não temos, não saímos de Bafatá há anos. Mas se calhar ainda vamos conseguir ter um carrinho melhor para ir a Bissau dar o nosso passeio. Dançamos, ao toque da música. Se a música saltar, também saltamos. E bem alto”, deseja Dinis. (...)


Fonte: Sofia da Palma Rodrigues > Guiné: entre o paraíso e as saudades de Portugal > Público, 13/04/2013 - 08:02 (Excerto reproduzido com a devida vénia)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22429: In Memoriam (402): 1.º Cabo Miliciano Fernando Pacheco dos Santos, da CART 2673, caído em combate, em Empada, no dia 7 de Julho de 1970 (Juvenal Danado, ex-Fur Mil Sapador Inf)

(**) Vd. postes sobre o João & Célia Dinis (Bafatá):

5 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')

30 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16431: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte VIII: Bafatá, o restaurante "Ponto de Encontro", da Célia e do João Dinis, os nossos mais recentes grã-tabanqueiros

27 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16423: Recortes de imprensa (80): Os "últimos tugas" de Bafatá: João e Célia Dinis, entrevistados pelo "Público", em 13/4/2013... O nosso camarada João Dinis, hoje empresário, vive na Guiné desde 1963. Pertenceu à CART 496 (Cacine e Cameconde, 1963/65)

29 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16428: Convívios (766): Os "tugas" de Bafatá... Agosto de 2016, restaurante "Ponto de Encontro", do casal Célia e João Dinis a quem prestamos uma emocionada homenagem (Patrício Ribeiro, Impar Lda)

domingo, 17 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20356: Roteiro de Bissau: fotos de c. 2010, de um amigo do Virgílio Teixeira, empresário do ramo da hotelaria - Parte II


Guiné-Bissau > Bissau > c. 2010 >  Foto nº  31


Guiné-Bissau > Bissau > c. 2010 >  Foto nº  23 

Guiné-Bissau > Bissau > c.  2010 >  Foto nº  26



Guiné-Bissau > Bissau > c.  2010 >  Foto nº  21


Guiné-Bissau > Bissau > c.  2010 >  Foto nº   22


Guiné-Bissau > Bissau > c.  2010 >  Foto nº  30


 Guiné-Bissau > Bissau > c.  2010 >  Foto nº  27


Guiné-Bissau > Bissau > c.  2010 >  Foto nº  24


Guiné-Bissau > Bissau > c. 2010 >  Foto nº 25


Guiné-Bissau > Bissau > c. 2010 >  Foto nº   28


 Guiné-Bissau > Bissau > c. 2010 >  Foto nº 20


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos, na posse do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, chefe do conselho administrativo, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69). 

Foram-lhe enviadas, sem legendas,  por um português, das suas relações,  empresário do setor hoteleira, que ele de momento não está autorizado a identificar. São fotos, muitas delas aéreas, com interesse documental para aqueles, como nós, que conheceram Bissau, que continuam a lá ir ou querem ainda lá ir.  As fotos devem ter sido tiradas no início da década de 2010, e algumas serão mais antigas. Mas são de alguém que ama muito a cidade de Bissau...onde vive. E onde a gente vive é a nossa terra!...

É de recordar aqui, a propósito das fotos de Bissau de hoje e de outros lugares da Guiné-Bissau, o que escreveu a nossa amiga Adelaide Barata Carrêlo, quando lá voltou em novembro de 2015: 

"Gostaria de te contar uma conversa que tive com um colega do meu filho de Bambadinca - ele diz que os poucos turistas que vão à Guiné, gostam de tirar fotos ao que há de mais desagradável, explorando a imagem do lixo, da pobreza, etc. Pelo respeito que tenho a esta gente, pelo amor que tenho a esta terra, pelo sonho de lá voltar, não esperem de mim tais imagens. Eu sou assim!!!!"...

Legendas (da responsabilidade do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

Nº 20 - À esquerda, o edifício do Hospital Nacional Simão Mendes, na  Rua Eduardo Mondlane, que vai ter ao cemitério municipal.

Nº 21 - Bissau Velho, praça do Pindjiguiti, instalações portuárias,

Nº 22 - Em primeiro plano, o Hotel Coimbra, nas traseiras da Catedral... (Era o antigo edifício do estabelecimento Nunes & Irmão Lda).

Nº 23 - Baixa, com duas grandes artérias: a Av Amílcar Cabral (que desce até ao porto) e Rua Eduardo Mondlane (a antiga Rua Eng Sá Carneiro) que a interceta; em primeiro plano, reconhece-se a Catedral, com o recinto bem delimitado por um muro branco; e antes o edifício Coimbra Hotel e Spa (em forma de U).

Nº ´24, 25, 27 - O edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones. O projeto de arquitetura do edifício, foi desenhado por Lucínio Cruz (Gabinete de Urbanização Colonial ) em 1950, tendo o mesmo arquiteto elaborado o projeto definitivo em 1955. Fica localizado na Av Amílcar Cabral, frente à Catedral.

Nº 26 - O cais do Pindjiguiti, o porto, as instalações portuárias, a marginal (Av 3 de Agosto), Bissau Velha, o Geba, o ilhéu de Rei... A Av Amílcar Cabral desemboca na Praça Pindjiguiti, onde se monumento com o busto do "pai da Pátria", Amílcar Cabral... Na altura em que a foto foi tirada, ainda não existiria o monumento Mon di Timba ou Sinku Dedus, no lado direito da praça do Pindjiguiti.

Nº 28 -  O  edifício do Hotel Coimbra, na Av Amílcar Cabral, 1082, à direits de quem sobe. O sítio Kalma Soul, guia turístico sobre a Guiné-Bissau, diz o seguinte ssobre este conceituado hotel de 3 estrelas:



Bissau > Av Amílcar Cabral (antiga Av República) > Foto do estabelecimento de Nunes & Irmão Lda, hoje Hotel Coimbra. Cortesia da página do Facebook de Hotel Coimbra
"Um hotel no centro da cidade, junto a Catedral de Bissau. Oferece aos hóspedes um espaço com piscina, ginásio, spa e também sala de reuniões para os hóspedes em viagem de negócios. O restaurante do hotel tem um buffet variado e segundo os hóspedes, muito saboroso. O pequeno almoço é servido num bonito e bem tratado jardim. O hotel fica a poucos metros de locais que merecem a sua visita, como por exemplo, o do Porto de Bissau, a zona mais antiga da cidade, Bissau Bedjo e a Praça dos Mártires de Pindjiguiti."

Tem também uma livraria, a livraria Coimbra. O Hotel está instalado no antigo estabelecimento, um dos mais importantes ds época colonial, Nunes & Irmão Lda.  O negócio continua na família há 3 gerações.

Nº 30 - Troço da Av Amílcar Cabral

Nº 31 - Av Amílcar Cabral (antiga Av República), Baixa, Porto de Bissau, Amura (à esquerda), Catedral (Torres) (em primeiro plano)



Guiné-Bissau > Bissau >  3/11/2015 > Praça dos Mártires de Pindjiguiti (acabada de  inaugurar em  em 3/8/2015, depois de um a polémica requalificação)... O grupo escultórico também é conhecido por  Mom di Tima ou Sunku Dedus.  Os nomes de cerca de 6 dezenas de marinheiros e outros trabalhadores portuários, que foram mortos na sequência da repressão da greve de 3 de agosto de 1959, foram gravados no monumento, por iniciativa da CM de Bissau.

Foto: © Adelaide Barata Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados.[ Edição e legendagen: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.




Cortesia de Vd. Milheiro, Ana Vaz, e Dias, Eduardo Costa - A Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização Colonial (1944-1974). usjt - arq urb , nº 2, 2009 (2º semestre), pp.80-114 [Disponível aqui em pdf ]  


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18044: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XIV: Piche: restos da capela e memórias dos BART 2857 (1969/71) e BCAV 2922 (1970/72)


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos da capela (1)


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos da capela (2)


Foto nº 3  > Guiné-Bissau > Região de Gabi > Piche > 28 de outubro de 2015 > Guião do BCAV 2922, "À carga", Piche,  1970/72 (que era composto por CCS, CCAV 2747,  CCAV 2748 e  CCAV 2749)


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos de memorial  dos mortos do BART 2857, Piche, 1969/72


Foto nº 4 A > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos de memorial > Mortos da CCS/ BART 2857, Piche, 1969/71 > 1º cabo António S. Gonçalves, morto em 25/3/1969; 1º cabo Augusto e Vieira, morto em 21/5/1969; 1º cabo João G. Antunes, morto em 3/1/1970


Foto nº 4 B > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 128 de outubro de 2015 > Restos de memorial > Mortos da CART 2439 / BART 2857, Canquelifá 1969/71 > 1º cabo [aux enf] José M. Laranjo, sold Manuel J. Ferreira, sold Joaquim Carvalho e sold Manuel C. Parreira. Todos mortos no mesmo dia, 7 de outubro de 1969, numa mina a/c reforçada,  na estrada Dunane-Canquelifá,  a cerca de 2 km de Canquefilá... Além destes 4 mortos da CART 2439, morreu ainda o sold guineense Satone Colubali, da CART 2479 / CART 11, Houve ainda uma dúzia de feridos graves. evacuados para o HM 241, Bissau.


Foto nº 4 C > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos de memorial > Mortos da CART 2440 / BART 2857, Piche, 1969/71 >   Sold Serafim P. Madeira, morto em 13/5/1969; sold Manuel M. Ferreira, morto no mesmo dia: 1º cabo Aires S. Pedrosa, morto em 7/6/1969; sold Henrique G. Salvador, morto em 17/11/1060; 1º cabo Álvaro Barreira Go[mes], morto em 12/2/1970; sold João C.Pereira. morto em 20/3/1970; e 1º cabo Aníbal A. Carreira, morto em 12/6/1970.

Fotos (e legendas): © Adelaide Barata Carrêlo (2017), Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico
e das notas de viagem de Adelaide Barata Carrelo, à Guiné-Bissau, em outubro-novembro de 2015 (*). 

Com sete anos, a Adelaide passou uma larga temporada (1970/71) em Nova Lamego, com o pai, a mãe e os irmãos, tendo regressado no N/M Uíge, em 2 de março de 1971. Em 15/11/1970 teve o seu "batismo de fogo" (**).

O pai era o ten SGE José Maria Barata, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71). Quarenta anos depois regressa à Guiné-Bissau...

É nossa grã-tabanqueira, nº 721 (membro da nossa Tabanca Grande desde 11/7/2016).

2. Mensagem da Adelaide Barata Carrêlo, com data de 15 do corrente:

Bom dia,  Luís,

Como havia dito, a viagem à "minha Guiné" nunca acabará, porque não há dia em qua não nos lembramos do que vivemos lá e não há melhor do que relembrar, com tanto carinho, esta gente e esta terra.

Segue um relato/diário - um dia passado em Pitche e algumas fotos.

beijinhos,

Adelaide Carrêlo
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Piche, 4ª feira 28 de outubro de 2015

Depois da estadia de 2 dias em Gabu, prosseguimos para Pitche, muito perto da fronteira de Guiné - Conacry.

Tivemos oportunidade de ter uma visita guiada pelo que se mantém "em sentido" do antigo quartel. Vimos a porta de armas, as paredes da capela [Fotos nºs 1 e 2] , a cozinha e o monumento em homenagem aos militares que morreram em combate [Foto nº 4]

Pelo caminho, quase deserto, ainda tivemos a oportunidade de entrar numa sala de aulas e ouvir os alunos e dois professores a saudarem-nos com um olá em uníssono. Reparámos que no quadro em ardósia estava escrito "WA IÁ".

Quando regressávamos ao centro, um homem interpelou-nos com uma recordação da tropa de cavalaria [, guião do BCAV 2922,] que lá deixou marcas: "Foi um militar que me deu e eu guardo-o até hoje!!!". Foi com orgulho que falou, como que com uma saudade dos tempos que recorda como se tivesse sido ontem. [ Foto nº 3].

Foi uma tarde agradável, onde parece que nada se passa, a não ser o abandono e a recordação.
Ainda fomos convidados para visitar o Régulo, mas, face ao adiantado da hora, o regresso a Bafatá fez-nos declinar o convite.

Quando deixámos Pitche, já não vimos o guineense que tapou os buracos da estrada, recebendo em troca placas de zinco para a sua casa (de um elemento do governo) como forma de pagamento. 

Limitava-se agora a levantar e a baixar um cordel de sisal (atado a uma árvore junto à estrada), como se de uma portagem se tratasse,  ficando à espera de uma moeda que demoraria muito tempo a "cunhar". O rânsito de viaturas era parco, mas a paciência e o saber esperar são duas das regras que aprendemos assim que pisamos esta terra.

Adelaide Carrêlo


Guiné > Região de Gabu > Piche > 1971 > A capela, ao lado do heliporto (Cortesia do blogue Combatentes de Avintes;  sem indicação de autoria; vd. também página no Facebook, que dá continuidade ao blogue, editado entre 2010 e 2014; um dos editores do blogue era o nosso grã-trabanqueiro Antero Santos; tem cerca de 71 mil visualizações).



Guiné > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > O nosso grã-tabanqueiro  Jacinto Cristina (o famoso padeiro da Ponte Caium), à direita, de camuflado,  com um camarada junto á capela de Piche.

Foto: © Jacinto Cristina (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:

(*) Vd. último poste da série > 28  de outubro de 2016 >  Guiné 63/74 - P16649: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XIII: Bolama, uma experiência agridoce (II)


(**) Vd. poste de 9 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16288: (In)citações (95): "Terra vermelha quente e de paz, / lugar onde tive medo, fui feliz e vivi, / amar-te-ei sempre, / minha Guiné menina velha encantada"... (Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente Barata, que viveu em Nova Lamego, no início dos anos 70, durante a comissão do pai, e aonde regressou, maravilhada, quarenta e tal anos depois)

(...) Em 1970 aterrámos em Bissau onde o meu pai nos esperava ansiosamente, seguimos alguns dias depois para Nova Lamego onde ele estava colocado.

Eu tinha 7 anos, sou gémea com uma irmã e tenho um irmão mais velho 1 ano. Somos a família Barata. Quando chegou a hora dos meus pais decidirem juntar-se naquela terra, não conseguiram convencer-nos de que poderíamos separar-nos, não, fomos também. E até hoje agradeço por ter conhecido gente tão bonit,  tão pura.

As primeiras letras da cartilha, foram-me desenhadas pelo Prof. José Gomes, na Escola que hoje se chama Caetano Semedo.

Aquele cheiro, a natureza comandada pelo calor húmido que sufoca e a chuva que cai como uma cascata sobre a pele e o cabelo que teima em não se infiltrar...cheguei a pedir à minha mãe para me deixar correr como aqueles meninos que se ensaboavam no meio da rua e com um chuveiro gigante que deitava tanta água de pingos grossos e doces.

Também me lembro de quem lá ficou para sempre, não éramos muitos. (...)