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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18319: Recortes de imprensa (91): "Diário de Coimbra, 9/2/2018, p. 11 > Opinião > Sílvia Torres > Guerra: um passado presente




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Recorte enviado pela nossa amiga, grã-tabanqueira nº 736,  Sílvia Torres (*). Reproduzido com a devida vénia. Fonte: Diário de Coimbra, 9 de fevereiro de 2018, p. 11 (**)

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(...) aqui vai uma pequena nota biográfica: 

(i) Sílvia Torres nasceu em Mogofores, Anadia, em 1982;

(ii) licenciada em Jornalismo e Comunicação e mestre em Jornalismo;

(iii) começou por ser jornalista do Diário de Coimbra;

(iv) entre 2007 e 2014, como oficial da Força Aérea Portuguesa, trabalhou na Rádio Lajes (Terceira – Açores) e no Centro de Recrutamento da Força Aérea (Lisboa), cumprindo ainda uma missão de
cooperação técnico-militar em Timor-Leste;

(v) atualmente é doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade NOVA de Lisboa e bolseira de investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT);

(vii) a sua pesquisa centra-se na cobertura jornalística da Guerra Colonial feita pela imprensa portuguesa de Angola, da Guiné Portuguesa e de Moçambique, entre 1961 e 1974;

(viii) o facto de ser filha de um ex-combatente justifica o interesse pessoal e académico pelo conflito.


(**) Último poste da série > 4 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17931: Recortes de imprensa (90): A Guiné na revista Panorama (1946, 1954) (Mário Beja Santos)

domingo, 3 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15569: Historiografia da presença portuguesa em África (68): As colónias portuguesas: a província da Guiné, vista em 1884, em livro da biblioteca do povo e das escolas (Lisboa, David Corazzi, Lisboa, 2ª ed.) - II (e última) parte (António J. Pereira da Costa, cor art ref)


Capa do livro "As colónias portuguesas", 2ª ed. Lisboa: David Corazzi, 1884, 63 pp., (Col "Biblioteca do povo e das escolas", 25)

[Sobre a casa editora David Corazzi, ler aqui: tratou-se de uma caso de grande sucesso,. no mercado livreiro de Portugal e do Brasil; A coleção "Biblioteca do Povo e das Escolas" totalizou 237 livros, publicados durante 42 anos, entre 1881 e 1913.  "Os volumes eram publicados quinzenalmente, nos dias 10 e 25 de cada mês, cada um com rigorosas 64 páginas, em formato de 15,5 X 10 centímetros , de composição cheia. A edição dos dois primeiros volumes foi de 6 mil exemplares cada. A partir do terceiro volume começaram a ser impressos 12 mil exemplares de cada vez. A tiragem subiu para 15 mil exemplares a partir do volume 10. A cada seis volumes, os livros recebiam uma única encadernação de capa dura, constituindo uma série. Ao longo dos 42 anos em que a coleção circulou, foram encadernadas 29 séries."]









pp. 26-30



O rei dom Luís I, de Portugal (1885). Fotografia de Augusto Bobone. 
Lisboa, Palácio Nacional da Ajuda. Imagem do domínio público. Cortesia de


Comentário dos editores: É espantoso que, antes da separação (administrativa) da Guiné e de Cabo Verde, em 1879, o recenseamento da população guineense, que estava debaixo da bandeira portuguesa, fosse exatamente de 6154 habitantes, distribuídos por 1386 fogos, circunscritos a Bolama, Bissau e Cacheu... Estes números dão-nos uma ideia do "raio de ação" da soberania portuguesa no tempo da Monarquia Constitucional.  Em 1879 era rei Dom Luís I... E o primeiro governador da província portuguesa da Guiné era Pedro Inácio Gouveia (1881-1884), um homem belicoso, conhecido por "frasquinho do veneno"...

Dos povos da Guiné, há um destaque para os mandingas, "os mais civilizados, industriosos e ativos dos povos de África" e, para mais, "alegres, dóceis e amigos dos europeus" (sic)... Reconhece-se que a província está atrasada em muitos aspetos a começar pela "instrução pública": na época só havia 7 (sete) escolas primárias, todas para rapazes, obviamente... Indústria colonial não havia e a pouca agricultura que existia estava nas mãos dos caboverdianos...

O orçamento da província era deficitário, sendo a principal receita a provenientes dos direitos alfandegários... O défice orçamental era suprido por "subsídios da metrópole" (sic)... Não se fala de "imposto de palhota", mas de "contribuição predial"... Findo o "odioso" (sic) comércio de escravos, que alimentou "grandes fortunas", o principal produto de exportação, no ano econonómico de 1877/78, era já a mancarra (40 milhões de litros)... As principais casas comerciais eram... francesas, e Marselha o principal porto europeu para os produtos provenientes da (e destinados à) Guiné... Havia um vapor, da carreira da África ocidental,  que escalava todos os meses  Bolama...

O tom do livrinho era de otimismo em relação ao futuro do território, na  condição de "continuar a reinar a paz com os gentios"... Falsa ilusão: a chamadas "campanhas de pacificação" já estavam em marcham, desde 1882 e iriam até meados dos anos 30 do séc. XX com o objetivo de assegurar a ocupação efetiva do território... (LG).


1. Continuação da publicação dos excertos da obra "As colónias portuguesas" (Lisboa, 2ª edição. 1884) enviados em suporte digital, pelo nosso camarada António J. Pereira da Costa 

[,cor art ref, ex-alf art na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567,Mansabá, 1972/74]... 

II (e última parte) (**)


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Nota do editor:

sábado, 2 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15568: Historiografia da presença portuguesa em África (68): As colónias portuguesas: a província da Guiné, vista em 1884, em livro da biblioteca do povo e das escolas (Lisboa, David Corazzi, Lisboa, 2ª ed.) - Parte I (António J. Pereira da Costa, cor art ref)


Capa do livro "As colónias portuguesas", 2ª ed. Lisboa: David Corazzi, 1884, 63 pp., (Col "Biblioteca do povo e das escolas", 25)






pp. 23-26 

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Comentário dos editores:

 Em 1884, ainda estavam por travar as decisivas "campanhas de pacificação" que se vão arrastar até 1936... A ocupação do território, pelos portugueses, estava longe de ser efetiva. A superfície da então "província da Guiné portuguesa", separada administrativamente de Cabo Verde só em 1879, era de apenas 8400 km2, menos de um quarto do atual território da Guiné-Bissau... Havia então apenas 4 concelhos: Bolama, Bissau, Cacheu e Bolola... As praças eram Bissau e Cacheu e os fortes principais Geba, Farim e Zinguichor... A "força pública"# resumia-se a um batalhão de caçadores e uma bateria de artilharia...

Em termos de produções agrícolas, já se fala da mancarra... Quanto à fauna,  diz-se que "há nos sertões da Guiné muitos tigres [leopardos], leões, elefantes, lobos, gatos bravos, búfalos, veados, antas, gazelas e macacos", além de, nos rios, "grande número de cavalos marinhos [hipopótamos] e jacarés"...  Há miríades de insetos que chegam a tornar-se "bastante incómodos" na época das chuvas... Dos animais domésticos, é referida a existência de "alguns cavalos" no interior do território.... São assinalados quatro rios principais; Casamansa, Cacheu, Geba e Grande ("onde há casas comerciais importantes")... O clima é "insalubre"...  A vegetação é "abundante e rica", vendo-se ali "espessas e extensas florestas, opulentas de boas madeiras para construção"... (LG)


1. Mensagem de 18 de dezembor passado, enviada pelo António J. Pereira da Costa [,cor art ref, ex-alf art na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74]

Olá,  Camarada

Aqui vai uma descrição do que era a Guiné, para efeitos de disseminação de cultura popular, há pouco mais de 130 anos.
Seria uma descrição destinada a mostrar a "acção civilizadora e evangelizadora" dos nossos "heróicos maiores".

Contudo, uma atenção mais crítica leva a concluir que o atraso era grande e variado. Claro que tudo se passou cerca 80 anos antes da guerra [colonial] começar o que poderia significar que o progresso, entretanto, tinha sido grande.
Sabemos que não foi assim.

De qualquer modo, para alguém que se reclama civilizador e evangelizador os resultados ao fim de 3 séculos de colonização não eram famosos.

Até a estrutura administrativa era má e não sabemos porquê. Ou por outra, sabemos ou imaginamos: é que aquilo "não interessava nem ao menino Jesus". Se calhar nem às palhinhas do presépio...

Continuo a sustentar a tese de que a guerra resultou da deficiente acção civilizadora, mas não nos devemos culpar por isso. Os tempos e os valores do passado eram outros e estariam até inseridos na maneira de pensar que, na altura vigorava na Europa.

Um Ab.
António J. P. da Costa

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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de dezembro de  2015> Guiné 63/74 - P15497: Historiografia da presença portuguesa em África (67): Na agonia da presença portuguesa em Ziguinchor (Mário Beja Santos)