segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18310: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XV: Parte pesos, nosso alfero...


Foto nº 4 > Cacheu, 1968 > Monumento


Foto nº  5 > Bissau, julho de 1969 > À espera do Uíge


Foto 6 > São Domingos, 1969> Eu, junto a um piroga e atrás a "ilha maldita" dos felupes


Foto nº 1 > São Domingos, 1968 > Eu com criança ao colo


Foto nº 2 > Nova Lamego, 1967 > Cães, "djubis" e eu de motorizada


Foto nº 3 > São Domingos, 1969 > "Eu e os meus amigos"...


 Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado [, foto atual à direita]. (*)


Mensagem de 25 de janeiro último:

Bom dia Luís,

Obrigado por tantas lições, estou a aprender muita coisa, e aceito tudo de bom grado, não fico a fazer de conta, sei que errei na raça, por isso já fiz um comentário. Quero mesmo falar em etnias, isso é que está certo. E o dicionário diz tudo.

As legendas do P18252 (**) estão mais ou menos certas. Na foto das Felupes [336 A], dizes que uma delas parece um homem, e é capaz de ser, embora pelo traje comparando com as outras pode ser uma Felupe, menos bonita, mais velha, mas não tenho a certeza.

As 3 meninas e menino da Mocidade Portuguesa [335], estive a ver melhor, elas são «mestiças» ( está correcto o termo? ) e, se se comparar com o novo administrador de Posto cujas fotos já foram publicadas, e numa outra em que aparece a mulher dele numa festa do 1º de Janeiro, ela parece também «mulata» e deu filhos e filhas mulatos também, pois ele é mesmo negro da Guiné.

Pelos trajes de cerimónia, o menino tem parecenças com o pai, e posso ter feito esta foto num Domingo qualquer em que poderia ter havido qualquer festa, ou roncos. Os slides não têm data, eles só foram revelados muito mais tarde, quando vim de férias à metrópole e eram mandados para Paris, eu li isso nas caixas. As datas algumas eu sei bem, mas em centenas de slides pode escapar algumas datas. De qualquer forma só apareceram a partir do final do 1º Semestre de 68 e até final da comissão.

Fico satisfeito com as visualizações das fotos do meu álbum, sem fim... Por isso vou mandar mais algumas das infindáveis fotos do tema «fotos 027 - as minhas fotos pessoais ».

[Nas fotos que reproduzes acima], pode-se ver já o meu instinto paternal, e o carinho que proporcionava aos miúdos locais, eles não me largavam, queriam fotos e andar na minha motorizada, e queriam sempre uns «Pesos":
- Nosso Alfero, parte 2 pesos e meio! - era assim sempre...

Eu não ligava ao dinheiro e podia dar algum do que tinha a mais, pois realmente ganhava-se bem, e não tinha pensão na Metrópole, era tudo para gastar em copos, nas melhores marcas de tabaco mundiais, nas fotos, nas compras de câmaras e artigos fotográficos, canetas, relógios, recordações, 2 motorizadas, e em dezenas de garrafas das melhores bebidas brancas que eu tinha à minha disposição... Bons tempos!

Li o que contaste sobre o 'Pepito' casado com a Isabel Levy, quando puderes manda então essa história toda, vou gostar de certeza. Eu logo a seguir enviei um email para a Isabel Levy, aquele que eu tinha em 2014, mas ele veio como não entregue, significa que ela não recebeu ou já mudou de correio electronico. Se me facultares uma forma de voltar a contactá-la era bom, reactivar a nossa conversa. Foi pena a morte do Pepito, mais novo do que eu.

Obrigado e vamos falando,

Um Oscar Bravo ( Não sei se foi a brincar, mas eu sou também Óscar!)

Mais fica na mesma um
Ab

Virgilio
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 5 de fevereiro de 2018 > uiné 61/74 - P18287: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XIV: o dia em que eu queria ir de motorizada, de Bissau a Mansoa... e a Mansabá!

(**) Vd. poste de 25 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18252: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XII: Mulheres e bajudas (4): São Domingos, "chão felupe", 1968: na festa e no trabalho

3 comentários:

Cherno AB disse...

Caro Virgilio,

Tens razao quanto a mulher grande, como dizes, esta um pouco mais velha que as outras, com fisico de homem devido aos trabalhos pesados e os cabelos rasos, proprio das etnias animistas (Balanta, Manjaco, papel, Felupe etc...).

De notar que, para a epoca, nao seria normal um Homem grande se meter (misturar) no meio de um grupo de mulheres e isto eh valido para todas as etnias, sem excepcao.

Com um abraco amigo,

Cherno AB

Anónimo disse...

Caro Virgilio,

Nao sei se se trata do mesmo rio, mas no ano transacto a populacao local foi vitima de ataques de crocodilos. A administracao local teve de tomar medidas para eliminar alguns e mataram crocodilos enormes que se alimentavam da carne de humanos. Pelo que, aparentemente, aqueles rios por onde andavam podiam ter crocodilos e tu pareces estar muito a vontade.

Cherno

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Cherno e Virgílio, têm toda a razão em relação à foto das raparigas felupes... Não faz sentido "ver" ali um homem metido no grupo, em dia de festa... Só pode ser uma mulher grande, precocemente envelhecida...

Tal como as mulheres dos pescadores portugueses, magistralmente descritas por Raul Brandão no início dos anos 20 do séc. XX, na sua obra-prima "Os Pescadores", também se podia dizer da mulher africana que conhecemos nos anos 60/70, na Guiné, o mesmo da mulher poveira [, da Póvoa do Varzim]:

"A poveira, a bem dizer, é um homem. É mais que um homem" (...).

E falando da mulher do meio piscatório, em geral, de há 100 anos atrás, arremata o escritor:
" E ainda o pior para todas estas mulheres não é serem bestas de carga, dias atrás de dias encharcadas e escorrendo salmoura... A mocidade dura-lhes o que duram as rosas"...