domingo, 17 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17775: Historiografia da presença portuguesa em África (89): Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934 (2) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Agosto de 2017:

Queridos amigos,
Para bom entendimento do que foi o incontestável sucesso da Exposição Colonial Portuguesa, que se realizou no Porto em 1934, há que atender ao ressurgimento dos valores imperiais do Estado Novo, às expetativas de industriais e agricultores que pretendiam a complementaridade de mercados, cientes das tremendas dificuldades da economia mundial e até com a vizinha Espanha a entrar em roda livre, não esquecendo o apetite alemão por colónias.
Tudo somado, investiu-se a sério, organizou-se muito bem, e não faltou o escândalo da Balanta Rosinha de peito ao léu na capa das revistas.
Pretendia-se uma lição de colonialismo e de envaidecimento por um Portugal que não era um país pequeno.

Um abraço do
Mário


Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934 (2)

Beja Santos

Capitão Henrique Galvão, Diretor Técnico da Exposição
Desenho de Eduardo Malta

A exposição do Porto foi inegavelmente um grande evento na lógica imperial do Estado Novo, veiculando uma importante mensagem para dentro do país e uma outra para novos concorrentes imperiais que até pretendiam ter acesso às colónias portuguesas em África, como Hitler. Internamente, toda a encenação exaltava a dimensão civilizador do projeto colonia; externamente, dava-se como demonstrado que tínhamos um projeto colonial antigo e que o Império Colonial Português era inquestionável. Num artigo alusivo a esta exposição, a investigadora Luísa Marroni escreveu um curioso artigo na revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto que iremos acompanhar de perto. A direção técnica da exposição esteve a cargo de Henrique Galvão, contou-se com o empenho e apoio financeiro do Grupo Pró-Colónia do Porto. Na divulgação o evento contou com o apoio do bispo do Porto e de grande parte do clero do Norte e muitos outros intervenientes, todos apostavam e se empenharam na política colonial ressurgida com o Estado Novo.


A exposição estava estabelecida no Palácio de Cristal e jardim envolvente, durou três meses e meio e culminou com a realização de um cortejo alegórico que percorreu as ruas da cidade do Porto, desde a foz do rio Douro até aos jardins do Palácio de Cristal. Era constituída por secção oficial e secção particular. A secção oficial organizava-se por 15 temas (história da obra colonial portuguesa, representação etnográfica, representação militar, monumentos, parque zoológico, teatro oficial, cinema oficial, informações, correios e telégrafos, livraria colonial, socorro e assistência aos indígenas, sala de exposição de arte, conferências e congressos, posto de provas de produtos coloniais e cantina) e diferenciados produtos e produtores completavam a secção particular. Almada Negreiros desenhou selos, Eduardo Malta pintou e desenhou, a Vista Alegre produziu peças para a exposição, o príncipe de Gales, o futuro rei Eduardo VIII, foi talvez o seu visitante estrangeiro mais ilustre. No Porto dava-se visibilidade ao projeto imperial em marcha.

Registe-se que não era a primeira vez que se trazia a Portugal réplicas de aldeias indígenas. Recorde-se que na Grande Exposição Industrial Portuguesa, realizada em Lisboa, em 1932, veio uma tabanca Fula e foram mesmo exibidos Fulas na exposição, houve mesmo uma descrição de um escritor guineense, Fausto Duarte, que no ano anterior ganhara o primeiro prémio de literatura colonial.


Havia a ambição política e económica, os industriais portugueses insistiam na complementaridade dos mercados, havia um verdadeiro interesse pelas questões e mercados coloniais. A economia europeia estava em profunda crise que se irá agravar com o crash da bolsa de Nova Iorque, em 1929, acrescia o agravamento da situação política em Espanha, industriais e financeiros insistiam nos novos mercados, por isso a aposta no evento do Porto foi esforçada e sincera.

O regime apostava na lição do colonialismo, respirava-se o sucesso na questão do equilíbrio financeiro e na ideia da estabilidade social conseguida pelo Estado Novo. Falava-se abertamente numa ofensiva patriótica e pacificadora nas colónias, isto a despeito de se manterem graves tensões, por exemplo na Guiné, envolvendo Felupes e Bijagós.

 A exposição era encarada como uma lição viva, era para sentir o pitoresco, o exótico, a ingenuidade dos colonizados, pretendia-se substituir preconceitos com esta catequese sentimental de que Portugal não era um país pequeno, estendia-se entre o Minho e Timor. Lição viva porque se recriou a ambiência das colónias envolvida por modernismos da metrópole, encenaram-se povoados, modos de vida e de organização familiar, usos e costumes, trajes e rotinas, engendraram-se representações estereotipadas.

Como escreve a investigadora Luísa Marroni na conclusão do seu artigo, “O estudo da Exposição Colonial realizada no Porto, em 1934, admite sinais da transformação pretendida na sociedade portuguesa: de rutura com os valores o passado próximo para adoção de outros conformes com a ordem estabelecida.

A mudança é conseguida com recurso a um conjunto de instrumentos eminentemente sensoriais nos aspetos socioculturais e ao nível político, a representação unificada da nação. A simbologia empregue fundamenta a nova ordem sociopolítica, reforço da ideia e políticas imperiais, compreendida pela associação feita aos princípios do domínio e da ressurreição capaz de influir na sociedade, individual e coletivamente. A monopolização do espaço público com um conjunto de símbolos visuais remetem para outros tempos, encenando, reinterpretando, ou substituindo figuras, regras e valores anteriores ao golpe militar de 28 de Maio de 1926”.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 16 de Setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17772: Historiografia da presença portuguesa em África (88): Exposição Colonial Internacional de Paris, 1931 (1) (Mário Beja Santos)

13 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Mário, obrigado por desencantares mais esta preciosidade...

Referes-te ao "escândalo" da balanta Rosinha, de peito generoso à mostra na capa das revistas da época... Estamos a falar de há mais de 70 anos atrás, num época cheia de contradições e ameaças à paz mundial,com o triunfo do nazifascimso na Europa e da ideologia da superioridade da "raça ariana"... mas também do triunfo político e ideológico, entre nós, do EStado Novo...

Curioso que há leitores nossos, na Guiné-Bissau, quer ainda hoje se indignam de verem as "suas mães" de peito ao léu...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... E não são leitores quaisquer, alguns são filhos de "pai tuga" e mãe guineense, vulgo "filhos do vento"... Já nos chegaram ecos, ao nosso blogue, dessas reações de pudor...

A verdade é que não usávamos, nas paredes das nossas casernas ou abrigos, posters de mulheres africanas, nuas... As mulheres nuas, ou semi-vestidas, em poses eróticas, eranm da "playboy", louras, de olhos azuis...Eram elas que nos ajudavam a climatizar os nossos pesadelos...

Pode-se perguntar qual a fronteira entre o "nu etnográfico" e o "nu pornográfico" ?... Também é verdade que fotos como a da Rosinha Balantas eram usadas, com alguma "ousadia", nas nossas revistas e sobretudo nas coleções de fotografia colonial...

Era muito populares as fotos da coleção com raparigas guineenses em poses bastante ousadas para a época: nuas ou semi-nuas... Quem não copmrou e não mandou, pelo correio, para a família e amigos alguns destes postais "ousados" ?... O "nu fenminino" (!) era visto como um dos traços "exóticos" da... Guiné Portuguesa... Mas eu nunca vi nenhum "nu minhoto para iilustrar a grandeza e a diversidade do Portugal plurirracial e pluricontinental... Hoje esses "postawis ilustrados" (muitos deles já aqui reproduzidos, dado o seu interesse... documental) seriam, no míninmo, "politicamente incorretos"...

Cherno AB disse...



Caro Luis,

Porque eh que o "nu feminino" era visto como um dos tracos exoticos ... da Guine Portuguesa e nao das outras colonias, Angola e Mocambique, por exemplo ? Ou as "Bajudas" da Guine teriam peitos mais salientes/atraentes que todos os outros paises, incluindo Portugal, como tu bem observas?

Cherno AB

Anónimo disse...

Eu sou daquela epoca e confirmo que, na altura e para as comunidades da epoca, nao constituia escandalo deixar as meninas andarem de peito livre sem qualquer preconceito. Os preconceitos vieram depois com a invencao do conceito "civilizacao" ou seja a mania de querer mostrar civilizacao da parte de quem pretendia deter alguma superioridade racial e social como se andar vestido, ja de per si, significava fazer parte da classe dos civilizados.

Hoje, porem, sabemos que o conceito eh completamente falso, pois senao as mulheres talibans e outras fundamentalistas da mesma religiao, com as suas burkas, seriam as mais civilizadas de todos.

Cherno AB

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Querido Cherno, amigo e irmãozinho:

Não podemos estar mais de acordo!... O que é a "civilização" ? Não é (ou não devia ser) pelas diferenças "acidentais" (minissaia ou burca, por exemplo, no que diz respeito ao vestuário feminino...) que os povos se distinguem, diferenciam, se separam, e até se combatem até à morte... Muito menos, pelo "fenótipo"...

A "Rosinha Balanta" devia ser, espero, um joia de miúda, que terá casado e terá sido mãe e avó, como muitas outras mulheres, as nossas mães e avós, em Portugal, na Guiné, em todo o mundo... Não era fácil para uma rapariga, balanta, animista, a viver num país colonizado, nos anos 30 do século passado, sobreviver e sobretudo viver com um mínimo de dignidade, saúde, paz... Quero imaginar que teria sido feliz... Espero que tenha sido feliz... Teria hoje 100 anos e seria um pouco mais velha do que a minha saudosa mãe, Maria da Graça (1922-2014)!... É pena não sabermos quem é o autor da foto da Rosinha Balanta... e as circunstâncias em que foi tirada. Parece-me ser um exemplo de "nu etnográfico"... Em Portugal, na época, as camponesas não andavam de peito ao léu... Hoje, pelo contrário, já vemos as jovens mães a puxarem pela mama, em público, para amamentar os seus bebés... Mas a mama ao léu não dá jeito, a não ser em certas épocas do ano, em certos sítios (como a praia...). O uso da "mama ao léu" tem regras: por exemplo, na arte, no cinema, na indústria da noite, e até nas manifestações políticas...

Cherno, tu, que és um observador de grande argúcia, pões uma questão, deveras desafiante, provocatoriamente desafiante, aos nossos leitores: por que é que o "nu feminino" não era também (e tão bem...) "explorado" pelos antropólogos, artistas, fotógrafos caçadores de "exotismo", agências de viagens, administradores colonais, militares, comerciantes e até "missionários católicos" (que eram os melhores clientes das fábricas de "soutiens")... das outras colónias, Angola, Moçambique, São Tomé e até Cabo Verde ?...

Cabo Verde (mas também São Tomé) era um caso à parte dada a tradicional influência da igreja católica românica, e sobretudo a sua origem, como sociedade "escravocrata"...

De Moçambique sei pouco, nunca lá fui... De Angola, só lá comecei a ir a partir de 2003 e confesso que sou ignorante do seu passado, marcado pela liderança de mulheres fortes como a rainha Ana de Sousa, ou rainha Ginga (c. 1582-1663).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_de_Sousa

Da Guiné, teu país, meu irmãozinho e amigo, só posso dizer que tinha (e tem) mulheres lindas!... A beleza (feminina e masculina) não é monopólio de ninguém... Mas há "estereótipos de beleza" de base racista... e a que o colonialismo (europeu) e o nazifascismo não são alheios.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

"Civilização: grande magazine mensal", foi uma publicação periódica, editada no Porto entre 1928 e 1937. Foi fundada pelos escritores Ferreira de Castro (1898-1974) e Campos Monteiro (1876-1933). O editor era a Livraria Civilização.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Há um artigo muito interessante sobre o "papel" da Rosinha, uma bajuda balanta, em carne e osso, que esteve exposta, na 1º Exposição Colonial Portuguesa, no Porto, em 1934...


Mateus Silva Skolaude - Exotismo e Sensualidade Africana: Raça, Nação e Império
na 1ª Exposição Colonial Portuguesa de 1934.

in:

Nossa África: ensino e pesquisa / Organizadores Simoni Mendes de Paula e
Sílvio Marcus de Souza Correa. – São Leopoldo: Oikos, 2016.
228 p.; 16 x 23 cm. E-book, pp. 131/145
ISBN 978-85-7843-614-8


http://oikoseditora.com.br/files/Nossa%20africa%20-%20ensino%20e%20pesquisa%20-%20E-BOOK.pdf


Excertos:

(...) Para tanto, foi no jardim do Palácio de Cristal a grande atração do evento, tendo em vista o objetivo de recriar os territórios ultramarinos em sua mais completa diversidade. Era indispensável traduzir o cotidiano dos povos o mais próximo da realidade, desde a floresta tropical, o deserto, a alimentação e as aldeias típicas, ou seja, o objetivo consistia em oferecer ao público, a sensação de viajar por todo o império português.
Neste passeio, as representações etnográficas acabaram por ser as mais populares, num total de 324 nativos expostos, entre mulheres, homens e também crianças. (...)

Diferentemente de um museu, a exposição incorporava um universo a parte, considerando as particularidades de cheiros, sons e imagens em movimento. Neste sentido, os 324 nativos, desde a chegada ao Porto, foram cuidadosamente observados por professores e estudantes universitários, sob a responsabilidade do antropólogos da Universidade do Porto. A partir das experiências com os indígenas, os cientistas chegariam a conclusões com respeito a usos e costumes, a maior ou menor aptidão em trabalhos manuais, assim como, às suas capacidades intelectuais. (...)

Estes nativos eram evocados como sendo todos portugueses (...).

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ainda sobre a 1ª Exposição Colonial Portuguesa (Porto, 1934):


Não por acaso, a 1º ECP teve um fotografo oficial, o Sr. Domingos
Alvão (1872-1946), proprietário da Casa Alvão na cidade do Porto e que
publicou um “Álbum fotográfico da 1ª Exposição Colonial Portuguesa” com 101
clichés fotográficos, editado no Porto pela Litografia Nacional.22 O grupos
étnicos da Guiné foram os que mais receberam atenção por parte da imprensa
e do público de forma geral. Também foram os mais fotografados
pela câmara oficial de Domingos Alvão que procurou realçar o caráter físico
destas populações indígenas. (...)

Mateus Silva Skolaude - Exotismo e Sensualidade Africana: Raça, Nação e Império
na 1ª Exposição Colonial Portuguesa de 1934.

in:

Nossa África: ensino e pesquisa / Organizadores Simoni Mendes de Paula e
Sílvio Marcus de Souza Correa. – São Leopoldo: Oikos, 2016.
228 p.; 16 x 23 cm. E-book, pp. 131/145
ISBN 978-85-7843-614-8


http://oikoseditora.com.br/files/Nossa%20africa%20-%20ensino%20e%20pesquisa%20-%20E-BOOK.pdf

Tabanca Grande Luís Graça disse...

(...) Para além da exotização imposta pelos organizadores e propagandistas
da exposição, era necessário também criar laços de afetividade na população
metropolitana com os povos oriundos das colônias. Para que isto efetivamente
tivesse algum resultado prático, utilizou-se a estratégia de individualizar
alguns nativos, como forma de torná-los verdadeiros ícones da
exposição.


(...) Esse foi o caso do menino Augusto e da jovem Rosinha, da etnia
balanta, que foi exposta pelos organizadores da exposição, tendo em vista
os anseios da política estado-novista que buscava despertar, na subjetividade
masculina, o desafio de sujeitos dispostos a migrarem para os territórios
ultramarinos do império. A estratégia foi bem-sucedida. Rosinha e as mulheres
balantas não só atraíram um grande público, como também constituíam
uma “sensualidade” capaz de mobilizar, na memória do passado, o
futuro da política imperial.

Naquela altura, circulou um cartão postal cuja fotografia original se
encontra no álbum fotográfico de Alvão. Sua legenda afirmava o papel atribuído
a Rosinha: “O Sucesso da Exposição de 1934.” Este sentimento foi
amplamente partilhado pelos visitantes. Rosinha tornou-se o “objeto” mais
fotografado, analisado e discutido da exposição. (...)

Mateus Silva Skolaude - Exotismo e Sensualidade Africana: Raça, Nação e Império
na 1ª Exposição Colonial Portuguesa de 1934.

in:

Nossa África: ensino e pesquisa / Organizadores Simoni Mendes de Paula e
Sílvio Marcus de Souza Correa. – São Leopoldo: Oikos, 2016.
228 p.; 16 x 23 cm. E-book, pp. 131/145
ISBN 978-85-7843-614-8


http://oikoseditora.com.br/files/Nossa%20africa%20-%20ensino%20e%20pesquisa%20-%20E-BOOK.pdf

Cherno AB disse...

Caro amigo Luis,

Tu e todos os outros que estiveram na Guine, sabem o quanto eh dificil e incomodo andar vestido durante todo o tempo. A forma mais saudavel mesmo eh ficar com o minimo de roupas no corpo. Sobre isso, por ex. a minha mulher fartou-se de me pedir que usasse bikini mesmo estando em casa, mas eu nao quero, uso calcoes largas por causa do calor insuportavel e para ficar mais a vontade como faziam os soldados "Tugas".

Cherno AB

alma disse...

Quanto a Mamas, não tenho dúvidas. Há muito que a Guiné, devia ter sido declarada Património Mamário da Humanidade! Abraço. Alfero.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Caro amigo e mano Cherno:

Como sabes, ainda há povos, na Amazónia, que vivem "nuinhos como Deus os põs no mundo", como diria a minha querida mãe, ou "pardos, nus, sem coisa alguma a cobrir-hes as suas vergonhas", como escreveu Pero Vaz de Caminha, na carta de achamento do Brasil , em 1500 (e que ele mandou, pelo correio, ao rei Dom Manuel I, o Venturoso)...

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/carta_caminha.htm

O "pudor" é biológico e cultural... Na Europa, é fortemente marcado por um das nossas matrizes, a "judaico-cristã", em detrimento da matriz heléncio-romana que valorizava muito mais o corpo e a saúde...

Mas quem viveu e vive na Guiné sabe quão difícil andar de vestido dos pés à cabeça durante 24 horas por dia... O calor e a humidade eram, para os "tugas", um dos seus maiores suplícios... Em contrapartida, os guineenses usavam roupas "ecológicas" e, em geral, confortáveis...

Nos rios tomávamos banho nus, sem quebra da hierarquia militar. E em relação às bajudas de peito ao léu, cedo aprendemos que eram "irmãzinhas" dos nossos soldados de Badora e Cossé...

Mas o tema do nu (e nomeadamente feminino) em África dá pano para mangas (...que também são precisas, à noite, na época das chuvas por causa dos mosquitos)... Nunca tive frio na Guiné, a não ser em duas situações: (i) as "noites febris, palúdicas"; e (ii) as noites frias de dezembro (em que a temperatura podia descer aos 15 graus)...

É um prazer "falar" contigo... Xicoração do Luís

Anónimo disse...

Anónimo Anónimo disse...
Alfero Cabral:

Há 50 anos atrás, sim... Nunca vi tanta "mama firme", em qualidade e quantidade, por metro quadrado, como na nossa querida Guiné... Apesar de independente,e ainda bem, continua a ser querida Guiné...

Já agora, recordo que o naturismo faz 40 anos em Portugal...Deixo aqui uma reportagem do "Observador" para o Cherno Baldé ler:

http://observador.pt/especiais/aqui-a-nudez-e-natural-e-recomenda-se/


Devo aqui lembrar também que o alfero Cabral foi o primeiro "fundamentalista" da história da Guiné: quando veio de férias, teve a "maldade" de comprar em Lisboa "soutiens" (ou "corpinhos") de todos os tamanhos e feitios (c. 40, se não me engano) para as suas bajudas de Fá... Mandinga e Balanta ou só Fá Mandinga ?

Abraço grande, LG