quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14994: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (19): Festa de Ferrel, 2015 - a burricada... Afinal, o que é faz correr o/a burro/a, a cenoura ou o chicote?... E hoje há sardinhada na nova tabanca de Ferrel, organização do régulo Joaquim Jorge, coadjuvado pelo régulo da tabanca de Porto Dinheiro, Eduardo Jorge Ferreira... De Lisboa vem expressamente o João Sacôto (Luís Graça)


Vídeo (1' 09''). Alojado em You Tube > Luís Graça



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Peniche > Freguesia e Vila de Ferrel > Festas 2015 > 8 de agosto > A tradicional burricada na terra de Portugal que já teve mais burros por habitante...  A corrida de burros nas festas de Ferrel é uma tradição com quase meio século, atraindo largas centenas, se não milhares,  de visitantes...

Ferrel é também a terra do nosso novo grã-tabanqueiro, Joaquim Jorge,  que se vai estrear hoje como  régulo da tabanca local... Há uma sardinhada à  espera de 24 bocas... Na organização do evento participa também o régulo da tabanca de Porto Dinheiro, Lourinhã, o Eduardo Jorge Ferreira (, o tal que na outra encarnação se cobriu de glória na batalha do Vimeiro, em 21 de agosto de 1808)...

E de Lisboa vem o João Sacôto, que foi camarada do Joaquim Jorge no BCAÇ 619 (Catió, 1964/66)... Mais uma prova de que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Não se veem há 50 anos...

O meu obrigado ao Joaquim pela hospitalidade e generosidade. As festas de 2015 acabaram na segunda-feira, dia 10, e o Joaquim e a Esmeralda estão a precisar de mudar de ares e de descansar...  Mesmo assim não viraram a cara à nossa sugestão, minha e do Jaime, de juntar a malta numa sardinhada, na sua terra, em pleno mês de agosto...

Obrigado também ao  Eduardo, pela cumplicidade e participação na organização. Obrigado ao Jaime Bonifácio Marques da Silva e ao João Sacôto, dois nossos grã-tabanqueiros, por terem alinhado desde a primeira hora...

Até mais logo, camaradas e amigos, por volta do meio dia...
Marcamos encontro em Ferrel.
LG

Fotos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados 
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4 comentários:

Hélder Valério disse...

Reparei que, como de costume, alguns burros, teimosos, não queriam ir para onde os queriam levar!...
Será que eram mesmo burros? Será que não seriam 'espertos'?
Não será essa a atitude que se vai esperando que tomemos?

Já agora... também houve corridas de sacos?
Também era divertido!

Hélder S.

Luís Graça disse...

Sempre ouvi dizer que Ferrel, que fica no concelho vizinho de Peniche, a escassos quilómetros da Lourinhã, era a "terra dos burros"... O burro era utilizado nas tarefas agrícolas, mas também no transporte de mercadorias... Parte dos ferralejos eram almocreves, profissão que hoje desapereceu com a motorização dos transportes... No meu concelho, a motorização da agricultura começou mais cedo: o motocultivador é dos anos 60...Com um atrelado, substituía a carroça do burro ou do macho...

Não conheço, na região do oeste, para além de Ferrel, mais nenhuma terra com a tradição da burricada... Na Lourinhã, no meu tempo de menino e moço, lembro de "gincanas" com burros...

O burro, a "besta de carga", é um animação em extinção, aqui no oeste...Nalguns sítios, como Miranda do Douro, há louváveis iniciativas para proteger e preservar este simpático animal, profundamente ligado à nossa história e à nossa cultura...

http://www.aepga.pt/

vasco pires disse...

É uma boa pergunta Luis,talvez uma mistura dos dois.
Primeiro nos mostraram a "cenoura" do Império, e depois a das "oropas",será que se faltar cenoura, vai voltar o chicote???
Façamos votos que não...
Forte abraço
VP

Anónimo disse...



Na sociedade aldeã e familiar onde fui criado o burro era um animal menor que ajudava os lavradores nas tarefas menos difíceis. Era um animal menos possante do que o cavalo,a mula ou o macho. Mula e macho, animais estéreis, nascidos do cruzamento da burra e do cavalo ou do burro e da égua, com uma corpulência próxima do cavalo, que por serem estéreis e mais baratos eram muito utilizados também como bestas de carga e animais de tracção.
Nos verdes anos da minha meninice e adolescência todas as casas de lavradores pobres ou ricos tinham pelo menos uma burra ou burro. Havia mais burras porque os burros ficavam bastante intrataveis quando as burras andavam com cio, apesar disso havia pequenos lavradores que tinham burros machos porque eram mais corpulentos e capazes para o trabalho de carga ou tracção. Burras quase todas as casas pobres ou ricas tinham pelo menos uma, nem que fosse para levar a dona da casa à horta, como acontecia em minha casa, para trazer os alforges cheios de alfaces, couves, vagens tomates, melões, pimentos e tantas coisas boas que a horta produzia para alegrar a vida e encher a casa dessas mulheres. As burras tão calmas, tão obedientes, tão meigas, tão amigas das nossas mães, das nossas avós. As netas e netos da minha mãe recordam com muita saudade a avó e muitas vezes falam ainda da burra da avó para onde gostavam de subir com ela e fazer o caminho da horta.
Saúde para todos, longa vida para esses animais tão simples mas tão nobres, os burros.

Francisco Baptista