quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13875: Tabanca Grande (451): António Manuel Murta Cavaleiro, ex-Alf Mil Inf MA do BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)

1. Mensagem do nosso camarada e novo amigo grã-tabanqueiro António Manuel Murta Cavaleiro, ex-Alf Mil Inf.ª Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74), com data de 2 de Novembro de 2014:

António Manuel Murta Cavaleiro, abaixo devidamente identificado, vem mui respeitosamente junto dos Grã-Tabanqueiros abaixo designados, formalizar o seu PEDIDO DE ADESÃO À TABANCA GRANDE

Camarada Luís Graça, Carlos Vinhal, demais editores, colaboradores permanentes, Tabanqueiros em geral: «Conheço-vos a todos! É como se tivesse vindo convosco no barco. Também eu sou um soldado como vocês!». (Dou um docinho a quem souber a autoria desta frase!).

Pois..., conheço-vos a todos de há uns anos a esta parte. Diariamente, procuro novas das vossas pessoas e das vossas histórias, dos vossos alegres convívios e, também, dos vossos infortúnios. Dei-me conta de que fico animado com as vossas alegrias mas, de igual modo, fico angustiado com os dramas que vos tocam ou aos vossos familiares mais queridos.

Porque “também sou um soldado como vocês”, ou seja, fazemos parte de um grupo com interesses e problemas comuns e algo nos irmana como um todo, pese embora todo o resto que nos possa diferenciar. Fazemos parte de uma geração que foi sujeita a uma colossal violência física e psicológica, para a qual não estávamos (todos) preparados, e que deixou marcas para sempre nas nossas vidas. Mais grave: ceifou milhares delas quando, ainda, começavam a desbrochar. Tudo isto é sabido, foi já dito e redito. Até já aconteceu a gerações anteriores. Mas agora trata-se da nossa geração, sofredora mas muito mais esclarecida e, também, com recursos (como os deste Blog), inimagináveis há uma dezena de anos, capazes de dar um contributo decisivo (histórico, informativo, formativo de consciências, etc.), para que a nossa sorte não se venha a repetir nas novas gerações.

Por tudo isto, achei que não podia continuar a furtar-me à vossa convivência. E não é justo que vos conheça a todos, tire partido da vossa experiência, sem me dar a conhecer e sem dar o meu contributo.

Era, pois, uma honra sentar-me convosco à sombra deste poilão magistral. Para tanto, já fiz seguir fotografia actual, (depois arranjarei outra), e uma do tempo da Guiné. Embora não pretendendo ser uma excepção quanto ao cumprimento dos requisitos para o ingresso, peço-vos, contudo, que aceitem que vos envie posteriormente uma história, reservando agora algum espaço para a minha apresentação e, a seguir, tecer algumas considerações.

Apresentação: António Manuel Murta Cavaleiro Ex-Alf. Mil. Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ do BCAÇ 4513. Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973-74

Sou natural de Lemede – Cantanhede, onde ainda me ligam laços familiares, alguma nostalgia e pouco mais.

Vivi quase toda a minha infância em várias localidades do Norte e, já na adolescência, rumei ao Concelho e à cidade da Figueira da Foz, sempre colado à errância nómada da família: o meu pai era ferroviário.

Radicado aqui, na Praia da Claridade, iniciei os estudos secundários e, após estes, já na preparação académica para outros voos, vi a carreira interrompida para assentar praça, como os demais mancebos da minha idade.

Abrevio o que se seguiu porque a minha história aconteceu a toda a gente, com mais ou menos variantes.


Apresentei-me no RI 5 das Caldas da Rainha no dia 25 de Abril de 1972, (seria outro 25 de Abril a abreviar-me a tropa...), para frequentar o CSM.

Fui depois seleccionado para seguir para o COM, em Mafra, passei por Tancos para tirar o Curso de Minas e Armadilhas, dei uma formação de recrutas em Tomar e formámos aí o Batalhão de Caçadores que viria depois a ser destinado à Guiné.

Passei por Bolama para fazer o IAO da praxe e, finalmente, segui para Nhala para aí me fixar.
Julgava eu, pois, para meu desespero, os rumos foram vários.

Feita a apresentação, gostava de fazer algumas considerações.

Em conversa telefónica com o camarada Luís Graça, faz tempo, mostrei alguma relutância em vir a fazer parte da Tabanca Grande e expliquei porquê. Tinha assistido no Blog a algumas intervenções que me desagradaram, em questões que eu conhecia muito bem. Também me desagradavam algumas polémicas fúteis mas que, apesar disso, exaltavam os ânimos. Sei que muitos, devido a isso, preferem afastarem-se do Blog. Eu tenho resistido a entrar porque, realmente, já não estamos em idade de ter muita pachorra. Só por descuido, eu próprio, criarei uma polémica mas, se acontecer, em princípio, não a alimentarei.

Mas, reconheço que, aquando dessa conversa com o Luís Graça e até muito depois dela, tomei o particular pelo geral, o que, convenhamos, está longe de ser a realidade do Blog. Diria até que, num grande leque de temas trazidos à colação pelos diversos camaradas, os subscreveria sem hesitações. Outros temas há, mais raros, em que, não subscrevendo, passo normalmente por cima sem grandes engulhos. Tinha pensado referir um tema ou outro que, pelo seu melindre ou importância, me são mais caros e que vejo às vezes tão mal tratados no Blog, mas vou ignorar e passar à frente para não me alongar e arriscar ser mal compreendido.


 1973 - Estado D'Alma

Sobre o meu contributo: Vai ser modesto.

1º - Não sendo um intelectual, lido mal com a capacidade de síntese, o que, não deve ser nada bom para a saúde do Blog e dos editores;

2º - Das notas do meu irregular diário da Guiné, ainda não consegui transcrição decente até hoje, sem essas notas, tudo o que escrever de memória está sujeito a gafes. Há anos que pego “naquilo” e largo quase de seguida. Mais anos esteve “enterrado” juntamente com tudo o que dissesse respeito à guerra colonial: pus uma pedra em cima do assunto, tal como tantos outros camaradas que agora se expressam no Blog;

3º - A memória é o que vocês devem saber, não ajuda muito. Para piorar as coisas, há um período razoável da minha vivência em Nhala, registada em diário, que ficou lá, bem como todo o meu espólio, por ter vindo de férias à “Metrópole” em Agosto de 1974 e já não ter regressado;

4º - As minhas fotografias, no geral, não têm grande qualidade: quando fui para a Guiné nem máquina tinha. Usei uma emprestada por uma amiga, mas demasiado básica e pouco fiável. Nas primeiras férias comprei uma Olympus compacta e passei a fazer, quase sempre, slides. Digitalizados com um scâner normal, são uma triste amostra dos originais. Com muito deles optei por fotografar a projecção em suportes variáveis, com os inconvenientes que também isso acarreta.


Enfim, concluo reafirmando: só pode ser modesto o meu contributo. Mas não deixarei de, aos poucos, enviar as minhas fotografias que passarão a constituir espólio do Blog. Sempre que acharem utilidade na sua publicação, todos os restantes camaradas poderão dispor delas, salvaguardando apenas a referência autoral. Algumas não são da minha autoria e já não é possível saber as suas origens. Nesses casos farei uma nota anexa. Quanto a textos, enviarei algumas coisas por certo, ficando ao vosso critério a utilização ou não.


O Alf Mil António Murta, em primeiro plano sentado no capô da Berliet.
Foto: © António Murta (2014). Todos os direitos reservados.

A todos, sem excepção, rendo aqui as minhas homenagens. Fizeram, em conjunto, uma obra notável e em contínua renovação, a que não é alheio, repito, o empenho e a dedicação do camarada Luís Graça e do camarada Carlos Vinhal, com os seus mais próximos colaboradores.

Para ambos, um abraço muito especial.
Para todos os camaradas da Tabanca Grande, um fraternal abraço.
António Murta.
Figueira da Foz, 2014-11-01


2. Comentário do editor:

Caro camarada António Murta, muito bem-vindo a esta família de ex-combatentes da Guiné, e não só, que se reunem por aqui para falarem da sua experiência enquanto militares que tiveram a má experiência da guerra. A Guiné nos une já que fomos marcados por aquela minúscula parcela de África.

Costumo dizer que como em casa já ninguém pode com o cheiro a pólvora, ao menos entre nós trocamos impressões, relembramos situações, trocamos fotos e, às vezes, discutimos mais acaloradamente. Ma nada que não se resolva, felizmente.

Porque já navegas nesta tua página com um certo à-vontade, vou excusar-me de entrar em pormenores técnicos. No entanto, sempre que te surja alguma dúvida não hesites em ligar para nós.

Fazes uma apresentação muito pormenorizada e justificas algumas das tuas dúvidas quanto à tua participação, mas já que cá estás, escolhe um lugar confortável e, depois de nos conheceres um pouco melhor, vais ver que te atiras de corpo e alma à parte que te toca na feitura destas memórias escritas na primeira pessoa, por aqueles que a seu modo foram agentes activos.

Nós os dois temos em comum o início da nossa guerra no RI 5 das Caldas da Rainha, sendo que eu andei por lá 3 anos antes, e a pós-graduação em Minas em Armadilhas na EPE de Tancos, mais propriamente no desterro do Casal do Pote.

Queria pedir desculpa pelo tempo que mediou entre o envio da tua mensagem e a tua apresentação, atraso devido ao trabalho de bastidores que também faz parte da função de editor.

Fica aqui um abraço de boas-vindas da tertúlia, e dos editores Luís Graça, Magalhães Ribeiro e este escriba que se assina
Carlos Vinhal
____________

Nota do editor

Último poste da série de 29 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13819: Tabanca Grande (450): Jéssica Nascimento, neta do nosso camarada Luís Nascimento, nossa novel Grã-Tabanqueira 670

12 comentários:

Luís Graça disse...

Bem vindo, António Murta (como gostas de ser tratado) a esta comundiade virtual de "amigos e camaradas da Guiné". És o nº 672, tendo em conta a ordem cronológica de entrada. Já falámos longamenet ao telefone há uns tempos atrás. Fico feliz pela tua decisão de sentares aqui connosco, à somnbra do nosso "poilão" (já que não há "tabanca" sem "poilão", a árvore sagrada da Guiné...).

No fundo, o "poilão" é o nosso repositório de m,em+órias e de afetos que partilhamos uns com os outros e com todos os que seguem e leem o blogue.

O Carlos Vinhal, editor de serviço, já te deu as boas vindas em nosso nome. Quis apenas, a título pessoal, saudar a tua chegada.

Haveremos de nos conhecer ao vivo, um dia destes!

Luís Graça

Luís Graça disse...

António, podes mandar-me um docinho de Buarcos pelo correio...

Também ouvi essa frase, que era chapa 1, da boca do Com-chefe, brigadeiro António Spínola, no Depósito Geral de Adidos, em 31 de maio de 1969, dois dias depois do desembarque do Niassa...

«Conheço-vos a todos! É como se tivesse vindo convosco no barco. Também eu sou um soldado como vocês!»

Naquela voz dele, monocórdica, de ventríloquo...

Obrigado por me refrescares a memória!

25 DE MAIO DE 2010

Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2010/05/guine-6374-p6466-minha-ccac-12-2-de.html

Anónimo disse...

Passado poucos dias de ter a assentado praça no Trem Auto em Lisboa, mandaram-me para o hospital, para o HMDIC onde estive três semanas. A maioria dos que lá estavam tinham vindo das ex. colónias, foi lá que ouvi pela primeira vez falar dessa expressão muito usada pelo Spínola. Mais tarde, também eu tive a oportunidade de ouvir numa das minhas várias passagem pelos adidos em Bissau o comandante chefe António Spínola prenunciar frase quando falava ao pessoal de um batalhão, creio que regressava à metrópole, não sei se desde então mais alguma vez tinha ouvido a fase, rapazes conheço-vos a todos, agora lembrada pelo António Murta.

António Eduardo Ferreira

José Carlos Gabriel disse...

E o dia chegou em que este meu ex-camarada ultrapassou a sua timidez e se inscreveu neste nosso blog. Bem vindo camarada Murta. Agora já somos dois a representar a 2ª CCAC. Talvez com esta tua tomada de posição outros nossos ex-camaradas também ganhem coragem para o fazer. Afinal não custa nada e não dói.
Aquele abraço.

José Carlos Gabriel
Ex-1º Cabo Op. Cripto
2ª CCAC - Nhala

Luís Graça disse...

Em 5 anos de Guiné, Spínola viu desfilar dezenas de milhares de homens que desmbarcavam em Bissau e eram postos em LDG, no "gosse gosse", a caminho do mato (sul, leste, oeste)... Habituou-se a discursão de improviso, a falar quer para a tropa quer para os "guinéus", com traxdutores locais (crioulo, fula, papel, manjaco, balantas...). E, claro, em muitos casos socorria-se da chapa um, ou da cassete, como fazem hoje os nossos políticos...

Haverá, por certo, devidamente registados, alguns desses discursos de boas vindas... Fica aqui um desafio para os nossos camaradas: rebusquem o baú...Seguramente que a a "Voz da Guiné" publicou alguns dos seus discursos...

Mas à força de ser repetida, a frase ficou na nossa memória: "Rapazes, conheço-vos a todos!"... Spínola gostava também de falar como um pai, não tirano, mas justiceiro... E o discurso, comedido mas certeiro, funcionava junto das NT, pelo menos ao nível das praças...

Luís Graça disse...

Em 5 anos de Guiné, Spínola (que era inegavelmente uma figurta "carismática") viu desfilar dezenas de milhares de homens que desembarcavam em Bissau e eram postos em LDG, no "gosse gosse", a caminho do mato (sul, leste, oeste)...

Habituou-se a discursar o de improviso, a falar quer para a tropa quer para os "guinéus" (como ele gostava de chamar,de maneira paternalista, e algo arcaica, aos guineenses), com tradutores locais (crioulo, fula, papel, manjaco, balantas...).


E, claro, em muitos casos socorria-se da chapa um, ou da cassete, como fazem hoje os nossos políticos... Também gostava de "parler le français"... Em contrapartida, nunca aprendeu o crioulo...

Haverá, por certo, devidamente registados, alguns desses discursos de boas vindas... Fica aqui um desafio para os nossos camaradas: rebusquem o baú...Seguramente que a a "Voz da Guiné" publicou alguns dos seus discursos, nomeadamente em cerimónias oficiais, ou com maior significado político... O desfile de tropas em parada, em em geral, no Depósito Geral de Adidos era uma actividade de rotina mas a que ele fazia questão de comparecer...- Ele sabia cuidar da sua imagem...

À força de ser repetida, a frase ficou na nossa memória: "Rapazes, conheço-vos a todos!"...

Spínola gostava também de falar como um pai, não um pai tirano, mas um pai justiceiro, para além de comandante supremo... E o discurso, comedido mas certeiro, funcionava junto das NT, pelo menos ao nível das praças...

José Carlos Gabriel disse...

Penso que no titulo deste poste os locais serão: ALDEIA FORMOSA, NHALA E BUBA e não Bula ou estarei enganado ?

José Marcelino Martins disse...

Bem vindo, António Murta.
Traz as tuas memórias frescas e novas.
Abraço

José Martins

Anónimo disse...

Meu caro Murta Cavaleiro.
Fica-se sempre mais satisfeito, quando um novo tabanqueiro surge. E O estado de alma mais se alegra, quando o camarigo contém particularidades singulares, caso de seres natural do meu concelho natal e teres calcorreado chãos por onde passei.
Quanto à minha pessoa, sou o Idálio Reis, onde na Tabanca Grande, me afinquei por explícitar a minha guerra.
Da noossa zona, lembro alguns camaradas do meu tempo: o Amândio Gonçalves, da Póvoa do Bispo, e que esteve em Guileje, a comandar um Pelotão de Caçadores Nativos e que vive em Outil; o José Manuel Fonseca, da Pocariça e que acabou por se radicar em Lemede; o Joaquim Gonçalo da C.Caç. 2382, que acabou por ser evacuado de Buba, por ferimentos num ataque ao aquartelamento e que vive junto aos Olhos da Fervença.
E oxalá que num dia destes, nos venhamos a encontrar. Um caloroso abraço do dálio Reis

ana oliveira disse...

Camarada António Murta!

Benvido à Tabanca Grande. Gostei da tua apresentação, nela se nota que terás sido um militar aprumado e na vida civil um homem organizado, qualidades que eu nunca tive mas sempre invejei nos outros.
A tua entrada espero também que vá dar mais realce e vida à região centro e sul da Guiné, falando dessa corda de Empada, Buba, Nhala, Manpatá, Aldeia Formosa, não só no que diz respeito à guerra e aos seus azares próprios, mas também a algumas melhorias que por lá tenhamos efectuado.
Com tempo gostaria de saber entre outras coisas se a companhia de Nhala ainda esatva instalada em tabancas no teu tempo e se a estrada de Buba a Aldeia Formosa ainda era de terra batida.
Esqueci-me de dizer que eu fui em rendição individual. Em março de 1970 fui colocado em Buba, onde estive até Setembro de 1971, na C.Cac. 2616. Quando a companhia regressou fui colocado na Cart. 2732, em Mansabá.
Além de Buba conheci todos os quarteis e localidades que estavam sobre o comando de Aldeia Formosa.
Bem, só conheci Buba, as outras terras de passagens esporádicas.
Não tenhas receio de qualquer conflito de ideias que por vezes surgem ou possam surgir no blogue, já não somos jovens e todos gostamos de demonstrar que estamos vivos e que temos convicções. Eu até considero isso salutar, afinal estamos numa democracia e é obrigação do blogue dar voz a todos, dentro das regras já estabelecidas que impôem o respeito pela personalidade e pelas ideias dos outros. Se alguns por qualquer ideia tua te virarem as costas, não te ofendas pois isso serão arrufos de camaradas que já não conseguem admitir que os outros também são animais pensantes e até podem pensar bem
Apesar de tudo eu acredito que por vezes alguma dificuldade em nos entendermos reside na distância que a internet nos cria, já que nós somos doutra geração. Essa geração em que as discussões tinham o calor da palavra falada, acompanhada pela cerveja fresca ou pelo copo de vinho tindo ou branco. Falta-nos esse calor pois muitas vezes ficamós sós, cada uns para seu lado, em frente às máquinas que não nos falam, nem bebem um copo connosco.

Um grande abraço

Francisco Baptista

Hélder Valério disse...

Caro camarada António Murta Cavaleiro

A tua foto actual faz-me lembrar alguém que conheço, ou julgo conhecer, mas também como referes, a memória faz-nos partidas.

Pois que sejas muito bem vindo. Percebo a dificuldade da tua decisão. Afinal, o Blogue, mau grado as armadilhas que lhe têm lançado, é o local mais sério para depositário das nossas memórias. Há quem se sinta mais 'confortável' nos 'grupos' do Face. Aí podem insultar na hora, lançar bocas, defender de modo doentio os seus pontos de vista que procuram impor aos demais.

Na tua apresentação, bastante interessante, referes algumas coisa que também me foram comuns: tenho poucas fotos (a maioria das que tirei 'no mato', em Piche, ficaram lá numa caixa que depois foi transportada por um dos 'meus cabos' o Guedes, quando veio de férias, só que a coluna foi atacada, o Guedes foi ferido no pescoço com um pequeno estilhaço enquanto que o grande estilhaço lhe rebentou com a mala e nela lá se foram as minhas fotos); também estive em Tancos; também coloquei uma pedra em cima do assunto Guiné (pensava eu!).

Então, como escreveu o Carlos V (como eu lhe chamo), entra, escolhe um local em que te sintas confortável, segue também outros conselhos, como os do Francisco, por exemplo, e verás que no fim te sentirás recompensado.

Abraço.
Hélder S.

A. Murta disse...

Queridos amigos
Agradeço a todos a gentileza e a atenção que dispensaram à minha entrada na Tertúlia da Tabanca Grande. Fico sensibilizado com as vossas palavras. Junto de vós não passo de um despenteado periquito. Espero não vos defraudar com o meu modesto contributo, pois que, pelos textos e fotografias que aqui já vi, pelas ideias, pela minúcia de certas crónicas, enfim, não tenho o estofo para tão elevados empreendimentos.
Não podendo neste espaço a todos responder, sempre direi ao Idálio Reis, afinal meu quase conterrâneo que, que com todos aqueles que referiu, mais ele eu, quase dava para formar uma Tabanca da Gândara! A esses gandareses mando um abraço fraterno. Ao Francisco Baptista, que me tocou pelo modo saudoso como se referiu aos lugares do nosso território do Sul, prometo um "poste" dedicado a Buba, Nhala, Mampatá e A. Formosa, assim os queridos editores me franqueiem o espaço.
Obrigado a todos, mais uma vez.
Abraços,
António Murta, nº 672 (ora toma!)