sábado, 6 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13578: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (14): Os Mortos da CART 1659 – “ZORBA”

1. Mensagem do nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), com data de 29 de Agosto de 2014:

Caros Camaradas e Amigos
Envio um texto de algo que estava já escrito a que acrescentei informações que recolhi entretanto.

Trata-se de uma situação que me tem preocupado, e que vive comigo diariamente. O Vítor José Correia Pestana, que também me influenciou a escrever o meu livro - e não só ele, porque tive em atenção todos que combateram principalmente na Guiné, isto porque foi lá que cumpri a Comissão de Serviço - como dizia o Pestana era um grande amigo, não querendo melindrar ninguém. Mas estive com ele em períodos das nossas vidas em que não tínhamos dinheiro nem para cantar um fado. O que era dele era meu. Com o tempo que tínhamos de serviço militar cheguei a pensar que não éramos mobilizados. Em Penafiel ao darmos a Especialidade ao pessoal da nossa Companhia chegámos a alugar um quarto. Como descrevo no texto pode-se ver os quartéis que percorremos. Nos princípios de 1966 prestámos provas para os Comandos.

Mas Camaradas, foi complicado escrever este texto, e tive o cuidado de colocar os nomes das pessoas. O Major que chamo de "Gordo", porque ele era mesmo gordo acho que apanhou uma "porrada" do Spínola. Se considerarem que não pretendem publicar agradeço que mo devolvam.

Trabalhei muito para o fazer. Parte conhecem já do primeiro texto que enviei para o Blogue, mas desta vez vão os nomes das pessoas. E arrependido estou de não ser mais eu quando escrevi o livro. Desta vez punha "boca no trombone".

A Guerra Colonial para mim não é uma novidade. Estive desde 1994 a 2005 na APOIAR, falei com muitos combatentes, digo combatentes porque nós somos combatentes. Aí o General Chito Rodrigues tem toda a razão.Conheço muita gente, tenho amigos, e foram eles que adquiriram o livro. Que apoios tive? A edição é minha e não tenho nem quero distribuidor. Enviei mais de 200 e-mails, mas foi com o telemóvel que cheguei às pessoas.

No dia 28 de Outubro vou fazer uma Apresentação do Livro na ADFA pelas 15H30. Esta vai publicitar a Apresentação no Jornal ELO; nas Delegações e Núcleos, por Cartazes e a própria ADFA vai enviar mensagens aos Associados que moram perto de Lisboa. Para a Mesa espero somente a presença de 2 convidados meus. Falei com o José Arruda já e pessoalmente e convidei já a Professora que fez a Apresentação no Lançamento. Vou fazer mais uma na Academia de Seniores de Lisboa e fui convidado para fazer uma Apresentação em Alhandra com o apoio da Junta de Freguesia e faço ainda uma outra na APOIAR. Excluindo o de Alhandra penso fazer todas as outras até fins de Novembro.

Se vender todos os livros - que não é muito provável - vou tentar fazer uma outra edição, revista e sem o capítulo da APOIAR. Aí vou poder introduzir novos textos que já escrevi, acrescentar mais umas fotos e entregar a uma Editora. Como já reúno as condições exigidas pela FNAC coloco-o à venda em todo o país. Estou em condições já de pôr a FNAC no assunto, mas o preço do livro é elevado, e tinha de ser vendido por um valor entre 26/27 euros o que é muito.

Aguardo uma resposta sobre este texto. Se vai para o Blogue digam, e se não vai digam na mesma.

A venda do livro em Monte Real prometia, mas às horas que iniciei os autógrafos é impensável. Devia ter começado mais cedo e os livros que levei nem chegavam. Muitos desistiram. A culpa é minha porque escrevi lá autênticos testamentos. E a fila de 20 pessoas transformava-se na venda de 3/4 livros. Na ADFA vou vender os livros antes da Apresentação.

Um abraço do Camarada da Tabanca Grande
Mário Vitorino Gaspar
A questão é que foi mais complicado escrever sobre o meu grande amigo Pestana do que escrever o livro.

************

Os Mortos da CART 1659 – “ZORBA”

Mário Vitorino Gaspar

A Guerra que Aflige com seus Esquadrões

“Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por consequência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.”

Alberto Caeiro, in “Poemas Inconjuntos”


Dia 12/13 de JAN67 na Messe de Sargentos - No topo da mesa, de óculos escuros, o Furriel Miliciano Pestana que morreria a 12 OUT67

Fins de Outubro. Eu e o Furriel Miliciano Manuel Ferreira Jorge íamos de avião rumo a Bissau. As nuvens alvas não se desviavam e multiplicavam-se. Atreviam-se a desafiar o azul mais carregado das águas do mar, lá bem no fundo. Construções de castelos aqui e acolá. Mais à frente, montes enormíssimos de algodão branco sem forma. Umas outras, borradas de cinzento levíssimo, marchavam para o infinito do horizonte. Se não fosse o azul do céu mais límpido que inundava o avião, dir-se-ia ser a imagem de um pisa papéis, onde só destoava o avião. Um daqueles objectos, não só ornamento de escritório, com borboletas, flores, executados pelas mãos do homem. O Belo pincelado de arte poética. Acarinhemos os seus dons.

Deixáramos o aeroporto da Portela há pouco. Os trinta e cinco dias de licença, haviam terminado. Contabilizara-os, segundo a segundo. A guerra e seu espectro estacionavam lá em baixo. Avistava Bissau. Calado. A simetria arquitectónica das ruas e avenidas, davam um ar de arrumação, correspondia à assimetria de tudo o que se passava no meu interior.

Naquela terra morava a guerra. Ela estava lá, sentia-a novamente. A guerra borrou-me a mente e apossou-se de mim. Senti a tristeza inundar-me. Arrepiei-me. Queria chorar. As lágrimas escorriam por dentro. Senti ter os olhos vermelhos de choro engolido, tendo a angústia feito estremecer os pés, as mãos e todo o meu ser.
Fui atingido no coração que palpitava como o trote do cavalo na espera de touros em Vila Franca de Xira, ou como o matraquear da “costureirinha”. Rebentava-me o peito. Era um poço de lágrimas. Sentia ter deixado a vida para ir a caminho da morte.

A força de viver, aquela ânsia de viver jazia derrotada prostrada entre ruínas. Ia até às profundezas do oceano a meus pés, porque ora passava pela cidade ora pelo mar.
Embora estivesse o Jorge ao meu lado, senti-me só. Só. A dor era eu. Senti que se apropriava de mim sem pré-aviso. Comia-me. Mastigava-me e engolia-me. Saboreava-me trincando-me e eu devia ter o sabor de morte.
Bissau magoava-me e jazia a meus pés. Morri. O Boeing aterrou. Pensei, mas mal, que o desassossego ficasse encerrado no avião. Mas não. Transportei-o. O Jorge, ao contrário do que seria de esperar mantinha o silêncio.

Não sei por onde passámos, só recordo o Quartel-General, onde me apresentei, tendo de seguida me dirigido ao Hotel Portugal. Normalmente na esplanada existia sempre pessoal da minha Companhia que havia sido evacuado para o Hospital Militar, ferido ou doente. As mesas estavam cheias, como era hábito. Ouvi alguém em altos berros gritar:
– Meus Furriéis, ó meus furriéis!

Olhei encantado. Havia alguém para dar notícias de Gadamael Porto e Ganturé. Não vislumbrei ninguém, continuando a olhar em todos os sentidos. Olhos de combatente, atentos a tudo.
Vi então de onde partia aquela voz que não sabia de quem era. Era para mim, muito embora só tivesse ouvido “meu furriel”. Havia mais que um militar da minha Companhia.

- O Furriel Pestana e o Soldado Costa morreram! – Escutei da boca de não sei bem quem.

O Pestana era um grande e grande amigo. Um verdadeiro amigo. Partilhámos desde JAN66 o mesmo percurso. Fiquei parado. Estagnei. Hipnotizado. Junto à mesa de cervejas vazias. Senti a boca seca, passando a língua queda e seca pelos lábios. Não sabia o que dizer. Os meus camaradas estavam calados, olhando-me como que compreendendo aquela minha paragem no tempo. As lágrimas não saíam, entravam. Parecia mais um ente sobre a terra fabricado de pedra. Uma estátua de pedra...

Morte de Vítor Correia Pestana
12 OUT67

Morte de António Lopes da Costa
12 OUT67

Ao verem-me, pensariam decerto não ter sentimentos.
Seria possível. O Costa e o Pestana? - Pensei, olhando-os com ar espavorido. O Costa conhecia-o desde Penafiel, mas o Pestana, já há mais tempo, desde Janeiro de 66 na Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas.

Fizera o mesmíssimo percurso militar que eu: Vendas Novas na EPA; RI 14 em Viseu; Rangeres, em Lamego no CIOE; Curso de Explosivos, Minas e Armadilhas na EPE em Tancos; Escola de Quadros no GACA 2, em Torres Novas; RAL 5 em Penafiel e RAC em Oeiras.

Começaram a falar:
– Meu furriel foram mortes estúpidas.

Tínhamos os dois primeiros mortos da Companhia. Os outros dez que haviam tombado, no dia 4 de Julho num rebentamento, todos civis, e que eu assistira.

- Mas como foi? - Perguntei, quebrando o silêncio...
- A malta da Companhia, destacada em Ganturé foi fazer aquela patrulha que é habitual, até à fronteira da Ex-Guiné Francesa, e faz o regresso pelo outro lado. Sabem o percurso. O Furriel Pestana recebeu ordens para armadilhar a zona e montou umas armadilhas. O Alferes Luís Alberto Alves de Gouveia decidiu que o regresso seria pelo mesmo percurso. O croqui foi feito só na ida, e não no sentido contrário. No regresso o furriel Pestana não queria vir por aquele percurso, expondo os seus argumentos, mas o alferes insistiu. O Costa ofereceu-se para acompanhar o nosso Furriel.
- Nunca tal se faz, é um princípio primário em Minas e Armadilhas. - Disse eu.

Senti repulsa. Entendi a amargura que me assaltara no avião. Era como tivesse sido alvejado. Não ia perdoar a asneira do Alferes Gouveia. Uma dor. Era importante que chorasse. Naquele momento era um nada. Uma escumalha repugnante. Um simples ser sem fado.
O Pestana e o Costa deveriam estar vivos.

Escrevi numa carta que bem exemplifica o que sentia: - “Estou farto de estar em Bissau, aqui só se fala em guerra”.

Partimos de imediato numa avioneta fretada porque queria conhecer a verdade. Chegámos a Gadamael Porto. Notava-se uma tristeza naqueles meus camaradas de armas. Mas a vida não parava e as operações não cessavam.
Havíamos de sair dali vivos, nem que para tal tivéssemos que matar. Matar sempre. Aguardei a visita do Alferes Gouveia, depois de me informarem que o Vítor José Correia Pestana e o António Lopes da Costa tinham morrido no dia 12 de Outubro de 1967.

Avistei finalmente o Alferes Gouveia, o único culpado. Estava com um ar triste. Fez-me um sinal com a mão. Olhei-o nos olhos, e sem raiva disse-lhe, sem sequer o cumprimentar:
- Matou o Pestana e o Costa. Você é o culpado da morte deles...

Não me respondeu.


 Morte de Manuel Ferreira da Silvanum ataque a Ganturé
26MAR68

Em 26 de Março de Março de 68 morreu num ataque a Ganturé o Soldado Manuel Ferreira da Silva, sendo atingido com estilhaço na cabeça encontrando-se dentro de um abrigo.
Vim de licença em 1968 – por altura do Carnaval – e fui levar a Abitureiras, Santarém sua terra natal, alguns haveres dele à família. Um dia para esquecer porque toda a família conhecia os laços de amizade que nos unia. Fui por momentos, o filho, primo ou outro ente querido. As suas lágrimas verteram-se sobre o meu rosto. Regressei com urgência depois de ser chamado ao Quartel-General, e fui transportado numa avioneta das NT.

Em Bissau falava-se de uma grande operação na zona de Guileje. Era a Guerra do Raúl Solnado. Quem comandou essa operação foi o Capitão Cadete, que conheci no CISMI em Tavira como Alferes. Esta operação foi “escondida a 7 chaves”.
Inicialmente a CART 1659 – como estava no final da Comissão – foi montar segurança a Mejo, após alguns dias e devido às evacuações e muitas insolações tivemos de avançar. A Artilharia e a Força Aérea estiveram uns dias a bombardear o objectivo. Existia a informação que o PAIGC se tinha reforçado, e segundo me disse o Capitão Cadete tinham 20 canhões sem recuo apontados para a bolanha.

O Exército era a primeira força a avançar, e a minha Secção – também reforçada estaria na frente – Paraquedistas, Comandos e Fuzileiros entrariam no objectivo. Uma avioneta andava sobre as nossas cabeças, e o Capitão Cadete não gostou e informou qual o estado de espírito das NT. O Major gordo (tenho ideias do seu nome mas não arrisco) aterrou com um camuflado acabado de sair do Casão e verificou que não tínhamos comida nem água. Deu ordens para abandonarmos a operação. Segundo dizem o Spínola não gostou.

Entretanto em Gadamael sempre que encontrava o Alferes Gouveia – e era quase diariamente – repetia que ele matara o Pestana e o Costa. Nunca me respondia. Vi que sofria. Falei com todos para saber pormenores sobre o sucedido, e todos se calavam, talvez por saberem que o Pestana era um amigo de peito. Terminada a Comissão tentei saber o que se passara. Pior ainda. Após o 25 de Abril de 74 voltei à carga.

Como a CART 1659 não realiza almoços convívios foi sempre complicado falar com alguém que tenha assistido ao sucedido. Enviei um e-mail a Joaquim Ferreira Alves, mas não obtive resposta e, um dia estava no Hospital dos Lusíadas e falei com ele. Calou-se, mas depois de insistir disse-me que tinha participado nessa patrulha e contou-me com emoção que tinham regressado da fronteira pela mesma via da ida. Nunca tal se fizera. O Pestana após se opor porque o croqui estava feito com referências da ida para a fronteira acabou por avançar. O Costa ofereceu-se para o ajudar a encontrarem as armadilhas.

Tudo isto já eu sabia. Quanto à sua morte, o Pestana quando vê a granada armadilhada já é tarde. Para tentar salvar a vida dos camaradas mais próximos, lança-se sobre a granada. O Costa é atingido e fica sentado – julgo que encostado a uma árvore – e quando todos o julgam vivo, verificam que morrera, sem notarem sinais de ter sido atingido. O Pestana praticamente sem braços e pernas e com um buraco na barriga, não morrera. Pedem evacuação e um Médico que por mero acaso estava na zona ainda o apoiou. O Pestana pedia aos seus camaradas para lhe darem um tiro na cabeça. Morreu com o Costa a 12 de Outubro de 1967, curiosamente no dia que eu fui dado como morto e abatido ao Serviço por falecimento.

Na História da Unidade consta: Morto por Acidente (os dois casos). No Arquivo Histórico-Militar – no Tomo “Mortos em Combate” pode-se ler:
- Causa da Morte: Acidente com arma de fogo
- Observações: Na instalação de uma armadilha.

Isto em ambos os casos. Julgo que escrevem para estúpidos. Foi um Acidente com uma arma de fogo, na instalação de uma armadilha? Como pode ser? O Pestana não instalava uma armadilha, ela estava lá instalada e por ele, e quem manuseia explosivos não está com a arma de fogo.
Depois o Costa que não montava nem desmontava – isto porque na CART 1659 só quem manuseava minas e armadilhas eram os Especialistas – come pela mesma medida.

Na minha opinião Morreram em Combate – e é por tal que luto – e que seja reposta a verdade.
Quanto ao Alferes Miliciano Gouveia a informação que possuo é que se suicidou na Madeira.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 6 de Junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13248: Recordações de um "Zorba" (Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68) (13): T/T Uíge: ementa dos sargentos no dia 2 de novembro de 1968, e o filme "Negócio à italiana" com o Alberto Sordi

8 comentários:

Anónimo disse...

Morte em combate:
Aquela que resulta de acção directa ou indirecta do IN.
Neste caso a morte é por Acidente.
Este assunto das "mortes em combate" é demasiado sério para ser decidido por estados de alma, embora compreenda estes.
Mendes

Mário Vitorino Gaspar disse...

Em relação às mortes do Furriel Miliciano Nº 04472863 Vítor José Correia Pestana e do Soldado Nº 00131466 António Lopes da Costa, da Companhia de Artilharia 1659 – CART 1659, que cumpriu a Comissão na Guiné em Ganturé e Gadamael Porto de JAN67 a OUT68, vi no Blogue a afirmação do “Anónimo Mendes”:
“Morte em combate:
Aquela que resulta de acção directa ou indirecta do IN.
Neste caso a morte é por Acidente.”

Discordo. Tratava-se de uma Patrulha, que fiz inúmeras vezes, com uma ida para a fronteira da Ex Guiné Francesa, Guiné Conacri, o regresso era por uma outra via. Quando ambos morreram estava de Licença.
Pois no dia fatídico de 12 de Outubro de 1967 comandava a Patrulha o Alferes Miliciano Nº 06554163 Luís Alberto Alves de Gouveia. Foram com o intuito de se montarem armadilhas numa determinada zona do percurso. Utilizadas granadas armadilhadas, com fios de tropeçar, e continuaram a patrulhar após o Furriel Miliciano Vítor José Correia Pestana, Especialista de Minas e Armadilhas ter feito um croqui.
Existiam quatro Especialistas de Minas e Armadilhas na CART 1659; - o Alferes Miliciano Nº 01107864 José Paulo Oliveira de Sousa Teles; o Furriel Vítor José Coreia Pestana; eu, Furriel Miliciano Nº 03163264 e o Furriel Miliciano Nº 07637265 António Manuel Magalhães Maia. Todos havíamos tirado o Curso em Agosto de 1966 na Escola Prática de Engenharia, em Tancos.
Os pontos de referência usados, já que se tratava de um percurso sempre igual, feitos somente no sentido do trilho a percorrer na direcção da fronteira. Atingida a fronteira da Ex Guiné Francesa, ou Guiné Conacri, o Alferes Gouveia deu ordens para regressarem pelo percurso da ida. O Pestana disse não se poder fazer tal porque o croqui tinha somente os pontos de referência da ida, como é óbvio. O Alferes insistiu e o meu amigo Pestana, disse para todos se afastarem muito atrás dele, e avançou.
António Lopes da Costa ofereceu-se para o acompanhar. O Pestana vê uma granada armadilhada por ele, com fio de tropeçar, e nota ter tropeçado no fio. Vê que a granada vai rebentar. Lança-se sobre ela, com o intuito de salvar a vida aos camaradas. Ficou com um grande buraco na barriga e praticamente sem membros, o que lhe restava das mãos e pés estava ligado em fios ao corpo. O Soldado Costa, parecendo não ter sido atingido estava morto. Pediram evacuação, disseram haver um Médico próximo. O Pestana só pedia que lhe dessem um tiro na cabeça. Morreu, tendo ainda sido assistido pelo Médico.
Se a “Morte em combate: Aquela que resulta de acção directa ou indirecta do IN.”, opinião do “Anónimo Mendes” a questão está resolvida, porque a morte de ambos os camaradas “resulta de acção directa ou indirecta do IN”. Mesmo não querendo aceitar “resulta de indirecta do IN”. Estavam ou não numa acção militar? Não se tratava de acção clandestina, era guerra. Não andávamos a “brincar às escondidas”, nem sequer estávamos nas guerras dos “rambos americanos”.
A questão está resolvida, muito embora o “Anónimo Mendes diga: - “Neste caso a morte é por Acidente.” Discordo sempre.
Considero para além de tudo que o Furriel Miliciano Vítor José Correia Pestana é um Herói, deveria ter sido condecorado a título póstumo, salvou camaradas de morrerem. Considerarem-nos “Mortos por Acidente” é incorrecto, “Mortos em Combate”, era extremamente justo.
Com os DFA’s existem os Deficientes de Campanha e de Serviço. O primeiro é o primo rico – com excepções – o segundo é o pobre.
Deveriam existir sim os Deficientes das Forças Armadas.
Com os Mortos em Combate e Mortos por Acidente a questão é igual.
Um enormíssimo Acidente era estarmos na guerra.


Ex Furriel Miliciano, Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas
Companhia de Artilharia 1659 – CART 1659 - “ZORBA”
Ganturé e Gadamael Porto
JAN67 a OUT68
Mário Vitorino Gaspar

Mário Vitorino Gaspar disse...

O “Anónimo Mendes”, e eu que não tolero os anónimos, e devem ter notado que sempre que escrevo para o Blogue me identifico com o nome completo e demais pormenores. Pois “Anónimo Mendes”, sabe que um anónimo é um “sem nome”.
Número já fui e sou, anónimo nunca! Pois Senhor “sem nome”, identifique-se que só lhe fica bem.
O EMGFA contabiliza que morreram na Guerra Colonial Portuguesa 8.851 Militares Portugueses. Em Angola 3.455; na Guiné 3.136 e em Moçambique 3.136. Do Exército foram 8.290; a Força Aérea 346 e a Marinha 195. Segundo o Estado Maior General das Forças Armadas foram 4.280 os Mortos em Combate e Mortos por Acidente e 4.551 Mortos por Acidente ou Doença.
Não se vê que estes números são uma fraude… Existem mais Mortos por Acidente ou Doença que Mortos em Combate? É possível?
Nunca ouvi dizer que alguém tivesse morrido por Doença. Não andava lá no “cu do mundo” a dormir
“Anónimo Mendes” não sei onde foi buscar essa informação – se é verdade o que afirma – somos vítimas de uma injustiça.
Eu enganava a minha família dizendo: – “estou bem”; “isto mais parecem umas férias numa ilha”; “o clima é uma maravilha”; “come-se muito bem” e mentiras sobre mentiras. Depois eu não só pequei "Não Matarás" – quando na igreja decorei os 10 Mandamentos – como pequei nos restantes 9 Mandamentos da Lei de Deus. Passávamos fome e sede. Chegámos a ter só feijão-frade e conservas. Cerveja nunca faltou. Mulheres não havia… e eu era jovem porra!... E os Senhores que nos empurraram para a guerra mentiam a toda a hora, enganaram as famílias dos Nossos Mortos, com o intuito de diminuírem o número de baixas. Dizem que foram cerca de 9.000 mortos. Os três Ramos das Forças Armadas informavam: - “condolências pela morte do seu filho”; “morreu em defesa da Pátria”; “seu filho é um herói”, e as famílias choravam.
O Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa morreram numa armadilha, por incompetência do Alferes Miliciano Gouveia que OBRIGOU POR IREM POR UMA VIA PERGOSA. O Pestana não só chamou a atenção para o Alferes sobre os riscos que corriam, como não sabia a localização da granada. Foi um Acidente? Posso até pôr a hipótese que a granada que os matou ter sido montada pelo PAIGC. Ou não posso?
Estavam a efectuar uma Patrulha – de guerra, estavam em guerra – nunca é Acidente. É Morte em Combate.
Porque se suicidou o Alferes Gouveia lançando-se de um penhasco para o mar na Ilha da Madeira? Consciência!
Gostava que o Blogue se interessasse mais por estes e outros temas.
Cumprimentos para os Camaradas da Tabanca Grande

Ex Furriel Miliciano Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas da Companhia de Artilharia 1659 “ZORBA”, com o lema “Os Homens não Morrem”
Mário Vitorino Gaspar

Mário Vitorino Gaspar disse...

O “Anónimo Mendes”, e eu que não tolero os anónimos, e devem ter notado que sempre que escrevo para o Blogue me identifico com o nome completo e demais pormenores. Pois “Anónimo Mendes”, sabe que um anónimo é um “sem nome”.
Número já fui e sou, anónimo nunca! Pois Senhor “sem nome”, identifique-se que só lhe fica bem.
O EMGFA contabiliza que morreram na Guerra Colonial Portuguesa 8.851 Militares Portugueses. Em Angola 3.455; na Guiné 3.136 e em Moçambique 3.136. Do Exército foram 8.290; a Força Aérea 346 e a Marinha 195. Segundo o Estado Maior General das Forças Armadas foram 4.280 os Mortos em Combate e Mortos por Acidente e 4.551 Mortos por Acidente ou Doença.
Não se vê que estes números são uma fraude… Existem mais Mortos por Acidente ou Doença que Mortos em Combate? É possível?
Nunca ouvi dizer que alguém tivesse morrido por Doença. Não andava lá no “cu do mundo” a dormir
“Anónimo Mendes” não sei onde foi buscar essa informação – se é verdade o que afirma – somos vítimas de uma injustiça.
Eu enganava a minha família dizendo: – “estou bem”; “isto mais parecem umas férias numa ilha”; “o clima é uma maravilha”; “come-se muito bem” e mentiras sobre mentiras. Depois eu não só pequei "Não Matarás" – quando na igreja decorei os 10 Mandamentos – como pequei nos restantes 9 Mandamentos da Lei de Deus. Passávamos fome e sede. Chegámos a ter só feijão-frade e conservas. Cerveja nunca faltou. Mulheres não havia… e eu era jovem porra!... E os Senhores que nos empurraram para a guerra mentiam a toda a hora, enganaram as famílias dos Nossos Mortos, com o intuito de diminuírem o número de baixas. Dizem que foram cerca de 9.000 mortos. Os três Ramos das Forças Armadas informavam: - “condolências pela morte do seu filho”; “morreu em defesa da Pátria”; “seu filho é um herói”, e as famílias choravam.
O Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa morreram numa armadilha, por incompetência do Alferes Miliciano Gouveia que OBRIGOU POR IREM POR UMA VIA PERGOSA. O Pestana não só chamou a atenção para o Alferes sobre os riscos que corriam, como não sabia a localização da granada. Foi um Acidente? Posso até pôr a hipótese que a granada que os matou ter sido montada pelo PAIGC. Ou não posso?
Estavam a efectuar uma Patrulha – de guerra, estavam em guerra – nunca é Acidente. É Morte em Combate.
Porque se suicidou o Alferes Gouveia lançando-se de um penhasco para o mar na Ilha da Madeira? Consciência!
Gostava que o Blogue se interessasse mais por estes e outros temas.
Cumprimentos para os Camaradas da Tabanca Grande

Ex Furriel Miliciano Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas da Companhia de Artilharia 1659 “ZORBA”, com o lema “Os Homens não Morrem”
Mário Vitorino Gaspar

Mário Vitorino Gaspar disse...

O “Anónimo Mendes”, e eu que não tolero os anónimos, e devem ter notado que sempre que escrevo para o Blogue me identifico com o nome completo e demais pormenores. Pois “Anónimo Mendes”, sabe que um anónimo é um “sem nome”.
Número já fui e sou, anónimo nunca! Pois Senhor “sem nome”, identifique-se que só lhe fica bem.
O EMGFA contabiliza que morreram na Guerra Colonial Portuguesa 8.851 Militares Portugueses. Em Angola 3.455; na Guiné 3.136 e em Moçambique 3.136. Do Exército foram 8.290; a Força Aérea 346 e a Marinha 195. Segundo o Estado Maior General das Forças Armadas foram 4.280 os Mortos em Combate e Mortos por Acidente e 4.551 Mortos por Acidente ou Doença.
Não se vê que estes números são uma fraude… Existem mais Mortos por Acidente ou Doença que Mortos em Combate? É possível?
Nunca ouvi dizer que alguém tivesse morrido por Doença. Não andava lá no “cu do mundo” a dormir
“Anónimo Mendes” não sei onde foi buscar essa informação – se é verdade o que afirma – somos vítimas de uma injustiça.
Eu enganava a minha família dizendo: – “estou bem”; “isto mais parecem umas férias numa ilha”; “o clima é uma maravilha”; “come-se muito bem” e mentiras sobre mentiras. Depois eu não só pequei "Não Matarás" – quando na igreja decorei os 10 Mandamentos – como pequei nos restantes 9 Mandamentos da Lei de Deus. Passávamos fome e sede. Chegámos a ter só feijão-frade e conservas. Cerveja nunca faltou. Mulheres não havia… e eu era jovem porra!... E os Senhores que nos empurraram para a guerra mentiam a toda a hora, enganaram as famílias dos Nossos Mortos, com o intuito de diminuírem o número de baixas. Dizem que foram cerca de 9.000 mortos. Os três Ramos das Forças Armadas informavam: - “condolências pela morte do seu filho”; “morreu em defesa da Pátria”; “seu filho é um herói”, e as famílias choravam.
O Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa morreram numa armadilha, por incompetência do Alferes Miliciano Gouveia que OBRIGOU POR IREM POR UMA VIA PERGOSA. O Pestana não só chamou a atenção para o Alferes sobre os riscos que corriam, como não sabia a localização da granada. Foi um Acidente? Posso até pôr a hipótese que a granada que os matou ter sido montada pelo PAIGC. Ou não posso?
Estavam a efectuar uma Patrulha – de guerra, estavam em guerra – nunca é Acidente. É Morte em Combate.
Porque se suicidou o Alferes Gouveia lançando-se de um penhasco para o mar na Ilha da Madeira? Consciência!
Gostava que o Blogue se interessasse mais por estes e outros temas.
Cumprimentos para os Camaradas da Tabanca Grande

Ex Furriel Miliciano Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas da Companhia de Artilharia 1659 “ZORBA”, com o lema “Os Homens não Morrem”
Mário Vitorino Gaspar

Mário Vitorino Gaspar disse...

O “Anónimo Mendes”, e eu que não tolero os anónimos, e devem ter notado que sempre que escrevo para o Blogue me identifico com o nome completo e demais pormenores. Pois “Anónimo Mendes”, sabe que um anónimo é um “sem nome”.
Número já fui e sou, anónimo nunca! Pois Senhor “sem nome”, identifique-se que só lhe fica bem.
O EMGFA contabiliza que morreram na Guerra Colonial Portuguesa 8.851 Militares Portugueses. Em Angola 3.455; na Guiné 3.136 e em Moçambique 3.136. Do Exército foram 8.290; a Força Aérea 346 e a Marinha 195. Segundo o Estado Maior General das Forças Armadas foram 4.280 os Mortos em Combate e Mortos por Acidente e 4.551 Mortos por Acidente ou Doença.
Não se vê que estes números são uma fraude… Existem mais Mortos por Acidente ou Doença que Mortos em Combate? É possível?
Nunca ouvi dizer que alguém tivesse morrido por Doença. Não andava lá no “cu do mundo” a dormir
“Anónimo Mendes” não sei onde foi buscar essa informação – se é verdade o que afirma – somos vítimas de uma injustiça.
Eu enganava a minha família dizendo: – “estou bem”; “isto mais parecem umas férias numa ilha”; “o clima é uma maravilha”; “come-se muito bem” e mentiras sobre mentiras. Depois eu não só pequei "Não Matarás" – quando na igreja decorei os 10 Mandamentos – como pequei nos restantes 9 Mandamentos da Lei de Deus. Passávamos fome e sede. Chegámos a ter só feijão-frade e conservas. Cerveja nunca faltou. Mulheres não havia… e eu era jovem porra!... E os Senhores que nos empurraram para a guerra mentiam a toda a hora, enganaram as famílias dos Nossos Mortos, com o intuito de diminuírem o número de baixas. Dizem que foram cerca de 9.000 mortos. Os três Ramos das Forças Armadas informavam: - “condolências pela morte do seu filho”; “morreu em defesa da Pátria”; “seu filho é um herói”, e as famílias choravam.
O Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa morreram numa armadilha, por incompetência do Alferes Miliciano Gouveia que OBRIGOU POR IREM POR UMA VIA PERGOSA. O Pestana não só chamou a atenção para o Alferes sobre os riscos que corriam, como não sabia a localização da granada. Foi um Acidente? Posso até pôr a hipótese que a granada que os matou ter sido montada pelo PAIGC. Ou não posso?
Estavam a efectuar uma Patrulha – de guerra, estavam em guerra – nunca é Acidente. É Morte em Combate.
Porque se suicidou o Alferes Gouveia lançando-se de um penhasco para o mar na Ilha da Madeira? Consciência!
Gostava que o Blogue se interessasse mais por estes e outros temas.
Cumprimentos para os Camaradas da Tabanca Grande

Ex Furriel Miliciano Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas da Companhia de Artilharia 1659 “ZORBA”, com o lema “Os Homens não Morrem”
Mário Vitorino Gaspar

Mário Vitorino Gaspar disse...

O “Anónimo Mendes”, e eu que não tolero os anónimos, e devem ter notado que sempre que escrevo para o Blogue me identifico com o nome completo e demais pormenores. Pois “Anónimo Mendes”, sabe que um anónimo é um “sem nome”.
Número já fui e sou, anónimo nunca! Pois Senhor “sem nome”, identifique-se que só lhe fica bem.
O EMGFA contabiliza que morreram na Guerra Colonial Portuguesa 8.851 Militares Portugueses. Em Angola 3.455; na Guiné 3.136 e em Moçambique 3.136. Do Exército foram 8.290; a Força Aérea 346 e a Marinha 195. Segundo o Estado Maior General das Forças Armadas foram 4.280 os Mortos em Combate e Mortos por Acidente e 4.551 Mortos por Acidente ou Doença.
Não se vê que estes números são uma fraude… Existem mais Mortos por Acidente ou Doença que Mortos em Combate? É possível?
Nunca ouvi dizer que alguém tivesse morrido por Doença. Não andava lá no “cu do mundo” a dormir
“Anónimo Mendes” não sei onde foi buscar essa informação – se é verdade o que afirma – somos vítimas de uma injustiça.
Eu enganava a minha família dizendo: – “estou bem”; “isto mais parecem umas férias numa ilha”; “o clima é uma maravilha”; “come-se muito bem” e mentiras sobre mentiras. Depois eu não só pequei "Não Matarás" – quando na igreja decorei os 10 Mandamentos – como pequei nos restantes 9 Mandamentos da Lei de Deus. Passávamos fome e sede. Chegámos a ter só feijão-frade e conservas. Cerveja nunca faltou. Mulheres não havia… e eu era jovem porra!... E os Senhores que nos empurraram para a guerra mentiam a toda a hora, enganaram as famílias dos Nossos Mortos, com o intuito de diminuírem o número de baixas. Dizem que foram cerca de 9.000 mortos. Os três Ramos das Forças Armadas informavam: - “condolências pela morte do seu filho”; “morreu em defesa da Pátria”; “seu filho é um herói”, e as famílias choravam.
O Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa morreram numa armadilha, por incompetência do Alferes Miliciano Gouveia que OBRIGOU POR IREM POR UMA VIA PERGOSA. O Pestana não só chamou a atenção para o Alferes sobre os riscos que corriam, como não sabia a localização da granada. Foi um Acidente? Posso até pôr a hipótese que a granada que os matou ter sido montada pelo PAIGC. Ou não posso?
Estavam a efectuar uma Patrulha – de guerra, estavam em guerra – nunca é Acidente. É Morte em Combate.
Porque se suicidou o Alferes Gouveia lançando-se de um penhasco para o mar na Ilha da Madeira? Consciência!
Gostava que o Blogue se interessasse mais por estes e outros temas.
Cumprimentos para os Camaradas da Tabanca Grande

Ex Furriel Miliciano Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas da Companhia de Artilharia 1659 “ZORBA”, com o lema “Os Homens não Morrem”
Mário Vitorino Gaspar

Mário Vitorino Gaspar disse...

O “Anónimo Mendes”, e eu que não tolero os anónimos, e devem ter notado que sempre que escrevo para o Blogue me identifico: nome completo e demais pormenores. Pois “Anónimo Mendes”, sabe que um anónimo é um “sem nome”?.
Número já fui e sou, anónimo nunca! Pois Senhor “sem nome”, identifique-se que só lhe fica bem.
O EMGFA contabiliza que morreram na Guerra Colonial Portuguesa 8.851 Militares Portugueses. Em Angola 3.455; na Guiné 3.136 e em Moçambique 3.136. Do Exército foram 8.290; a Força Aérea 346 e a Marinha 195. Segundo o Estado Maior General das Forças Armadas foram 4.280 os Mortos em Combate e Mortos por Acidente e 4.551 Mortos por Acidente ou Doença.
Não se vê que estes números são uma fraude… Existem mais Mortos por Acidente ou Doença que Mortos em Combate? É possível?
Nunca ouvi dizer que alguém tivesse morrido por Doença. Não andava lá no “cu do mundo” a dormir
“Anónimo Mendes” não sei onde foi buscar essa informação – se é verdade o que afirma – somos vítimas de uma injustiça.
Eu enganava a minha família dizendo: – “estou bem”; “isto mais parecem umas férias numa ilha”; “o clima é uma maravilha”; “come-se muito bem” e mentiras sobre mentiras. Depois eu não só pequei no Mandamento “Não Matarás” , quando na igreja decorei os 10 Mandamentos – como pequei nos restantes 9 Mandamentos da Lei de Deus. Longe do Mundo e da Civilização; passávamos fome, sede, se correspondência. Chegámos a ter só feijão-frade e conservas. Cerveja nunca faltou. Mulheres não havia… e eu era jovem porra!... E os Senhores que nos empurraram para a guerra mentiam a toda a hora, enganaram as famílias dos Nossos Mortos, com o intuito de diminuírem o número de baixas. Dizem que foram cerca de 9.000 mortos. Os três Ramos das Forças Armadas informavam: - “condolências pela morte do seu filho”; “morreu em defesa da Pátria”; “seu filho é um herói”, e as famílias choravam.
O Furriel Miliciano Pestana e o Soldado Costa morreram numa armadilha, por incompetência do Alferes Miliciano Gouveia que OBRIGOU POR IREM POR UMA VIA PERGOSA. O Pestana não só chamou a atenção para o Alferes sobre os riscos que corriam, como não sabia a localização da granada. Foi um Acidente? Posso até pôr a hipótese que a granada que os matou ter sido montada pelo PAIGC. Ou não posso?
Estavam a efectuar uma Patrulha – de guerra, estavam em guerra – nunca é Acidente. É MORTO EM COMBATE.
Porque se suicidou o Alferes Gouveia lançando-se de um penhasco para o mar na Ilha da Madeira? Consciência!
Gostava que o Blogue se interessasse mais por estes e outros temas.
Cumprimentos para os Camaradas da Tabanca Grande

Ex Furriel Miliciano Atirador de Artilharia e com a Especialidade de Minas e Armadilhas da Companhia de Artilharia 1659 “ZORBA”, com o lema “Os Homens não Morrem”
Mário Vitorino Gaspar