sábado, 22 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12755: Efemérides (149): Portugal e o Futuro, de António Spínola, foi publicado há 40 anos, pela Arcádia Editora (João Paulo Diniz, ex-locutor do Programa das Forças Armadas, Com-Chefe, Bissau, 1972/74]

Capa do livro
1. Mensagem do nosso camarada João Paulo Diniz:


Data: 21 de Fevereiro de 2014 às 16:19

Assunto: livro

Este sábado, 22 Fevereiro, faz 40 anos que um livro agitou a política portuguesa. O título? "Portugal e o Futuro". Autor: António de Spínola, General, que entre outras destacadas funções foi Governador da Guiné.

E o que fez de "Portugal e o Futuro" uma obra tão especial? O facto  de Spínola opinar, entre várias coisas, que a única solução para o conflito no Ultramar passava por uma solução política e não pela continuação do conflito armado nas três frentes de guerra.

Passados cerca de dois meses sobre a publicação do livro deu-se o 25 Abril e o Gen António de Spínola encabeçou a Junta de Salvação Nacional para, no mês seguinte, ser nomeado Presidente da República.

"Portugal e o Futuro" faz agora 40 anos. Foi ontem... (*)
João Paulo Diniz

[ex-1º cabo, BENG 447, ex-locutor do PIFAS, Com-Chefe, Bissau, 1972/74; profissional da Rádio e da TV; Oficial da Ordem da Liberdade em 2013 ]




Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > Campo de futebol > 24 de Dezembro de 1971, vésperas de Natal > O gen Spínola  passa revista às novas companhias de milícias. O Alf Santiago segue atrás com o Cap Tomás, então ajudante de campo do general.

Foto: © Paulo Santiago (2006). Todos os direitos reservados.



Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > CCAV 8351 (1972/74) > 14 de Abril de 1973 > Spínola, de visita ao aquartelamento de Cumbijã > Aqui ao centro, seguindo com o olhar um ponto no horizonte que lhe é apontado pelo Cap Mil Vasco da Gama. À sua direita, o Comandante do BCAÇ 3852, com sede em Aldeia Formosa. (**)

Foto: © Vasco da Gama (2008). Todos os direitos reservados.

4 comentários:

Luís Graça disse...

João Paulo:

Parece que o livro hoje vende-se a 50 cêntimos na feira da ladra...

Os mais novos nem sequer sabem quem foi o Spínola... "Sic transit gloria mundi"...

Pelo menos os historiadores vão ter a maçada de o ler para perceber o seu enorme impacto na época...

Mas eu acho que a nossa geração deveria também reler o livro...

Um alfabravo. Luis Graça

Torcato Mendonca disse...

Olá João Paulo Dinis

Vem, no Expresso, um artigo sobre a efeméride.
Recordo terem-me trazido o livro e a leitura sofrega que dele fiz.
O Luís Graça diz que hoje se vendem a 50 cêntimos na feira da ladra. Ainda bem que se vendem, que o Marechal o escreveu, que outros nele colaboraram, que foi e será um Marco na luta deste nosso Povo pelo viver democrático. (um pouco pálida agora).

Obrigado por o teres aqui recordado.

Ab,T.

José Marcelino Martins disse...

Oportuna esta lembrança.
O Expresso de hoje diz que havia uma segunda versão (ou versão mais completa) do que foi publicado.

Abraço



Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Foi oportuna esta evocação do João Paulo Diniz sobre o lançamento do livro de Spínola.

Sem dúvida que o seu lançamento foi mais uma 'pedrada no charco' do poder de então.

Um dos seus mais visíveis elementos vinha de forma clara apresentar e defender uma visão diferente, até oposta, sobre a forma de resolver um dos maiores problemas da governação.

Sabemos (e havia quem tivesse essa noção clara) que a questão "ultramarina" era a questão central das contradições do poder.

Haver um Oficial superior, fortemente publicitado, a propor uma evolução que, no fundo, punha em causa a política que tinha vindo a ser seguida, foi um acto decisivo para o esboroar de muitas 'vontades' militares no sentido do 'alinhamento' com as posições do governo.
Daí para a frente, até ao 25 de Abril, foi sempre a 'acelerar'.

O Livro pode não conter "as melhores propostas do mundo" mas teve o grande mérito, desde logo pelo seu aparecimento, de ser um factor de mobilização e de fazer crer a muita gente que #mudar era preciso e urgente".

Abraço
Hélder S.