quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12713: Pedido de contactos de ex-camaradas do Major de cavalaria do Q.P. António Fernando Caetano", falecido em 8/12/1983 (Luís Gonçalves Vaz)

1. O nosso amigo Luís Gonçalves Vaz, membro da Tabanca Grande e filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), enviou-nos um apelo que passamos a publicar.

Camarigos,


"Pedido de contactos de ex-camaradas do Major de cavalaria do Q.P. António Fernando Caetano", falecido em 8/12/1983. Este "pedido de contactos", surge como vontade de um dos seus filhos, com o objetivo de obter algumas informações sobre o passado militar do seu falecido pai, no TO de Moçambique e da Guiné, teatros de operações por onde passou este militar do Quadro Permanente, da arma de Cavalaria, que quis o "destino" que sobrevivesse na guerra colonial, mas que muito cedo (com apenas 41 anos e vida) sucumbisse num trágico acidente no rio Tejo, no dia 8 do mês de dezembro do ano de 1983, altura em que frequentava um curso para aceder na sua carreira militar. Como o conheci pessoalmente e porque privei com ele durante o ano de 1983 na EPC (Escola Prática de Cavalaria) em Santarém, e de ter estado pessoalmente com o "grupo de sapadores da EPC" nesse mesmo dia fatídico, nas buscas e tentativa de salvamento deste mesmo oficial, é com muito respeito e admiração pela sua memória, que dou voluntariamente visibilidade e voz ao pedido de seu filho António Caetano. Como tal agradeço a publicação deste artigo no "Nosso Blog".

Forte Abraço deste camarigo.

Pedido de contactos de ex-camaradas do Major de cavalaria do Q.P. António Fernando Caetano, falecido em 8/12/1983

(1942-1983)

Major de cavalaria António Caetano (fotografia do arquivo familiar)

Seu filho António Caetano, que tinha apenas 14 anos de idade, e era aluno do Colégio Militar na altura, quando o seu pai faleceu, em oito de Dezembro de 1983, num trágico acidente no rio Tejo, em Santarém, desejava comunicar com ex-camaradas e ex-combatentes, que com ele estiveram no TO (Teatro de Operações) de Moçambique, onde foi comandante do Esquadrão de Cavalaria 2 em Mueda, ou no TO da Guiné, nos anos de 1972/74, onde foi comandante da companhia de cavalaria 8350/72, no aquartelamento de Gadamael (onde chegou pela 1ª vez , lançado de helicóptero com o então capitão Monge e coronel Durão, para tentar enquadrar os militares portugueses em situação “crítica”, naquele que foi um dos “infernos” naquele TO, segundo relatos do sr. Brigadeiro Manuel Monge, em seu testemunho numa entrevista para os “Estudos Gerais da Arrábida sobre A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA, Painel dedicado à Metrópole (1 de Setembro de 1995). Na Guiné esteve também no CMI-Cumeré e durante a tarde de 28 de Agosto de 1973, na sala de sargentos do Agrupamento de Transmissões (CTIG), foi um dos oficiais subscritores do primeiro "manifesto anti-decretos", percursor do MFA-Guiné. Seu filho António Caetano, agradecia que algum ex-camarada de seu pai, que frequentasse este Blog ou por aqui passasse, se dignasse fornecer aos Editores, os respetivos contactos, para que ele os pudesse contactar, naturalmente para saber de algumas Estórias do seu falecido pai, que com ele apenas privou 14 anos, já que o destino assim vaticinou. O mesmo agradece esses eventuais contactos desde já.

Placa de um largo com o nome do major António Caetano, homenagem a este oficial de cavalaria da Câmara Municipal de Almeirim, sua terra natal.


Major de cavalaria António Caetano (fotografia do arquivo familiar)

Brigadeiro Manuel Monge: 

“… Bem, eu tinha vindo de comandar a guarnição operacionalmente mais difícil da Guiné, que era o COP 5, portanto também me sentia com alguma autoridade moral para poder falar da Guiné. Fui colocado a comandar o COP 5, lançado de helicóptero numa tarde, por ordem do general Spínola, numa altura em que aquilo tinha sido bombardeado pelo PAIGC e, dos 400 homens da guarnição, estavam lá 40, porque entre mortos, feridos e indivíduos que entraram em pânico e que tinham fugido para a bolanha, a guarnição estava completamente dizimada. Fui lá lançado de helicóptero ao final da tarde, com o coronel Durão e com o capitão Caetano, que já morreu. E estive a comandar durante oito meses o COP 5." …”

In: Estudos Gerais da Arrábida A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA Painel dedicado à Metrópole (1 de Setembro de 1995).

NOTA: Manuel Monge (n. 1939): Oficial de Cavalaria. Fez quatro comissões de serviço em
África: duas em Angola e as duas na Guiné. Um dos braços direitos de Spínola,
quando este foi, primeiro, comandante-chefe da Guiné em 1968 e, depois,
Presidente da República. Dirigente do MFA.


Mueda 1969 - Despedida do Alferes Sousa (3.º da esquerda)


Mueda, 20 de Junho de 1969 - Despedida do Alferes Sousa
Alferes Manuel António, Alferes Sousa, Capitão Caetano, Alferes Azevedo e Alferes Sérgio

25 de Julho de 1969
Aniversário do Comandante do Esquadrão de Cavalaria 2, o Capitão Caetano
Frente: Alferes Padre Matos, Capitão Caetano, Capitão Cabral Lopes e Alferes Azevedo
Meio: Tenente André (falecido em 27/07/1969), Alferes Armindo, Capitão Sebastião e Tenente Ferreira
Atrás: Tenente Pinela, Alferes Braga e Tenente Resende

Para saber mais consulte Gadamael, o verdadeiro inferno, in: http://www.guerracolonial.org/index.php?content=413
Ali pode ler-se: "... Em 1 de Junho foram lá colocados os capitães Monge e Caetano, para enquadrar os militares ali reunidos... "
Fotografias retiradas do sítio:

Braga, 14 de Fevereiro de 2014
Luís Gonçalves Vaz (filho do Coronel Henrique Gonçalves Vaz, então Chefe do Estado-Maior do CTIG) Luís Beleza Vaz

(Tabanqueiro 530)


1 comentário:

Luís Gonçalves Vaz disse...

Caros Leitores:

Se um de vós quiser entrar em contacto com o filho do falecido Major de cavalaria António Caetano, poderá optar por contactar os Editores ou, se assim o entenderem, entrarem em contacto comigo, autor deste artigo, pelo e-mail luisbelvaz@gmail.com, que eu próprio encaminharei de imediato para António Caetano (filho) qualquer comunicação.

Grato pela vossa atenção.

Luís Gonçalves Vaz
(tabanqueiro nº 530)