sábado, 18 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12600: Convívios (558): Notas de reportagem do XI Encontro da Tabanca da Linha, que teve lugar no dia 16 de Janeiro de 2014 (José Manuel Matos Dinis)

1. Em mensagem do dia 16 de Janeiro de 2014, o nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), mandou-nos a habitual crónica referente ao último convívio da Magnífica Tabanca da Linha, levada a efeito no passado dia 16 de Janeiro.
Reza assim:


16JAN2014, 5ª. feira

O céu alternava entre nublado com chuviscos, e aberto.
Da serra provinha uma ligeira brisa propiciadora do bom encontro entre camaradas da Guiné. Entre estes, avultava uma ausência, a do Sr. Comandante Rosales. De facto, a contas com uma prolongada complicação na zona ilíaca (deve ser lá prós confins ribatejanos), tem cedido às dores que isso lhe provoca, apesar das tréguas passageiras que as drogas lhe permitem, e só sai de casa, muito a custo, quando vai ao médico.

Ainda recentemente, convocou-me para o transportar, e foi um horror. A certa altura, eu já não via o caminho, nem onde punha os pés, e passou a faltar-me a respiração, quando S.Ex.ª fez um movimento que me comprimiu as narinas e a boca, contra umas adiposidades que o estado não remove, enquanto lá de cima da confusão me encorajava mais ou menos nos seguintes termos:
- "Zé! tás a ver a tua sorte, já perdi dez quilos!"

Arriei a carga, quando desfaleci, por acaso junto da viatura transportadora. O país e a tertúlia não sabem o que me devem. Nem eu imagino do que me possam acusar.

Mal tínhamos tomado lugar à mesa em atitudes de domínio territorial para não irmos almoçar para sítios menos dignos, e tocou o telefone. Era S. Exª. que, baixinho, me transmitia umas instruções que antes já delineara. Atento, como só os grandes repórteres são capazes, o grande Pires mandou-me dizer-lhe que já o contactávamos, sacou de um aparelho à profissional da rádio e informação, pôs aquilo a falar em alta voz, e S.Exª. teve ocasião de dirigir uma bonita mensagem aos presentes, entre os quais se registam cinco novidades. Cinco, que aproveitaram a campanha de inverno para se transferirem dos indistintos, para o grupo de Magníficos Tabanquistas da Linha.

Mas o telefonema acabou por transmitir uma preocupação disciplinar de S.Exª., no sentido de que nesta Magnífica Tabanca, ninguém deve ser maior do que S. Exª. o Comandante. É óbvio e eticamente merece toda a legitimidade. Por isso, o camarada Pires, com os seus palmos aferidos, foi encarregado de medir a barriguinha do confrade Miguel, iniciativa que veio revelar que aquele importante elo da formação está nos limites do aceitável, pelo que não deve exagerar. E não exagerou.

Com a chegada dos chouriços convenientemente resfriados, bocadinho quase invisível de paté, e uns queijinhos aceitáveis, o pessoal começou a aquecer as máquinas e a conversa a fluir com agrado. Cá o escrevente, antes que se esqueçam de o referir, tinha preparado umas fichas de presença, que o Canhão levou para tratar em "excel", deu a explicação sobre o preenchimento, e passaram sem sobressalto de mão em mão. Mais uma iniciativa de grande alcance exclusivamente da minha lavra, de cujo sucesso que antecipo, espero que S.Exª. me dê o merecido louvor. Alguém tem que o informar, e eu farei para que não se esqueça.

Nota de razoável interesse sobre a estratégia seguida, antes da primeira parte ter terminado, já se reclamava das instâncias locais a reposição de outros tantos jarros com vinho.

Era uma casa portuguesa, concerteza!

Os excepcionais homens do retrato regalavam-se a praticar no tiro daquela espécie de percutor que às vezes alumia o ambiente, e aproveitavam as poses mais extraordinárias para as fixar em registo para o futuro, não vá alguém dizer que não estivemos na Guiné. No seu canto de retiro, o Sr. Mata trinchava peixes e carnes com visível satisfação. E foi ele que deu o alerta, o inimigo (tempo) passava inexoravelmente, e ele tinha necessidade de recolher a casa. A pedido de alguns tertulianos, enquanto cedia mais alguns momentos, atestou para a viagem com mais um bocado do "buffet" de doces. Espero que tenham reparado e aprovado o magnífico estilo da expressão "o inimigo passava inexoravelmente". Ainda hei-de compreendê-la, e nessa ocasião vou transmitir-vos o significado.

Nesse interim, vou fazer a necessária paragem na reportagem para jantar e deixar-vos em paz de espírito.
Seguem-se alguns retratos do Manuel Resende.
Para amanhã, o Jorge Canhão promete mais artilharia.

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José Colaço e Pardal

Manuel Joaquim e José Rodrigues

Graça de Abreu e José Dinis

Veríssimo Ferreira, Armando Pires e Graça de Abreu

Enf.ª Pára Giselda Pessoa e Maria Helena

Casal Fitas, Maria Helena e Mário Fitas

António Marques e esposa Gina

Miguel Pessoa, à direita, e seu primo (?)

Jorge Canhão

Graça de Abreu e Manuel Joaquim à volta dos livros

Graça de Abreu, José Dinis, Jorge Canhão e Manuel Resende
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE JANEIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12553: Convívios (557): Próximo encontro da Magnífica Tabanca da Linha, dia 16 de Janeiro de 2014, no sítio do costume. Abertas as hostilidades (José Manuel Matos Dinis)

2 comentários:

Anónimo disse...

Belíssima discrição, como não poderia deixar de ser, vinda do despenteado JD. A tua amizade pelo nosso CMDT, é digna de louvor e esse ser-te-há presenteado ainda antes da tua despromoção após eleições livres. Um abraço do
Veríssimo Ferreira

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Neste almoço/encontro não estive presente. Já houve quem dissesse que "vou a todas", o que para além de ser falso é inteiramente injusto, mas posso viver com isso...

Como disse, não estive presente. Todos os amigos me merecem elevada consideração, o gosto de estar com eles não esmoreceu, até para a maioria dos casos se fortaleceu mas, sabendo da impossibilidade, por limitações de saúde, da presença do 'comandante Rosales' que sempre me vai defendendo (às vezes só com o olhar, tal é a autoridade que exerce sobre o JD) e embora não desprezando as minhas próprias capacidades e os presumíveis auxílios de outros respeitáveis veteranos, como o Armando "fadista", o Veríssimo "azedo" o Miguel "dos acidentes" e até mesmo do Abreu "chinês", não podia correr o risco do JD tentar, mais uma vez, exemplificar como 'educava' o pessoal do "Foxtrote".
Seria humilhante e isso não!

Pelas fotos verifica-se que, como habitualmente nestas circunstâncias, reinou a boa disposição.
Saliento o sobrevivente António Marques e a esposa Gina, com lugar cativo nestes e noutros eventos, ao qual saúdo efusivamente na 'comemoração' de mais um aniversário da 'sua mina'.
Faço notar, também, a curiosidade de se terem juntado, ao pares, as pessoas que se vão mais ou menos identificando nas suas actividades, opiniões e/ou intervenções.
São casos paradigmáticos o Armando Pires e o Veríssimo Ferreira bastante interventivos no Blogue e no "Facebook", o Jorge Canhão e o Manuel Resende como fotógrafos eficientes e discretos, o José Dinis e o Graça de Abreu sempre aprofundando pontos de vista.

Foi bonito, pá!

Abraços
Hélder S.