segunda-feira, 15 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11843: Os nossos médicos (65): Fui uma vez ao HM 241, em Bissau, por problemas com os dentes, mas a experiência foi negativa, o dentista era bom para arrancar dentes a elefantes... (Alcides Silva, CCS / BART 1913, Catió, 1967/69)

1. Resposta de Alcides Silva  (ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69), ao questionário sobre os nossos médicos (*)

a) Quantos médicos seguiram com o teu batalhão, no barco ?

 R- No nosso  Batalhão, o BART 1913 (Catió, 1967/69) seguiram  2 médicos.

(b) Quantos médicos é que o teu batalhão teve e por quanto tempo ? 

 R- Um ficou na sede do Batalhão, em Catió,  o outro creio que andou pelas companhias operacionais que estavam em outras zonas

(c) Lembras-te  dos nomes de alguns ? E lembras-te se já eram especialistas na vida civil ? Lembras-te da idade ? 

R- Quanto à idade, creio que teriam já cerca de 40 anos se a memória não me atraiçoa. Um deles chamava-se Montenegro, creio que trabalhava no Hospital de Santo António no Porto, cheguei a cruzar-me  algumas vezes com ele na rua.

(d) Precisaste alguma vez de alguma consulta médica ? 

R- Sim precisei algumas vezes (poucas).

(e) Estiveste  alguma vez internados na enfermaria do aquartelamento (se é que existia) ? 

R- Não

(f) Foste  a alguma consuta de especialidade no HM 241 ? 

R- Fui ao Hospital em Bissau por problemas com os dentes, mas a experiência foi negativa,  o dentista era bom para arrancar dentes a elefantes, de forma que pedi para não mexer mais nos meus dentes, Receitou uns medicamentos e ficou por aí.

(g) Foste (ou tiveste algum conhecido teu) evacuado para a metrópole, para o HMP ? 

R- Houve um colega da minha companhia que foi evacuado, talvez com o medo dos ataques constantes que sofríamos ao quartel, ele passou-se dos carretos e tornou-se perigoso.

(h) Tiveste alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação ? 

R- Sim, pequenas coisas

(i) O vosso posto sanitário também atendia a população local (se sim, como é mais do que provável,  há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?)...

R- Atendiam bastantes residentes, tanto em consultas como no posto, que parecia mais um galinheiro. Não gosto muito de recordar certas situações desse tempo, prefiro recordar as mais favoráveis.

 Um abraço, Alcides Silva

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 10 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11824: Os nossos médicos (64): A propósito do nosso anedotário médico militar... (Rui Silva)

1 comentário:

Luís Graça disse...

A saúde oral dos portugueses continua a ser má, se não mesmo péssima: é difícil encontrar uma criança que não tenha já problemas de cáries ou falta de dentes.

Passámos de um situação de carência para excesso de oferta de médicos dentistas. Por outro lado, este é (e sempre foi) umm dos pontos fracos do Serviço Nacional de Saúde: a escassa ou nula oferta de cuidados de saúde oral... Se queres dentes sãos, vais ao privado... A crise veio agravar o problema. As pessoas deixaram de ir ao dentista...

Agora imaginem as coisas no nosso tempo, nos anos 60/70... Na tropa, quando se era mobilizado para o ultramart, passávamos pelo "dentista" (leia-se: "arrnaca dentes") e era um ver se de te avias... Não havia dente cariado que não fosse arrancado...

Fizemos a guerra de bocas desdentadas!