quinta-feira, 11 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11825: (In)citações (53): Bem haja quem fundou o blogue, bem haja quem apreciou as crónicas do meu pai, e tu, pai, continua a escrever, peço-te. Da filha que te adora (Paula Ferreira)


Guiné > Bissau > 17 de dezembro de 1966 > O Veríssimo Ferreira, a esposa  e a filha Paula, de 2 anos e meio



Loures > Casa da família Ferreira > O pai, a mãe e a filha em dia de aniversário da filha-mais-que-tudo... Sabemos que ele é pai e avô babado. Escreveu ela, a Paula, aliás, Titau Ferreira,  na sua página do Facebook, no dia 6 deste mês: "50 anos - a responsabilidade de eu cá estar é destes senhores"... (Paula: o batalhão da Tabanca Grande, a 600 vozes, canta-te os Parabéns a Você, com uns dias de atraso!...Que sejam 50 anos de prata, ouro e diamante, a comemorar ao longo do 2º semestre de 2013!... Por outro lado,  há uma frase nossa que, contigo, ainda faz mais sentido: "Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são!").

Fotos: © Veríssimo Ferrea«iora (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem:  L.G.]


1. Comentário da nossa leitora Paula Ferreira ao poste P11821 (*)

Eu sou a menina que está na foto e que tinha dois anos e meio quando esteve na Guiné.

Sempre tive muito orgulho em dizer que o meu pai foi um combatente: não só na Guerra do Ultramar mas também na vida. Nunca nada lhe foi dado de mão beijada .Sempre trabalhou e lutou para ter alguma coisa na vida. É um exemplo de dignidade, integridade e muitos outros valores que tentei transmitir aos seus netos para quem ele é um ídolo e uma referência.

Não deixes de escrever, pai. Estas crónicas ajudam a exorcitar o passado cruel, e ajudam-nos a conhecer-te melhor. Respeitamos muito o sofrimento e a dor da guerra dos ex-combatentes, mas é importante que essas memórias sejam partilhadas para ficarem para as futuras gerações.

Ao meu pai, e a todos os que escrevem neste blogue deixo o pedido: continuem a escrever a història. Para os vossos filhos, netos e bisnetos. Só quem lá esteve a pode contar.

Bem haja quem fundou o blogue, bem haja quem apreciou as crónicas do meu pai, e tu, pai, continua a escrever. Peço-te. Da filha que te adora. Paula Ferreira. (**)

2. Comentário de Hélder Sousa (*):

(...)  A "cereja em cima do bolo" vem exactamente de onde certamente não esperavas, especialmente por aqui (confesso que também não esperava, fiquei até com alguma emoção), veio de uma tal 'menina' Paula que,  de uma forma cheia de amor filial, com grande empolgamento e com toda a razão, escreve as palavras certas e que subscrevo totalmente.

Já conhecia a foto da família em Bissau através do Facebook e aproveito a ocasião para te render homenagem quanto ao facto de teres podido proporcionar à tua família (existente à data) a possibilidade de conhecerem esse pedaço de África, mesmo em tempos de incerteza, para que pudessem "crescer", em conhecimento e riqueza interior.

Presumo que,  mesmo muito jovem, terá ficado alguma coisa na memória de infância que permita ter agora uma 'filtragem' quando surgem notícias depreciativas sobre a Guiné, as suas terras e suas gentes.

Caro amigo Veríssimo, dá-te uma 'folga', recupera o fôlego e sempre que possas e queiras... escreve! (...)

7 comentários:

José Saúde disse...

Paula, o teu sucinto comentário fascinou-me. A forma ágil como te referes às crónicas do teu pai, nosso camarada, bem como àqueles que as leem, merecem rasgados elogios. Elogios que se estendem, obviamente, ao fundador do nosso blogue. Não obstante a tua tenra idade quando passaste pela Guiné, creio que ficaram resquícios da tua presença em solo guineense. Deixo, como é lógico, o repto lançado ao teu pai para continuar a sua escrita sobre a guerrilha na Guiné. Para ti fica o meu desafio para sacares do teu "baú" eventuais "histórias de encantar" sobre uma guerra onde fomos afinal protagonistas forçados. Eras pequenita, admito piamente, porém há flaches que a espaços nos ocorrem. Força!...

José Saúde

Tony Borie disse...

Olá Paula.
No tempo de hoje, não é muito frequente expressões desta natureza, de uma filha para um pai, para mais publicamente.
Demonstra os bons princípios que este pai te ensinou ao longo da vida e que por certo estás a transmitir aos teus filhos, como acabas de dizer.
Eu também sempre apreciei a maneira do teu pai a escrever neste blogue e também dou muito apreço a quem o fundou, portanto junto a minha voz à tua, e por certo o teu pai vai voltar a deliciar-nos com os seus escritos.
Até sugeria vários títulos para a nova série, que poderia ser:
"Perguntem à Paula", ou "A Paula, ouviu, e contou-me", ou "A pedido da Paula", ou "A Paula, ainda era criança", ou ainda, "A paula, em criança, também lá passou", enfim, qualquer coisa onde entrasse o nome da Paula, que demonstrou uma grande atitude em vir publicamente incentivar um pai, com toda a certeza "babado"!
Um abraço para ambos.
Tony Borie.

Anónimo disse...

Que prazer ler estas referências que demonstram o são crescimento, a valorização de quem lhe deu o ser, e que evidentemente se manifestam por estas e outras demonstrações de afecto!
Que bom ler estas palavras que mostram a todos o que é ter orgulho de um pai, que para além de combatente, é como diz a filha um cidadão digno e certamente respeitado.
Permita-me Paula a emoção que sinto, e obrigada minha querida, pelas suas palavras que eu adorava ouvir da boca de todos os filhos.

Não preciso de lhe pedir que transmita a seus filhos essa herança, pois genéticamente ela estará com eles tal como está consigo.

Ao Pai, quero apenas dizer-lhe Obrigada! e parabéns por ser quem é.

Abraço duplo

Felismina mealha

admor disse...

É isto.
É isto mesmo, que ainda vai animando a "Alma Lusitana".

Um grande abraço para todos.

Adriano Moreira

Rui Silva disse...

Linda criança!Menina!Senhora!Mãe!:

Paula (permita-me que a trate assim: Pela parte que me toca, os meus agradecimentos e, formulo os maiores votos de muita saúde e felicidade para si e sua família já constituída e, já agora, também o mesmo para o camarada Veríssimo e sua estimada esposa.

Rui Silva

armando pires disse...

Olhe, Paula,
danado que eu estou de não ser "passageiro frequente" da página da Tabanca no Facebook.
Porque perdi a oportunidade de a "conhecer" mais cedo, de lhe ter dado os parabéns no tempo certo.
Os parabéns a si e, claro, ao seu Pai.
Porque um Pai que tem uma filha assim, merece todas as felicitações.
Mas como nem tudo "são oportunidades perdidas", reservo para mim o enorme orgulho de ter "arrastado" o seu Pai para o nosso convívio, para as nossas páginas.
Aceite a minha admiração
armando pires

Mário A. Vasconcelos disse...

Nobres sentimentos que estas palavras escritas transmitem e que ajuízam bem o aprumo moral de toda a família.

Gostaria, também, de manifestar o meu apreço aos autores do blogue e a todos aqueles que, ao longo do tempo, o têm continuado de forma ímpar.

Bem hajam todos.

Um abraço colectivo.