segunda-feira, 24 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11758: (Ex)citações (222): Recado para uma mesa redonda de Coimbra e para a História... Guileje e as suas lições (Manuel Lomba)

1. Mensagem, de 20 de junho do corrente, do Manuel Luís Lomba,  (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66) e autor de "Guerra da Guiné: A batalha de Cufar Nalu" (Terras de Faria Lda: Faria, Barcelos, 2012, 341 pp.):


Prezado amigo Carlos Vinhal. Submeto-te este texto para o blogue, na expectativa de merecer interesse. Um abraço, M.L.Lomba


A crise dos 3 G, na Guiné, conotada como o princípio do fim do Ultramar português, fez 40 anos em 25 de Maio p.p. e a informação sobre a mesa redonda de Coimbra, veiculada pelo blogue (*), impeliu-me a tecer um comentário. (**)

Se as crónicas e os cronistas baterem certo, Amílcar Cabral riscou com o seu punho a Operação Maimuna, de montar "cerco a Guileje", em Janeiro de 1968, porque, segundo escreveu o seu irmão Luís, a bandeira portuguesa içada em Ponte Balana irritava-o especialmente, mas meteu-a na gaveta, porque a guarnição portuguesa estava dotada de obuses, o PAIGC ainda aguardava as remessas dos "órgãos de Estaline" e dos morteiros 120, o comando português só abandonará a posição de Ponte Balana, em Janeiro de 1969 e só lhe oferecerá a "área libertada" de Madina de Boé e Beli, abandonadas em Fevereiro de 1969.

Amílcar Cabral interpretou a reunião do general Spínola com o PR do Senegal Leopold Shengor e o seu contexto como um forte indício do enfraquecimento das resistências dos portugueses e, em Julho de 1972, confidenciou a Pedro Pires, seu braço direito do Planeamento, a proximidade do fornecimento pela Rússia dos mísseis Strela, enquanto o então estudante de Economia em Moscovo, Osvaldo Lopes da Silva, tirava o tirocínio do seu lançamento, mas que o líder só envolverá na preparação das acções sobre Guileje, em Setembro desse ano.

Salvo erro ou omissão, nessa altura, o dr. Osvaldo Lopes da Silva dependia de dois superiores orgânicos - Nino Vieira e Pedro Pires. Em recente intervenção no Forum Amílcar Cabral, na cidade da Praia, este afirmou que os guineenses o haviam segregado em Conacri e impedido de velar o cadáver de Cabral, que após o funeral regressou ao Sul e só então começou a preparar com Nino Vieira as acções sobre Guileje.

O dr. Osvaldo Lopes da Silva e os que partilharem a sua narrativa, não poderão escamotear a verdade dos factos acontecimentais e as "mesas redondas" como a de Coimbra não conseguirão encobrir a sua conjuntura.

O planeamento das acções do PAIGC sobre Guileje foi supervisionado pelo capitão cubano Raul Diaz. O Sul da Guiné não se assemelhava à Sierra Maestra e a sua eficiência ficou comprovada pelo facto de os seus 200 militares defensores e os 400 civis a terem abandonado e percorrido calmamente cerca de 20 km de picada na mata, sem serem molestados, e as suas forças de assalto só terem penetrado no objectivo 3 dias após o seu abandono, com Nino Vieira metido num blindado!

O PAIGC não trabalhara a hipótese da retirada dos defensores, contara com o "general época das chuvas" para isolar Guileje de qualquer amparo de Bissau - e falhou, porque o elevado teor de humidade, atingido pelo ar, limitava a eficácia dos mísseis terra-ar Strela. O PAIGC correspondeu à temeridade do comandante do COP 5, da transumância de Guileje para Gadamael com a temeridade da transferência do seu esforço de combate, avançando-o no terreno, daquele para este. 

Mas a maior falha terá pertencido, por omissão, ao comando português.A partir da altura em que o Batalhão de Paraquedistas 12, comandado pelo tenente-coronel Araújo e Sá, obrigava o PAIGC a desamparar a loja de Gadamael e os pilav Lemos Ferreira, António Martins Matos e outros lhe desancavam as bases da retaguarda na República da Guiné com os seus Fiat, não explorou o sucesso propiciado pelo "general época das chuvas", permitido que o PAIGC retirasse o armamento pesado e as suas pesadas munições ao lombo dos seus combatentes a chafurdar, heroicamente, por aquele pantanal.
Será ou não verdade que o PAIGC mandou fuzilar o seu comandante da zona de Guileje, responsabilizando-o pelo insucesso?

Ao tomar a decisão de abandonar Guileje, o major Coutinho e Lima sabia que comprava a sua tormenta; mas também sabia que teria um julgamento judicial, do qual jamais sairia condenado à morte.
E, para concluir, não foi a panóplia do armamento sofisticado da Rússia, etc, os efectivos de internacionalistas cubanos e cabo-verdianos, a entrada sem resistência em Guileje, os bombardeamentos massivos sobre os 3 G que trouxeram a coesão e conduziram o PAIGC ao sucesso, cansado da guerra, desgastado pelas contradições internas e pela acção "Por uma Guiné Melhor"; foram aqueles que, ao longo de anos lhe infernizaram a vida e moveram uma guerra sem quartel, aos seus militares, aderentes e simpatizantes - os capitães portugueses e o seu Movimento das Forças Armadas, quando este se perfilhou como seu filho ideológico sob a sigla MFA, nascido na Guiné e extensivo aos outros teatros da guerra ultramarina à Metrópole.

O dr. Osvaldo Lopes da Silva, sem embargo a sua qualidade de herói da guerra da Guiné e da independência de Cabo Verde, bem como a generalidade dos participantes dessa, de outras mesas redondas e conferências, estarão para nós, os que fomos também povo em armas pelo Ultramar, como os "velhos do Restelo", mas com 500 anos de atraso. Sob o ponto de vista racional, Portugal, porque país pequeno, com tão poucos e tão pobres portugueses, começou a perder a guerra da sua expansão no início da mesma, logo a partir de 1415. Sob o ponto de vista romântico, os portugueses tão poucos, tão bisonhos e tão pobres, ousaram e fizeram obra pelos quatro cantos do mundo. Venha o diabo que escolha...

Quando Amílcar Cabral fundou o seu exército libertador, os portugueses já andavam há 500 anos pela Guiné, Angola, Moçambique, etc, de armas na mão, desfraldando uma bandeira e envergando uma farda e jamais a História nos poderá considerar espantalhos...

Manuel Luís Lomba

_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11735: Recortes de imprensa (66): Osvaldo Lopes da Silva, então comandante do PAIGC, e um dos principais responsáveis pela Op Amílcar Cabral, sustenta, na mesa-redonda, em Coimbra, no passado dia 23/5/2013, a versão do cerco total ao quartel de Guileje e afirma que as forças sitiantes dispunham de um dispositivo (do qual teria sido utilizado menos de 10%), com condições para actuar durante um mês (AngopPress)

(**) Último poste da série > 24 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11622: (Ex)citações (221): O comandante do Comando de Agrupamento nº 2957, cor inf Hélio Felgas, o cérebro da Op Lança Afiada (8-19 de março de 1969) (Fernando Gouveia)

13 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Dizes, muito bem:

"E, para concluir, não foi a panóplia do armamento sofisticado da Rússia, etc, os efectivos de internacionalistas cubanos e cabo-verdianos, a entrada sem resistência em Guileje, os bombardeamentos massivos sobre os 3 G que trouxeram a coesão e conduziram o PAIGC ao sucesso, cansado da guerra, desgastado pelas contradições internas e pela acção "Por uma Guiné Melhor"; foram aqueles que, ao longo de anos lhe infernizaram a vida e moveram uma guerra sem quartel, aos seus militares, aderentes e simpatizantes - os capitães portugueses e o seu Movimento das Forças Armadas, quando este se perfilhou como seu filho ideológico sob a sigla MFA, nascido na Guiné e extensivo aos outros teatros da guerra ultramarina à Metrópole."

Muito bem, Manuel Luís Lomba!...
É isto mesmo. Esta é que é a nossa História e a do dos povos irmãos da Guiné.
Esta a conjuntura, estes os factos reais com que se faz a nossa História comum, da qual nenhum de nós tem motivos para se pôr em bicos de pés ou de se envergonhar.

O resto são peanuts, amendoins, mancarra para entreter dentes velhos e cariados.
Pena ainda haver tanta gente a trincar nesta bolorenta mancarra.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Manuel Lomba

Sem querer por em causa nem mesmo discutir o texto (ele mesmo e como um todo), venho somente fazer uma correcção quanto a um FACTO E SEU TEMPO, no que respeita às tais "crónicas" e aos tais "cronistas" que são referidos no 2º parágrafo do texto, ou seja quando foi dito:
Luis Cabral terá escrito que o seu irmão Amilcar terá planeado, em JANEIRO DE 1968, a operação Maimuna (montar cerco a Guilege) porque o irritava a bandeira portuguesa içada em Ponte Balana.

COMENTÁRIO: A minha CART 1689 passou o Rio Balana em 7ABRIL1968 (primeiro dia da Op. Bola de Fogo) uns poucos metros a juzante da ponte sobre o Rio Balana, onde pouco tempo depois haveria de ser construido o mini-quartel de "Ponte Balana"; nenhum de nós viu qualquer bandeira portuguesa na ponte nem podia ter visto, porque não havia qualquer quartel na zona... (desde Aldeia Formosa até Guilege).

Questões:
1 - Se "Ponte Balana" só passou a existir em ABRIL de 1968 como é possível que Amilcar Cabral se irritasse com a bandeira portuguesa de "Ponte Balana" em JANEIRO de 1968?
2 - E porque razão não se "teria" irritado com a bandeira de GANDEMBEL, a cerca de 500 m., que era o quartel principal de que dependia o quartelinho de "Ponte Balana"?

Um abraço
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Quantas Bandeiras eram içadas na Guiné?


Cada quartel, sua Bandeira...Até em Missirá,quando me dava uma crise de Patriotismo agudo..


Se calhar trata-se de metáfora,adivinhando o futuro, uma premonição...J.Cabral

Torcato Mendonca disse...

Meu caro Manuel Lomba,
Gostei de ler o que está escrito. É uma maneira de tratar este assunto dos "3 G's",já por aqui tão "falado".

Se me permites, digo, ao Alberto Branquinho, que o Paigc tem a sua "verdade", a sua maneira de descrever o que se passou e, para mim, não é de forma alguma fiável.
Repito-me mas cito o Angolano Águalusa: de quantas mentiras é feita a verdade... eles tinham,e têm, disso necessidade.

Um duplo abraço (tenho que ler os V/livros,hoje recebi o do Manel Maia -falhei o Convívio, este ano).

Ab, T.

Luís Dias disse...

Caro Manuel Luís Lomba

Gostei de ler o que escreveste. Na verdade é este o meu orgulho em ser português.Quem aguentou aquela guerra tantos anos e naquelas condições é mesmo obra.

Um abraço.

Luís Dias

Anónimo disse...

Amigos & Camaradas

" E eles a baterem no ceguinho"...

1 - Já aqui disse/escrevi n vezes que para mim no dia da retirada de Guiledje não havia cerco o que está demonstrado e provado por documentos e pelo que ouvi da boca do Presidente Nino na audiência de Março de 2008 em que o Luís também assistiu.

2 - Reitero o que disse o Pr Nino:
... Só foram a Guiledje passados 3 dias da retirada devido ao silêncio que se fez sentir na zona e foram lá com muitas cautelas e quando se aperceberam que ali não estava viva alma rodearam o aquartelamento mas com medo porque poderia estar armadilhado.
Eu diria que foram lá "cagadinhos de medo"
E não vale a pena desenvolver mais sobre este aspecto porque já foi dissecado.

Virem falar em "cerco total ou parcial " - O PAIGC, tinha retirado para o Medjo; estava a dormir; poderia ter sido uma tragédia se la estivesse, que não estava, foi sorte, tudo isso para mim é irrelevante porque não havia cerco e repito no momento da retirada.

3 - A ser verdade as afirmações de Osvaldo da Silva, não compreendo porque não esteve no Simpósio de Guiledje e porque não foi ali dizer o que "disse em Coimbra" para contrariar todos os conferencistas incluindo o Pres Nino, que segundo aqui se diz era um dos sitiantes, bem como, os protagonistas dos acontecimentos, pelo menos os do nosso lado, pois também não ouvi da boca dos elementos protagonistas do PAIGC ali presentes afirmarem que cercaram Guiledje e o tomaram de assalto conforme já li algures e contestei, ou que estavam preparados para lá ficarem durante um mês.
Ora se estavam preparados como diz Osvaldo da Silva,e se O Pres Nino era um dos sitiantes presentes é caso para perguntar, porque é que saíram de lá ??? E é estranho falarem noutro comandante que retirou para o Medjo. E porque não travaram uma batalha para conquistarem a posição/aquartelamento ?
Enfim, creio que facilmente todos os argumentos de 2 ou 3 indivíduos que só agora vem dizer uns "bitaites" caiem por terra.

3 - Foto "Tirada na madrugada de 22 de maio de 1973, na pista de Guileje" madrugada talvez com um flash potente ... para mim foi de dia e não ponho em causa a veracidade foto.
Logo, como diz o Luís a foto fala por si... 600 seres humanos a retirarem do local sem que os ditos valentões disparassem um "tireco" também é caso para perguntar onde estavam os sitiantes preparados para pic-niques par um mês.

4 - Meus Amigos & Camaradas não batam mais no ceguinho....
Carlos Silva

JD disse...

Camaradas,
Parece haver aqui alguns equívocos na elaboração e apresentação das ideias, com situações dúbias de sujeito e nome participativo do sujeito.
Reporto-me a uma frase um bocado confusa quando se lê; "...ao longo dos anos lhe infernizaram a moveram uma guerra sem quartel, aos seus militares, aderentes e simpatizantes... seu filho ideológico sob a sigla MFA"...
A primeira parte da citação sugere muito obviamente, que o inferno da guerra estaria na génese do MFA, e todos sabemos que a partir do golpe foi o fazer as malas para o regresso a casa. Foi uma demissão. Noutra parte diz-se que "este", o Movimento; se perfilhou como seu filho ideológico sob a sigla MFA", e eu tenho a ideia de que a agregação do MFA em África, correspondeu ao desejo de abandonar aqueles territórios, por não lhe encontrar algum cimento ideológico nos documentos preparatórios; enquanto a desagregação pouco após o desencadear do golpe, significou que, para além do regresso a casa, não havia entendimento a novos objectivos em África como na Metrópole, que, aliás, o MFA com cautela nunca assumiu claramente, ou então enunciou divididamente, e deixou os cidadãos europeus e africanos alimentar esperanças para o estabelecimento de democracias nas colónias.
Mas o MFA acabou por se revelar sem projectos para tantas e tão vatiadas gentes, sossobrando à vontade dos interlocutores, e cedeu ao resultado mais simples de negociar SEM CONDIÇÕES as independências em favor dos guerrilheiros, mesmo em Angola, onde se antevia confrontos entre os 3 movimentos, à revelia dos civis que desenvolveram aquelas "provincias", e que segundo algumas personalidades contemporâneas e ali prestaram funções, ou estudaram os acontecimentos, o MFA chegou a priveligiar um em desfavor dos outros, mas sempre contra as populações votadas ao desprezo e sem alternativa de destino.
Foi o que se sabe, e por muitos qualificado por vergonhosa descolonização.
Adianto dois autores: Gen. Silva Cardoso, e Norrie MacQueen.
A matéria é delicada, e não pretendo mais do que trazer novas fontes para consulta da tertúlia.
Abraços fraternos
JD

JD disse...

Camaradas,
Leia-se entre parentesis a frase «à revelia dos civis que desenvolveram aquelas "provincias"».
Obrigado.
JD

JD disse...

Camaradas,
Parece haver aqui alguns equívocos na elaboração e apresentação das ideias, com situações dúbias de sujeito e nome participativo do sujeito.
Reporto-me a uma frase um bocado confusa quando se lê; "...ao longo dos anos lhe infernizaram a moveram uma guerra sem quartel, aos seus militares, aderentes e simpatizantes... seu filho ideológico sob a sigla MFA"...
A primeira parte da citação sugere muito obviamente, que o inferno da guerra estaria na génese do MFA, e todos sabemos que a partir do golpe foi o fazer as malas para o regresso a casa. Foi uma demissão. Noutra parte diz-se que "este", o Movimento; se perfilhou como seu filho ideológico sob a sigla MFA", e eu tenho a ideia de que a agregação do MFA em África, correspondeu ao desejo de abandonar aqueles territórios, por não lhe encontrar algum cimento ideológico nos documentos preparatórios; enquanto a desagregação pouco após o desencadear do golpe, significou que, para além do regresso a casa, não havia entendimento a novos objectivos em África como na Metrópole, que, aliás, o MFA com cautela nunca assumiu claramente, ou então enunciou divididamente, e deixou os cidadãos europeus e africanos alimentar esperanças para o estabelecimento de democracias nas colónias.
Mas o MFA acabou por se revelar sem projectos para tantas e tão vatiadas gentes, sossobrando à vontade dos interlocutores, e cedeu ao resultado mais simples de negociar SEM CONDIÇÕES as independências em favor dos guerrilheiros, mesmo em Angola, onde se antevia confrontos entre os 3 movimentos, à revelia dos civis que desenvolveram aquelas "provincias", e que segundo algumas personalidades contemporâneas e ali prestaram funções, ou estudaram os acontecimentos, o MFA chegou a priveligiar um em desfavor dos outros, mas sempre contra as populações votadas ao desprezo e sem alternativa de destino.
Foi o que se sabe, e por muitos qualificado por vergonhosa descolonização.
Adianto dois autores: Gen. Silva Cardoso, e Norrie MacQueen.
A matéria é delicada, e não pretendo mais do que trazer novas fontes para consulta da tertúlia.
Abraços fraternos
JD

Anónimo disse...

MITOS E MISTIFICAÇÕES

O dispositivo da artilharia do paigc foi montado por cubanos,onde apenas os morteiros 82 estavam em território da Guiné-Bissau.

Montaram um dispositivo com minas e emboscadas no trajecto para o poço, e na picada para Gadamael e perto de Ganturé tinham valas para lançadores de rpg.

Não tinham como objectivo conquistar Guilege mas sim isolar.

Só após a retirada das NT de Guilege, para surpresa deles, redireccionaram o dispositivo para Gadamael e esperaram isso sim que retirássemos também de Gadamael.

O comandante no terreno foi fuzilado três meses depois da retracção do dispositivo deles essencialmente graças à acção do batalhão de Páras.

O Nino apesar de ser o máximo comandante de toda a frente sul e leste não comandou coisa nenhuma,estava em Conakry e só se deslocou a Boké,onde bebeu a celebre garrafa de Whisky encontrada em Guilege.
Nessa altura o Nino já não entrava em território da Guiné,tinha outras coisas bem mais importantes, para ele, a tratar..e lançava boatos (contra-informação pura) a dizer que iria passar tal dia em ..bem podiam montar emboscadas para o apanhar..tinha como principal objectivo saber quem eram os delatores.

Os 3 Gs pura ficção..tínhamos já perdido a vontade de combater..sorte a deles.. é que também estavam exaustos e com divergências internas gravíssimas.

Tudo o resto é conhecido e faz parte da história.

Como é que sei tudo isto..simples.. ouvi da própria boca de alguns deles.

C.Martins

antonio baptista disse...

Ao companheiro Manuel Lomba:
Os melhores cumprimentos pela sua coragem em desmascarar ou desmitificar a "voz corrente" que o IN era muito superior e muito melhor que os nossos militares

Anónimo disse...

"Seu filho ideológico sob a sigla MFA"..... Haviam "filhos de muitas mäes" no grupo formativo do MFA.Mas, chamar-lhe filho ideológico de um PAIGC,será misturar os apressados em "apanhar comboios em movimento"que,bruscamente,revolucionários-iluminados, encontram cultura política profunda em simples e primários manuais de movimentos de libertacäo.As generalizacöes fáceis empobrecem contextos.

Anónimo disse...

Diz o ditado que "Não há maior cego que aquele que não quer ver".
Tendo presente o então tema, os seus pretensos comentários, não passam de (mais)uma vã tentativa de desvirtuar o que se passou em Guileje.
As palavras de C. Martins são bem elucidativas no que se refere ás suas fontes de informação.
Diz o iluminado que sabe tudo aquilo porque o ouviu da boca de alguns ex-elementos do PAIGV.
A sua (dele) sede de protagonismo tem roçado o disparate.
Os seus comentários sobre os incidentes ocorridos em Guileje/Gadamael são um rol de mentiras e desvarios e tudo com o objectivo de defender a sua dama.
Deixe que lhe diga que o seu Patriotismo deixa muito a desejar.
Através dos seus comentários deveria respeitar todos os Patriotas que recusam a sua obscura versão.
Até parece que esteve do outro lado da barricada!!!
Por tudo isto não posso nem quero respeitá-lo como pessoa.
Eu penso pela minha cabeça e não sou influenciado por outras.
Alguns por falta de dignidade e caracter passaram-se para o outro lado.
Alguns colocaram a vida dos meus camaradas em risco...outros colocam a sua memoria.
Não há nada que pague a dignidade nacional e alguns, infelizmente, nem sempre o souberam(sabem) fazer.
Comprovo que a desvergonha e a mediocridade, são caracteristicas exclusivas de alguns e sua relutância em admitir a sua ignorância sobre a matéria em questão é bem reveladora da sua honestidade intelectual.
Esta é a minha humilde opinião sobre a sua pessoa. A verdade de um contra a ignorãncia de outro.
Quem assim procede não merece crédito nem respeito.
Com a consideração que me merece,

Constantino Costa
CCAVª. 8350