quinta-feira, 20 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11735: Recortes de imprensa (66): Osvaldo Lopes da Silva, então comandante do PAIGC, e um dos principais responsáveis pela Op Amílcar Cabral, sustenta, na mesa-redonda, em Coimbra, no passado dia 23/5/2013, a versão do cerco total ao quartel de Guileje e afirma que as forças sitiantes dispunham de um dispositivo (do qual teria sido utilizado menos de 10%), com condições para actuar durante um mês (AngopPress)


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350 (1972/74) > 22 de maio de 1973: por decisão do comandante do COP 5, maj art Coutinho e Lima, as NT e a população civil abandonam o aquartelamento e a tabanca de Guileje, num total de cerca de 600 almas, dirigindo-se, de madrugada, a Gadamael, através de um carreiro que só a população local conhecia, e iludindo a pretenso cerco das forças do PAIGC. Entre os sitiantes, estava o Nino 'Vieira' e outros comandantes do PAIGC como o aqui citado Osvaldo Lopes da Silva...

Esta foto é, em princípio,  de autor desconhecido. Creio que a vi originalmente reproduzida na revista Pública, do jornal Público,  numa reportagem sobre a retirada de Guileje (provavelmente o artigo do Eduardo Dâmaso, "Coronel Coutinho e Lima: Salvou 600 vidas mas foi castigado por Spínola", Público, Domingo, 16 de Maio de 2004). Mas a cópia, dessa imagem, que temos,  faz parte do espólio "Guiledje Visual" e foi-nos gentilmente cedida pelos nossos amigos (e parceiros) da ONGD AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, em 2005.

Espero que um dia o autor apareça e dê a cara... Era muito provavelmente alguém da CCAV 8350 ou subunidades adidas... Foi editada por nós, para ilustrar este poste... Entretanto, apareceu o J. Casimiro Carvalho, fur mil op esp, da CCAV 8350, a dizer que muito provavelmente a foto, tal como outras do pessoal (militar e civil) na retirada, é do seu camarada Carlos Santos. A foto de qualquer modo é notável, estando longe de sugerir debandada, pânico, desorganização... Pelo contrário, parece haver alguma dignidade e disciplina na retirada do pessoal (dois terços, civis...).  (LG).


1. Conforme poste P11552, de 10 de maio último, realizou-se em Coimbra, no dia 23 do mesmo mês, a    Mesa Redonda "Guidage, Guiledje, Gadamael 40 anos dos 3 G's da Guerra na Guiné".

O historiador guinense, doutor Julião Soares Sousa, investigador  do  Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra,  conseguiu juntar à volta da mesma mesa alguns dos protagonistas dos acontecimentos de há 40 anos (Op Amílcar Cabral, na designação do PAIGC),  homens esses que então se confrontaram de um lado (Coutinho e Lima, Ferreira da Silva, Raul Folques, José Calheiros, Pedro Lauret) e do outro (Osvaldo Lopes da Silva, Fandji Fati) da barricada.

A moderação da mesa redonda coube ao historiador, prof doutor Luís Reis Torgal. Não assistimos ao evento. Nem vimos que a nossa imprensa, escrita e falada, tenha feito grande cobertura da iniciativa.  Um dos "recortes de imprensa" que nos chegou, foi este, da Angop - Agência AngolaPress.  Vamos aqui reproduzi-la, com a devida cortesia, e com uma chamada de atenção: não podemos garantir o rigor dos excertos das declarações dos participantes. Algumas merecem-nos reservas, como a do caboverdiano Osvaldo  Lopes da Silva, "então comandante do PAIGC"  e um dos principais responsáveis militares pela 'Operação Amílcar Cabral'  que - passo a citar - "salientou que o quartel português em Giledge estava 'completamente cercado' e que as suas forças dispunham de 'um dispositivo (do qual não foi utilizado 10%) para actuar durante um mês'."

A teoria do cerco (total) a Guileje, por parte do PAIGC, só pode ser uma "figura de estilo", na medida em que é incongruente com a retirada, sem baixas, das NT, na madrugada de 22 de maio de 1973, tendo as forças sitiantes ocupado o aquartelamento, vazio, 3 dias depois, a 25 de maio.

Osvaldo Lopes da Silva (n. 1936) publicou recentemente o livro autobiográfico "Nos tempos da minha infância" (Cabo Verde, 2011).

Feita esta ressalva, aqui fica mais esta peça para os nossos dossiês sobre os 3 Guês (Guidaje, Guileje, Gadamael). Negritos (bold) e realce a amarelo, do editor L.G.

2. Recortes de imprensa > Angop > 24-05-2013 12:23 Guiné-Bissau:  Portugueses e guineenses debatem operação militar em 1973


Coimbra - Oficiais das tropas portuguesas e dirigentes das forças guineenses em 1973, evocaram e debateram, hoje (sexta-feira), em Coimbra, a "Operação Amílcar Cabral", uma das mais "marcantes ofensivas militares" da guerra colonial na Guiné.

Visando os aquartelamentos militares de Guidage, no norte da Guiné, e de Guiledje e de Gadamael, no sul do país, em Maio de 1973, a "Operação Amílcar Cabral" tinha como objetivo final, "a liquidação do colonialismo, através do aproveitamento dos seus resultados do ponto de vista da política doméstica e internacional", recordou o historiador guineense Julião Sousa.

Promovida pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra, a mesa-redonda visou evocar os 40 anos de "acontecimentos incontornáveis no desenrolar do conflito".

Além de evocar os 40 anos daquela guerra, o [evento...]  também "servirá de introdução e mote" para o primeiro colóquio internacional "Colonialismo, Anti-colonialismo e Identidades Nacionais", a realizar em Coimbra, no final de 2013, adiantou, à agência Lusa, à margem do encontro, Julião Sousa.

Nas operações militares dos "3 G da Guerra da Guiné" (Guidage, Guiledje e Gadamael) "foram empregues elevadas quantidades de meios humanos e materiais", salientou Julião Sousa, que também é investigador do CEIS20, sublinhando que é, igualmente, preocupação dos promotores da iniciativa, perpetuar a memória de uma das mais" marcantes ofensivas militares" da guerra na Guiné.

A retirada, na madrugada de 22 de Maio de 1973, das tropas portuguesas do aquartelamento de Guiledge, então comandadas por Alexandre Coutinho e Lima, actualmente coronel na reserva, foi um dos momentos recordados pelo próprio e um dos temas que ocupou boa parte do encontro, em que participaram pelo menos uma centena de pessoas e se prolongou por cerca de seis horas, durante a tarde de hoje.

Na sequência da sua decisão de retirar as tropas, Coutinho e Lima foi preso pela hierarquia militar portuguesa, situação que se manteve até 14 de Maio de 1974.

"Tive a oportunidade, mas também a grande responsabilidade de ter nas mãos o destino de centenas de pessoas civis e militares", recordou o coronel Coutinho e Lima, considerando que pagou "bem caro" a sua "ousadia, que, seguramente, teria consequências mais graves, não fora o 25 de Abril de 1974".

Sublinhando o "acto de coragem política, mas também física" de Coutinho e Lima, Osvaldo Lopes da Silva, então comandante do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) e um dos principais responsáveis militares pela "Operação Amílcar Cabral" (***), salientou que o quartel português em Giledge estava "completamente cercado" e que as suas forças dispunham de "um dispositivo (do qual não foi utilizado 10%) para actuar durante um mês".

A retirada de Giledge foi "a decisão mais acertada", conclui a generalidade dos intervenientes na sessão, que também consideram, "sem margem para dúvidas", que "a Guiné era uma causa perdida" para Portugal, no plano militar.

Em termos de armamento "havia um desequilíbrio" muito acentuado, em favor das forças guineenses, destacou o coronel José de Moura Calheiros (que se deteve sobre a situação de Guidage em maio de 1973), sublinhando que "os guerrilheiros do PAIGC estavam muito bem preparados, bem organizados e muito bem comandados".


2. A par desta notícia, da Angop, que reproduzimos acima, emos também, no Diário Digital, de 24/5/2013, a seguinte: 

"Colóquio em Coimbra vai debater colonialismo e anticolonialismo"

O Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra vai promover, em novembro, naquela cidade, um colóquio internacional para debater, «sem tabus», colonialismo, anticolonialismo e identidades nacionais.

«É necessário discutir estes temas sem tabus» e «já há condições» para que isso possa acontecer, acredita o historiador guineense e investigador do CEIS20 Julião Sousa, sublinhando que «nota-se, claramente, que há uma tendência para as pessoas fazerem a catarse - que também faz parte da história»

Ainda há «alguns tabus», reconhece o historiador, considerando que para os ultrapassar é necessário estudar e discutir as questões e isso já é possível com algum distanciamento, pois já passaram 40 anos (sobre o fim da guerra colonial portuguesa) e já há muita documentação sobre aquele tempo, designadamente memórias e biografias de muitos dos seus protagonistas.

Diário Digital / Lusa


__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 10 de maio de2013 > Guiné 63/74 - P11552: Agenda cultural (269): Convite para a Mesa Redonda "Guidage, Guiledje, Gadamael 40 anos dos 3 G's da Guerra na Guiné", dia 23 de Maio de 2013, pelas 14H00, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra (Julião Soares Sousa)


(**) Último poste da série 26 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11474: Recortes de imprensa (65): O filme lusoguineense "A batalha de Tabatô", de João Viana, veio pôr Tabató e a cultura da Guiné-Bissau no mapa das rotas do cinema internacional (Luís Graça)

(***) Publicou, no jornal Público, em 26 de julho de 2004, um depoimento, como protagonista dos acontecimentos, sob o título, "Amílcar Cabral: 'Se o quartel de Guiledje cair, cai tudo à volta' ". Reproduzido, na íntegram, pelo cor art ref Alexandre Coutinho e Lima, no seu livro "A retirada de Guileje_ 22 maio 1973: a verdade dos factos, 1ª ed." (Linda a Velha, Oeiras: DG Edições, 2008, p. 358--361). O arttigo de Osvaldo Lopes da Silva vem na sequência da reportagem do jornalista Eduardo Dâmaso, acima referida, publicada no Público, 16 de maio de 2004. O artigo do Osvaldo Lopes da Silva nunca chegou a ser reproduzido no nosso blogue.


16 comentários:

Luís Graça disse...

Comentário do J. Casimiro Carvalho no Facebook:

Aos interessados, nomeadamente à Tabanca Grande Luís Graça... A foto deve ser da autoria do Carlos Santos, ex fur mil da CCAV 8350.

O Carlos Santos tem página no Facebook, aqui;

https://www.facebook.com/carlos.santos.731

Anónimo disse...

Já há uns tempos que desconfiava que este título "3 Gês de Guiné" trazia água no bico.
E se tenho razão, não é coisa bonita.
José Brás

Anónimo disse...

Completamente de acordo com o José Brás, deixem de brincar às mesas redondas com temas onde faltam os protagonistas, ou então falem só de um (G), porque foi isso que pelos vistos se discutiu, realmente não é intelectualmente sério.

Abraço para o José Brás

Torcato Mendonca disse...

#cerco total mas sairam cerca de 600 pessoas - militares e civis, sem essa excelentes tropa dar por isso#????
Boa tropa que no Leste (Cmdt Mamadu Indjai) fugiu -Ag/68 e em Abril do mesmo ano viu toda a "zona libertada" - Xime, Rio Corubal Mansambo,Xitole, destruida...em Guidage talvez o maior numero de baixas que provocou ás NT foi no pós independência (fuzilamento de Comandos Africanos, Milícias etc...)

Procurem a verdade pois só essa deve ficar na História.

Torcato Mendonça
Combatente na Guiné

Luís Graça disse...

... Boa questão, Zé Brás...Quem terá inventado essa dos três G ? De qualquer modo, explica lá à gente o sentido da tua frase...

Um abração, de Alfragide até Montemor o Movo. Luís Graça

Luís Graça disse...

Houve camaradas nossos que assistiram à mesa-redonda. Seria muito mais interessante ter e poder ler e comentar o seu relato do que ouviram e viram em vez de ler um impessoal "recorte de imprensa"...

Reconheço que não é fácil fazer um resumo, assertivo, objetivo, isento, rigoroso, de uma "mesa-redonda"... Mas, enfim, o jornalista tem formação para isso...

Mais difícil, porém, é quando os jornalistas estão a milhas de distância do tema, e nem fazem ideia nenhuma do tempo e dos lugares de que se fala...

De qualquer modo, a foto (presumivelmente da autoria do Carlos Santos, na altura fur mil da CCAV 8350, sitiada...) é, quanto a mim, uma verdadeira "foto falante", por analogia com as fotos do álbum do Torcato Mendonça...

Tirada na madrugada de 22 de maio de 1973, na pista de Guileje (em campo descoberto!). surpreendentemente diz-me (, a mim que a editei,) muito mais do que a "narrativa" (como se diz agora, por influência do "parisien" Sócrates, estudante de ciência política...) do "cerco total".

j. Eduardo Alves disse...

eu já vi essa foto publicada mais veses, e por isso fis um comentário, que a quando a retirada mais parecia uma saída de férias, e viajei durante 18 dias com um ex furriel que abandonou Guileje e foi o primeiro a ser interrogado em Bissau, como era de rendição individual veio logo embora, apresentei lhe o Blog mas ele não quis entrar não vou comentar o que ele me disse como é normal José Eduardo Alves

Manuel Reis disse...


Estive presente na designada "mesa-redonda" e todas as intervenções foram relatadas por ex-combatentes que comandaram as operações nesses locais.

Faltou o contraditório relativo às operações de Gadamael e Guidade, apesar do moderador, Prof. Reis Torgal, se ter esforçado para ter presentes os ex-combatentes do PAIGC. Só em relação a Guileje houve contraditório na pessoa de Osvaldo Lopes da Silva.

Sobre o "cerco total" depende do entendimento que se tiver da expressão: Se tivermos por cerco total a ocupação física de todo o espaço circundante ao aquartelamento, então nunca houve cerco total. Se entendermos por cerco total a impossibilidade de alguém sair do aquartelamento, por impedimento do PAIGC, com risco da própria vida, então houve cerco total, a partir do dia 19 até ao dia 21, com a ocupação da mata, em paralelo com a pista, pelo 3º Corpo do Exército, que se deslocara das matas do Mejo.

A missão desse grupo era impedir o reabastecimento de água, pela picada que utilizávamos. Não havia outro acesso. Por outro lado o local permitia-lhes controlar a pista, que era um campo aberto. Aproveito para referir que no dia 21, de tarde, as mulheres que se disponibilizaram para captar água, numa pequena bolanha, localizada junto à pista, foram impedidas de o fazer, por tiros intimidatórios do PAIGC.

É evidente, agora, para mim, que no momento em que se deu a retirada, esse Grupo do PAIGC, havia retirado para o Mejo, cujo Comandante pagou com o fuzilamento a sua falha.

É difícil imaginar a tragédia que poderia ter ocorrido acaso eles não tivessem retirado e se dispusessem a atacar-nos . Resultou o efeito surpresa com que jogou Coutinho e Lima. Ou a sorte se assim vos der mais jeito.

A "foto falante" de que o Luís se refere, apenas lhe diz que, naquele momento, nada ocorreu de anormal, a retirada se estava a fazer ordenadamente. Nada mais se pode concluir e muito menos sobre o cerco. O PAIGC poderia adotar uma tática de não agressão e estar presente no local que referi. Bastava a população ir enquadrada com a NT para os dissuadir a não atacar. Não foi esse o caso, no entanto.

É verdade que saíram de lá cerca de 600 pessoas, um morto e outro em cadeira de rodas, amigo Torcato, mas se a história não se faz com os que estiveram envolvidos na peleja, dos dois lados, com quem será?

Lamento que o camarada J. Eduardo Alves não partilhasse connosco essa hipotética saída para férias. A foto, é a capa do livro Coutinho e Lima, nada há para esconder.

Não é, nem nunca foi, minha intenção, menosprezar a opinião de quem quer que seja, mas camarada J. Alves comparar o sofrimento e a ansiedade por que passaram tantos camaradas teus, com uma ida para férias, parece-me abusivo. Talvez te merecessem um pouco mais de respeito.

Um abraço.

Manuel Reis

Torcato Mendonca disse...

Manuel Reis, eu conheço o que se passou em Guilege pela leitura do livro do Coronel e outras. Como conheço Gadamael e Guidage. Vai efectivamente além da leitura só.Falei com quem la esteve.
A História, não vou agora falar sobre isso,é feita de determinada maneira e nem sempre (ou nunca?)consentânea com a verdade dos factos.
Relevo aqui, no comentário anterior,breve,os Militares do Nosso País que nunca por vencidos se deram. Ainda hoje, e quem melhor do quem lá esteve, discutem a guerra Colonial. Não há contraditório e a haver é, de um modo geral, de visão turva. A Séria "A Guerra" é disso prova.
Nunca criticaria as decisões ou comportamentos de camaradas. Respeito concordando ou não. Falei com o Coronel e respeito-o, como a todos.

Abraço amigo do Torcato

antonio graça de abreu disse...

Claro que não houve nenhum cerco total.
O próprio insuspeito Manuel Reis diz que na altura do abandono de Guileje pelas NT, os homens do Paigc se haviam retirado para o Mejo, e que o comandante guineense IN foi fuzilado por causa disso. Cerco total?
A foto publicada vale mais do que mil palavras. Só não vê quem não quer ver, os deliberadamente cegos.
Porque é que ainda há tanta gente que gosta de navegar no choradinho do costume? Portugueses que aceitam e respeitam mais as mentiras de um comandante do PAIGC do que a verdade histórica, a verdade dos factos?

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Senhores estou farto..estou farto
desta treta..irra que já chateia.

Os senhores guerrilheiros do paigc em privado têm um discurso ..em público foram os "maiores" em tudo..coisa que nós não fazemos e bem..a bem da verdade.
A finalidade da guerrilha não é ocupar posições deixaria de ser guerrilha se tal acontecesse.

Conseguiram um feito que foi abandonar-mos Guilege..as causas já foram amplamente discutidas e com várias versões.
Aquilo que me interessa neste caso em concreto é saber se o Sr. Comandante Osvaldo Silva diz toda a verdade ou só a "verdade" dele..é que nunca ouvi em público qualquer comandante do paigc confessarem as suas debilidades que também eram muitas e muito menos as barbaridades que cometeram nomeadamente entre eles.
O que verdadeiramente me irrita é que em privado as dizem e se estiverem com um "grão na asa"..ui então parecem uns papagaios.

Nós (a maioria) pelo contrário parece que somos masoquistas gostamos de aumentar e dramatizar as nossas fraquezas..que triste sina.

A mim ninguém me retira a minha dignidade..digam o que disserem.

Finalmente sobre os três Gs..como muitos outros mitos é só mais um.

Passem todos bem..e aproveitem e comam umas cerejas do Fundão..melhor de Alcongosta.

C.Martins

Anónimo disse...

Camaradas

As minhas desculpas pelo esquecimento da autoria deste comentário que volto a inserir.


Completamente de acordo com o José Brás, deixem de brincar às mesas redondas com temas onde faltam os protagonistas, ou então falem só de um (G), porque foi isso que pelos vistos se discutiu, realmente não é intelectualmente sério.

Abraço para o José Brás

Manuel Marinho

Henrique Cerqueira disse...

Eu não duvido que:As nossas tropas não estavam totalmente cercadas...Mas duvido da fotografia que ilustra este tema.
Reparem bem no fardamento,é completamente novinho,as botas...novinhas. Ou seja o pessoal mais parece um grupo de recém chegados (piras)que um grupo em retirada.Desculpem lá mas estão muito limpinhos para a ocasião "grave"de uma "fuga".
Notem bem que só ponho em causa a foto se é ou não do momento da retirada. Se é então deve haver uma explicação para tanto aprumo.
Um abraço e esta é uma pequena "acha"para a fogueira.

Nota:Há ainda o facto que a luz do dia não parece ser a da altura da retirada mesmo atendendo ao facto que na Guiné amanhecia muito cedo e anoitecia também muito cedo.

Henrique Cerqueira

José Botelho Colaço disse...

Já fui aqui em comentários questionado por estar de acordo com os que estavam lá e não com os comentarista dos ses.
E dos que estavam lá por o que me tem sido dado ver quase (e digo quase porque há uma excepção) todos estão de acordo, com a tal excepção de um ex-primeiro cabo que não é preciso divulgar o nome.
Um abraço
Colaço.

j. Eduardo Alves disse...

José Eduardo Alves
o amigo Manuel Reis eu sempre respeitei a pessoas, só tenho uma maneira de dizer as coisas, o Henrique Cerqueira disse a mesma coisa que eu, mas doutra forma, quando nos crusamos lá para os lados de Aldeia Formosa e até cubijã eu sempre vos respeitei e disse que voces eram pessoas com dignidade, agora medalhas para quem fazia da guerra no ultramar profissão e não lhe deram o ar condicionado em Bissau não estou de acordo um abraço José Eduardo Alves

Rui Graça disse...

Pelo que diz o ex-coronel Calheiros no seu livro "A Última Missão, a comissão de serviço na Guiné, foi a melhor das 3 que fez, sobretudo comparando com a de Moçambique, que considerou a pior de todas (1968-70) e não apanhou a fase "vietnamizada" de Tete (1972-74). Pelos vistos, 2 ou 3 meses à volta dos 3 G's, foram suficientes para a derrocada total, o que parece dar razão ao Dr.Rebocho, quando afirma na sua tese/livro que as elites militares em África sabiam tanto de guerra, como o Soldadó do ex-coronel Matos Gomes.