segunda-feira, 17 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11718: Freguesia da Atalaia, concelho de Lourinhã, inaugura no Parque dos Moínhos, com vista de mar, um belo monumento aos seus combatentes, que estiveram repartidos por 5 teatros de operações: Angola, Guiné, Moçambique, Índia e Timor


Vídeo (38''): Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Depois da visita ao cemitério e da missa, o cortejo segue em desfile pela rua principal da vila, encabeçado pela  Banda da Associação Musical da Atalaia [AMA] e com a participação de muitos combatentes e população. A freguesia de Atalaia tem cerca de 1900 habitantes (censo de 2011).


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcial do monumento (1)


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcial do monumento (2)


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcial do monumento (3)

Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 >  Inauguração do monumento aos combatentes, no Parque dos Moínhos: A benção do monumento, na presença (da esquerda para a direita) de: (i) secretário da junta de freguesia da Atalaia, Renato Henriques; (ii) presidente da câmara municipal, José Custódio;   (iii) presidente da junta de freguesia da Atalaia, Luís Fernando Fonseca;  e (iv) secretário geral  da Liga dos Combatentes, cor Faustino Alves Lucas Hilário. A base do monumento é, simbolicamente,  um barco.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes:Vista parcail do monumento: militares vindos de Mafra e Carregueira (guarda de honra e terno de clarins da banda do exército)... Ao centro, o ten cor Costa Pereira, presidente do Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes (que integra a delegação da Lourinhã) está atento aos pormenores protocolares.



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013 Inauguração do monumento aos combatentes: Autoridades civis e militares, com destaque, na primeira fila, do lado direito, para os autarcas, o presidente da câmara municipal da Lourinhã, José Custódio, e o presidente da junta de freguesia de Atalaia, Luís Fernando Gomes da Fonseca.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (1)



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (2)


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (3): A Associação de Fuzileiros


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (4): A Associação Nacional dos Prisioneiros de Guerra, e a Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste (AVECO), com sede na Lourinhã.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Estandartes de diversas associações de combatentes (5): A Associação de Comandos.



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Guarda de honra e aspeto (parcial) da assistência.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Parque dos Moínhos, inauguração do monumento aos combatentes:  Guarda de honra  e aspeto geral da assistência.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Parque dos Moínhos, Inauguração do monumento aos combatentes: Banda da AMA (Associação Musical da Atalaia), dirigida pelo maestro Luís Santos. No Parque dos Moínhos, está também localizada a sua sede (lado direito da foto).


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes:  Aspeto parcial da tribuna com as autoridades civis e militares. Do lado direito, a lápide com os nomes dos combatentes de Angola. O único morto que a freguesia teve, foi em Angola, em combate, a do sold João Cláudio Fernandes, da CSS/BART 400, em 5/7/1963. A família fez-se representar na cerimónia.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: Placa com os nomes dos 18 combatentes da Guiné. Todos os camaradas vivos, e disponíveis na data, compareceram à cerimónia, tendo recebido calorosas palmas do público presente.


Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Parque dos Moínhos, Inauguração do monumento aos combatentes: Terra de moinhos (uma das riquezas patrimonais do concelho da Lourinhã), terra de moleiros, padeiros, pescadores, mariscadores, agricultores... Também foi dia da Festa do Pão do Moínho, este ano na sua 3ª edição.



Lourinhã, Atalaia, 16 de junho de 2013, Inauguração do monumento aos combatentes: O meu amigo amigo de infância Jaime Bonifácio Marques da Silva, alferes paraquedista em Angola (1970/72), natural do Seixal da Lourinhã, e antigo vereador do pelouro da cultura em Fafe, mais a sua esposa,a Dina, e a Maria Alice Carneiro.  O Jaime, tanto na sua terra natal (Seixal) como na terra da Dina (Fafe), tem um incansaável dinamizador de iniciativas de homenagem aos antigos combantes: este ano em agosto, vai organizar uma homenagem ao seu colega de escola, e vizinho da Areia Branca, o malogrado José Henriques Mateus, desaparecido na Guiné.

Já aqui falámos, por diversas vezes, do trágico (e ainda hoje misterioso) desaparecimento do José Henriques Mateus, soldado da companhia a CVAV 1484. Nascido à beira-mar, na Areia Branca, entre moinhos e dunas de areia, era muito provável que o Mateus soubesse nadar... É por isso muito estranho o seu desaparecimento no Rio Tombar, no sul da Guiné (actual região de Tombali) e sobretudo, uns dias depois, a localização da sua camisa com uma imagem da Nossa Senhora de Fátima, uma nota de 50 pesos e a sua identificação... Essa estranha e trágica história já foi contada, em 2007, pelo seu e nosso camarada de companhia, o ex-fur mil, Benito Neves, bancário reformado, natural de Abrantes.


1. Foi um dia de festa para a vila e freguesia da Atalaia, concelho de Lourinhã: ontem, domingo,  16 de junho de 2013, foi finalmente inaugurado, da parte da manhã, com toda a dignidade, cívica e militar,  e elevada participação popular,  o monumento aos combatentes  da freguesia de Atalaia, que passaram por 5 teatros de operações, entre 1961 e 1975: Angola, Guiné, Moçambique, Índia e Timor.  (Segundo dados não confirmados, o seu número ascenderia a um centena).

O monumento, localizado no Parque dos Moínhos, com uma bela vista sobre a oceano Atlãntico, o Cabo Carvoeiro e as Berlengas, enche de orgulho as gentes da terra e os seus combatentes da guerra colonial. Era um projeto acarinhado pelo executivo da junta de freguesia local, há vários anos (três mandatos, segundo informação do presidente, Luís Fernando Gomes da Fonseca), e finalmente concretizado com o entusiástico apoio dos combatentes e população locais.

Além da Liga dos  Combatentes e do Núcleo de Combatentes de Torres Vedras (que é presidida pelo ten cor ref C. Pereira), a cerimónia contou com a presença de numeroso povo e de diversas associações de veteranos.

Foi abrilhantada por uma guarda de honra da EPI (Escola Prática de Infantaria, de Mafra) e por um terno de clarins da Banda do Exército (Carregueira), além da banda da AMA (Associação Musical da Atalaia).

Estão de parabéns a junta de freguesia da Atalaia (nas pessoas do seu dinâmico presidente, Luís Fernando Gomes da Fonseca, e do seu jovem secretário, Renato Henriques), o laborioso povo da Atalaia (com fortes ligações históricas ao mar e à terra) e a sua comissão de festas de 2011 (que angariou uma boa parte dos 10 mil euros que, segundo fontes não oficiais, terá custado o monumento e o arranjo urbanístico), bem como como a câmara municipal da Lourinhã. Está também de parabéns o Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes (que integra a delegação da Lourinhã), e que tem dado um grande apoio aos combatentes deste concelho e às suas iniciativas.

A comissão organizadora obsequiou depois as centenas de convidados (combatentes, autoridades militares, civis, religiosas e representantes associativos) com um simpático almoço no pavilhão multiusos da terra, que foi também um excecional convívio para os combatentes da Atalaia e convidados.

Foi também uma ocasião para eu confraternizar com inúmeros amigos e camaradas, vários dos quais falaram com apreço do nosso blogue. Tive também o prazer de estar com o meu amigo de infância Jaime Bonifácio Marques da Silva, alferes paraquedista em Angola (1970/72), natural do Seixal da Lourinhã [, vd. última foto de cima, acompanhado da esposa Dina e da Alice Carneiro), bem como com antigos prisioneiros na Índia, como o Luís Filipe Maçarico  (meu primo, de Ribamar) e o Joaquim Isidoro dos Santos (, meu amigo, da Atalaia).

O secretário da junta de freguesia, Renato Henriques,   ficou de enviar, por email, o discurso que leu na ocasião.

Vídeo e fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.

13 comentários:

Álvaro Vasconcelos disse...

Parabéns aos promotores deste evento.
Bem haja a todos os que (a exemplo dos Executivos da Freguesia de Atalaia e do Concelho da Lourinhã -bem como dos restantes obreiros desta iniciativa-), por este País adiante se vão mobilizando para deixar para os vindouros, padrões de uma geração que, de "desenrrascados", passaram a "enrrascados", pela fatalidade de, ainda vivos, correrem o risco de "pesados" para um regime que, muitos, tanto ajudaram a implantar!

Luís Graça disse...

... Há aqui uma outra geração esquecida: estou-me a lembrar dos antigos expedicionários em Cabo Verde, filhos da Atalaia, como o fur Caixaria, o Jaime Flipe... e provavelmente outros. É a geração do meu pai, Luis Henriques.

O Caixaria ainda é vivo, com 90 e muitos anos e vive no concelho da Lourinhã, em São Bartolomeu. O Jaime Filipe já morreu. Foram homens que defenderam a pátria na II Guerra Mundial, estes em Cabo Verde, outros nos Açores, mas também na Madeira, Guiné, Angola, Moçambique, São Tomé, India, Macau, Timor...

Vd. a série Meu pai, meu velho, meu camarada

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Meu%20pai%20meu%20velho...

Luís Graça disse...

Tal como a Atalaia, o Moledo (da Lourinhã) não esqueceu os seus filhos, combatentes, os mortos e os vivos, incluindo os que estiveram em Cabo Verde e na India... O seu monumento aos combatentes, inaugurado em 2005, serviu de padrão... Bem hajam, camaradas do Moledo!


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/10/guine-6374-p8972-homenagem-aos-mortos-e.html

Luís Graça disse...

Aliás, a nossa tradição, que vem da I Guerra Mundial, é a de homenagear os que tombaram no teatro de operações... Não sei se o caso do monumento do Moledo era inédito, em 2005, como diz o Zé Martins... Não tenho elementos para comparar, a nível nacional. No concelho da Lourinhã, há também outro exemplo, o da Abelheira, em que se faz homenagem a "todos os combatentes" da guerra do ultramar ou da guerra colonial. Na sede do concelho, o monumento é aos "mortos" da guerra... Em suma, não me parece que seja apenas um questão semântica...

José Marcelino Martins disse...

O monumento de Moledo é sui generis.
Pena é que muitas vezes sejam publicadas fotografias dos monumentos, sem que se refira, ainda que brevemente, a "linha inspiradora" que esteve na origem do mesmo.
Este é "uma pedra", mas não pode ser uma pedra qualquer. Representa "algo" que ao visitante não informa o que lhe está subjacente.
Facto histórico, natural, etnográfico, etc.

J. Sacôto Fernandes disse...

Tardio mas muito devido monumento evocativo. Congratulo-me em nome dos antigos camaradas homenageados.
Não posso, porém referir o choque que me provocou os dizeres da placa de cariz altamente promocional dos responsáveis pela execução do monumento. Aparentemente nem uma palavra devida aos homenageados, para alem, parece, de uma relação de nomes de concidadãos. (Leiam por favor a placa evocativa)!!!

Anónimo disse...

A esta "juventude idosa" que procura não deixar esquecer a quem "lá fora" cumpriu sem querer, mas que o fez e apesar de tudo, com honra, apresento os meus cumprimentos,e saúdo com um abraço de gratidão e uma furtiva lágrima.
De Veríssimo Ferreira
CCAÇ 1422 K3 Guiné.

Luís Graça disse...

Camarada Sacoto Fernandes:

Nada na vida social é "inocente", "inócuo", "natural", "neutro", "asséptico"... dizem os sociólogos.

Pessoalmente, também não tenho ilusões sobre as "pias intenções" dos atores sociais e, em particular, sobre os homens e as mulheres do "poder", ontem, hoje e amanhã: os políticos, em geral, os autarcas, em particular, não são "meninos de coro"...

À parte a vaidade (humana) de ficar perpetuado no "mármore" (, é uma forma de tentarmos alcançar a "eternidade", veja-se o que os vivos escrevem sobre os seus mortos nos nossos cemitérios...), há aqui também uma contabilidade eleitoral... Até os "timings" não são devidos ao acaso...

Concordo que os nossos autarcas utilizam os nossos combatentes, e os dirigenteas das associações dos combatentes também andam, "tio ao tio", a pedir apoios... Não monumentos grátis... nem sequer monumentos aos combatentes que deram o melhor que tinham à sua Pátria...

Camaradas, o mundo não devia ser assim, mas é... O que se pode pedir aos autracas é que tenham um pouco mais de pudor, sff...

Aos autarcas e aos dirigentes associativos dos combatentes...

Luís Graça disse...

... Não há monumentos grátis nem almoços grátis...

Anónimo disse...

Justíssima homenagem, a quem na flôr da vida...se tornou chão!

Honra aos jovens do meu tempo que tombaram, no que acreditavam ser, o cumprimento do dever.

Felismina mealha

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Os reparos à 'promoção dos promotores' parece ser justa mas há que ter em conta mais aspectos da realidade.

Na verdade, essas 'coisas' não se fazem por 'geração espontânea', necessitam de espaço, realizadores e dinheiro e isso não se arranja assim 'de pé para a mão'.

Se não se conseguir criar condições para não ser necessária a intervenção de 'poderes instituídos', sejam eles quais forem, é minha opinião que é então preferível aproveitar estas 'boas vontades' do que nada! Pelo menos, assim, ainda vão surgindo locais e "coisas" que podem ajudar a perpetuar a "Memória".

Abraços
Hélder S.

Henrique Cerqueira disse...

Também estou de acordo com o Luís e o Hélder.
Há que se aproveitar dos "promotores" para se ir perpetuando os feitos e a memória dos nossos combatentes do Ultramar e outras guerras passadas.
Os nomes dos promotores normalmente nas bases dos monumentos até que não é lá muito "chocante".Agora chocante mesmo é quando nos dias de implantação ou inauguração desses monumentos alguns dos tais " promotores" se entretêm a "deitar "faladura sobre as guerras e comportamentos e nada entendem do que estão a dizer.E ainda como normalmente esses "falantes" são mais jovens que a maioria dos ex-combatentes presentes nessas cerimónias , eles falam nos seus discursos como se estivessem a falar para "velhinhos em fim de vida" ...assisti a um que até rematou o seu discurso dizendo mais ao menos isto : blá...blá...todos nós vamos ter um fim ,é a lei da vida ...blá ...blá...e blá...
NO final todos batemos palminhas porque estamos gratos ao sr presidente e restantes promotores.
Bom deixem lá este "rezinga" que hoje se levantou com os azeites...
Um abraço
Henrique Cerqueira

Anónimo disse...

Na qualidade de cidadão da atalaia dou os parabéns a todos os que tiveram envolvidos no presente evento/projeto que em muito nos deixou orgulhosos, não podendo contudo deixar de assinalar que é com bastante tristeza que leio alguns dos comentários aqui referidos, chegando-se ao ponto de até ser referido que se trata "apenas de uma relação de nomes"(como é possível criticar tão bem conseguido monumento). Vejos estes comentários, no mínimo, como uma enorme falta de respeito por todos os que se empenharam na execução desta sentida homenagem. Realmente, talvez neste país não se possa mesmo fazer nada pois se não se faz é porque não se faz, porém se se faz é porque está mal feito... Bem hajam aqueles que ainda vão remando contra a maré.