quarta-feira, 1 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11515: Blogpoesia (335): Estamos à espera de quê ?...(J. L. Mendes Gomes)


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Foto: © Luís Graça  (2013). Todos os direitos reservados-



Estamos à espera de quê?...


Há salteadores prantados
No nosso quintal.
Roubam-nos os trastes
Onde dormimos.
Saqueiam as heranças
De nossos avós…

Nem o pão que guardamos
Com tanto suor,
Eles poupam…
Tudo lhes serve
Para levar nos bornais.

E nós assistimos,
Impávidos e serenos,
Como se tivéssemos morrido.
Só ladram os cães…
Ninguém lhes resiste…
Parecemos drogados,
Perante os chacais.

Não há carabinas,
Nem há varapaus.
Uma cambada de anjinhos
É o que somos.

Onde está nossa honra?...
E o sangue de heróis
Que nos corre no corpo,
Que deixaram os pais?...

Parecemos uns vermes,
Uns caracóis.
Só restam paredes,
E covas bem fundas,
Onde iremos parar.


Nem sinos a rebate,
Tocam nas igrejas!...
Ó cemitério
De palácios reais!...


Ovar, 1 de Maio de 2013, 20h58

Joaquim Luís M. Mendes Gomes
[ex-alf mil, CCAÇ 728, (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66]

________________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11493: Blogpoesia (334): Regressei da Guiné (Joaquim Luís Mendes Gomes)

6 comentários:

JD disse...

Caro Mendes Gomes,
É exactamente como referes, resultado de políticas criminosas prosseguidas desde a longinqua data da revolução, conduziram-nos ao estado actual de penúria, dependência externa, e perda da soberania.
O que sobra do sopro de vida do 25 de Abril? a liberdade de expressão, por vezes condicionada, e uma reminiscências do estado social muito desbaratado.
E essas políticas são tão mais criminosas, quanto já conduziram ao passamento de pais e filhos vítimas da humilhação e do desespero.
A apatia popular, está mais que provado, só conduz à exploração infame, e ao cada vez maior enriquecimento de uns poucos, versus o empobrecimento ignóbil ditado à maioria.
Passe a publicidade, eu aderi a uma associação onde se pratica a cidadania popular, democrátrica e apartidária, legalizada e em expansão desde Dezembro nacional, a APRe! - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, pois creio que só um movimento democrático, apartidário, e organizado, capaz de grangear prestígio para congregar os cidadãos deste ´País, poderá mobilizar as pessoas de forma a pressionar os governos à prossecução do Interesse Público, e ao estabelecimento de um quadro legislativo simples, pelo qual os cidadãos possam fiscalizar e controlar os actos dos políticos, em atitude de cidadania participativa, e com vista à regeneração e decência das relações entre os portugueses.
A apatia e o conforto do sofá podem distrair-nos dos problemas pendentes dos créditos por pagar, dos impostos exagerados, do cada vez mais escasso rendimento salarial ou das pensões, mas só nos agrava a situação pela continuação do esbulho mais que incompetente, organizado.
Se a situação a que chegàmos resulta de políticas inapropriadas e de traição, será politicamente, e pela mobilização geral que conseguiremos inflectir o caminho, e enveredarmos por uma necessária e urgente educação cívica e solidária.
Penso eu de que...
Abraços fraternos
JD

JD disse...

Leia-se desde Dezembro passado, em vez de desde Dezembro nacional.
Esta maioria dá-me cabo da cuca. Mas ainda tenho bom tiro, tanto de pontaria, como instintivo. Preciso é de óculos.
Peço desculpa por não ter feito a revisão ao texto.
JD

JD disse...

Outras virtudes do tal mecanismo simples de fiscalização e controle popular sobre os actos políticos, consubstanciar-se-á pelo estímulo à participação cidadã, por um lado, e pela prevenção/dissuasão dos corruptos, que sentiriam uma malha apertada, e seriam severamente responsabilizados. Esse mecanismo, claro, implica a simplificação do direito, sem as maningâncias de recursos, prescrições, inimputabilidades, etc.
Tudo simples, garanto-vos.
JD

JD disse...

Caro Mendes Gomes,
É exactamente como referes, resultado de políticas criminosas prosseguidas desde a longinqua data da revolução, conduziram-nos ao estado actual de penúria, dependência externa, e perda da soberania.
O que sobra do sopro de vida do 25 de Abril? a liberdade de expressão, por vezes condicionada, e uma reminiscências do estado social muito desbaratado.
E essas políticas são tão mais criminosas, quanto já conduziram ao passamento de pais e filhos vítimas da humilhação e do desespero.
A apatia popular, está mais que provado, só conduz à exploração infame, e ao cada vez maior enriquecimento de uns poucos, versus o empobrecimento ignóbil ditado à maioria.
Passe a publicidade, eu aderi a uma associação onde se pratica a cidadania popular, democrátrica e apartidária, legalizada e em expansão desde Dezembro nacional, a APRe! - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, pois creio que só um movimento democrático, apartidário, e organizado, capaz de grangear prestígio para congregar os cidadãos deste ´País, poderá mobilizar as pessoas de forma a pressionar os governos à prossecução do Interesse Público, e ao estabelecimento de um quadro legislativo simples, pelo qual os cidadãos possam fiscalizar e controlar os actos dos políticos, em atitude de cidadania participativa, e com vista à regeneração e decência das relações entre os portugueses.
A apatia e o conforto do sofá podem distrair-nos dos problemas pendentes dos créditos por pagar, dos impostos exagerados, do cada vez mais escasso rendimento salarial ou das pensões, mas só nos agrava a situação pela continuação do esbulho mais que incompetente, organizado.
Se a situação a que chegàmos resulta de políticas inapropriadas e de traição, será politicamente, e pela mobilização geral que conseguiremos inflectir o caminho, e enveredarmos por uma necessária e urgente educação cívica e solidária.
Penso eu de que...
Abraços fraternos
JD

antonio graça de abreu disse...


Comentário do filósofo chinês Zhuang Zi (369 a.C.-286 a.C.). Depois de Lao Zi, o autor do Tao Te Ching,é a figura mais destacada do taoísmo filosófico. Desenvolveu o taoísmo dando-lhe uma extraordinária originalidade e vigor dialéctico utilizando, numa linguagem incomparável, a inteligência, a irreverência, a ironia:


“Aqueles que afirmam existir o correcto e o justo sem o seu correlativo, o incorrecto e o injusto, ou o bom governo sem o seu correlativo, o mau governo, não compreendem os grandes princípios do universo nem a essência de toda a criação.Como se pode falar da existência do Céu sem se referir a existência da Terra,
ou do princípio positivo sem se referir o princípio negativo? No entanto, ainda há pessoas que continuam estas intermináveis discussões.Essas pessoas ou são loucas ou são ingénuas.”

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“O universo, como tal, é a expressão do absoluto.Tudo muda ao longo do tempo, no decurso da evolução, de acordo com o que começa e com o que acaba. A ciência ensina que as coisas mudam de aspecto e que o absoluto se transforma em relativo.Esbate-se por isso a distância entre grande e pequeno, entre o que vem antes e o que vem depois, numa cadeia que não tem fim.”

E apareçam para o lançamento do meu
16º livro, quinze deles com a China
lá dentro. O meu único livro que não tem China foi escrito nos meus anos a.C., ou seja "antes da China" e chama-se Diário da Guiné, de 1972 a 1974.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Esse famoso filósofo taoísta também teve odireito de errar...para além de todas sábias afirmações...
Vivemos no momento que passa...e é esse que temos de resolver. Não faz sentido a lei do fatalismo.

Muitas venturas para o teu 16º livro...
Um abraço
JLMG