segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10939: Memória dos lugares (205): Olossato, anos 60, no princípio era assim (1) (José Augusto Ribeiro)

1. Em mensagem do dia 1 de Janeiro de 2013, o nosso camarada José Augusto Ribeiro (ex-Fur Mil da CART 566, Cabo Verde (Ilha do Sal,  out 63/  jul 64) e Guiné (Olossato), jul 1964/out 65), enviou-nos algumas das suas fotos que documentam o nascimento do quartel onde passaria uma boa parte do tempo da sua comissão de serviço:


MEMÓRIA DOS LUGARES 

OLOSSATO - O princípio


Foto 94 > > Olossato > Entrada do quartel

Foto 95 > Olossato > Hastear de Bandeira

Foto 98 > Olossato > Obras na pista de aterragem

Foto 100 > Olossato > Um DO na pista do Olossato

Foto 105 > Olossato > Casa dos Sargentos

Foto 106 > Olossato > Construção de abrigos

Foto 107 > Olossato > Construção de abrigos

Foto 108 > Olossato > Construção de abrigos

Foto 109 > Olossato > Construção de abrigos

Foto 113 > Olossato > Construção de abrigos

Foto 114 > Olossato > Construção de Abrigos

Foto 115 > Olossato > APSICO - Convívio com a população

Foto 116 > Olossato > APSICO - Convívio com a população



2. Recorde-se o trajeto do José Agusto Ribeiro por terras de África:

(i) Pertenceu a CArt 566, como Furriel miliciano atirador de artilharia, e esteve no Olossato cerca de 10 meses (dez 64/ out 65);
(ii) Nasceu em 1939, na Lousã;
(iii) Partiu em 8 de Outubro de 1963, no T/T "Ana Mafalda", com destino a Cabo Verde, Ilha do Sal, mas com passagem por Bissau;
(iv) Dez meses depois, a CART 566 embarca. no velho navio de guerra "Lima", a 25 de Julho de 1964, com destino à região do Óio (Biossorã);
(v) Conhece pela primeira vez a G3, em Bissau, e treina na carreira de tiro, antes de cir de férias a Portugal;
(vi) Em dezembro, a companhia vai para o Olossato;
(vii) Saída do Olossato no inicio de Outubro de 1965 e ida, de novo, para Bissorã;
(viii) Embarque a 7 de Outubro de 1965 erm Bissau com destino a Lisboa, no navio "Niassa", com a 3 de Novembro.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P10919: Memória dos lugares (204): Os meninos do Xime, do tempo da CART 3494 (1972/73) (José Carlos Mussá Biai)

7 comentários:

Luís Graça disse...

Um anónimo, que não se identificou, diz que a aeronave da foto 100 não é um DO [, Dornier 27,] mas um Auster D-5. Os entendidos da FAP que nos ajudem...

Luís Graça disse...

Obrigado ao leitor anónimo, mas o anonimato não é (nem pode ser) permitido nesta caixinha de comentários... Certamente foi lapso... Luis Graça, editor.

Rogerio Cardoso disse...

Exactamente José Ribeiro, é uma Auster e não uma DO 27.
Rogerio Cardoso

Tony Borie disse...

Olá José Augusto Ribeiro
Os abrigos, são os que eu conheci nas minhas visitas de fim de mês ao Olossato, em 1964/6, e iguais aos que começámos a construir na parte sul do aquartelamento em Mansôa, embora em Mansôa, não tivessem duas carreiras de troncos de palmeiras no telhado, questão esta que cheguei a pôr em Mansôa, pois tinha visto em Olossato, e entendia que deviam de ser mais seguros.
Um abraço, Tony Borie.

José Botelho Colaço disse...

Por o que vejo de fotos de vários aquartelamentos não era só no Cachil Ilha do Como que havia o forte apache fortaleza de troncos de palmeiras a coisa parece que era bastante vulgar para protecção das tropas portuguesas, sem esquecer os bidões de gasolina cheios de terra.
Um alfa bravo Colaço C.caç. 557 Cachil 1964.

Luís Graça disse...

O "forte apache", do nosso imaginário infanto-juvenil!...

São importantes estas descrições e estas fotos para a malta saber como tudo começou... A pá e pica!...

É uma "gesta heróica", e ao mesmo um "verdadeiro suplício de Sísifo"... Quase todos os nossos aquartelamentos e destacamentos tiham um ar inacabado, de "obra de Santa Engrácia"... Houve uns pioneiros que cortaram palmeiras e fizeram os uns tantos abrigos... Depois veio uma segunda companhia que foi melhorando a segurança e o conforto das instalações...

No princípio da guerra (1963/64), por certo que não havia o BENG 447, o batalhão de engenharia do meu tempo, ou este não chegava para as encomendas... O Zé Soldado era lenhador, carpinteiro, caboqueiro, predreiro, trolha, e por aí fora... E continuou a sê-lo até ao fim da guerra, mobilizado pela o programa reordenamentos... Uma tarefa ciclópica de que temos falado pouco, aqui no nosso blogue... Cachil, Gandembel, Mansambo, Guileje... são outros aquartelamentos cuja construção está relativamente bem documentada...

Bispo1419 disse...

Foto 105> Olossato> Casa dos sargentos:

Meu caro camarada J.A.Ribeiro:

Conheci mais ou menos bem o Olossato. A minha CCaç.1419 esteve colocada em Bissorã (out/65-out/66) e participou em variadas ações com as tropas do Olossato
No mês de Julho de 1966 coube ao meu GComb. a guarda de uma ponte recém construída na estrada Bissorã-Olossato, entre Maqué e Olossato mas mais perto desta última povoação.
Enfiado num "bunker" junto da ponte, saía de lá muitas vezes para ir almoçar à messe dos sargentos do Olossato. Antes do pôr-do-sol regressava ao bunker.

Olho para esta foto e relembro muitos momentos passados nesta casa, em convívio com os furrièis da CCaç.816.
Lembro, por ex., o "estardalhaço" que regularmente se gerava no bar, após o almoço, a beber e a cantar, ou melhor, gritando as canções que iam saindo dum gira-discos. Penso que a janela à esquerda da foto era uma janela do local onde estava o bar.
Naquela altura a mais batida de todas as cantigas era a "Quero que tudo vá p'ró inferno" de Roberto Carlos. Inesquecíveis os momentos vividos, com as gargantas mais ou menos berrando, a entoar como que num espasmo "e que tudo o mais vá p'ró inferno!":

"Não suporto mais / você longe de mim
Quero até morrer / do que viver assim
Só quero que você / me aqueça neste inverno
E QUE TUDO O MAIS VÁ P'RÓ INFERNO!"

Um abraço
Manuel Joaquim