quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Guiné 63774 - P10791: As nossas queridas enfermeiras paraquedistas (31): "É a Céu!", diz a Rosa Serra... Quanto ao resto, "tudo foi possível naquelas terras de África"...

1. Mensagem enviada ontem, pela nossa camarada Rosa Serra, ex-Alferes Enfermeira Paraquedista, BCP 12, Bissalanca, BA12, 1969:

Boa Noite,  Luis

Acabo de ver o mail que me enviou (*) e o Jorge Narciso tem razão, é realmente a enfermeira identificada por ele, [,a Céu].Tanto ela como eu estávamos lá nessa altura. A foto da enfermeira dentro do DO penso que não é da mesma evacuação mas também pode ser por estar desfocada, não sei...! 

Sobre se era possível levar feridos no cockpit,  ou seja na cadeira ao lado do piloto, por vezes acontecia; se o estado do ferido o permitia, se as duas macas estavam ocupadas e não houvesse mais feridos a evacuar naquele momento. Mas houve outras excepções. Há um caso que está descrito por mim que, se tudo correr bem virá a público um dia, que não se enquadra em nada do que acabo de dizer. 

Tudo foi possível naquelas terras de África. 

Aproveito para desejar um Bom Natal e que todos entrem no novo Ano, cheios de Esperança. (**)

Um abraço Rosa Serra

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Notas do editor:

(*) (...) "Camaradas: O melec Jorge Narciso (que é deste tempo , 69/70) diz que é a Céu, a enfermeira pára que está de costas (a 3/4) junto ao DO 27, nº 3331... Que me dizeis ?

Por outro aldo, perguntei ao Jorge (e pergunto a vocês): Em caso algum, por razões de segurança, vocês levavam feridos "feridos", civis ou militares, no cockpit, ao lado do piloto, fosse na DO 27 fosse no heli... Certo ? Confirmam ?

Expliquem-me lá então o que é que faz o "passageiro" da foto, no assento do co-piloto ou do melec, e que me parece um civil (ou então um guerrilheiro), com um gorro típico, guineense ? Os pilotos e melec da FAP andavam sempre impecavelmente fardados, é essa imagem que eu retenho deles... É impensável o homem do gorro ser um piloto ou um melec... Abraços/beijinhos. Luís (...)

(**) Último poste da série > 9 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9168: éu Cerimónia de homenagem e comemoração dos 50 anos de incorporação das primeiras Enfermeiras Paraquedistas na Força Aérea Portuguesa (Miguel Pessoa)

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Luís Graça,
Quanto à pergunta “… … vocês levavam feridos "feridos", civis ou militares, no cockpit, ao lado do piloto … …” claro que normal não era, mas por vezes as normas eram ultrapassadas. Recordo pelo menos uma evacuação à ZOP’s (Zona de Operações) em que estando as duas macas já ocupadas e havendo mais um ferido, com a anuência do piloto, sentei-o no meu lugar. Eu ocupei o espaço disponível ora ajudando a enfermeira, ora sentado/ acocorado entre as costas dos bancos dianteiros (virados para trás) e o vidro da frente do Alouette.
Tenho reparado que com alguma frequência usam o termo melec quando se referem aos 1º Cabos Especialistas tripulantes das aeronaves, o que não é correcto. Como o Jorge Narciso já esclareceu e eu complemento: MELEC são as iniciais de Mecânico Electricista e quem normalmente fazia as evacuações, eram os MMA – Mecânicos de Material Aéreo.
Os MELEC (vulgo electricistas) tinham outras missões. No Heli do Com-Chefe o lugar do Mecânico de voo era ocupado por um electricista. Se na missão ia um segundo aparelho este já levava, por vezes, um MMA. Este procedimento, não sendo rígido, era também utilizado noutros voos VIP. No Heli-canhão o lugar do atirador era ocupado por um MAEQ ou MARME – Mecânico de Armamento e Equipamento.
Sugiro que, se assim o entenderem, acrescentem estas siglas à vossa lista.
Um Abraço
Simão Santos Amaro
Ex. 1º Cb Especialista MMA / Al III (“Canibais” 1971 – 73)