sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10345: O PIFAS, de saudosa memória (12): Excerto áudio... (Tony Sacavém)



Extrato de uma crónica do PFA - Programa das Forças Armadas. Texto atribuído a Júlio Montenegro. s/d [Julho de 1969? junho de 1971 ?]. Excerto áudio enviado por Tony Sacavém. 

Vídeo (4' 05'') disponível em You Tube > Nhabijões. Edição do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2012).

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Tony Sacavém,


De: Tony Sacavém [ an_ter_bar@hotmail.com ]

Data: 6 de Setembro de 2012 01:18

Assunto: Blogue - Pifas


As minhas saudações.

Andando eu a pesquisar na Internet algo sobre a Guiné portuguesa, eis que apareceu a tua página. Tanto li e reli as várias insertas no Google que foi com surpresa que de repente figurou o meu nome como fazendo parte da equipa de 70/72, [do PFA].

Tenho fotos da altura e também de um jantar de confraternização nos anos 80. Junto em anexo um pedaço de uma gravação que,  se foi para o ar na sua totalidade,  foi porque nesse dia a censura estava de folga. Parte do texto é da autoria do Júlio Montenegro, nome que creio não está referido, e que foi alguém que me ensinou muito sobre como escrever textos radiofónicos.

Qualquer esclarecimento sobre a história do PFA,  estás à vontade. Por exemplo, o criador do boneco [, o PIFAS,] sempre o conheci pelo nome de Jorge Henrique. Penso que exercia as funções de desenhador junto com o José Avelino. Tinham ambos o curso da Escola António Arroio.

E mais não digo... (como se dizia nos autos da tropa)

Tony Sacavém


2. Comentário de L.G.:

Tony, obrigado pelo envio deste preciosidade... Estamos mesmo interessados em conhecer melhor a história do PFA, de saudosa memória. Por exemplo, não sabíamos que o jornalista, realizador, produtor e apresentador de rádio e televisão Júlio Montenegro tinha feito parte da equipa do PFA. 

Gostaríamos também de te convidar para integrar esta comunidade virtual dos amigos e camaradas da Guiné. Se aceitares, manda-nos, de acordo com as nossas regras bloguísticas, uma foto do teu tempo de tropa e uma atual. E conta-nos algo mais sobre o teu tempo no PFA - Programa das Forças Armadas... Com quem trabalhaste ? Quando ? Donde vieste ? O que fizeste depois da passagem á peluda ?... Queres contar-nos algo mais ?... Por enquanto blogar não paga imposto à Troika... E já agora, de que data é o programa ? Julho de 1969, pela referência à alunagem da Apolo 11 ? De que são as vozes que se ouvem ? 9 de junho de 1971, a avaliar pela notícia da flagelação de Bissau com um ou mais foguetões 122 mm, por volta das  21h45  ? 

Um grande Alfa Bravo (ABraço).
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 26 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9666: O PIFAS, de saudosa memória (11): Também havia relatos da bola, em março de 1970... (Arménio Estorninho)



7 comentários:

Henrique Cerqueira disse...

Caro Tony Sacavém
Foi delicioso ouvir este pedaço de gravação do PIFAS.Não que me traga saudades da Guiné(militar)mas,porque me tráz saudades da minha juventude.Pois que em 69 militava com meus amigos no sonho de combate á guerra do Vietname e ainda acreditava que um dia não iria fazer parte dessas guerras sem sentido para nós.
O que mais me admirou foi ter ouvido palavras altamente proibidas na época e muito menos na rádio.Afinal aí tambem se "combatia" pela liberdade não é?
Os "Pides" eram mesmo do mais "burrinhos "que poderia haver.
Bom não me alongo mais neste comentário,só tenho a dizer .Parabéns Tony e manda mais...Um abraço Henrique Cerqueira.

Hélder Valério disse...

Caro Tony

Interessante estas informações.
O "Pifas" foi qualquer coisa de novo que apareceu na Guiné e que, em certa medida, fazia a ligação entre Bissau, onde era produzido, e o conjunto dos vários locais onde era ouvido.
Deste modo criou-se uma espécie de 'irmandade' sendo o "Pifas" o elemento aglutinador.
Acresce ainda outro tipo de constatação, derivada da indicação da alegada autoria do trabalho a Júlio Montenegro, e que é que a Guiné acabou por ser uma 'boa escola' para muita boa gente boa. Na rádio temos o Montenegro, o João Paulo Diniz, o Armando Carvalhêda, etc., muitos médicos que são hoje excelentes profissionais tiveram a sua dose de 'água da bolanha' e por aí fora.

Abraço
Hélder S.

JD disse...

Também gostei do conteúdo da gravação, que me fez regressar à saudosa juventude.
O Chefe convida o Tony a contar-nos mais estórias do PFA, convite que também pode ser dirigido ao JPDiniz, já atabancado.
Naquela época seria muito natural uuma apertada vigilância sobre o programa e os elementos que nele participavam. Não haverá coisas dessa índole para contar? coisas que nos permitam reavivar a memória, ou para contributo do conhecimento dessa retaguarda?
Como antigo frequentador daquele teatro da Guiné, também dou os parabéns aos jovens que deram tanta ligação ao mundo, aos que nos resorts e cús-de-judas eram ostracizados.
Abraços fraternos
JD

Anónimo disse...

Bom dia. Sejas bem vindo Tony Sacavém. Pelo que se consegue perceber e já sublinhado pelo Luis Graça, a flagelação a Bissau pelos foguetes aconteceu em Junho de 1971e eu bestava no QG no Centro Recetor, tinha acabado de receber via Marconi, a PRESS desse dia, seriam nove da noite.
Um abraço e espero que o João Paulo Dinis possa ajudar em relação ao contributo do Julio Montenegro. Álvaro Vasconcelos

Hélder Valério disse...

Caros amigos

Sim, é verdade, a data é realmente a de Junho de 1971.
Estava de serviço à Escuta, tinha entrado às 19:00 e o turno ia até à 1:00 da manhã.
Essa flagelação ocorreu durante o meu turno, não posso confirmar nem desmentir a hora indicada pelo Álvaro, mas tinha a ideia que seria de facto entre as 21:00 e as 22:00.

Abraços
Hélder S.

JD disse...

Camaradas,
Já agora, e porque estava em Bissau em represantação da minha Companhia, recordo que os misseis aconteceram a propósito do 10 de Junho, acho que na noite de 9 para 10.
À parte uns rastejanços nas esplanadas, umas perseguições a nenhures movidas pela PM, não vi nada de relevante. E a Sacor colonialista safou-se.
Abraços fraternos
JD

Carlos Vinhal disse...

Também confirmo a data de 9 de Junho de 1971 porque no dia seguinte também estive em Bissau - que encontrei de prevenção - com os meus camaradas madeirenses que estavam no mato há 14 meses consecutivos e que por tal tinham sido agraciados com dois dias de férias na capital da província. No dia 10 vieram 2 pelotões e na semana seguinte, se não estou em erro, vieram os outros dois.
Abraço
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira