quinta-feira, 1 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9552: Notas de leitura (338): A resposta que me veio pelo correio, quatro anos e meio depois: o livro do Idálio Reis, A CCAÇ 2317, na guerra da Guiné. Gandembel/Ponte Balana (Luís Graça)



Acima: Capa e ficha técnica do livro do Idálio Reis, que acaba de sair do prelo... e de que o editor deste blogue teve o privilégio de receber, em primeira mão, no último dia do mês de fevereiro de 2012, um exemplar autografado... O livro, brochado, tem 256 páginas. Abaixo: Dedicatória autografada.



Uma das notáveis fotografias (num total de 22), que ilustram profusamente o livro, e que foram tiradas pelo próprio Idálio Reis, documentando magistralmente o duro quotidiano da CCAÇ 2317 em Gandembel e em Ponte Balana, entre 8 de abril de 1968 e 28 de janeiro de 1969 (menos de 9 noves, o tempo para construir de raíz um aquartelamento, defendê-lo  até à morte e receber ordem para depois o abandonar...). Legenda: "Cada abrigo tinha uma única entrada e um pequeno espaço para o sentinela" (p. 82)





Reprodução da carta com que o autor fez acompanhar o exemplar do seu livro. Recorde-se que o nosso camarada Idálio Reis foi alf mil (e comandante) da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana, 1968/69, tendo publicado no nosso blogue uma notável série, a Fotobiografia da CCAÇ 2317 (19689/69), em 11 postes (*).

Na altura da publicação do último poste, em 10 de outubro de 2007, deixei escrito o seguinte:

Querido amigo e camarada Idálio:

Não há, na guerra, um fim feliz, como no cinema. Mas gostei de saber que os últimos meses dos homens-toupeiras de Gandembel/Balana permitiram-vos retemperar as forças para o regresso à Pátria, à Mátria ou à Madrasta da Pátria...

Continua a dar-nos notícias da tua/nossa gente, cuja epopeia tão bem soubeste evocar e descrever nesta fotobiografia... O teu testemunho honra-nos a todos e orgulha os editores e autores do blogue bem como todos membros da nossa Tabanca Grande.

A fotobiografia da CCAÇ 2317, escrita pelo teu punho, foi um dos momentos altos do nosso blogue. Faço daqui um veemente apelo a um editor português que arrisque publicar, em livro, esta extraordinária aventura de 9 meses no corredor da morte. Porque não o Círculo de Leitores ? (...)
A resposta, quatro anos e meio depois, e quando menos esperava, veio através do correio... Fiquei muito feliz por receber a encomenda do Idálio, com o seu livro lá dentro.  Agradeço-lhe, de todo o coração, a dedicatória e a carta que me escreveu, a mim e aos demais camaradas da Tabanca Grande. Tenho o dever de a partilhar com todos. Quanto à leitura atenta e apaixonada do livro, um "novo filho" do blogue,  essa, ficará para o próximo fim de semana. E o xicoração que o Idálio merece, esse, ficará para Monte Real, dia 21 de Abril de 2012. LG


Meu caro Luís:

Decerto,  este livro dificilmente se concretizaria se não fora a existência do blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné".

Aos que, a maior parte de nós, tiveram a desdita de se embalar [?] num perverso palco de guerra, reconhecem na lonjura dos tempos que valeu a pena o lampejo da perseverança e do querer, num propósito de congregar ex-camaradas de entrar adentro de uma porta comum, sempre aberta, para exorcizarem os seus fantasmas, dando azo à reconstituição e partilha de muitas das suas mais impressivas memórias.

Se ao blogue se aditar a premência de companheiros da minha companhia, de todo me não poderia ficar indiferente, a não tentar escrever, em formarto genérico, a história de uma crucial parte da comissão de soberania, porquanto a guardada pela instituição militar é clamorosamente contristadora.

Mas tentei escrever um livro onde explanasse os condicionalismos em que assentou esse "suplício de Sísifo",  vivido pelos de Gandembel/Ponte Balana, sob uma observação muito cuidada de António Spínola e Nino Vieira, seria sempre uma tarefa difícil de expor claramente, e que somente uma motivação muito forte poderia sobrepujar.

O tempo que demorei a escrever o livro, foi algo moroso, reconheço. Mas , à medida que ia alinhavando a narrativa, revelaran-se nosvos factos, que o blogue ou os meios de comunicação de massa devem [?] à estampa, e novas perspectivas se afloravam.

E fui absorvendo tudo isso, e contudo tem um limite, houve que lhe dar um fim,  o que me causou bastante satisfação. 


É um livro meu. E assim , terei o grato prazer  de o partilhar com todos os que manifestarem interesse na sua narrativa, desde logo na próxima festa de Monte Real. Com  grande estima e consideração, Idálio Reis. (**)


______________


Notas do editor:


(*) Vd. todo o dossiê do Idálio Reis (11 postes, profusamente ilustrados) sobre Gandembel/Balana, e que já na altura dizíamos que "merecia ser publicado em livro": 10 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2172: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/69) (Idálio Reis) (11): Em Buba e depois no Gabu, fomos gente feliz... sem lágrimas (Fim)


Último poste da série > 27 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9540: Notas de leitura (337): Guerra Colonial & Guerra de Libertação Nacional 1950-1974: O Caso da Guiné-Bissau, de Leopoldo Amado (1) (Mário Beja Santos) 

36 comentários:

Anónimo disse...

Reis amigo
O que se passou no Corredor da Morte e em Gandembel já não interessa muito aos habituais comentadores do blogue.
Enquanto tu e eu vivemos lá e estivemos diariamente,tu muito mais,debaixo de fogo,angustia e medo,levados ao extremo para sobreviver,outros cantam loas aos que nos bombardeavam quase todas as noites.Por isso deixei de me meter nestas andanças do blogue.
Anseio por ler o teu livro e espero que me reserves um exemplar que, se não antes,poderás levar para Monte Real, onde espero ainda ter lugar.
Grande abraço
Hugo Guerra

Carlos Filipe disse...

Caro Hugo Guerra e restantes amigos.

Reconheço, aceito e compreendo os motivos, os efeitos que o levaram a escrever o seu comentário.
Contudo vou expor um exercício de raciocínio na forma reversa da medalha.
Alguém hipoteticamente escreveria:
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“Caros amigos, o que se passou na Mata do Morés, e outros sítios semelhantes, e em dimensão menor em diversas tabancas, já não interessa aos comentadores da blogosfera.
Enquanto eu, guerrilheiro, combatente do PAIGC, e mais camaradas lá estivemos, diáriamente em movimento e combatendo contra um exército regular, debaixo de fogo, muitas vezes com fome, alimentando-nos só com arroz, com medo, afastados das nossas familias etç, outros cantam loas aos que nos bombardeavam, e praticavam outros actos de guerra”
----------------------------------

O certo, caros amigos, é que a Guiné-Bissau é um jovem país independente, com todos os problemas inerentes a um país jovem e subdesenvolvido devido à sua condição de colonizado durante séculos.
E nós um país europeu, integrado numa comunidade europeia; somos de facto independentes ???

Um abraço para todos e para cada um.
Carlos Filipe

Ex-CCS BCAÇ3872 - Galomaro/71

Anónimo disse...

Interessa e muito, pelo menos a mim.

Camaradas de Gandembel

Se houve um acto criminoso ignóbil em toda a guerra esse foi cometido por quem vos colocou lá,digo e assumo.
Não percebo a razão porque foram tão sacrificados, se o termo "CARNE PARA CANHÃO" se aplicou em muitos lugares, vocês Gandembelenses,estão em primeiro lugar.

A mente iluminada que decidiu colocar apenas uma companhia naquele lugar cometeu um CRIME.
Mas muito mais grave,para mim, foi a decisão posterior em mandar evacuar pura simplesmente.
Não é preciso ser perito em estratégia para verificar que aquela região era uma senão a mais importante de toda a Guiné.
O que se deveria ter feito era colocar vários aquartelamentos com várias companhias reforçadas com material pesado (artilharia, morteiros etc )de forma a evitar quanto possível a infiltração do IN.

O mesmo se poderá dizer em relação a Guilege.

Estou em sentido e em continência perante VÓS HERÓIS DE GANDEMBEL.

Um gadamaelista de um gadamael com três companhias, um pelart de obus 14,um pelt.de canhões s/r,um pelt. de morteiros 81, e dois pelt. de milicias.

UM GRANDE ALFA BRAVO

C.Martins

Torcato Mendonca disse...

Caro Idálio Reis

Parabéns por teres "trazido" o livro á luz do dia.
Não faço comparações. Conheço um pouco do viver em abrigo igual ao da foto....vidas.
Esperar por Monte Real é suplicio. Assim sendo podias dizer onde se encontra o livro á venda.
Abração,
Torcato

Anónimo disse...

Caro Carlos Filipe

Já só faltava a tua provocação do costume.

Que eu saiba,fizeste parte da tropa colonial fascista, por isso..

Sobre colocares-te na pele de guerrilheiro do paigc, nem sequer sabes o que isso é,e eles não precisam de defensores..os que ainda estão vivos sabem bem defender-se, digo isto com conhecimento de causa, pois conheci muitos a seguir ao cessar fogo, e anos depois, nas minhas visitas à Guiné.

Não quero ser ofensivo, mas conheces algum País independente, sabes o que é a globalização,sabes o que é a interdependência global.
Ao dizeres que a Guiné é um País independente e que só está numa situação de subdesenvolvimento devido aos 500 anos de colonização, é para rir ..não é.
Sabes como sobrevive actualmente a Guiné, eu digo-te, é graças aos donativos internacionais..
Também os golpes e contragolpes de estado, guerra civil,estado pária e falhado,homicídios polticos, narcotráfico..etc. 38 anos depois da independência, continua a ser tudo devido aos tais ditos anos de colonização...olha muda de "cassete", que essa já está demasiado gasta.´

C.Martins

José Botelho Colaço disse...

Força e mais forças parece ser a solução de alguns comentários.
P9527 Um guerrilheiro decidido e quase analfabeto, só teve que aprender a usar uma arma feita de acordo com as suas característica, Psico físicas, para com ela destruir uma máquina caríssima, no nosso caso paga a preço de ouro - de produção lenta e principalmente operada por um técnico cujo a formação técnico-literária é muito considerável e obtida através de um demorado processo de formação. Estamos também perante uma vantagem que os guerrilheiros conseguiram com relativa facilidade e como habitualmente,a custo zero.

Será que o Marcelino da Mata tinha razão que a guerrilha só se consegue vencer com a contra guerrilha infiltrada no seu meio?


Um Alfa bravo
Colaço.

Carlos Filipe disse...

Caro C Martins, olha que nós temos todos telhados de vidro. E se repetes esse comportamento para comigo, corres sérios riscos de os teus se partirem.

Sugiro que releias o meu coments, porque o teu "fervor" é tanto, que perdes a lucidês para uma correcta leitura.

Sobre o resto dispenso-me de participar, em tão mediocre argumentação.

Sem mais Carlos Filipe

Anónimo disse...

SR. Carlos Filipe

O Sr. não me conhece de lado nenhum,por isso nem se quer lhe admito que me ameace com o que quer seja.

Quanto aos meus comentários ou argumentos serem medíocres, é evidente que só podem ser medíocres, sendo eu uma pessoa medíocre, é lógico.

Em contrapartida, o Sr. é uma pessoa com grande craveira intelectual,extremamente culta, é lógico que todos os seus comentários são de elevada consistência substantiva e qualitativa, que jamais a minha humilde pessoa poderá alcançar.

Este assunto, para mim, termina aqui, assim como,não voltarei a fazer qualquer comentário a comentários de V.E.xa.

Passe bem.
Termino, dizendo que não lhe desejo nenhum mal.

C.Martins

Hélder Valério disse...

Caro camarigo Idálio Reis

Congratulo-me muito forte e sinceramente pela facto de teres conseguido 'dar à estampa' este livro que espero venha a constituir-se numa peça forte da educação pela memória duma faceta irrepetível da nossa história e, em particular, da saga de um punhado de 'condenados'.
Depois, fico, se me permitirem, muito satisfeito por tudo o que dizes sobre o nosso Blogue, da forma como te incentivou a escreveres a Obra, de como ele em si mesmo se constitui no 'motor' do teu trabalho, que te honra, a ti e aos teus 'companheiros de aventura', e que finalmente serviu de 'montra' para a realização final.
Aproveito este comentário, na expectativa que o leias, para te pedir que me reserves um exemplar para Monte Real, pois tenho muito gosto e interesse em adquiri-lo.

Agora, se também me permitirem, gostaria de fazer algumas observações marginais que se prendem com a minha perplexidade sobre o interesse ou das reais motivações para se fazerem, já quase por vício, comentários e/ou observações que parece serem apenas 'armas de arremesso'.

Lamentavelmente, no meu ponto de vista, claro, tenho assistido no Blogue ao aparecimento de comentários tipo "Facebook", ou seja, em se 'amandam' umas 'bujardas' para uns e para outros, muitas vezes sem qualquer aparente propósito construtivo, apenas e só para 'picar' este ou aquele, ou determinados pontos de vista.

Neste caso já li o que o C. Martins escreveu, a propósito do que o C. Filipe escreveu, a propósito do que o Hugo Guerra escreveu....

Apesar das 'diferenças', tenho dos três 'tabanqueiros' a melhor das impressões: o Hugo, homem de tempos mais antigos que os outros, é normalmente reservado, relata as suas memórias, comenta de vez em quando, sem se meter em 'polémicas' (tenho também para mim que uma polémica pode ser saudável e motor para mais conhecimentos, mas entendo que o Blogue não é o local mais apropriado para isso; O Filipe é um homem voluntarioso, de convicções fortes e que não deixa de divulgar os seus pontos de vista e/ou opiniões com toda a frontalidade, sendo certo que isso aparentemente lhe tem custado 'inimizades de estimação' que também não me parecem ser saudáveis; o C. Martins é um homem bastante interventivo em termos de comentários, que é uma coisa boa até para que os autores dos artigos percebam que estão a ser lidos, normalmente procura investir algum senso de humor no que escreve mas que tem um feitio 'impulsivo', levando-o a comentar 'a quente' e não raras vezes a ter que 'corrigir o tiro'.

"continua"....

Hélder Valério disse...

... "continuação"...

Por isto é que não compreendo o comentário do Hugo, ou melhor, a forma como o faz.

No primeiro parágrafo diz, aparentemente lamentando, que "o que se passou no Corredor da Morte e em Gandembel já não interessa muito aos habituais comentadores do blogue".
Até aqui pode-se ter várias interpretações do sentido do lamento, mas como a seguir chama à colação uma 'teoria' que vai grassando por aí, sabe-se lá com que objectivo, de que há "outros cantam loas aos que nos bombardeavam", fazendo assim coro com a ideia (perniciosa) que há 'os bons' (os 'patriotas', os 'guerreiros do império', os 'defensores da portugalidade') e há 'os maus' (que cantam loas ao IN, que sobrevalorizam o IN, que se congratulam com os êxitos(?) do IN) parece claro que o Hugo se está a referir 'aos maus' como aqueles "habituais comentadores" a quem já não interessa o assunto 'corredor da morte'.

Acho que o Hugo errou o alvo.
Os "habituais comentadores" a quem já não interessa o assunto 'corredor da morte' são, segundo o que atrás indiquei, 'os bons'. Basta ver quem se encrespa totalmente, quase a ficarem possessos, quando há referências a Guileje, Gadamael, etc. Vem logo os 'vigilantes' com a artilharia toda a dizer: "lá está outra vez Guileje, já estamos fartos, o assunto é recorrente, já está esgotado, etc." ou então aproveitam 'a onda' para mais uma vez veicularem de forma totalmente deselegante e inquisitória sobre Coutinho e Lima bolsando todo um conjunto de 'opiniões' que, como se tem dito, não nos compete a nós "julgar".

Depois o Hugo revela que é por causa das alegadas "cantadas loas aos que nos bombardeavam" que deixou de se "meter nestas andanças do blogue". Pessoalmente, muito sinceramente, lamento! E lamento porque compreendo que certas 'coisas' que por aqui vão aparecendo e vão passando podem de facto induzir a esse tipo de atitude, a esse 'fartum', mas, também pessoalmente, não me parece que "deixar de se meter nas andanças" seja uma boa solução, até porque o que parece ao Hugo, não me parece a mim, e até acho que muito do que tem vindo a ser criado como atritos não terá intenções muito ingénuas, são peças que acabam na prática por atingir o seu objectivo e que, mais uma vez quanto a mim, é exactamente o de enfraquecer o Blogue que, sem atinar muito bem porquê, parece incomodar...

O Hugo continua depois com uma observação que pode ter 'várias leituras', pois ao pedir reserva do livro ao Idálio diz que o pode levar para Monte Real "onde espero ainda ter lugar".
Bem, aqui, podemos pensar que o Hugo se esteja a referir à possibilidade de já 'não haver vagas', coisa que todos sabemos que nunca se colocou e que neste momento, à distância a que se está do Encontro, não tem cabimento. Portanto, a 'dúvida' lançada só pode ser do foro íntimo, do foro interno, considerando que eventualmente, na linha de pensamento de alguns que já vi por aqui escrito, de forma negativa de que "este não é o meu Blogue", ou de forma afirmativa quando as coisas vão mais ao jeito "este sim é o Blogue que eu gosto", o Hugo pondera a possibilidade de não estar presente por "não identificação".

Mais uma vez, lamento. E lamento porque o Hugo é importante, é um dos 'velhinhos', é uma imagem viva do que muitos de nós passámos e porque entendo que o sentimento que parece assaltar-lhe neste momento não tem cabimento. É a altura de 'cerrar fileiras', de nos unirmos porque a vida está aí cada vez mais difícil e as divisões são perniciosas.
Todos temos o dever de não contribuir para a divisão e tudo fazer para nos tornarmos mais coesos e mais solidários.
Peço-vos para haver 'moderação' no teor e no 'tom' dos nossos comentários.
Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

O nome de Gandembel e Ponte Balana,o que lá se passou e sofreu,os heróicos militares que tudo aguentaram,cumprido ordens incríveis,com alguns militares profissionais a abandonarem "o barco" por näo aguentarem a tormenta, merecem outro tipo de comentários.Os pequenos egos,e as opiniões políticas de alguns têm o valor que têm perante tudo o que lá se passou de heroísmos vários. Em companhia de outros membros deste blog seríamos dos que mais próximos de Gandembel estávamos e muitas vezes lá fomos levar géneros e municöes.Um grande abraço ao Idálio Reis e um abraço muito especial ao meu Amigo Hugo Guerra.

Anónimo disse...

Caro camarada Hélder Valério

Obrigado pela psicanálise feita à minha pessoa.
Há bloguistas, tenho que o dizer, que não entendem o espírito do blogue, que é tão só o convívio virtual entre ex-combatentes na guiné.Aqui, no meu ponto de vista, não se pretende ser a favor ou contra nada, muito menos debate político,só que alguns assim não o entendem.
Nunca pretendi ofender nem mudar a opinião de ninguém, seria ridículo
da minha parte.

Sobre errar o tiro, quantas vezes meu caro, não só como artilheiro como ao longo da minha vida,mas quando acerto ninguém me obriga a corrigi-lo muito menos sobre ameaça, aí, então, sou intratável.

Um alfa bravo
C.Martins

Luís Graça disse...

Meus caros Carlos Filipe e Caria Martins:

Termos como "colonial-fascista" e "narco-Estado" são ofensivos e não se coadunam com o espírito do blogue...Nem este espaço de comentários pode ser utilizado para a troca de insultos pessoais...

Recordo, mais uma vez, as nossas regras... Quem não as quiser aceitar, vai ter que ir blogar para outro sítio...

Um alfa bravo. Luís Graça.

______________


(...)
iv) carinho e amizade pelo nossos dois povos, o povo guineense e o povo português (sem esquecer o povo cabo-verdiano!);

(v) respeito pelo inimigo de ontem, o PAIGC, por um lado, e as Forças Armadas Portuguesas, por outro;

(vi) recusa da responsabilidade colectiva (dos portugueses, dos guineenses, dos fulas, dos balantas, etc.), mas também recusa da tentação de julgar (e muito menos de criminalizar) os comportamentos dos combatentes, de um lado e de outro;

(vii) não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da actual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo); (...)

Juvenal Amado disse...

Não querendo pôr-me em bicos dos pés e que o termo "comentador do costume" também me é dirigido, pois seria pretensiosismo da minha parte, julgar que também sou um dos visados. Lamento que o simples lançamento do livro sobre a vida de homens como nós, que se viram confrontados com a morte muito mais vezes que a maioria, tenha sido usado como arma de arremesso mandando recados para dentro do blogue.
É assim que normalmente têm começado. "fala-se em alhos e logo vão buscar os bugalhos". Por outras palavras os fantasmas saiem dos armários.
Não sei em que categoria estou inserido, já que os comentadores estão divididos em duas.
Eu nunca defendi o IN, embora tenha sempre defendido o direito à autodeterminação dos povos. Nunca disse que eles eram mais valentes que nós e se defendo, que a nossa permanência nos território tinha os dias contados, é por achar que tal era insustentável para o nosso país, pois uma guerra de guerrilha nunca se ganha. Ela começa por razões muito profundas, que em tempo útil não foram resolvidas antes dela começar e depois já não tem volta.
Será cantar loas ao inimigo aceitar, que escritores sejam publicitados no blogue, embora alguns escrevam coisas que não nos agradam como combatentes? Não publicar torna impossível refutar o que nesses livros se diz e proibir, torna-nos em censores da livre escolha dos outros, sobre o devem gostar ou não gostar.
Devemos aceitar esconder verdades e por outro lado aceitar algumas inverdades, se umas e outras estão mais de acordo com a posição de cada um?
Meus amigos e camaradas a guerra começou por motivos errados e nós também a estamos a discutir muitas vezes de forma errada. Penso que há demasiadas ideias pré concebidas, o que leva a que muitos comentários sejam feitos, espelhando pouca coisa referente ao que os motivou.
Mas o que interessa é mais um livro em que um homem sério, que conheci pessoalmente ainda que forma passageira, aparece para deixar para a posteridade, o que foram os sofrimentos e valentia das nossas gerações.
Um abraço ao Idálio Reis extensivo para todos e até Monte Real.

Juvenal Amado

Anónimo disse...

Caros Camaradas e Amigos. Continuo a julgar que o lançamento deste livro merece um outro tipo de comentários menos centrados nos subjectivismos de cada um (sempre muito relativos),frente à importância factual da obra para um verdadeiro entendimento, por parte dos que lá não estiveram, do que foram os sacrifícios heróicos dos nossos militares na Guiné.----- Caro Camarada Hélder Valério.Acompanho desde há muito as tuas sensatas intervencöes neste blog reconhecendo sempre o louvável interesse em serem obtidos consensos a bem de todos,e não menos,a bem dos objetivos básicos desta "Tabanca".Sentindo que entre Camaradas que se estimam e respeitam deverá sempre haver uma lealdade frontal ,quero dizer-te que o teu vasto e abrangente comentário aparenta(!) um pouco de paternalismo na análise,conclusões e tom.Os ojectivos seräo bons,mas paternalismos,mesmo quando só aparentes(!),levam a associacöes menos felizes com... condescendencias. Um abraço.

Unknown disse...

Caro Luís Graça, restantes editores e amigos;

“...Termos como "colonial-fascista" e "narco-Estado" são ofensivos e não se coadunam com o espírito do blogue...Nem este espaço de comentários pode ser utilizado para a troca de insultos pessoais...” , escreveu L Graça.

Aquelas designações, não foram por mim expressas e particularmente no meus 2 coments, neste P9552.
No meu segundo coments, não escrevi nenhum insulto pessoal. Só expressei, por linguagem (até utilizada pela intelectualidade da nossa sociedade) a existência de contradições e incorrecções anteriormente expressas. Com relação às designações políticas (que, repito, não foram aqui particularmente, utilizadas por mim) terei em consideração futuramente, mas vai obrigar-me a encontrar expressões alternativas às utilizadas por historiadores, pensadores políticos e militares portugueses e outros bem conhecidos.

Educação; princípios; honestidade; liberdade de expressão e pensamento, são valores que os respeito e procuro tê-los. Mas o “politicamente correcto” ou ambiguidade expressiva, para mim, são atentados ao pensamento e honestidade intelectual de uma pessoa.

Por outro lado, tenho para mim, que o orgulho, a honra, a verticalidade, os valores de um (ex)militar, passa por reconhecer e expressar também , a coragem, a capacidade combativa, as qualidades e a honra dos que neste caso foram, seus inimigos em cenário de guerra.

Estas linhas, caros amigos, deve-se que a observação, naturalmente reconhecida, aceite e oportuna de Luís Graça, foi pública.

Nunca aqui no ‘Blog Tabanca Grande’ exerci qualquer tipo de critica pessoal, ofensa, a qualquer ex-combatente (individualmente) ou à sua actuação, enquanto tal, durante a sua permanência na Guiné.
Fiz sim, quando no meu entender, eram erróneas as concepções, interpretações, ou supostas verdades dos factos ou da história, que foram (ou são) escritas.

Um abraço para todos e para cada um.
Carlos Filipe
Ex-CCS BCAÇ3872 – Galomaro/71

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Não era minha intenção voltar aqui a comentar, até para não 'fulanizar' as intervenções mas (há sempre um 'mas') no entanto, vou fazê-lo procurando ser muito curto e focando-me em três aspectos.

O primeiro tem a ver com o C. Martins: tal como entendo encontrar senso de humor das maioria das tuas intervenções, espero que tenhas encontrado o mesmo (à minha maneira) sobre a 'psicanálise à tua pessoa', pois deixo essas áreas a quem é do mister. Quanto à 'correção do tiro' tinha também a ver com a utilização de uma linguagem que, penso, te seria cara. Tirando esses dois aspectos, para aligeirar, o essencial do que queria dizer, está lá!

O segundo aspecto tem a ver com a justa observação do Zé Belo. Estive a ler com atenção e de seguida, o que escrevi (reparem que o que saiu foi à 1.45 da madrugada) e reconheço que pode haver uma 'leitura do mesmo' que o cole a atitudes paternalistas. Não era, nem é, essa a intenção, apenas procurei ser o mais explícito possível numa linha de, reconheço também, 'politicamente correcto'. Sei, por formação, e por 'aprendizagem' que os 'conciliadores' são os que 'levam porrada de todos os lados'. Já houve um 'bloguista' que me chamou de 'conciliador' ou 'conciliador-mor' já não me lembro bem, mas na realidade o que pretendo é 'fazer diplomacia', ou seja, manter 'portas abertas', nem que seja apenas uma única...

A terceira questão é para afirmar, 'alto e bom som' que o que é importante é o livro do Idálio, as histórias nele contidas, o que isso pode representar para um melhor e mais profundo conhecimento do que foi a verdadeira 'saga de Gandembel' (se houvesse engenho e arte e dinheiro podia-se fazer um filme com dramatismo intenso à semelhança de algumas coisas que já vi sobre o Vietnam), o facto de ficar agora gravado em letra de forma, ao alcance do conhecimento de quem quiser, o que foi uma fase bem dramática da vivência de um punhado de homens durante a guerra colonial, particularmente na Guiné, aos quais se pode muito bem colar a palava "heróis"`.
É sobre esse livro, o seu esperado conteúdo e a oportunidade da saída do mesmo que fico aguardando mais comentários.

Abraços
Hélder Sousa

João Carlos Abreu dos Santos disse...

Idálio Reis, Caro Amigo,
Expresso por este meio o m/agradecimento, pela sua partilha pública de tão sofridas "Memórias de Guerra", certo de que me acompanham, neste propósito, inúmeros outros veteranos da guerra no Ultramar.
Forte abraço, do
Abreu dos Santos

Henrique Cerqueira disse...

Caro Idálio Reis
Parabéns pela publicação do teu livro.
Não tive ainda o prazer de te conhecer pessoalmente.Também não conheço ainda o conteúdo do teu livro
No entanto penso que seria interessante que se comentasse o que deu origem ao título do teu livro e segundo o meu pensamento já haverá muita matéria de "discussão".É que normalmente que escreve livros depois tenta escolher um título por diversos motivos.Tais como interesse comercial,sentimental e outros.
Quanto a mim o título do teu livro quase que conta toda a estória do mesmo.É que ao titulares o livro de « Corredor da Morte» « Porquê- Para Quê». Deixas Interrogativas que quanto a mim deita por terra muitos conceitos que fomos adquirindo estes anos todos.
Honestamente este meu comentário é intencionalmente dirigido a todos os camaradas interessados na discussão deste tema.
Um abraço ao Idálio e restante tertúlia.
Henrique Cerqueira

Anónimo disse...

Olá Camarada
Nunca estive nesses dois sítios, mas vi passar e hospedei em Cacine, a malta das duas companhias: a vossa e a do cap. Ivónio Vasconcelos com destino a Mejo (suponho). Depois, foi a "Operação Bola de Fogo" e aqueles tempos que só acompanhei de longe. Creio que um dos vossos alferes que veio a morrer com uma pedrada projectada por um fornilho, dormiu no meu quarto. Onde posso obter o teu livro?
Obrigado
Um Ab.
António Costa

Anónimo disse...

Idálio

Que grande porra!
Sai um homem da sua toca para mostrar coisa de produção própria, e oferecer exemplar disso ao chefe da Tabanca que muito justamente dela fala de imediato e…de imediato, Aparecem uns canaradas que só não estragam a festa porque para a estragarem teriam de ser mais construídos na parte da razão, e menos na cagança de um fervor qualquer que lhes perturba a mente e as mãos no teclado.
Repara!
Não estou a dizer que não seja boa gente, essa que de imediato sborra a intenção da notícia afobada na necessidade de saltar ao mínimo sinal do que lhes parece um anti-patriotismo. Era assim a censura que conhecia nesse tempo das nossas memórias. O diabo do lápis riscava muitas vezes sem qualquer lógica nem mesmo na dos chefes que queriam um País bucólico e sem rasgos de audácia espiritual.
Os que assim reagem não serão, certamente, pessoas e cidadãos melhores ou piores do que os outros que respiram por aí. Contudo, até pelo respeito que a tua obra deve merecer, deveriam ser mais comedidos nas afirmações porque, se contrastadas com o quadro geral, acabam vazias, pueris e inúteis.
José Brás
(continua)

Anónimo disse...

(continuação)
Que necessidade tem o Hugo Guerra (um dos mártires), por exemplo, de aparecer com aquela “O que se passou no Corredor da Morte e em Gandembel já não interessa muito aos habituais comentadores do blogue….. outros cantam loas aos que nos bombardeavam quase todas as noites”.
Não poderei dizer com justiça quem são esses habituais comentadores, e ainda menos que teçam loas aos que “nos bombardeavam quase todas as noites”.
Poderei dizer, sim, é que tal afirmação carece de um mínimo de razoabilidade e que, tais bombardeadores (sic), eram mais ou menos 5.000 contra 40.000; passavam e sofriam ainda mais do que nós naquela vida de mato atacando quartéis e emboscando; morrendo mais do que nós porque, tocando a fogo, não éramos poupados nem na quantidade nem na qualidade da resposta; mantendo uma guerra há já vários anos e nos dando água pela barba a estes heróis que éramos. Eram valorosos e tinham um objectivo que achavam justo (e eu também acho) e talvez que por isso, se ultrapassassem a si próprios.
E se não quiséssemos reconhecer essa verdade, não seria grande, nem a glória, nem o reconhecimento da Pátria que reclamamos com frequência.
Mas não menos valorosos eram e foram os nossos soldados. Os que como o Idálio, o Hugo, o Branquinho, estiveram no corredor da mortenaquele tempo, os que lá estiveram antes e os que estiveram depois. E talvez mesmo mais valorosos porque não tinham essa causa pela qual quase todos os homens aceitam a luta e a morte, que é a de defender a sua casa ou o seu País, mas que, ainda assim, suportaram o que o Idálio há-de ter documentado no seu livro e muitas outras coisas que podem ser documentadas ou não.
A minha Companhia teve o seu primeiro morto em 67, o Furr. Miliciano João Girão de Lemos, mais ou menos por ali. Por ali ou um pouco mais adiante mas sobre o corredor, mais mortos tivemos depois. Eu próprio estive por um triz para ir para Gandembel com a Companhia 1613 e “salvou-me” disso o valor e a rectidão do Cap. Corvacho que não aceitou que outro Fur. de Transmissões acompanhasse o que tinha na sua Companhia.
Na espera de integrar uma coluna para Gadamael-Porto e seguir para Bolama onde deveria estar a minha Companhia que inaugurou ali um chdo Centro de Recuperação e que já não via há um mês, vivi em Guiledje e de perto os primeiros tempos do “vai-vem” das colunas Guiledje-Gandembel, o som dos tiros e o ribombar dos rebentamentos nas emboscadas do caminho e nos ataques ao acampamento. Por vezes, tal som chegava a Guiledje como uma onda sonora sem que se conseguisse separar explosão de explosão.
Durante a noite, imaginando aquela malta sem paliçadas, ainda sem abrigos, com arame farpado escasso, sob aquele fogachal, pensava:-porra, muita coisa já eu apanhei mas isto é de doidos.
A minha admiração por gente que teve de suportar esse tempo, bem como pelos paraquedistas e outro grupos que de fora faziam emboscadas de protecção e algumas vezes tinham de recuar para o espaço do arame, não tem limites.
Se no raciocínio do Hugo faço parte do grupo de comentadores habituais, apenas terei de dizer ao Hugo que lamento as palavras impensadas e que, no que tenho escrito e editado (o “Vindimas no Capim” vendeu muitos milhares de exemplares em Portugal, no Brasil, no Canadá e nos EU), terei dado um razoável contributo para divulgar este nosso heroísmo nas matas da Guiné, ainda que, no seu pleno direito, ele não goste da coisa.
Em meu entender, a entrada do Carlos Filipe só é “pecaminosa”, ou para quem nada mais tem na mão senão essa referida emoção, ou, então, não lê e apenas “treslê”. No fundo, o Carlos Filipe não faz mais do que um exercício racional sobre uma hipótese que utiliza numa imagem extremada mas possível, em contraponto a uma outra tão extremada ou mais que a dele.
José Brás
(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Depois aparecem análises benevolentes e empíricas montadas sobre coisas como “o que seria melhor” como solução era meter a rolha naquela garrafa do corredor, com mais tropas, mais posições, mais material, tudo cheio de respeitável boa-vontade e partindo do princípio errado que a fonte em Lisboa era inesgotável em homens e mterial e esquecendo a tal estória que se conhece e se conta todos os dias, sobre guerras destas que ninguém ganha porque a uma medida, a outra parte inventa contra-medida.
Aliás, creio que o Spínola quando lá chegou terá dito tudo sobre a mente do idiota que planeou aquilo.
Em relação a essa coisa da “independência”, estou inteiramente de acordo com o C. Martins e nem preciso de invocar a globalização porque desde o século XVIII que somos um País dependente do capital exterior, já o éramos antes em homens de guerra desde o nosso tempo de leoneses, e continuámos sendo pelos séculos, nos tratados assinados, no comércio de luxos do paço, e nas burras de judeus comerciantes, abertas para armar naus e viagens.
Manda num País quem nele investe, como disse há muitos anos um Presidente dos EU, W. Wilson de seu nome.
O livro do Idálio é, ao mesmo tempo, motivo para recolhimento e para festa. De recolhimento pela memória dos que ali tombaram e de festa porque um vivo dá-nos a su parte do testemunho importante.
Como o seria igualmente o escrito de Daniel Matos, “Os Marados de Gadamael”, se pudesse ser editado em papel ou, num País de indústria cinematográfica a sério, mesmo noutros suportes.
Respeitemos isso, abracemos o Idálio e todos os que com ele por ali penaram com bravura não desejada mas irremediável.
E reservemos desde já um exemplar do livro como eu faço aqui neste momento.
Abraços José Brás

Anónimo disse...

Caro Idálio Reis:
Parabéns.
Forte abraço,
Brandão

Anónimo disse...

Caros Camaradas
Penso que,julgo eu,tenho direito a defender-me sobre o que aqui foi dito sobre a minha pessoa.
No meu primeiro comentário, apenas expressei aquilo que penso sobre Gandembel.
Aparece depois um comentador (Carlos Filipe )sempre com um tipo de linguagem que eu considero provocadora (tem esse direito),que devia ter ignorado, mas reagi (a quente)é verdade,porque entendi que estava a menosprezar os camaradas de Gandembel.
As minha expressão "colonial fascista", não era dirigida especificamente a ninguém, mas apenas no sentido de ser a linguagem utilizada pelos que perfilham a ideologia dele (apesar de nunca se assumir, não engana ninguém), aliás tem todo o direito de ser aquilo que quiser.
Responde-me adjectivando os meus comentários (como medíocres), apesar de ser a opinião dele, está a qualificar-me.. e quando me ameaça em partir os "meus telhados de vidro", mas não é ofensivo..que ideia mais tonta da minha parte.
Sobre os considerandos que fiz sobre a Guiné, qualquer um percebe que me refiro aos dirigentes e não ao povo,por quem tenho estima e consideração.Não disse nenhuma mentira.
Tento sempre estar enquadrado no espírito deste blogue,mas se ultrapassei os limites, peço desculpa,é que quando sinto que menosprezam os meus, que sois todos vós ex-combatentes, sou "sanguíneo".
Sobre as opiniões do que se devia ter feito em termos estratégicos, não para ganhar a guerra, mas conte-la e evitar as proporções que tomou , apenas expressei o meu ponto de vista, e cada um é livre de ter o seu.

Um alfa bravo

C.Martins

Anónimo disse...

C. Martins
Até acho que és um gajo porreiro (não te chamo camarada sabes porquê).
Até acho!
Mas também acho que lês muito mal, como já disse antes.
Depois...depois, essa mania de odiar os comunistas que inventas, é lastimável em qualquer gajo porreiro.
Que inventas, digo, porque provavelmente não o são, e se forem têm todo o direito de o serem porque o Salazar morreu andávamos nós ainda pela Guiné.
E tu sabes que se dizia de Salazar que era o maior construtor de comunistas.
Os editores estão cansados de dizer que aqui cabem todos mas não cabem palavras como as que usas às vezes. Condescendentes, vão fechando os olhos a coisas dessas, mesmo a quem nunca quis entrar na confraria.
Tenho acompanhado o que dizes, algumas vezes concordando contigo e muitas discordando, não do que dizes mas do que sugeres.
Aqui, repito em relação ao que disse o Carlos Filipe. Fez apenas um exercício que todos devíamos fazer de vez em quando, por-se na pele do outro, nem que seja para concluirmos que temos razão.
E afinal, sejas tu quem fores em termos de educação, informação e cidadania, perdoem-me os camaradas que diga, mas digo. Lês mal e não deve ser por não teres aprendido a ler.
José Brás

Anónimo disse...

Li, com a atencäo devida,as sugestões de estratégia militar sugeridas por um dos comentadores iniciais.(O que não será de estranhar num "Chico" como eu).Mas,os "SE", quando aplicados a projectos futuros terão importância construtiva.Quando usados em relacäo ao passado nenhuma funcäo útil têm.Nem mesmo dialéctica,como espero ter sido a procurada. Mais um abraço.

Manuel Reis disse...

Camarigo Idálio:

Guarde-me um exemplar do teu livro, que em princípio estarei em Monte Real.
Imagino os momentos difíceis que passate, não só pelo que ouvi de outros camaradas, mas também pelo meu conhecimento da zona, tanto do nosso lado como do lado do PAIGC.
Aliás, quando opinámos sobre os buracos da Guiné, eu citei Gandembel como o maior BURAKO que teria existido na Guiné.

O tema em análise era o livro do Idálio e por arrasto a existência de Gandembel, mas como vem sendo hábito, sempre que estes temas vêm a debate, levo umas bicadas. Nunca me viram exaltar feitos heróicos, procurei sempre relatar os factos como os vi e os vivi, defendendo apenas, com alguma tenacidade, agora e sempre, os camaradas que comigo partilharam as mesmas vivências. É altura de dizer a esses doutos iluminados, com ideias préconcebidas,BASTA.

Um grande abraço.

Manuel Reis

Anónimo disse...

Só te fica bem a defesa que fazes dos teus (e meus camaradas), coisa que eu faço também e continuarei fazendo em todas as circunstâncias.
Entretanto,Manel Reis, caro amigo,BASTA é uma palavra pesada, ante-câmara de uma qualquer condenação máxima,coisa que nem pela cabeça te passará.
Sobretudo porque ficamos sem saber quem são esses das ideias pré-concebidas a que temos de calar e ainda porque serão pouco pré e muito pós.
Abração, Manel Reis
José Brás

Luís Graça disse...

Comentário meu a um mail (pessoal) de um camarada cujo nome não vou aqui citar, pedindo-me “desculpa pelo intempestivo comentário” que, segundo ele, teria feito, neste espaço, em reação a um outro comentário (“provocador e inoportuno”) de um outro camarada que teria “menosprezado os camaradas de Gandembel”…


Camarada (e por extensão, camaradas):

Este também é o nosso "muro de lamentações"... Não é presunção minha, mas todos - a começar por mim - fazemos aqui a nossa "blogoterapia"... Uns mais explicitamente do que outros... E essa terapia pela palavra talvez tenha alguma eficácia... e possa até explicar a longevidade do blogue (que vai fazer 8 anos em 23 de abril de 2012).

Mantenho este espaço, com algum sacrifício da minha vida pessoal, familiar e profissional, e, se posso ter algum orgulho no trabalho até agora feito, é justamente o de ter conseguido reunir este batalhão de ex-camaradas, que se tratam por TU, são filhos de muitas mães, têm as mais diversas "idiossincrasias"...

O meu papel, aqui, não é o de maestro, nem de líder (não sou homens de "causas", não tenho jeito, nem feitio, nem experiência de "porta-estandarte", muito menos de "comandante"...), é apenas o de manter, em equilíbrio dinâmico, o nosso "maior denominador comum", a experiência de guerra na Guiné, de 1961 a 1974...

Não tens que me pedir desculpa (nem eu quero que ninguém me peça desculpa, por isto ou por aquilo), eu é que tenho, de vez em quando, a tarefa (sempre ingrata) de relembrar que, para além das "baias" da nossa picada, à esquerda e à direita, pode haver perigosas minas e armadilhas...

Espero de novo poder dar-te um abraço, em Monte Real, dia 21 de abril. Apreciei muito a tua oportuna mensagem, a tua franqueza e camaradagem.

Luís Graça

Luís Graça disse...

PS - É óbvio que este espaço já foi, de há muito, apropriado por um "coletivo", que nele se reconhece e que luta pela defesa e manutenção da sua identidade e genuinidade... Quando escrevo que "mantenho este espaço, com algum sacrifício da minha vida pessoal, familiar e profissional, e, se posso ter algum orgulho no trabalho até agora feito, é justamente o de ter conseguido reunir este batalhão de ex-camaradas, que se tratam por TU", não posso esquecer que o mérito é de muito mais gente, a começar pelos queridos co-editores e colaboradoers permanentes, que acrediataram e acreditam neste projeto de resgate e de partilha da memória de toda uma geração de ex-combtentes...

Arménio Estorninho disse...

Ao Camarigo Idálio Reis, Saudações Guinéuas.

Em 1968/69, pisava-mos o mesmo chão de Gandembel/Ponte Balana, Aldeia Formosa e Buba.

Aquando das colunas auto de Aldeia Formosa-Gandembel/Ponte Balana, presenciei a vossa dura realidade de toupeiras e bem como no meu imaginário reflectia sobre desenvolvimentos do teatro de guerra.

O passado pertence-nos e não há nada que esteja em lugar mais seguro do que "o que já foi". O futuro e o passado dão-nos os prazeres da expectativa e da recordação, mas um é incerto e pode não chegar, o outro não pode deixar de ter existido.

As nossas recordações são como flores que deixamos germinar, que não murcham, sobretudo as que têm por orvalho as lágrimas e como origem a dor.

Ah! se eles soubessem, todos esses invejosos, os tormentos da imaginação que coube aos camaradas da CCaç.2317, foram dos mais dolorosos de todos os tormentos.

Com um Abraço
Arménio Estorninho (CCaç.2381)

Anónimo disse...

Caro CAMARADA(se me permites)José Brás.

Em primeiro lugar não sou um "gajo porreiro" detesto este jargão.
Segundo- não odeio comunistas,no lote dos meus amigos constam alguns.
Terceiro- não leio mal e muito menos interpreto mal.
Quarto- a tua opinião a meu respeito, é a tua opinião, apesar de não me conheceres.
Quinto- sou um defensor intransigente da liberdade de expressão e por extenso de todas as liberdades com responsabilidade.
Sexto- não sou, como depreendo das tuas afirmações, de direita, até poderia ser que não é crime,mas não sou.
Sétimo-gostaria que lesses com atenção os meus comentários, supra, está lá o porquê de ter reagido assim.

Para todos os camaradas

Para que não restem dúvidas em relação à minha pessoa,vou aqui confessar um pouco do meu passado,cada um fará a interpretação que quiser.
Fui militante da L.U.A.R.
Em 1971 pertenci à pró-associação de estudantes da F.M.L.
Fui expulso da F.M.L., preso pela pide, e torturado.
Quando saí de Caxias, restavam-me duas alternativas, ou ia cumprir o serviço militar, se recusasse ia novamente preso, ou fugia para o estrangeiro.
Como é evidente , era contra o regime político e contra a "guerra colonial", espero não ofender ninguém.
Com 19 anos,com alguma "consciência política",sem falsa modéstia,fiquei num dilema..vou ou fujo.
Fui, e porquê..tinha consciência plena que não ia defender a pátria,mas a esmagadora maioria dos jovens da minha geração (todos vós) tinham ido, e não seria também desculpa para uma eventual cobardia da minha parte..quando toda uma geração tinha sofrido e estava a sofrer as agruras da guerra.
Contradições...sim
Já na guiné,a minha Pátria eram os camaradas que me rodeavam, sentia, até pela função que desempenhava (artilheiro) que acima de tudo estava a obrigação de defendê-los,contra tudo(ideologia,razão de luta do adversário).
Fui e sou irracional..contradições..sim, o que quiserem.
Respeitei o adversário,onde hoje até tenho amigos.
Acima de tudo sou e sempre serei "TUGA".
Conheço um pouco do mundo, e quanto mais conheço,mais gosto de ser "tuga", com todos os defeitos que temos.
Desculpem o desabafo.

C.Martins

Anónimo disse...

PS

PÁTRIA do latim "patris" é a terra onde se nasceu ou se adoptou, formada por um conjunto de seres humanos ligados entre si por laços afectivos, culturais, e com os mesmos usos e costumes.

C.Martins

Anónimo disse...

Caro camarada J.Belo

Só agora reparei que o teu último comentário deve ser dirigido a "moi".
Pois meu caro "chico".."chico" ? ..hum, não me parece.."chico" era outra coisa..adiante..quando falei de estratégia, é evidente que era meramente um exercício dialéctico, que não materialista do Engels,que não tem importância,claro que não..mas que teria sido importante para todos os que passaram pelo inferno de Gandembel... teria(penso eu).

Um alfa bravo

C.Martins

Manuel Reis disse...

Camarigo Zé Brás:

Agradeço-te o reparo. De facto o termo "BASTA" está inserido num determinado contexto e altera o que pretendia transmitir.

Aplica-se à minha postura neste espaço e nada mais que isso. É tempo de parar e reflectir sobre estes comentários e contra-comentários. Algum distanciamento por vezes é útil, afinal estamos a falar de camaradas que, de modo ou de outro, partilharam connosco as agruras da guerra.

Um grande abraço.

Manuel Reis