domingo, 26 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9535: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (3): A Retirada Final: os últimos militares portugueses a abandonar o TO da Guiné (Luís Gonçalves Vaz / Manuel Beleza Ferraz)

1. Mensagem do nosso amigo Luís Gonçalves Vaz, membro da nossa Tabanca Grande e filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), com data de 21 de Fevereiro de 2012:

Caros Editores:

Conforme o prometido, segue em anexo finalmente, o meu artigo sobre "OS ÚLTIMOS MILITARES PORTUGUESES A RETIRAR DA GUINÉ (Dia 14 de Outubro de 1974)" -“RETIRADA FINAL DO TEATRO DE OPERAÇÕES DA GUINÉ”.

Para este artigo, além de consultar as notas pessoais do meu falecido pai, também entrevistei um primo meu, que era na altura Marinheiro Radiotelegrafista da Guarnição do Patrulha Lira (LFG Lira), com quem estive ainda na Guiné, mas que ficou lá até ao último dia, o dia 14 de Outubro de 1974, juntamente com muitos outros militares, um deles, o meu falecido pai, o último CEM/CTIG.

Este meu primo, Manuel Aurélio de Araújo Beleza Ferraz, relatou-me na primeira pessoa as últimas horas da retirada para o navio UÍGE, dos militares portugueses ainda presentes nesse dia em terra, para assegurarem a última cerimónia, o "Arrear da Bandeira Portuguesa", bem como me forneceu um conjunto de fotografias, que ilustram o poste e que poderão ser publicadas.

Espero que não tenha "distorcido muito" estas últimas horas da nossa "Retirada Final" da Guiné, se o fiz, foi sem intenção. Por outro lado, peço desculpa não "elencar o nome" de todos aqueles militares que nesse mesmo dia, "deram o seu máximo" para não manchar o Bom Nome da Nação, numa altura difícil da nossa longa história... se um de vós lá estava, então deixe aqui "o seu depoimento", pois assim enriquecerá este relato de mais um dos "episódios históricos da descolonização portuguesa".

Grande Abraço
Luís Gonçalves Vaz
____________

Em 26 de fevereiro o Luís Vaz mandou-nos um outro mail, complementar,  com o seguinte teor:

(...) Como recebi mais informações do camarigo Magalhães Ribeiro, sobre este dia histórico e também do dia 9 de Setembro de 1974, aquando da Cerimónia OFICIAL da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC, em Mansoa, onde fiquei a saber que o meu falecido pai não esteve, pois em representação do chefe do Estado-Maior do Comando Territorial Independente da Guiné (CEM do CTIG), esteve o tenente-coronel Fonseca Cabrinha, como tal fui naturalmente compelido, a corrigir e complementar este artigo, que almejo que se transforme num "agregar de vários testemunhos, daquele dia 14 de Outubro de 1974", dia histórico para os portugueses, e que representa simultaneamente o FIM do Império Português nestas paragens. Espero que tenha qualidade para ser publicado nos nossos Blogs (...)-

Guiné > Bissau > Forte da Amura > Entrada do lado sul (frente à ponte-cais). Era aqui que estva instalado o QG/CCFAG (Quartel General do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné)

Foto: © Manuel Coelho (2011). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: Bogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)


OS ÚLTIMOS MILITARES PORTUGUESES A ABANDONAR A GUINÉ

(Dia 14 de Outubro de 1974)

“RETIRADA FINAL DO TEATRO DE OPERAÇÕES DA GUINÉ”

Os últimos Aquartelamentos a serem entregues ao PAIGC foram o Complexo Militar de Santa Luzia, onde se encontrava o QG/CTIG (Quartel General do Comando Territorial Independente da Guiné), e o QG/CCFAG (Quartel General do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné) instalado no histórico Forte da Amura (vd. foto acima), que se localiza mesmo em frente à ponte-cais em Bissau.

A entrega destes dois últimos redutos das Forças Armadas Portuguesas na Guiné foram “negociados” em 11 de Outubro (apenas 3 dias antes da saída dos últimos militares portugueses deste território), numa reunião no Forte da Amura com os comandantes do PAIGC, Gazela, Bobo Keita e o comandante Correia, sob a coordenação do então CEM/CTIG (Chefe do Estado-Maior do CTIG),  coronel Henrique Gonçalves Vaz.

Os “Planos de Entrega destes Aquartelamentos” foram realizados pelo Coronel CEM/CTIG, coronel Henrique G. Vaz com a colaboração do sr. Major Mourão, e entregues ao Brigadeiro Fabião  no dia 10 de Outubro de 1974, um dia antes da reunião com os comandantes do PAIGC. A entrega do Complexo Militar de Santa Luzia  foi efectuada no dia 13 de Outubro, pelas 15 horas, enquanto o Forte da Amura, o último “reduto militar português” a ser entregue, foi entregue apenas no dia 14 de Outubro, o dia previsto para a “retirada final”, e reservado para o embarque do que restava das tropas portuguesas na Guiné.

Como tal foi concentrado aí, na véspera da partida, o último contingente do Exército Português . No entanto a cerimónia OFICIAL da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC, já tinha decorrido em Mansoa, em 9 de Setembro. Estiveram presentes nesta cerimónia:

(i) a CCS (Companhia de Comando e Serviços) do Batalhão 4612/74, comandada pelo major Ramos de Campos:

(ii) o comandante do batalhão, tenente coronel Américo Costa Varino;

(iii) um bigrupo de combate do PAIGC;

(iv) um grupo de pioneiros do mesmo partido;

(v) Ana Maria Cabral (viúva de Amílcar Cabral) e seu filho;

(vi) o comissário político do PAIGC, Manuel Ndinga;

e, em representação do chefe do Estado-Maior do Comando Territorial Independente da Guiné (CEM do CTIG), (vii) o tenente-coronel Fonseca Cabrinha (informações dadas pelo próprio militar que arriou a nossa bandeira em Mansoa, o nosso co-editor Eduardo José Magalhães Ribeiro, Furriel Miliciano de Operações Especiais/RANGER do BCAÇ 4612/74 ).


A Lancha de Fiscalização Grande (LFG) Lira, atracada na ponte cais, poucos dias antes da “retirada final” em 14 de Outubro de 1974.


Fotografia do Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz

O que vos vou passar a relatar será uma pequena narrativa, dos últimos momentos da nossa “retracção do dispositivo militar”, deste último reduto de militares portugueses, para os navios da Armada Portuguesa e para o navio Uíge (o navio Niassa já se encontrava ao largo de Bissau) , que se encontravam frente à ponte cais, mas a alguns metros do cais, com os motores ligados (pairavam todos os navios).

Esta descrição foi-me feita pelo meu primo e ex-Marinheiro Radiotelegrafista da Armada Portuguesa, Manuel Aurélio de Araújo Beleza Ferraz, que fazia parte da guarnição da LFG (Lancha de Fiscalização Grande) Lira, um dos navios que fez a segurança de retaguarda, durante o embarque dos últimos militares portugueses na Guiné.

O ex-Marinheiro Radiotelegrafista , Manuel Beleza Ferraz, (da Guarnição do Patrulha Lira), testemunha da Missão “Retirada Final” da Guiné, em 14/10/1974

Fotografia do ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz

Evacuação de pessoal civil de Jemberem ou de Gadamael (?), passagem dos civis de uma Lancha de Desembarque, para a LFG Lira, em pleno Rio Cacine, muito abaixo da “marca lira”.

Fotografia do ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz


4 Lanchas de Fiscalização Grandes (LFG), uma pequena, e uma LDM na Ponte Cais em Bissau, no ano de 1974, poucos dias antes da “retirada final” do dia 14 de Outubro do mesmo ano. É visível o navio Uíge ao fundo, preparado para transportar os últimos militares portugueses da Guiné. 


Fotografia do ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz.

No dia 14 de Outubro, decorreu a última cerimónia de “Arriar da Bandeira Portuguesa”, ao qual se seguiu o “Hastear de Bandeira da República da Guiné-Bissau” (a última bandeira nacional em Bissau só foi retirada 4 ou 5 semanas depois de 14 de Outubro de 1974, sem cerimónia oficial) como tal nesse mesmo momento, todo o que restava do contingente militar português (há excepção de dois pequenos destacamentos de tropa portuguesa, da Marinha e da Força Aérea, esta na já ex-BA 12 - em Bissalanca, mas ainda com helicópteros AL-III, e o destacamento da Marinha nas suas antigas instalações, para colaborarem na transição e transmissão de técnicas/procedimentos, conhecimentos e experiências de navegação aérea e marítima, com elementos do PAIGC), encontrava-se agora em território estrangeiro.

Nessa cerimónia encontrar-se-iam o Governador (Brigadeiro Carlos Fabião), o Comandante Militar (brigadeiro Galvão de Figueiredo), o Chefe do Estado-Maior do CTIG (coronel Henrique Gonçalves Vaz), outros oficiais, alguns sargentos e praças. Os primeiros depois de assistirem ao embarque de todos os militares nos navios que se encontravam ao largo no estuário do Rio Geba, seguiram para o Aeroporto, onde mantínhamos ainda um dispositivo de segurança.

Mal acabou a cerimónia referida anteriormente, e segundo testemunho do ex-marinheiro radiotelegrafista, Manuel Aurélio A. Beleza Ferraz, que se encontrava nesta altura na LFG LIRA, todas as guarnições dos nossos navios que se encontravam na zona, estavam por ordens superiores, em posição de combate (para qualquer eventualidade), estando todos os operacionais equipados com coletes salva-vidas, capacetes metálicos e as Bofors (peças de artilharia antiaéreas de 40 mm) sem capa e municiadas, prontas a realizar fogo de protecção à retirada das nossas tropas, que ainda se encontravam em terra. Segundo o ex-marinheiro radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz, os navios que se encontravam a realizar a “segurança de rectaguarda” mais próxima às tropas que iriam retirar-se para os navios ao largo no Rio Geba, eram a LFG Órion e a LFG Lira.



Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné, que decorreu em 9 de Setembro de 1974, aquando da entrega do aquartelamento de Mansoa ao PAIGC, e troca de cumprimentos entre o Comandante do BCAÇ 4612/74 - Tenente coronel Américo da Costa Varino e os Comandantes do PAIGC presentes na cerimónia.


Estas fotografias fazem parte do acervo pessoal de Eduardo José Magalhães Ribeiro, Furriel Miliciano de Operações Especiais/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974.

Encontravam-se também ao largo em missão de Segurança um patrulha (NRP Cuanza) e o navio NRP Comandante Roberto Ivens, este último a comandar as operações navais desta missão de “Retirada Final”. No próprio navio Uíge estava montado discretamente um dispositivo de segurança pronto a abrir fogo, caso o PAIGC se lembrasse de abrir alguma hostilidade contra o último pessoal militar a abandonar a Guiné, com algumas metralhadoras HK-21, além de todos os militares estarem armados com as suas G-3 e as respectivas munições.


Tropas portuguesas em viagem no Paquete Uíge.

Fotografia retirada de: http://pelotaoreconhecimentofox8870.blogspot.com/p/partida.html, com a devida vénia...


Ponte cais de Bissau com duas Lanchas de Fiscalização Pequenas (LFP) e uma de desembarque ( 

LDM ) ao fundo do lado direito, no mês de Setembro de 1974. Algumas destas lanchas foram deixadas na Guiné.

Fotografia do Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz.

Após o “Arriar da Bandeira Portuguesa”, as tropas portuguesas dos três Ramos das Forças Armadas, presentes na referida cerimónia, logo de seguida, foram transportadas em zebros e LDM (lanchas de desembarque médias) para o navio Uíge, que os aguardava no meio do Rio Geba, a cerca de 400 metros afastados do cais, onde se encontrava já com as máquinas em pleno funcionamento (pairavam) por razões de segurança.

O ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz, fonte destes testemunhos históricos, aqui relatados, informou-me ainda de que as ordens vindas do Comando Naval, com apenas 24 horas de antecedência, foram entregues em mão aos Comandantes das duas LFG (Orion e Lira) e do patrulha Cuanza, presentes ao largo do cais, no caso do seu navio, o patrulha Lira, recebeu directamente o seu Comandante, 1º Tenente Martins Soares. Como tal, os Comandantes destes três navios que constituíam nesse dia, a “força naval” em frente ao cais de Bissau, receberam ordens expressas “para se posicionarem em postos de combate”, com todas as peças Bofors de 40mm, devidamente municiadas e preparadas para realizarem fogo, como apoio de retaguarda à retirada das nossas tropas, de terra para os navios, nomeadamente o Uíge.

Felizmente tudo correu bem, não sendo preciso fazer fogo nenhum, já que a retirada se desenrolou como o previsto, sem altercação de qualquer natureza. De seguida, no final dos transbordos, os zebros e as lanchas (LDM) foram presas numa boia em frente ao cais (abandonadas), e imediatamente a flotilha portuguesa escoltou os navios Uíge e Niassa (este já navegava mais à frente) até águas internacionais, seguindo a maioria dos navios da Armada para Cabo-Verde, de onde alguns deles partiriam pouco depois, em direcção a Angola.

O Patrulha Lira (LFG Lira) depois de abandonar o Rio Geba na Guiné, a escoltar os Navios Uíge e o Niassa até águas internacionais.

Fotografia do ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz.

O Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz, ainda informou que a flotilha que rumou em direção a Cabo-Verde, além dos navios já referidos (NRP Comandante Roberto Ivens, LFGs Orion e Lira e patrulha Cuanza) faziam parte também as LDGs Ariete, Alfange e Bombarda, tendo estes navios da Armada atracado em 20 de Outubro no porto de Mindelo na ilha de S. Vicente, Cabo Verde.

O ex-Marinheiro Radiotelegrafista Manuel Beleza Ferraz, no navio Lira, à espera da missão da “Retirada Final"

Fotografia do ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz

Elementos da guarnição do NRP Lira, em convívio na sala comum/refeitório. Foram estes os marinheiros que no dia 14 de Outubro de 1974, nos seus lugares de combate e outros, asseguraram a operacionalidade da NRP Lira, no que diz respeito ao apoio e segurança na evacuação do último contingente militar do território da Guiné.

Estima-se que seriam algumas centenas de militares dos três Ramos das Forças Armadas Portuguesas. Neste grupo estavam representadas as várias Especialidades do navio, nomeadamente, Artilheiros, Eletricistas, Telegrafistas e Manobras. Este navio, o NRP Lira, sob o comando do 1º Tenente Martins Soares, teve um papel importante na missão de “Retirada Final”, já que era o navio de apoio de retaguarda que se encontrava mesmo em frente à Ponte cais de Bissau, como tal o navio mais próximo do Forte da Amura. O Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz é o que está a olhar para o fotógrafo.

Fotografia do ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz

A comitiva constituída pelo Governador (Brigadeiro Carlos Fabião), o Comandante Militar (Brigadeiro Figueiredo), o Chefe do Estado-Maior do CTIG (Coronel Henrique Gonçalves Vaz), bem como alguns outros oficiais do Estado-Maior, sargentos e praças, depois de assistirem ao embarque de todos os militares nos navios, que se encontravam ao largo do estuário do Rio Geba, e assegurando-se que tudo tinha corrido sem problemas e de acordo com o previsto nos “Planos de Retirada”, elaborados pelo CTIG/CCFAG que nesta altura se afirmava como o único Comando das Forças Armadas Portuguesas neste TO da Guiné, seguiram directamente para o Aeroporto de Bissalanca, onde mantínhamos ainda um dispositivo de segurança.

Às 2h30m do dia 14 de Outubro de 1974, estes militares serão os últimos a retirar da Guiné. Nesse momento estiveram presentes alguns Comandantes do PAIGC, que quiseram despedir-se dos “seus antigos inimigos”, e assim foi o fim da colonização da Guiné com cerca de 500 anos.

Mas antes de finalizar este artigo, gostaria aqui de referir o árduo trabalho atribuído ao último CEM/CTIG, Coronel Henrique Manuel Gonçalves Vaz, já que foi o responsável, por “despacho escrito do Brigadeiro/Governador”, Carlos Fabião, pela elaboração dos “Planos de Retirada do nosso Exército”, da “Carta sobre a Redução de Efectivos e Comissões Liquidatárias”, dos “Planos de entrega dos Aquartelamentos da Ilha de Bissau”, do “Estudo da Comissão Liquidatária do QG/CTIG em Lisboa”, das "Cargas dos aviões", entre outras responsabilidades.

Enfim o Brigadeiro Carlos Fabião, determinou que este oficial do Corpo do Estado-Maior e Chefe do Estado-Maior do CTIG/CCFAG, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, se responsabilizasse por todos estes assuntos, como tal fica aqui a minha homenagem a ele, bem como a todos os oficiais, sargentos e praças, que sob o seu comando, o ajudaram a realizar essa importante tarefa, nomeadamente o senhor Tenente-Coronel de Art.ª Joaquim José Esteves Virtuoso, o senhor Major Mourão, o senhor Capitão Lomba, e outros oficiais, sargentos e praças, que colaboraram nesta última missão militar no TO da Guiné, a “Retirada Final”, a todos eles, a minha homenagem, o meu respeito e uma grande admiração, pois ficaram neste episódio da longa história portuguesa.

O ex-Marinheiro Radiotelegrafista 812/70 Manuel Beleza Ferraz, testemunha da Missão “Retirada Final” em 14/10/1974. Local: Guiné

Mansoa, 9 de Setembro de 1974, aquando da Cerimónia OFICIAL da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC. Na foto, Eduardo Magalhães Ribeiro, Fur Mil Op Esp do BCAÇ 4612/74 procede ao arriar da Bandeira Nacional Portuguesa.

Fotografia de Eduardo José Magalhães Ribeiro, Furriel Miliciano de Op. Esp./RANGER do BCAÇ 4612/74.


20 de Fevereiro de 2012
Luís Filipe Beleza Gonçalves Vaz
(Tabanqueiro 530 e filho do último CEM/CTIG)

************

Nota do Autor:

Um agradecimento especial:

(i) ao meu primo e ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Manuel Beleza Ferraz, marinheiro da guarnição de um dos últimos navios a abandonar as águas da Guiné, o Patrulha Lira;
e também 

(ii) ao Eduardo José Magalhães Ribeiro, Furriel Miliciano de Operações Especiais/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974, pois sem os seus testemunhos, não poderia ter dado parte importante das informações, relatadas nesta minha pequena narrativa sobre a “retirada final da Guiné”. 

Aos dois, que foram testemunhas deste momento histórico, o meu muito obrigado.
____________

Notas de CV:


25 comentários:

Luís Graça disse...

Luís Vaz:

Parabéns pelo teu trabalho de investigação sobre a "retirada final"... Eu, pessoalmente, não tinha uma ideia precisa da complexidade e delicadeza dessa operação. Eu, e muitos dos nossos leitores, amigos e camaradas.

Os meus parabéns são extensivos ao teu primo, o marinheiro radiotelegrafista Beleza Ferraz, a quem faço questão de convidar para integrar a nossa Tabanca Grande. Ficas encarregue de levar a carta (neste caso, o convite) a Garcia... Agradece-lhe, em nosso nome, a documentação que pôs ao nosso dispor.

Boa noite para ti!

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Devemos ficar gratos pela divulgação e tomada de conhecimento destes episódios.
Acompanhadas de fotos muito interessantes, temos um relato que nos transmite a ansiedade, o clima aparentemente calmo mas efectivamente tenso, próprio de acontecimentos desse tipo, que se viveu nos últimos momentos.
Nada comparado com a retirada de Saigão, é certo, mas, até por isso mesmo, com toda a dignidade que o momento histórico exigia e de que estivemos à altura.

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

Caro Luís Vaz:
Sempre que, ao deambular pela beira-Cávado, passava pelo barco do "Né Beleza", meu conterrâneo e amigo, perguntáva-me onde fora ele desencantar aquele nome para o jeitoso bote com motor fora de borda: "LIRA". Nunca me ocorreu perguntar-lhe, mas também não foi preciso: tive hoje a resposta no presente poste (LIRA = navio-patrulha de cuja tripulação o Beleza fez parte).
Um grande abraço e as minhas felicitações pelo V/interessantíssimo trabalho.
Mário Migueis

Luís Graça disse...

O Hélder foi buscar o exemplo, muito mais dramático, da retirada de Saigão em 30 de Abril de 1975, para o contrapor à aparentemente mais ordeira e programada retirada de Bissau, em 14 de outubro de 1974. Os contextos são completamente diferentes... Mas é sempre o fim de uma guerra... LG

PS - Há diversos vídeos no You Tube sobre a retirada de Saigão, incluindo a maior operação de evacuação dde civis e militares, por helicóptero, jamais realizada (Operation Frequent Wind)


http://en.wikipedia.org/
wiki/Operation_Frequent_Wind

José Botelho Colaço disse...

Fico muito grato por todos os documentos que nos facilitou, este teu trabalho também documentado, sem ses.
Ao Luís Gonçalves Vaz todos os adjectivos que use carecem por defeito para o qualificar.

Um alfa bravo.
Colaço.

Antº Rosinha disse...

Este blog será um dia a história da guerra do ultramar português, visto por portugueses que a fizeram.

Mas é bom que a seguir à retirada se divulgue o resultado do espólio.

Espólio moral e material.

Só no aeroporto ficaram 5 aviões novinhos, lindos, brancos com a cruz de Cristo nas asas, não me lembro o nome. Sei que desapareceram as chaves, porque nunca os vi no ar.

Luís Graça disse...

Já perguntei ao Miguel e António MM, dois dos nossos pilav(es) - distinguiam-se dos "infantes" por que tinham "asas" para voar- se têm alguma ideia desta história destes "5 aviões novinhos, lindos, brancos com a cruz de Cristo nas asas", deixados ou abandonados ou oferecidos (aos senhores de Bissau), na base de Bissalanca...

Anónimo disse...

Meus Caros Camarigos;

Numa das fotografias supra trazidas a este nosso blog, embora não sendo de interesse para a maioria, coloca-se a questão de saber se a passagem de pessoal da LDP para a LFG, reporta ao pessoal de Jemberém ou de Gadamael.

Do pessoal de Jemberém, posso assegurar que não é certamente. Isto em virtude de essa operação de "trasfega" de civis e militares de Jemberém, ter ocorrido já ao final de um dia, que não me recordo qual, pois nunca fui dado a tirar apontamentos.

Da aludida fotografia, verifica-se que a mesma foi obtida ainda com bastante luminosidade. No mais, o retrato dessa manobra é, de facto, igualzinha à situação por nós, os de Jemberém, vivida ao largo de Cacine.

Por outro lado, o facto de se avistarem na fotografia tantos civis, nunca poderia ser de Jemberém, onde na verdade habitavam muito poucos não militares.

No entanto, ao ver a referida fotografia, não pude deixar de me recordar que, nesse dia da evacuação do pessoal de Jemberém, um Camarada de uma CCaç de Madeirenses que connosco, da 3ª Cart do Bart 6520/73, se encontrava em Jemberém, dada a falta de luz e, eventualmente, alguma "poncha" a mais, digo eu, mediu mal o salto da LDP para a LFG e com todo o equipamento que carregava, designadamente, com fitas de munições da HK, entrelaçadas ao peito e costas, caiu ao rio, para nunca mais ser avistado, mesmo após as buscas efectuadas no dia seguinte.

Paz à sua alma.

Entre muitas outras, esta imagem do nosso Camarada a falhar o salto e a cair à água, é daquelas imagens que jamais esqueço e que muitas vezes ainda me atormenta, dada a emoção e o drama da situação. Já tínhamos saído do "buraco", estávamos em bom porto e quase a chegar a terra... Mas, para aquele Camarada, tudo terminou naquele instante e todos fomos impotentes e incapazes de o resgatar do lodaçal, por qualquer meio.

Não me recordo qual era a identificação dessa CCaç que integrava bons e bravos Camaradas oriundos da Madeira, mas se algum Camarigo dessa Companhia nos acompanhar neste blog, que venha contar a sua história como a todos os Tabanqueiros sempre é pedido e aqui confirmar a veracidade da trágica situação que acima descrevi.

Abraços a todos os Camarigos e até Monte Real.

Joaquim Sabido
Évora

Anónimo disse...

A foto do cais em que aparecem GMC não me parece que seja da altura da retirada, porque em 74 nunca vi circular nenhuma, a não ser que estivessem "parqueadas".
As viaturas utilizadas eram as "Berliet".

Sobre a foto da suposta transferência em pleno rio cacine de uma companhia de gadamael, também não sei se corresponde.
A retracção inicial de gadamael foi da Ccaç 20 o meu pelart e o pel. de canhões s/r.
Sei que a outra Ccaç foi para cufar e a Ccav não faço a mínima ideia.

Viemos em LDG de Cacine para Bissau, durante a noite,apanhamos uma tempestade tropical, um dos motores avariou, aquilo galgava as ondas e dobrava-se, os obuses deslizaram no poço, toda a gente molhada até aos ossos, eu "esgomitei-me todo",o comandante, após a tempestade, foi dormir, e eu passei o resto da viagem a dar cotoveladas ao timoneiro quando este dormitava.
Lembro-me como se fosse hoje.
A propósito , quem foi o engraçadinho que me roubou um cinturão em Cacine...leva uma porrada..ai leva..leva.

C.Martins

Anónimo disse...

Meus Amigos Editores

Para vossa informação e correcção, as fotos com marca de água, esta é do Engº Manuel Lema Santos e as fotos são do irmão ex-Alf Mil Médico - Dr Alberto Lema Santos e não Lima
Para publicar i comentário, cm foto não consigo. Isto agora é uma treta
Um abraço amigo
Carlos Silva

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... ao veterano ex-alf milº Joaquim Sabido,
A última subunidade "de" madeirenses [BII19] aquartelada em Jemberém, foi a CCac4946/73 – cmdt cap milº inf Abílio Fernandes Machado –, entre 09Fev74 e 04Jun74, transferida (± nas mesmas circunstâncias que a 3ª/BArt6520/73) para Cacine e em 11Jun74 para o CIM-Bolama, onde permaneceu até ao embarque de torna-viagem (12Set74).
Na respectiva HU, naquele período de "retracção do dispositivo das NT" não consta qualquer baixa mortal, à excepção do sábado 17Ago74: um militar daquela 4946, natural do concelho madeirense de Santa Cruz, faleceu em São João (Bolama) vitimado por "tiro inopinado - acidente c/arma-de-fogo"; além daquela ocorrência, não constam registos de que um madeirense tenha morrido na Guiné, pós-25Abr74, em consequência de acidente/afogamento.
Decerto haverá quem esteja melhor informado e que venha em auxílio, para desanuviamento da memória supracitada.
____
Cpts,
Abreu dos Santos

Anónimo disse...

Camarigo Abreu dos Santos;

Agradeço a tua pronta intervenção, no sentido de me ajudar a desatar estes nós.

Agora fico com a dúvida, será que se conseguiu resgatar o Camarada e o que me ficou na memória foi apenas a relativa aos momentos de aflição que então vivemos ?

Se estou em erro, peço desculpa, mas ainda bem que assim é, pois tal significa que, afinal, o Camarada sobreviveu.

No entanto, se algum outro Camarigo que nos leia tiver conhecimento e se recordar desta situação, muito agradeceria que me (nos) ajudasse a fazer luz quanto a este episódio.

Um Abraço Camarigo para todos e em especial para o Abreu dos Santos, que prontamente se disponibilizou a ajudar-me.

Joaquim Sabido
Évora

Anónimo disse...

Eu era Mar C 1673/72-Soares da Orion e estive na retirada final,com destino a Cabo Verde.

Anónimo disse...

Permita-me que a partir do seu blog mandar um grande abraço ao meu amigo e camarada Ferraz. Grande Lira ficamos até ao último dia...

Um grande abraço e tudo de bom para ti.

Évora ex-mar L

Anónimo disse...

Também eu estive na retirada da Guiné a bordo da Lira.

Um abraço p/todos os ex.camaradas

Ex.Mar.CM Soares

Unknown disse...

viva boss!
sou o farouk, ainda me lembro da vida a bordo da lira, nomeadamente de alguns escolas... cozinheiro silva, cabo eletricista faustino, abreu (taxista em lisboa), costa, barcelos, marinheiro C.M....
Gostava de reencontar os colegas...
o meu blogue é marinehiro_M
endereço: farouke15.bloguespot.com

saudações nauticas...

Unknown disse...

Grande guarda-redes...já estás reformado da marinha?

Onde vives atualmente?

Unknown disse...

Viva ÉVORA, sou farouk, e vou deixar aqui o meu email pessoal, quando puderes entra em contacto:

carlos_farouk@hotmail.com

Mendes Matos disse...

Caro Amigo Luís Gonçalves Vaz,
Só agora li o seu comentário ao meu escrito sobre o último a sair da Guiné.
Vou confirmar a data do último avião a sair da Guiné. No meu registo, consta Saída em 14 de Outubro pela 01H00. Pelas 13H00, do dia 13 ou 14, já não havia portugueses no QG, quando um comandante do PAIGC me deu boleia para Bissau. Julgo que fui o último a sair do QG. Nas ruas de Bissau, fui a andar. Estavam, ao largo, navios, com tropas, para zarparem para Portugal, logo que o último avião, onde eu vim, levantasse do aeroporto de Bissalanca.
Eu dependia do seu falecido pai. O seu pai saiu, pela manhã, para o Palácio do Governo ou para a Base Aérea da Bissalanca. Quando cheguei ao aeroporto, pelas 23H15M, já todos os militares lá estavam.
Tenho jornal que tem a notícia da chegada do avião com os últimos militares da Guiné, que vou procurar, para confirmar a data. Tem a foto do General Galvão de Figueiredo.
Pelos vistos, o meu registo deve estar errado.
Os meus cumprimentos.
Albano Mendes de Matos

Mendes Matos disse...

Caro Amigo Luís Gonçalves Vaz,
Só agora li o seu comentário ao meu escrito sobre o último a sair da Guiné.
Vou confirmar a data do último avião a sair da Guiné. No meu registo, consta Saída em 14 de Outubro pela 01H00. Pelas 13H00, do dia 13 ou 14, já não havia portugueses no QG, quando um comandante do PAIGC me deu boleia para Bissau. Julgo que fui o último a sair do QG. Nas ruas de Bissau, fui a andar. Estavam, ao largo, navios, com tropas, para zarparem para Portugal, logo que o último avião, onde eu vim, levantasse do aeroporto de Bissalanca.
Eu dependia do seu falecido pai. O seu pai saiu, pela manhã, para o Palácio do Governo ou para a Base Aérea da Bissalanca. Quando cheguei ao aeroporto, pelas 23H15M, já todos os militares lá estavam.
Tenho jornal que tem a notícia da chegada do avião com os últimos militares da Guiné, que vou procurar, para confirmar a data. Tem a foto do General Galvão de Figueiredo.
Pelos vistos, o meu registo deve estar errado.
Os meus cumprimentos.
Albano Mendes de Matos

Luís Gonçalves Vaz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Gonçalves Vaz disse...

Caro sr Tenente-Coronel Mendes Matos:

Peço-lhe desculpa, pois só ontem fui informado deste seu post por um e-mail do Editor Luís Graça. Agradeço-lhe se ter dignado vir aqui repor a verdade da data/hora (já vi que troquei a data/hora do último embarque no cais marítimo com o grupo data/hora do último voo), que julga ser a correta. Não vou nem quero opor-me à sua data de 13 ou 14 de Outubro,quando refere no seu artigo, afinal trata-se do depoimento de um dos "protagonistas deste momento histórico", que como tal merece toda a minha credibilidade. Mas gostaria de o informar que "oficialmente" no Relatório que possuo,elaborado pela 2ª Rep do QG e autenticado pelo sr. Major Tito Capela, na página 46, apresenta para o último embarque aéreo das nossas tropas, o grupo "Data/Hora" de 140230OUT, como o embarque do CMDT CHEFE e elementos do QG. "Informa também" que foi no dia 13 de Outubro que o QG/St Luzia foi entregue, logo o seu artigo está de acordo com este Relatório "Secreto", de que já dei aqui visibilidade. Agora apercebo-me que "troquei" o grupo Data/Hora, e além de pedir desculpa a todos pela minha incorreção,quero também aqui corrigir esta hora, como tal onde digo "..Às 23 horas do dia 14 de Outubro de 1974, estes militares serão os últimos a retirar da Guiné..." quero emendar para: "Às 2h30min do dia 14 de Outubro de 1974, estes militares serão os últimos a retirar da Guiné (por via aérea ...). Estive a reler o Relatório, e no mesmo o que parece uma "incoerência", pois o grupo Data/hora do último embarque (aéreo) é 140230OUT, e o grupo data/hora da entrega do QG/CCFAG na Fortaleza da Amura, é 142300OUT, não o será, pois o último embarque de tropas portuguesas, foi por via marítima em LDGs (no cais de embarque) pelas 23h00min (142300OUT), executado diretamente da fortaleza da AMURA para os navio UIGE e NIASSA, como tal devem ter sido estes os militares que entregaram o QG da AMURA (??)No entanto, e segundo este mesmo Relatório, estes navios só saíram da zona em 151000OUT, em suma terão sido estes os últimos a abandonar este TO. Agora se assim não foi, então será esta minha fonte que não foi fiel no que concerne às datas (terá alguma gralha ou mesmo erro nestes grupos Data/Hora ?). Relativamente aos registos do meu pai, só encontrei a referência que seria no dia 14, a saber:

Bissau, 5 de Outubro de 1974

"... Dia de trabalho derivado da antecipação da nossa saída em 15 deste mês (pois passou para 14 de Outubro) ...

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Entretanto, também registou na sua agenda de CEM, a antecipação de vários voos de cargas .... A pressão era "muito grande" para que abandonássemos aquele TO.

Grande Abraço

Luís Gonçalves Vaz

Luís Gonçalves Vaz disse...


Caro sr Tenente-Coronel Albano de Matos:

Em caso do sr tenente-coronel encontrar a notícia do "último voo da Guiné com tropas portuguesas", gostaria que fizesse o favor de ma enviar, o qual lhe agradeço desde já.
Segundo o sr coronel reformado Duran Clemente, o último contingente militar saiu em 15 de Outubro da Guiné (deveriam ser as NT que embarcaram em 14, mas os navios só largaram do largo da Guiné em 15 de Outubro).

Em http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=th19, pode ler-se:

"... Nunca nos passou pela cabeça que no curto espaço de menos de seis meses as NT(nossas tropas) deixassem definitivamente a Guiné-Bissau, como aconteceria a 15 de Outubro de 1974. ..."


Manuel Duran Clemente,Coronel


Os meus cumprimentos

Luís Gonçalves Vaz

Anónimo disse...

Pedro Oliveira
15 mar 2016 00:22


Exmos. Srs.


Após leitura do vosso blog que retrata parte da nossa História, infelizmente pouco divulgada, agradecia a correcção do nome do meu avô Comandante Américo da Costa Varino, que procedeu à cerimónia de transição de soberania da Guiné no ano de 1974.
No vosso blog, nomeadamente na seguinte página http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2012/02/guine-6374-p9535-os-nossos-ultimos-seis.html, encontra-se erradamente como 'António C. Varino'.


Muito agradecido e com os melhores cumprimentos,

Pedro Varino
(a pedido do Coronel Américo da Costa Varino)

Luís Gonçalves Vaz disse...

Caro Pedro Varino:

Antes demais, peço-lhe para apresentar as minhas desculpas ao senhor seu avô, sr coronel Américo da Costa Varino pelo erro no meu artigo. Gostava também de lhe agradecer o seu pedido de correção, que já foi realizado pelos Editores do Blog. Assim o artigo "Retirada Final, os últimos militares portugueses a abandonar o TO da Guiné", ficou mais fiel à nossa história relativa a este capítulo da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC. Aproveito para lhe enviar os meus melhores cumprimentos para o sr. Coronel Américo da Costa Varino, que com certeza conheceu bem o meu falecido pai, coronel Henrique Gonçalves Vaz.

Cumprimentos

Luís Gonçalves Vaz