sábado, 25 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9531: Excertos do Diário de António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (10): As vozes da nova música popular portuguesa (incluindo o Zeca Afonso) que chegavam ao CAOP1 através das ondas hertzianas da rádio

1. Pela rádio chegavam ao TO da Guiné vozes, música, notícias... de todo o mundo. Captava-se, em onda curta,  a BBC, mas também-se a Emissor Nacional, a Voz da América, a Rádio Moscovo... Pelo menos, em Teixeira Pinto, Mansoa, Cufar, que foram sucessivamente sede do CAOP1...

 No seu diário, o António Graça de Abreu (ex-Alf Mil do CAOP1, 1972/74) dá-nos conta de alguns desses encontros hertzianos com o mundo... A internet ainda estava para nascer, dali a 20 anos, mas o mundo já era cada vez mais global. E em 1973 acabava a época dos 30 gloriosos, os trinta anos de crescimento económico ininterrupto, os anos do milagre económico do Ocidente... A primeira grande crise petrolífera, a de 1973,  era também o primeiro grande sinal de alarme sobre o esgotamento de um certo modelo de produção e de consumo... 

 José Afonso (1929-1987), que morreu fez agora  25 anos, em 23 de fevereiro de 1987, é referido pelo AGA como tendo passado na emissora nacional (Bissau) com o seu belíssimo Traz Outro Amigo Também, um verdadeiro hino à amizade e à camaradagem (Do álbum do mesmo nome, gravado em Londres, nos estúdios da PYE, e editado em 1970; o que muita gente não sabe é a forte ligação, emocional e musical, do Zeca Afonso, a Africa, e em especial a Angola e Moçambique).

Por gentileza, generosidade e camaradagem do AGA, aqui ficam aqui mais quatro excertos do seu Diário da Guiné, 1972/74, de que temos um ficheiro em word, o mesmo que serviu de base à edição do seu livro Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp) (*).



(....) Canchungo, 17 de Julho de 1972

Soube pelo “Diário Popular” de anteontem, que traz fotografia e tudo, que em Cabo Ruivo foram postas bombas em treze camiões Berliet destinados ao nosso exército que sofreram assinaláveis estragos. É um protesto contra a política bélica do Marcello Caetano.

Na rádio, ouvi também o relato do sucedido. Tenho no meu quarto uma ligação a uma antena com 40 metros de altura, montada pelo meu companheiro, alferes Tomé, o chefe das transmissões do CAOP. Com o rádio em onda curta captam-se inúmeros postos com uma nitidez sensacional, é a BBC, Moscovo, a Voz da América, Tirana, a Rádio Voz da Alemanha, Argel, etc. Mais um entretenimento útil de que benificio e sou rapidamente informado do que acontece nos quatro cantos do mundo.

(...) Canchungo, 31 de Agosto de 1972

Na Guiné existe apenas uma emissora de rádio, prolongamento da Emissora Nacional. É divertida, tem anúncios locais, passa discos pedidos, acção psicológica, etc.

Há dias ouvi por várias vezes o seguinte mimo, mais ou menos nestes termos: “A Casa Pinto lamenta informar os seus excelentíssimos clientes que a aguardada remessa de camisas Lacoste foi mais uma vez desviada entre a origem e a cidade de Bissau pelo que não poderá ainda desta vez satisfazer as encomendas dos seus estimados clientes e amigos.” Onde foram parar as Lacoste, desviadas para onde e por quem?

Ao fim de quase dois meses a ouvir música fraquíssima, fui hoje surpreendido ao ouvir o meu bom amigo e colega de faculdade António Macedo cantar o “Cavaleiro cavalgando no meu sonho” e o José Afonso, o homem da “Grândola”,  a cantar “Traz outro amigo também”. Quer isto dizer que os discos existem em Bissau, só que os passam pouco. Deve ser por causa do calor e dos mosquitos que pousam no vynil dos LPs.

Outra surpresa nas minhas leituras de hoje, foi encontrar uma citação do Antigo Testamento. Diz: 'Os teus seios são semelhantes a dois filhotes de gazela pastando no meio de lírios'. Isto foi escrito há dois mil e novecentos anos pelo rei Salomão, no Cântico dos Cânticos e publicado, quem diria!, no Jornal do Exército português, número de Junho de 1972.

(....) Mansoa, 1 de Março de 1973

Escrevo deitado na cama, a prancha de contraplacado a servir de escrivaninha, por cima tenho a ventoinha a mandar vento.

Ouvi o Festival da Canção em directo de Lisboa, via rádio de Bissau. Ganhou a “Tourada” do Fernando Tordo e do Ary dos Santos, e muito bem. Se há reacções dos reaccionários é sinal de que vale a pena espetar “as bandarilhas da esperança” na fera cavernosa que há tantos anos decide o destino político de Portugal, este regime velho e caduco. Seremos um dia livres, na “Praça da Primavera”.

A poesia do Ary dos Santos, “poeta castrado, não!”, mas engordado e feminino, parece-me por vezes demasiado fácil, demagógica. É inferior a muita outra poesia aparentemente “chata” que se escreve em Portugal, mas a do Ary tem uma vantagem, chega facilmente à compreensão de grande número de pessoas. É importante porque abala as gentes, intervém.


(...) Cufar, 7 de Março de 1974

Neste exacto momento em Portugal, há milhões de pessoas especadas diante do televisor à espera do Festival da Canção.

Aqui na guerra do sul da Guiné, acabou de morrer um homem, outro está moribundo. Oiço o roncar dos motores do Nordatlas que, com a pista iluminada acabou de aterrar e vai levar gente ferida para Bissau.

Lá longe, satisfeitos, os portugueses deliciam-se com melodias, músicas capazes de enternecer uma mula ou um burro. Neste pequeno lugar do mundo, em África, um homem retalhado tem o corpo a arfar nos estertores da morte. Vim há pouco da enfermaria, vi tudo, continuo a ver demais.

Foi em Caboxanque, os nossos vizinhos do outro lado do rio Cumbijã. (...)  Na noite de luar, os barcos sintex trouxeram os feridos para Cufar. Neste momento o Nordatlas levanta de voo levando os homens de Caboxanque para o hospital de Bissau. No rádio, no Festival da Canção, o Artur Garcia canta a “Senhora Dona da Boina”. (...)

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 20 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9511: Excertos do Diário de António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (9): Circo... e bombas que não eram de carnaval ... em 1974

13 comentários:

Anónimo disse...

A propósito de música na Guiné, lembro-me que, pelo menos por alturas de 1973, e com grande surpresa minha, passava muito no "Pifas" (Programa das Forças Armadas), uma canção do Zeca Afonso de que agora não lembro o nome (Cantigas de Maio ?)e que tinha o seguinte refrão:

"Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Pode então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu ai Deus mo levou"

Confesso que a letra me sensibilizava, certamente pela situação em que todos nós ali nos encontrávamos e em que, de um momento para o outro, podíamos efectivamente ser "levados por Deus".

Já agora, continuo a ficar surpreendido com o antagonismo de ideias entre o que o António Graça Abreu escreve e defende HOJE e aquilo que, NA ALTURA, escreveu no seu "Diário".

Escrevia ele em 01/03/73:

"Se há reacções dos reaccionários é sinal de que vale a pena espetar “as bandarilhas da esperança” na fera cavernosa que há tantos anos decide o destino político de Portugal, este regime velho e caduco. Seremos um dia livres, na “Praça da Primavera”.

E, pelos vistos, a guerra continuava a fazer vítimas entre os nossos camaradas, como ele diz em 07/03/74 (apenas 1 mês antes do 25 de Abril):

"Aqui na guerra do sul da Guiné, acabou de morrer um homem, outro está moribundo. Oiço o roncar dos motores do Nordatlas que, com a pista iluminada acabou de aterrar e vai levar gente ferida para Bissau".

E ainda na mesma data:

"Neste pequeno lugar do mundo, em África, um homem retalhado tem o corpo a arfar nos estertores da morte. Vim há pouco da enfermaria, vi tudo, continuo a ver demais".

Talvez seja defeito meu, mas fico sempre com a impressão que o homem que escreve e defende certas ideias HOJE, não é o mesmo que escreveu ONTEM.

Um abraço para o AGA
Extensivo aos restantes camaradas

José Vermelho

CCAÇ 3520 - Cacine
CCAÇ 6 - Bedanda
CIM - Bolama

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Henrique Cerqueira disse...

É normal,muito normal.
Os censores da PIDE/DGS nunca foram muito inteligentes e muito menos em relação á cultura e ainda muito menos em relação à música de intervenção.Daí as "mensagens" iam passando sempre na esperança de captarem a nossa atenção e como o ditado diz " Água mole em pedra dura...".E algumas mentes absorveram!...Será???
Um abraço Henrique Cerqueira

manuel amaro disse...

O José Belo tem razão.

40 anos é muito tempo.
Há dias, num fim de semana de regresso ás origens, falávamos da rapaziada que tem hoje entre 55 e 67 anos e perguntei ao meu sobrinho o que era feito de dois Graduados, "donos" do Centro Desportivo da Mocidade Portuguesa, onde eu entrava duas vezes por ano. Em Setembro, para obter a declaração para a matrícula e em Junho, para requisitar o exame no Liceu.
Pois para minha surpresa, os "ditos", um foi Vereador na Câmara pela CDU e anos mais tarde, também pelo PSD. O outro acomodou-se bem mais longe, lá pela Extrema Esquerda.

40 anos, é muito tempo.
Ah, já me esquecia. Gosto muito de ler os textos do AGA, os de hoje os de 1972/4.

Um Abraço

Luís Graça disse...

1. Este tema ("Cantigas de Maio") é do álbum com o mesmo título, editado em 1971... É talvez o melhor álbum do Zeca Afonso. Teve como produtor o José Mário Branco e foi gravado em Londres.

Alinhamento:

Senhor Arcanjo
Cantigas do Maio
Milho Verde
Cantar Alentejano
Grândola, Vila Morena
Maio Maduro Maio
Mulher da Erva
Ronda das Mafarricas
Coro da Primavera


Letra do Cantigas de Maio:

Autoria da música: Zeca Afonso (sobre letra de refrão popular):


Eu fui ver a minha amada
Lá p'rós baixos dum jardim
Dei-lhe uma rosa encarnada
Para se lembrar de mim

Eu fui ver o meu benzinho
Lá p'rós lados dum passal
Dei-lhe o meu lenço de linho
Que é do mais fino bragal

Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou

Eu fui ver uma donzela
Numa barquinha a dormir
Dei-lhe uma colcha de seda
Para nela se cobrir

Eu fui ver uma solteira
Numa salinha a fiar
Dei-lhe uma rosa vermelha
Para de mim se encantar

Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus me deu Ai Deus me levou

Eu fui ver a minha amada
Lá nos campos eu fui ver
Dei-lhe uma rosa encarnada
Para de mim se prender

Verdes prados, verdes campos
Onde está minha paixão
As andorinhas não param
Umas voltam outras não

Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus me deu Ai Deus me levou


2. Para quem gosta de José Afonso e de tocar viola; saiu em 2010 um livro notável:

José Afonso: Todas as Canções: partituras, letras, cifras - Transcrições de Guilhermino Monteiro, João Lóio, José Mário Branco e Octávio Fonseca Lisboa: Assírio & Alvim. 2010. 349 pp.

Luís Graça disse...

Amigos e camaradas:

As atuais opções político-ideológicas, filosóficas e religiosas, de cada de um de nós, ex-combatentes, não devem vir a terreiro - aqui no blogue da Tabanca Grande - e muito menos para serem cotejadas com as do passado...

Eu sei que é difícil não as invocar na nossa tentativa de interpretação pessoal dos factos passados durante a guerra. Mas nunca será demais pedir aos nossos leitores (amigos, camaradas, camarigos e todos os demais)- e isso é papel que compete aos editores - que não as usem, as opções de cada, as de ontem e as de hoje, como "arma de arremesso"...

Boa continuação da leitura do blogue, um alfa bravo para todos. Luis Graça

Anónimo disse...

Acho que o Luís tem razão quanto às opções de cada um, hoje e no passado, ainda que hoje sejam diferentes das do passado e esta questão traz-me à memória um dia No aeroporto J. F. Kennedy, em Nova Iorque, numa daquelas filas de aviões que duravam 2 horas só na rolagem, um avião que aterra muito à bruta e ouviu-se uma voz no rádio "porra, que atêrragem di merrda!". De imedia to a Torre iniciou a busca do autor da fala intempestiva e só havia um avião brasileiro. O cara Comandante de imediato se apercebeu da delicadeza da situação e e disse em inglês que não tinha sido ele e em português "maisss qui foi uma atêrragem di merrda...foi!"
Abraço
José Brás

antonio graça de abreu disse...

"Não evoluo, viajo".

disse Fernando Pessoa

Meu caro Vermelho

Ainda há umas semanas atrás, em Monte Real, em conversa com o Manuel Reis, este camarada de Guileje e bom amigo do coronel Coutinho e Lima, me dizia o mesmo que tu. Gostava do AGA do Diário da Guiné, mas eu havia mudado muito
e hoje seria uma espécie de defensor do regime salazarento-marcelista, hoje seria um homem da direita empedrenida e reaccionária. O Manuel Reis não usou estas palavras, mas subentende-se.
O meu Diário da Guiné foi todo passado ao computador em 2006. Fui buscar o que escrevi na época. Em 2006 publiquei exactamente o que pensava em 1972/74. Podia ter cortado muitos parágrafos se o AGA de 2006 não fosse o mesmo de 1972/74. E é, e é o mesmo de 2012.
Só que menos ingénuo e idealista. Mais quarenta anos de vida por três continentes, muita, muita viagem ensinam-nos alguma coisa.


Concluo com palavras de um homem honesto e íntegro chamado Joaquim Mexia Alves, o nosso camarigo mor:

"Devemos ser o único povo no mundo que nos comprazemos em tentar menosprezarmo-nos e dar aos outros que nos combateram aquilo que nunca tiveram: a vitória!"

Eu não me menosprezo, nem
menosprezo as Forças Armadas Portuguesas em
África, 1961/74. Só isto.

Quanto à natureza da guerra, todos sabemos que era um conflito errado, com um um adiar constante de soluções políticas, era um sofrimento atroz para o povo português e para o povo da Guiné.
Disso dei testemunho, no passado e hoje.

Estamos entendidos?
Creio que não.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Caros Combatentes:
Também não me parece interessante estabelecer comparações entre uma determinada atitude e juízo político daquele tempo e o nosso enquadramento partidário e político atual.O mundo que nos rodeia está cheio de pessoas que mudaram, uns por despudorado interesse material, outros por nobres motivos.Ponto final, parágrafo.
Outra questão é notar (e faço-o com frontalidade e repeito)nos relatos do AGA,sobretudo nos de 1973, um grande pessimismo, para não dizer pior, quanto ao curso da guerra, em contraste com algum otimismo que sobressai nos seus escritos de hoje.Bem sei que uma dor de dentes de ontem é muito menos dolorosa do que a de hoje, mesmo assim...!

Um abração para ti Graça de Abreu e para todos os combatentes.
Carvalho de Mampatá










pessoal de a forma como sentíamos e percebíamos o mundo e como o percebemos agora

Hélder Valério disse...

Caros amigos

Como tenho vindo a dizer, a propósito destas revelações do "Diário" do AGAbreu, que li em 'primeira mão' em Março de 2007 e que muito gostei, de tal modo que vim parar aqui ao Blogue, é que é muito educativo... a todo o momento proporciona-nos aprendizagem, estamos sempre a aprender e comigo isso não é diferente.

É preciso não esquecer que o António, para além desse legado (que pode servir de guia e de estudo da situação existente em 73, em directo e ao vivo) é também um excelente poeta.
Ainda não repararam como a sua poesia é 'leve' e ao mesmo tempo 'incisiva'?

Quanto ao resto..... o António fez longas viagens... fisicamente e interiormente, e chegou a 'novas' conclusões. Pode ser que continue a viajar e a mudar, em busca de mais e melhores coisas, a menos que já se encontre satisfeito...

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

Caro António Graça Abreu

Estamos absolutamente de acordo quando dizes:

"Eu não me menosprezo (acrescento eu: por ter participado na guerra da Guiné), nem (muito menos)
menosprezo as Forças Armadas Portuguesas em
África, 1961/74."

Também nunca me ouvirás tecer louvores ao nosso IN da altura.

Mas tenho reparado que, sempre que é feita alguma critica, ainda que verdadeira, à nossa actuação no TO, logo aparece quem pense que se está a louvar o IN.
Nada de mais errado. Uma coisa não implica, necessariamente, a outra. As coisas não são, nem podem ser, tão redutoras.
Ou será que fomos um exército isento de mácula? Alguém conhece algum?

Sobre as opções, aqui faladas nos comentários, cada um toma as que entende. Era o que mais faltava que assim não fosse!

Só que, as opções tomadas ao longo dos anos do pós-guerra, até hoje, não podem servir para desvirtuar a verdade histórica dos acontecimentos.
E, quanto a mim, é por essa verdade que nós, intervenientes, temos que nos bater, sem falsos pudores ou proteccionismos.

Um agradecimento especial ao Luís Graça por ter completado a cantiga do Zeca Afonso, de que eu só me lembrava do refrão e de outros versos incompletos.

Um abraço para todos os camaradas

José Vermelho

Luís Graça disse...

Temos pelo menos três postes sobre o PIFAS - Programa de Informação das Forças Armadas, inaugurado em 1971 - se não me engano - e que emitia a partir de um emissor instalado em Nhacra.

Era interessante saber mais sobre este programa, sua programação, conteúdos, locutores, línguas ou dialetos em que era transmitido, música que passava, alcance, etc...

Alguém tem mais informações sobre o PIFAS ?


Vd. http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/

search/label/Pifas

Anónimo disse...

Caro amigos,

A programação do PIFAS era feita em Bissau, num edifício cercado de muros, que ficava um pouco acima do Clube de Oficiais da Força Aérea. Admito que a memória me falhe no pormenor da localização.

A segurança ao PIFAS, como era conhecida a Estação de Rádio, esteve a cargo da CCaç 3327, nos meses de Fevereiro e Março de 1971.

Nunca estive ligado àquela segurança, pelo que não posso acrescentar muita coisa de útil.

Julgo saber que ligados à Rádio na Guiné,durante algum tempo da sua comissão, açorianos foram dois: o Jorge Cabral, micaelense, já falecido, e o Álamo Oliveira que vive na Ilha Terceira.

Por Eurico Mendes, combatente em Angola, locutor e jornalista dos OCS portugueses de New Bedford, soube que o Álamo lhe dissera que o Gen. Spínola gostava de passar algumas horas nocturnas na estação do PIFAS.

A rubrica Discos Pedidos era, sem dúvida alguma, a mais popular entre os militares.

Naquele programa, em 1971/1972, também houve uma voz feminina.

Um abraço amigo,
José Câmara