sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9023: Patronos e Padroeiros (José Martins) (24): São Martinho de Tours, militar que se tornou santo

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 3 de Novembro de 2011:

Caros amigos e camaradas
Mais um pequeno texto sobre um militar que alcançou a honra dos altares.
O seu dia - o dia de São Martinho.
Podemos saudar o São Martinho, como um antigo camarada de armas, que realmente foi.

Abraço para todos
José Martins


PATRONOS E PADROEIROS XXIV

Militares que se tornaram Santos

© Imagem recolhida no “Blogue S. Martinho”, com a devida vénia.


São Martinho de Tours

A figura de São Martinho está, e estará, ligada ao “verão de São Martinho”. A lenda, ou realidade, atribuída a este Santo, destinado a ser um militar ao serviço de Roma, foi motivada por um sentimento de partilha e de amor ao próximo.

Decorria o ano de 316 D.C., data provável do nascimento de Martinho, filho de um tribuno e oficial do exército romano. Foi na cidade de Sabaria, situada na Panónia Superior, província de Roma [onde hoje se situa a Hungria] que nasceu e cresceu, e onde foi iniciado na educação tradicional da família, no seio da qual veio ao mundo, venerando os deuses mitológicos do Império Romano.

Com cerca de 10 anos entra para um grupo cristão, de catecúmenos, preparando-se para ser baptizado na fé cristã, facto esse que foi interrompido pelo pai que, contrariando os desejos de Martinho e pretendendo afasta-lo da igreja, o fez ingressar no exército romano, que o envia para a Gália, na sua nova missão de militar.

Foi na altura em que o seu regimento se encontrava destacado na Gália, que Martinho se apercebeu, num dia cinzento de Novembro, dum pobre que, quase nu, tiritando de frio caminhava, em sentido contrário ao do militar, tendo-se afastado para que este pudesse passar, enquanto lhe estendia a mão solicitando esmola.

Desmontando, aproximou-se do ancião e vendo o estado em que o pedinte se encontrava, desembainhando a sua espada cortou a meio o seu manto, dando metade ao velho para se agasalhar. Reza a tradição que, nesse momento, o sol brilhou aquecendo a terra, amenizando o frio que se fazia sentir. Durante a noite, aparece-lhe Jesus, coberto com a parte da capa que Martinho dera ao pobre agradecendo-lhe, a partilha da capa, para se proteger do frio.

Este acontecimento foi, como hoje se diria, o “ponto de viragem”. Decide abandonar a vida militar e dedicar-se à vida religiosa.

Teria cerca de 22 anos quando foi baptizado, julga-se que pelo Bispo de Amiens, e tornou-se monge e discípulo de Santo Hilário, na altura Bispo de Poitiers, na Gália, que o ordena diácono (primeiro grau na ascendência ao sacerdócio católico).

Disposto a difundir a fé que abraçara, volta à sua terra, não só para rever a família, mas também para evangelizar os seus conterrâneos. Porém, os seguidores de Ário ou Árius (n. 256 - † 336), que foi um sacerdote da igreja cristã em Alexandria e fundou a doutrina cristã do arianismo, (esta doutrina tinha divergências com a doutrina tradicional da igreja no que respeita à divindade de Cristo), expulsam-no da sua terra, passando cerca de cinco anos (entre 355 e 360) isolado na ilha de Galinário, no meio do mar Tirreno.

Em 361 S. Martinho volta para Poitiers, onde funda uma comunidade monástica em Ligugé, a primeira da Gália e da, actual, Europa Ocidental. É a partir deste mosteiro que os monges partem, evangelizando as populações, dando o exemplo e, sempre que possível, fundando novas casas para, assim, estarem mais perto dos pobres e doentes que queriam converter e amparar.

Dez anos mais tarde, no ano de 371, a diocese de Tours ficou sem bispo e, apesar da resistência inicial, acabou por aceitar a nomeação para Bispo, proposta e aprovada pela população.

Tal função não retira, a Martinho, a vontade de continuar a sua missão, fundando novo mosteiro, perto de Tours, a que chamou de Marmoutier, tendo a sua influência sido difundida por toda a região, tornando-o amado e querido pelo povo.

São Martinho, Bispo de Tours, morre a 8 de Novembro de 397, em Candes, perto de Tours. A sua festa litúrgica é celebrada no dia 11 de Novembro, data em eu foi sepultado na localidade de Tours. Foi o primeiro Santo não mártir, a ter culto oficial da Igreja.

Odivelas, 3 de Novembro de 2011
José Marcelino Martins
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 25 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8946: Patronos e Padroeiros (José Martins) (23): D. Afonso Henriques - Exército Português

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