quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8714: Tabanca Grande (300): Apresenta-se o Eduardo Jorge Ferreira, lourinhanense, ex-Alf Mil da Polícia Aérea (BA12, 1973/74)


Lourinhã, Moledo > 16 de Agosto de 2011 (*) > Nos caminhos de Dom Pedro e Dona Inês... O Eduardo Jorge, ex-Alf Mil da Polícia Aérea (BA12, Bissalanca, 1973/74) é o segundo a contar da direita... De costas, de camisola vermelha, falando com o Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-Alf Mil Pára-quedista (BCP 21, Angola, 1970/72).



Caldas da Rainha, Fanadia, São Gregório > Restaurante Museu Adega Velha > 16 de Agosto de 2011 > Dois camaradas de armas, lourinhanenses, o Jaime (à esquerda) e o Eduardo (à direita)... No meio o pároco da freguesia, antigo professor e amigo de ambos...



Óbidos > Hotel Real de Óbidos > 16 de Agosto de 2011 > Convívio de um série de amigos lourinhanenses... Na hora do café e do Lourinhac, a famosa aguardente DOC (da região demarcada da aguardente da Lourinhã)... De pé o João Tomás (à esquerda) e o Eduardo Jorge (à direita)... O João Tomás e o Jaime pertence à Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã, colegiada essa que tem como principais objectivos a defesa, o prestígio , a valorização, a promoção e a divulgação da Aguardente Vínica da Região Demarcada da Lourinhã.


Fotos (e legendas) © Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados



1. Mensagem de Eduardo Jorge Ferreira, com data de 24 de Agosto último:

Data: 24 de Agosto de 2011 14:14


Assunto: Inscrição na Tabanca Grande


Camarada (de várias frentes!) Luís Graça:

Pois conforme o prometido (*), aqui estou a inscrever-me no magnífico blogue que em boa hora criaste e que com os contributos dos muitos aderentes se tem continuado a afirmar como espaço de partilha e de amizade entre aqueles que tiveram (e tem) a Guiné como cenário de passagem.

Confesso que fiquei maravilhado e entusiamado com o (ainda pouco) que li e vi no blogue do qual desconhecia a (já sua longa) existência.


Estive [, na Guiné, em Bissalanca,] na BA12 de 20 de Janeiro de 1973 (triste data, a do assassínio de Amilcar Cabral, ) a 02 de Setembro de 1974, colocado na EDT (Esquadra de Defesa Terrestre) como Alferes miliciano da Polícia Aérea, onde era conhecido por Ferreira.

Quero aqui enviar um abraço especial ao (então Tenente PilAv) Pessoa, um dos primeiros senão o primeiro piloto a ser atingido por um míssil Strela e que felizmente conseguiu ejectar-se e ser resgatado pelos paraquedistas. 

Constato com satisfação que está de boa saúde e tem responsabilidades no blogue e fiquei agora a saber também que casou com a Enf Paraquedista Giselda a quem saúdo igualmente. Pela foto actual e tanto quanto me lembro das suas feições, passados estes 38 anos, não mudou muito, está com óptimo aspecto, o que é de saudar.

Depois de vir da Guiné, e como era voluntário na Força Aérea por 6 anos, passei pela Comissão de Extinção da Pide/DGS (Gabinete de Imprensa) e pelo Estado Maior General das Forças Armadas (1ª Divisão) donde passei à disponibilidade em Junho de 1977.

Entretanto tirei o curso de Instrutores de Educação Física e mais tarde a licenciatura em Administração Escolar, realizando o percurso normal de professor até uma determinada altura a que se seguiram 15 anos de ligação à gestão escolar, dos quais 12 como presidente. Voltei a ser unicamente professor nestes últimos 9 anos lectivos acabando a minha carreira profissional em Abril último.

Um abraço a todos os camaradas
Eduardo Jorge

2. Comentário de L.G.:

Como querido amigo e conterrâneo Eduardo: Julgo que és o primeiro lourinhanense a ingressar na Tabanca Grande, depois de mim que, por acidente ou karma, acabei por estar na sua origem, como fundador e administrador do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. 

É com muita alegria que me perfilo para te bater a pala e dar-te as boas vindas, em nome dos mais de 500 camaradas e amigos da Guiné que se sentam sob o nosso mágico e fraterno poilão. Vens reforçar, além disso, a já forte representação, no nosso blogue, dos camaradas que estiveram ligados à FAP, incluindo o Miguel Pessoa a Giselda Antunes (, Pessoa, por casamento com o Miguel) .

Ficamos aguardar histórias do teu tempo de Bissau e de Bissalanca, e em especial dos últimos meses na nossa presença militar na Guiné-Bissau, entre Abril e Setembro de 1974. Espero voltar a encontrar-te na caldeirada programada para o próximo Outubro em Ribamar (, terra a que me ligam laços familiares, como tu sabes, e onde tu foste professor).

Toma boa nota: serás o tabanqueiro nº 515, a figurar na nossa lista alfabética, letra E, Eduardo Jorge Ferreira. (**)

______________

Notas do editor:

(*)2 Vd. poste de 22 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8694: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (45): O António Teixeira (ex-Alf Mil, CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73) por terras da Lourinhã...

(**) Último poste da série > 23 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8699: Tabanca Grande (299): António Agreira, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73 (Cafal, 1973/74)

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro Camarada Eduardo Jorge;

Não posso deixar de te saudar e de, em meu nome, te dar as boas-vindas, ademais, sendo tu, moço do meu tempo. Eventualmente, até nos teremos cruzado na Base, ou no Bar, onde passei muitas e boas noites a jogar umas "Kingalhadas" com Camaradas da F.A. e dos Páras, tendo muitas dessas vezes por lá pernoitado, devido ao facto de, às tantas, já me ser fisicamente impossível regressar para Bissau, pois transporte já não havia e de gatas não me dava jeito. Isto entre Junho e Setembro do ano de 1974.

Por outro lado, no parágrafo em que diriges a tua saudação aos nossos Camaradas Miguel e Giselda Pessoa, Ilustres Membros desta Tabanca Grande, os quais tive a honra e o gosto de conhecer no nosso encontro de Junho passado, em Monte Real; referes-te ao resgate, ou salvamento do Miguel, após ter sido atingido pelo "Strela", dizendo que ele foi "resgatado pelos paraquedistas".

Bom, durante a noite que se seguiu ao nosso VI encontro, escutei com atenção o Miguel a contar a forma como tinha sido resgatado.
Só que, ele refere, ter sido resgatado (e é verdade que o foi), pelo grupo do Sr. Capitão Marcelino; até lhe deram "Fanta" e Coca Cola" para beber e assim confirmarem ao Miguel que não eram pessoal do paigc, mas sim das NT, isto porque era voz corrente e do conhecimento comum que, o Sr. Cap. Marcelino em vez de água da bolanha, trazia no cantil ou nos cantis aqueles refrigerantes.

Isto para dizer que, depois do nosso encontro de Junho passado, estive com um Sr. General paraquedistas reformado, que à época, na Guiné, era Capitão e que, quando eu lhe estava contar coisas do nosso encontro e ao falar-lhe do "nosso" então Ten. PilAv Miguel Pessoa, me disse: Fui eu e o meu pessoal que o localizámos, só que, quando comuniquei a informar a posição onde ele e nós nos encontrávamos, recebi ordens para não o ir buscar, pois o grupo do Marcelino, é que lá iria para efectuar o seu salvamento.

Não tenho qualquer dúvida de que assim foi.

Aquilo que eu quero dizer é o seguinte: afinal, uns tiveram o trabalho (o grupo de paraquedistas) e outros colheram os louros e as condecorações ( o grupo do Sr. Cap. Marcelino).

Então, devo concluir que, já à época, e sem qualquer respeito pela dificílima situação em que o Miguel se encontrava, se faziam jogos próprios da baixa política. Sendo certo que, o grupo de paraquedistas se encontrava no terreno, a cerca de 100 metros do oficial PilAv que pretendíamos salvar e, estes recebem ordem para manterem a vigilância e assegurarem a segurança daquele, enquanto de Bissau se envia um outro grupo para que, sem que tivesse tido qualquer trabalho ou dificuldade, aparecerem como sendo eles os elementos salvadores, os heróis. Parece-me não ter sido nada correcta esta decisão.

O que é que os Comandos Militares, que então governavam os destinos de todos nós, pretendiam com decisões deste calibre ? Sinceramente não compreendo.

É evidente que, quando tiver o gosto de reencontrar o nosso Cor. PilAv Miguel Pessoa, com ele abordarei este tema; se ele assim o entender,como é óbvio.

Desculpa-me Eduardo Jorge, ter vindo com esta questão logo na tua apresentação ao pessoal, mas quando li aquela parte, que é, certamente, aquilo de que tiveste conhecimento "in loco", não resisti em trazer à colação este que eu considero um "vergonhoso episódio". Isto a bem da reposição da verdade dos factos e da história,- ainda que pela via da oralidade.

Recebam todos os Camaradas um grande abraço e, em particular, vai outro para o novel Tabanqueiro, Eduardo Jorge, do

Joaquim Sabido
Évora

Anónimo disse...

Bom, o facto de eu ter realçado o primeiro contacto com o grupo do Marcelino não quer dizer que não houvesse lá mais gente... Na verdade, o grupo era constituído por 39 homens (14 Operações Especiais do Marcelino e 25 páras da CCP123 do Cap. Cordeiro), que aliás são visíveis em algumas das fotos publicadas no blogue, para além de um número desconhecido de pessoal que montou segurança à volta. Penso que o reporte do Joaquim Sabido é bastante preciso. Tendo eu estado no "palco" e não nos "bastidores" da operação de resgate, não posso no entanto confirmar o que se passou. Mas não tenho motivos para duvidar daquilo que é referido pelo Joaquim Sabido. Até porque também conheço o General reformado" que ele cita - e que me merece total confiança...
Miguel Pessoa

Anónimo disse...

Com a pressa de responder ao Joaquim Sabido, nem tive o cuidado de dar as boas vindas ao Eduardo Ferreira, agradecendo-lhe os cumprimentos que nos dirigiu, a mim e à Giselda. No entanto, recomendo uma consulta urgente ao oftalmologista, pois não mudei assim tão pouco... Pelo menos continuo a usar o mesmo nome... e já agora, o mesmo relógio que levava quando malhei...
Abraço nosso. Giselda e Miguel Pessoa

manuelmia disse...

Caro Eduardo Ferreira,

Sê bem-vindo !
Cá ficaremos à espera das tuas histórias.
abraço
manuelmaia

Anónimo disse...

Num dia de julho de 74, já com uma taxa de alcoolemia jeitosa, resolvi ir à BA 12 de táxi ,não sei se para aumentar a taxa ou ir ao cinema com o celebre avião de imitação no tecto (às vezes passava mais tempo a olhar para o avião..a dormir claro..do que a olhar para o ecrã)..ia à civil e indocumentado.. é claro que o PA que estava na porta de armas não me queria deixar entrar ..e bem..nos entretantos apareceu um alferes da PA com um grande bigode.. e eu dizia: "deixa-me lá entrar pá que eu sou como tu"
Só me lembro de acordar a ver o avião na sala do cinema com esta às escuras e completamente vazia..levantei-me,meti o rabinho entre as pernas, e saí discretamente da base pela porta de armas onde o mesmo alferes se encontrava e me olhava com um sorriso complacente.
Serias tu ?
Um alfa bravo

C.Martins

Francisco Feijao disse...

Será que és mesmo o Alf Ferreira? Um grande abraço do Alf Feijão