terça-feira, 10 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8255: Controvérsias (121): Ainda, e sempre, o Dia dos Combatentes, um dia que seja nosso, em 10 de Junho ou em qualquer outro dia do ano (Joaquim Mexia Alves)

1. No dia 28 de Abril de 2011, às 14h30, o  Joaquim Mexia Alves  [, foto actual, à direita,]  escreveu-nos a seguinte mensagem:



Meus caros camarigos:

E continuo sem me calar quanto ao Dia dos Combatentes.

Ainda ontem o António Matos e eu falámos do assunto com o dirigente da Liga dos Combatentes de Leiria,  que esteve no almoço da Tabanca do Centro.

Julgo que a publicação deste novo texto devia ir acompanhada com a republicação do texto anterior (*), salvo melhor opinião.

Estou pronto para fazer o tal blogue para o Dia dos Combatentes, se assim for decidido, mas preciso de ajuda, pois claro.

Mais uma vez dou conhecimento a mais alguns camarigos que têm blogues, para que usem com entenderem este texto, publicando-o e trazendo mais gente para esta causa.

Que me perdoem aqueles que possa ter esquecido, ou porque não encontrei os seus mails, ou porque não os conheço ainda.

Um abraço forte e camarigo do


Joaquim Mexia Alves


2. AINDA, E SEMPRE, O DIA DOS COMBATENTES
por Joaquim Mexia Alves




Desculpem-me, mas é com alguma mágoa que volto ao assunto do Dia dos Combatentes tratado ultimamente neste meu texto:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/04/guine-6374-p8128-controversias-119-10.html

Não por o texto ter sido escrito por mim e ter tido poucos ou quase nenhuns comentários, (porque isso para mim não tem qualquer importância), mas sim porque revela um alheamento de um assunto, que a meu ver se reveste de enorme importância para todos nós, Combatentes.

Dá a impressão, (ou pelo menos a falta de comentários passa essa impressão), de que perante a recusa por parte da organização do 10 de Junho, às pretensões que o António Martins Matos [, foto actual, à esquerda,] lhes revelou da nossa parte, todos se desinteressaram do assunto, assim à velha maneira portuguesa do “não vale a pena”.

Protestamos, queixamo-nos, revoltamo-nos, indignamo-nos, mas afinal não somos capazes de nos unirmos num projecto que leve a cabo um verdadeiro Dia dos Combatentes em Portugal.

O texto que escrevi não serve? Não é aquilo que se pretende? Não são aqueles os melhores passos a dar? Tudo bem, não há problema nenhum nisso!

Mas então critiquemos, tenhamos ideias, façamos propostas, mas ao menos testemunhemos que não nos calamos e vamos fazer o que é preciso, contando ou não com o apoio das instituições do país, sejam elas quais forem.

É que, quer queiramos, quer não, a imagem que passamos, é a de que a proposta de um verdadeiro Dia dos Combatentes é apenas a vontade de uns “carolas”, e que os combatentes no geral se estão “borrifando” para o assunto.

Assim vamos dando razão aos “profetas da desgraça”, que sempre profetizam a impossibilidade de nos unirmos, a impossibilidade de conseguirmos o nosso Dia dos Combatentes, a impossibilidade de sermos atendidos nas nossas pretensões, ou até de conseguirmos por nós próprios levar a cabo a realização de um tal evento.

E estes “profetas da desgraça”, não são só exteriores aos combatentes, pois também os há no meio de nós. Eu, (falo por mim), não quero fazer um qualquer desfile exterior a umas cerimónias de um determinado dia, como uma coisa do tipo: “Deixa-os lá desfilar, coitados, que depois já não chateiam mais!»

Não, eu quero um Dia dos Combatentes, (10 de Junho ou outro qualquer), mas um Dia que seja nosso, para homenagear os nossos mortos, para homenagear aqueles que deram o melhor de si ao serviço da Pátria, e que fomos todos nós.

Um Dia dos Combatentes que a eles pertença, e não um dia de discursos circunstanciais, de uns quaisquer políticos e umas outras figuras, de umas quaisquer instituições, mais ou menos “estatizadas”.

É nesse sentido que aponta o texto acima referido e que eu esperava bem, fosse criticado, analisado, apoiado, corrigido e servisse de partida para fazermos o que é nosso por direito próprio. Escusamos de pensar para agora, mas sim, para o futuro mais próximo, (o próximo ano?), dando passos seguros, firmes e inabaláveis, que não se deixem abater por umas quantas portas fechadas.

Mostremos a nossa determinação, a nossa vontade, o nosso querer, de tal modo que aqueles que têm de autorizar oficialmente o Dia dos Combatentes, percebam que não desistimos, que não quebramos, e que estamos unidos.

Abrimos estradas por matas densas, rompemos trilhos por matas desconhecidas, fizemos quartéis onde nada havia, levantámos minas que nos queriam armadilhar, levámos algum conforto a algumas populações. É tempo de cuidarmos de nós, antes que os nossos filhos e netos não percebam o que passámos, antes que nós próprios nos esqueçamos que existimos.

O tempo é agora, as propostas estão feitas nesse texto, que pode e deve receber o concurso de todos.

Por isso mostremos que não somos só palavras, que não estamos velhos, mas que ainda podemos mostrar aos de agora, e aos vindouros, que a determinação que vivemos, continua viva em nós.

Não somos velhos, não deixamos que nos esqueçam. Somos vivos e estamos aqui!


Ao trabalho pois então, pelo Dia dos Combatentes!

Monte Real, 28 de Abril de 2011


Joaquim Mexia Alves
__________________
Nota do editor

(*) Vd. último poste da série > 18 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8128: Controvérsias (119): 10 de Junho: Ainda, o Dia dos Combatentes (Joaquim Mexia Alves)

Vd. também poste anterior:
 
7 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8063: Controvérsias (118): 10 de Junho: “Passagem final pelas lápides”, ou “Desfile” (António Martins de Matos)
 
E ainda: 3 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8040: Carta Aberta ao Presidente da República: o 10 de Junho, Dia dos Combatentes (Joaquim Mexia Alves)

8 comentários:

Anónimo disse...

Camarigo Mexia Alves. Não sejamos radicais assim. Comentários não foram necessários. O importante foi assinarmos a petição e só por alerta meu, alguns outros camarigos o fizeram ainda não no blogue mas que lá iremos (eu também não estou pois isto de digitalizar fotos ainda não é a minha especialidade, a não ser que o fizesse de G3) Alerta meu mas a ideia não muda de quem teve a ideia, genial ideia aliás mas que na verdade temo que não siga em frente. Abraços e até um dia. Veríssimo Ferreira, Fur Mil CCaç 1422. Mansabá Pelundo K3

Anónimo disse...

Caro M. Alves:
Mais que uma vez estive tentado a fazer um comentário a este tema, acabou por não dar.
Há coisas, recordando o que foi já escrito, que não faria, nomeadamente “aprontar-me” de blazer e gravata para um qualquer desfile. Aliás, desfiles o último que fiz, foi algures não muito longe do Forte Bom Sucesso, em1970 04 26. Gravata já era, no último dia de trabalho aposentou-se por bons e contínuos serviços prestados. Quanto ao blazer, tirando alguns bem intencionados camaradas, poucos, tirando o D. Duarte, o Horta e Costa e outros convidados “avençados” com nomes sonantes, do 10 de Junho, poucos mais se encontram.

Pode-se tentar encontrar uma data diferente do 10 de Junho, até um qualquer outro local, para mim, para muitos que há anos lá se concentram, o 10 de Junho em Belém, é insubstituível, isto é, naquela data, naquele dia estaremos lá.

No passado ano, houve comemorações oficiais no Algarve, não acompanhei, nem pela TV pois estava fora de casa, pelo que ouvi posteriormente, houve um desfile. O que é certo é que, junto aos nossos Mortos, a afluência não diminuiu.

Como muitos do Porto, todos os anos deslocamo-nos neste dia até Belém, outros deslocam-se de outras terras, de mais perto ou mais longe, o que é certo é que, muitos que conheço, de Lisboa residentes, ou daí não muito afastados, nunca os lá vi.
Um abraço, tudo de bom,
António Brandão

manuelmaia disse...

Caro Joaquim Mexia,

Qualquer dia serve,podendo perfeitamente ser o do Nun`Alvares,
desde que nos mantenhamos so´ no´s (veteranos) uma vez que a "gente importante" desdenhou a nossa presença.
Quem nao se sente, nao e´ filho de boa gente.
E´ bom que nao estejamos juntos de quem nos rejeita.

Anónimo disse...

Meu Amigo Joaquim e Caros Camaradas. Sem querer, mais uma vez ser, o "velho do Restelo";através do muito que tenho lido sobre este assunto (que sempre me interessou),verifico que todo o historial desde a primeira Guerra Mundial quanto a esta procura de um digno e unitário dia dos ex-combatentes tem embatido sempre em "altos muros" partidários,ou simplesmente sectários.Isto tanto nos tempos da República,como no Estado Novo,como agora nesta Democracia.Nunca terá sido por falta de vontade e entusiasmo dos organizadores,mas vale a pena ler em detalhe o que realmente sempre se passou. .Quando näo dominadas e controladas por quem governa,estas organizacöes acabaram sempre por ser "asfixiadas por fora" e destruídas "por dentro".Mas vale a pena tentar!Pois a alternativa pessimista,derrotista,(e näo menos),cómoda, é continuar-se a dizer que nada se vai conseguir sem se o tentar organizar. Um grande abraco.

Sotnaspa disse...

Camarada Mexia Alves.

Eu subscrevo o que o Manuel Maia comenta, acho que o Dia de D. Nun`Alvares, esta perfeito, já que o 10/06 tem dono, ou seja, é o dia dos nobres botarem faladura em que falam, falam e pelo menos a mim nada dizem,e é o que tem acontecido nestes últimos anos em Belem.
devo dizer que enviei um mail ao Sr. Presidente, subscrevendo o texto que enviaste.
Eu fiz a minha parte.

ASantos
SPM 2558

Anónimo disse...

Dia de Portugal

Sobre esta preocupação de Mexias Alves, lembro que talvez a melhor maneira de avaliar o apoio da generalidade dos ex-combatentes do Ultramar a esta iniciativa será fazer uma petição pública na net.
Estou disponível para apoiar tal iniciativa.
Lembro o meu post de 4-4-2011 neste site,a propósito deste assunto:

"Sobre a carta aberta referida informo que subscrevo o seu conteúdo, acrescentando o seguinte:

"- Lembro a maneira digna como decorreram as comemorações do Dia de Portugal no ano passado, em Faro (minha terra natal), onde se realizou, pela primeira vez, um desfile de antigos combatentes, integrado nas cerimónias oficiais.

"- Recordo que há alguns anos, quando estava em discussão a cerimónia de homenagem aos militares falecidos na Guerra do Ultramar, em 10 de Junho, eu e bastantes oficiais (um deles foi o General Ricardo Durão, com tomada de posição pública na Imprensa), se manifestaram a favor de que o Dia do Combatente devia ser o 10 de Junho e não o 9 de Abril. Nesta data incompreensivelmente é comemorada uma derrota na Batalha de La Lys. Assim a proposta de Mexia Alves vem no sentido de se comemorar o Dia do Combatente em 10 de Junho, Dia de Portugal."

Cor. Ref. Manuel Bernardo

Anónimo disse...

Para o Dia dos Combatentes propunha, uma das três seguintes datas, 24 de Junho, dia da Batalha de S.Mamede (24/06/1128) que marca o arranque para a Independência Nacional, 24 de Outubro, dia da tomada de Lisboa (24/10/1147) ou 18 de Abril, dia do 1º embarque no aeroporto de Lisboa, de para-quedistas para Angola (18/10/1961).
Francisco Pinho ex-fur.mil 1ªRep/2ªFun QG/CTIG

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... em 16Mai2011 08:52, Mexia Alves remeteu-me por email a seguinte mensagem (que pouco depois agradeci):
Caro Abreu dos Santos
Obrigado pelo seu mail.
Eu tinha visto o seu comentário [colocado e aceite às 12:48 de 12Mai2011] que, posso dizer-lhe, não foi apagado pelos editores do blogue, mas sim por problemas do blogger que entre o dia 11 de Maio e, salvo o erro, 14 de Maio esteve em "manutenção", segundo informou e nesse período, perderam-se comentários e mesmo postes, tal como aconteceu também no meu blogue pessoal e julgo que em todos os outros.
Quanto ao assunto Dia dos Combatentes, espero não o deixar morrer e apenas agora, devido a um período mais complicado, estarei menos activo quanto a isso, mas depois voltarei "à carga".
Um abraço do
Joaquim Mexia Alves

Face ao exposto, reponho o [desaparecido] comentário, relacionado com propostas de «salutar discussão, pública, sobre "O" Dia dos Combatentes»:
... ou 06 de Junho, data (de 1960) em que embarcaram no "Uíge", rumo a Angola, as três primeiras Companhias de Caçadores Especiais.
No entanto, a reunião magna de veteranos - no próprio dia 10 de Junho -, desde 1994 levada a efeito junto ao Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, com exclusiva finalidade do preito de Homenagem aos Caídos no Cumprimento do Dever, creio ser a data mais apropriada, não obstante a Comissão Permanente Organizadora haja de proceder, a partir do próximo ano (inclusive), à reformulação de alguns aspectos do cerimonial.
(Abreu dos Santos)