segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7738: (Ex)citações (128): Coisas mais importantes da vida do que a questão do sexo dos anjos (José Brás)



1. Mensagem de José Brás (ex-Fur Mil, CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), com data de 6 de Fevereiro de 2011:

Carlos, meu amigo
Com um abraço e consciente de que estou a amolar-te o juízo.

Um abração
José Brás




VAMPIROS

Nunca direi que não me agrada uma boa discussão à volta de coisas mais importantes da vida do que a questão do sexo dos anjos.

Me chamariam logo mentiroso se o dissesse, e eu não teria senão que aceitar o epíteto, sem garantir mesmo que não tenho enfiado já a minha peta por aí, coisitas pequenas e sem influências na vida de cada um e por isso, na verdade, pode dizer-se que mentiroso não sou.

Fartos de saber que troco um dia de vida por uma boa polémica, estão vocês todos, os que concordam com o que eu digo ...e os que não.

E até diria, sem qualquer preconceito ou complexo, sem medos de acusações de fora ou insinuações de insanidade, ou de pelo menos, de não ter os alqueires certos, direi que, uma vez ou outra, até eu discordo de mim.

Não riam porque o assunto é mais sério do que possa parecer e acho mesmo que ser gente obriga ao exercício de cada um de se contestar, de se experimentar, de se contrastar consigo próprio de vez em quando, na busca do caminho que lhe parece o mais certo, que oi seja ou não porque isto de caminhos está o mundo cruzado por biliões e se calhar são todos certos e todos errados.

Já aqui disse uma vez em forma de interrogação para dentro de mim que "se não discutir com os amigos discutirei com quem" e o Luís fez dessa pergunta a frase de uma semana.

Repito que gosto de polemizar com os amigos, tendo que avisar que meu amigo pode ser quase qualquer um. Quase, repito.

Sem dúvidas que tenho no blogue muitos amigos, a maior parte deles discordando de mim muitas vezes, concordando outras, já se vê, numa salutar forma de convívio que tem por chapéu a certeza de que há coisas fundamentais com as quais comungamos sem constrangimentos e que são o direito de qualquer cidadão à vida desde que nasce até que morra; o direito ao livre pensamento; o direito à dignidade e ao respeito; o direito à família; o direito à liberdade, o direito a deus... o dever do respeito pela identidade do outro; o dever de aceitar regras de convívio social escolhidas em liberdade; o dever do trabalho na multiplicação dos bens da comunidade, tudo isto em total entendimento que não há raças nem credos nem ideologias que possam pôr em causa o profundo sentimento de que o homem é uno e múltiplo e assim deve continuar a ser para bem do mundo.

Descendo um pouco mais à terra, porque isto de listar direitos e deveres é o mais fácil do exercício, não apontarei exemplos de tal discordância salutar, por não me parecer necessário de tão evidentes as diferenças e porque sei que os próprios também sabem.

Não estorvam o abraço, nem a mim, nem aos diferentes, sempre que nos encontramos, porque a certeza de que a diferença se constrói em nós naqueles princípios e na realidade que deu forma a cada um, crescendo cada qual em seu ambiente social e cultural, formando olhares sobre os fenómenos da vida e valores diversos, mas mantendo esse profundo respeito pela coisa sagrada que é a humanidade.

Discutirei com alguma satisfação, com os que acham que a descolonização foi mal feita, que houve graves e pressas demasiadas, e, talvez mesmo algumas traições, quando sei que os adversários de discussão, estão de acordo com a sua inevitabilidade histórica.

Poderei mesmo discutir sem azedumes que restem, com os que ainda lamentam a perda do império, embora me custe mais o debate aí, na remissão a que não consigo fugir de outros impérios que atravessaram a história do homem com devastações, com massacres, com aniquilação de povos inteiros, Unos, de Bizâncios, de Cartagos, de Romanos, e mais modernamente, de Castelhanos, de Britânicos, de Russos e o famigerado Austro-Húngaro do pintor de tabuletas.

Mas enfim, faço o esforço porque reconheço que um ou outro camarada tome o imperialismo português apenas como a natural expansão de um povo apertado entre Castela e o mar, pensando com alguma simplicidade que as terras onde os nossos heróicos navegadores semearam cruzeiros, onde tantos portugueses deram o seu sangue e o seu sonho, passaram de direito a ser portuguesas.

Evidentemente, não tenho ilusões sobre as extremidades que a própria humanidade pode assumir, criando e desenvolvendo criaturas que se destacam em santidade ou em monstruosidade.

Não falo de santos porque sobre eles assumo que não há divisão.

Falo dos outros, embora garanta que com eles não discutirei porque com eles não há nada que discutir. Podem vir ao quintal sem portões largar o veneno, ao pinhal do rei provocar, trazer falas antigas e tácticas da velha pide, dos tribunais plenários, do medo nocturno que espalhavam no outro tempo e gostariam de recuperar, ameaças de palhaço, burra inversão de valores pondo ao contrario conceitos como independência, autonomia de pensamento, liberdade, noção de pátria e de povo, que de mim não terão qualquer resposta.

Sei que me liquidariam de facto ou de alma, se pudessem; que me proibiriam o pensamento, que me colocariam em grades e em tortura, que perseguiriam a minha família, que me abririam fichas e me investigariam os passos, tal qual fizeram nos longos anos de escuridão e de atraso deste País.

E apenas porque esta macaqueação de democracia invadiu o mundo e a nossa terra de imbecis e de ladrões, de incompetentes e abusadores, de insatisfação e de dificuldades, pensam que o seu tempo, a sua noite, pode voltar.

Poisam nos prédios e nas calçadas, provavelmente organizam-se e, se puderem, abrirão feridas.
Mas já não senhores do "mundo" nem mandadores sem lei.

Os despojos antigos que trazem apodreceram e saem-lhe da boca em mau hálito... apenas.

Não os temo como não temi antes.

Não tenho que conviver com eles enquanto tiver espaços plurais onde respirar.

Entendem?

José Brás
____________

Nota de CV:

Último poste da série > 23 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7662: (Ex)citações (127): Um lição de artilharia... A propósito do obus 14, de Bedanda, bem como dos artilheiros e infantes... (C. Martins)

19 comentários:

António Martins Matos disse...

Caro Amigo
Gosto do texto.
Fica-me no entanto um sabor a indefinição, já pareces os que diziam "bombardeia todas as matas à volta do quartel".
Assim não me consigo orientar..., ainda acerto nos "nossos".
Tens que definir melhor o objectivo.
Um abraço.
AMM

Anónimo disse...

Não há mais importante do que o Sexo! E por que não dos Anjos?

Abraço.

Jorge Cabral

Torcato Mendonca disse...

MAS....

E....

entre o Mas e o E parece estar uma luzinha ao fundooooo...Se for lizinha de orientação eu te entendo....

Respiremos então...preferia uma anja. Não há? Paciência.

Respiremos...

T com AB

Luís Graça disse...

Quando um discussão não leva a parte alguma, ou cai num impasse, ou se torna estéril, diz-se que estamos a discutir o sexo dos ajnos...

A origem da expressão parece remontar ao ano da tomada de Constantinopla (hoje, Istambul), em 1453, quando a cidade (o que restava de Bizâncio e do Grande Império Romano do Oriente) estava cercada pelos otomanos.

Enquanto o imperador Constantino XI e o povo (uns escassos milhares) defendiam as muralhas da cidade sitiada, os teólogos cristãos ortodoxos, os sábios, estavam reunidos em concílio, discutindo acaloradamente entre outras coisas inúteis a questão de se saber se os anjos tinham sexo...

Reza a história que não chegaram a conclusões nenhumas quando Maomé II entrou vitorioso, à frente de 80 mil combatentes, na velha Constantinopla...

Moral da história ? Nunca perdamos de vista o essencial... valorizemos o que nos une mas também não desprezemos o que nos separa...

antónio graça de abreu disse...

O sexo dos anjos é azul, garanto eu que nunca lhe vi a côr.
O sexo das anjas é côr-de-rosa com um melro negro a pipilar à volta. Esse sexo conheço, é a verdade dos factos. Mas só com anjas bajudas da Guiné, morenas portuguesinhas, ou meimeis chinesas. Se for uma anja sueca ou uma russa loiríssima, o sexo da anja também é côr-de rosa mas tem a pipilar
à volta um canário chilreante.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Acho que vale a pena marcar melhor o terreno, como pedes, embora me pareça claro o que quero dizer.
Como o Luís diz abaixo, valorizemos o que nos une mas também o que nos diferencia.
Nem sabes como gosto de discordar de ti algumas vezes e de concordar outras tantas porque tenho a certeza de que o que queremos não está muito longe e apenas divergimos circunstancialmente nos caminhos, coisa que quase sempre é até salutar nesta obrigação que temos todos de fazer o mundo andar em frente.
E falando de ti, apenas para ser muito concreto, poderia falar de mais uma dúzia de camaradas, gente séria e que prova no dia a dia a sua generosidade e a capacidade para o abraço.
Digo que não discutirei com gente que faz fichas de outra gente, não para lhe conformar as habilitações profissionais ou a de saúde, mas para afirmar que lhe tratariam ...da saúde se pudessem
Chega, camarada?
Um abraço
José Brás

Anónimo disse...

É evidente que os anjos têm sexo! Se assim näo fosse como existiriam tantos "anjinhos"? Um sincero e abreptício abraco.

Anónimo disse...

Camaradas,
O texto em apreço e que o Zé Brás assina, resulta da sucessão de comentários desencadeados a partir de uma "Agenda Cultural" que anunciava a apresentação de um livro, a propósito da passagem de 50 anos sobre o inicio da guerra de África. Foram vários mimos a evidenciar a intolerância e a roçar o desafio físico.
Transcrevo o inicio da introdução do respectivo:
"Há 50 anos tinha inicio a Guerra Colonial, que já houve quem considerasse o "acontecimento histórico mais importante da segunda metade do século XX português"*. Tal acontecimento deixou a sua marca, em dor, sofrimenhto e morte, nas vidas de centenas de milhares de jovens e suas famílias. E no entanto isso pouco importa a alguns "patriotas", unicamente preocupados em proferir sentenças condenatórias dos que pensam diferente, uns "traidores" para quem devia estar reservado o pelotão de fuzilamento. De modo que um militar, que nunca combateu em qualquer guerra mas é mestre em Estratégia, até veio a terreiro, "em nome da Pátria" e para que "o Bem vença o Mal", proclamar perante os "bons portugueses" uma "verdade histórica": a Guerra Colonial era "justa" e "sustentável ad eternum", não impedindo o desevolvimento do País**.
Que vã glória ainda faz sofrer desta maneira? Porque, acho eu, são pessoas em sofrimento.
Hoje mesmo, no blogue (só a título ilustrativo), são publicados dois relatos de duas acções militares que se saldam em 2 mortos, 1 desaparecido e 17 feridos, numa; e 2 mortos e 1 ferido, noutra.
Em nenhuma delas se revelam baixas causadas ao IN.
Também já aqui foi referido anteriormente, nós não perdemos a guerra, até porque éramos mais, na proporção de 6 para 1 (se não erro). Portanto, inferia-se, só quando 5000 liquidassem 30.000 a guerra seria declarada perdida. Obviamente!!!
As autoridades políticas e a rectaguarda deviam estar electrizadas naquela contagem, pois não só não gizaram planos que nos permitissem (aos operacionais) derrotar o IN, como não esgotaram a capacidade estatística que ainda lhes permite vangloriar a vitória.
a tonta falácia.
Eu perfilho, como o Zé Brás, um critério selectivo (não necessariamente coincidente). Não perfilhio qualquer trêta que queiram impingir-me, nem me comove a falácia saudosa.
* Carlos Matos Gomes, in Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano Teixeira (Dir), "Nova História Militar de Portugal", p.173
**João José Brandão Ferreira, "Em Nome da Pátria", pp 7 e ss.
Abraços fraternos
JD

Anónimo disse...

Camaradas
Por lapso não indiquei o final da transcrição do prefácio, que termina em "...não impedindo o desenvolvimento do País".
Peço desculpa.
JD

Anónimo disse...

Caro Zé Dinis,

Como fui eu que transcrevi e que tomei parte na operação dos 2 mortos, 1 desaparecido e 17 feridos, não quero que a tua coriosidade fique sem resposta.
E para que a tua estatistica seja completa.

Do mesmo livro de onde foi transcrita a operação, consta:

BAIXAS INFRIGIDAS AO INIMIGO

FEV 1966 Prisioneiros 8- Fridos 8 - Mortos 12.

Embora seja doloroso, não quero deixr de completar a tua curiosidade:

BAIXAS SOFRIDAS EM COMBATE PELA C.CAÇ 763 durante a sua comissão:

Mortos 7

Feridos 53

BAIXAS INFRIGIDAS AO INIMIGO PELA C.CAÇ 763 durante a sua comissão:

Prisioneiros 45

Feridos 40

Mortos 107

Não irei comentar por ser doloroso e eu ter pertencido à C.CAÇ 763.

Sei que será muito doloroso para quem ler estes números, mas a tua curiosidade ficará esclarecida.

Esclarecerei a emboscada de 24 de Fevereiro de 1966 e outras coisas.

Dá tempo ao tempo.

Mário Fitas

Anónimo disse...

Torcato,
O António Graça de Abreu diz que, afinal, há anjas. E que têm o sexo cor-de-rosa. Procura-as!
Boa sorte.
Abraço,
Carlos Cordeiro

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo José Brás

Gostei do teu texto, equilibrado e sentido, e que recebeu uma "aclaramento" quando respondeste ao António Matos, (que muito bem o solicitou), e assim ficou tudo em "pratos limpos".

Caro camarigo José Dinis

Deixei passar esta noite para perceber se devia responder ao teu comentário ou não.

É que mais uma vez, partindo de uma resposta a determinados comentários, avanças ao teu modo, sempre agressivo, sobre todos aqueles que afirmam que a guerra não estava perdida, mimoseando-os com os "louvores" que já te conhecemos.

O Ten Cor Brandão Ferreira é um bom amigo meu, que eu muito estimo e considero, homem vertical que nunca voltou a cara a uma discussão.
Tem a sua opinião, ou não a pode ter?
Aquilo que afirmas que os outros fazem, queres fazê-lo tu também, como se só tu tivesses razão.

O argumento que repetidamente usas, que quem não esteve na guerra não pode falar dela, deves aplicá-lo também aos autores do livro que referes, segundo a tua perspectiva.

Por essa maneira de ver, não se pode mais falar da 1ª Guerra Mundial, porque já devem ter morrido todos aquels que nela participaram.

Mas enfim para este peditório não dou mais.

Já sei que virás dizer que eu não entendi o que querias escrever, mas porque será que isso sempre acontece?

Um abraço camarigo para o José Brás, para o José Dinis e para todos

Anónimo disse...

Compreendendo que a um escritor será difícil näo "divagar",mas,para os simples como eu,näo teria sido suficiente a frase :"Fascismo nunca mais"?

Anónimo disse...

José Belo

O perigo disso é que pode não passar de um slogan vazio para muita gente.
Por outro lado quis deixar claro que serei sempre amigo de quem discorda de mim, por vezes mesmo muito, mas aceita a discussão e a liberdade de pensar.
Não sou amigo daqueles que continuam a aproveitar a liberdade para dizerem que amam Hitler (e tu sabes quem são.
Dizer isto de modo a que os que são apenas "diferentes", que eu estimo e que acho que me estimam a mim nessa diferença não se julguem incluídos. obriga-me às voltinhas
Claro que aceito o teu reparo e eu próprio preferia que fosse como dizes, apesar de saber que muito boa gente aqui tem preferência legítima por uma maior simplicidade de palavra.
Contudo há que reconhecer que o homem não é uma criatura assim tão simples.
Um abraço
José Brás

Anónimo disse...

Ainda ao José Belo
(e aos outros amigos)


Não falámos da carne nem do sal nem do mar,
Sem GPS nem bússola navegamos à vista,
Cansadas gaivotas me poisam na carta
Apontando meu voo em falso horizonte

Nas vagas que embalam
Teu barco é meu esquife
E nunca te entregas

O mar dos teus olhos fustiga-me a tez
E afoga a esperança de risos e festas,
De velas rasgadas não venço tormentas
Nem rompo o silêncio de nuvens e ânsias

Nas vagas que embalam
Teu barco é meu esquife
E nunca te entregas

Me afasta o rectângulo este mar de abandono,
Esbravejo nos golpes da aquática tormenta
Me elevo nos ares em busca de praia
E me salvo no mastro que finco nas nuvens

Espuma de raiva
Este céu de nuvens salgadas
Limpa-me a pele de guerras passadas

Nas vagas que embalam
Teu barco é meu esquife
E nunca te entregas

José Brás

Anónimo disse...

Meu Caro Joaquim
Parece que adquiriste o sindrome da irritação de cada vez que escrevo.
Não vale a pena, nós apenas podemos estar em desacordo, aqui, ou ali, mas, no essencial, não vejo muitas diferenças.
Nem me parece razoável referires o meu modo agressivo, francamente, não descortino essa agressividade, embora, reconheço, já ando meio cegueta. Nem me referi àqueles que defendem que a guerra não estava perdida. O que fiz, foi uma transcrição de um livro que aqui originou polémica, que é mais sério do que esse pedaço possa aparentar, e depois, para evidenciar o hediondo da guerra, referi dois posts do dia, e critiquei quem julgo que foi responsável pelas nossas baixas, os governos da época, e os militares da retaguarda que, por incompetência ou laxismo, não tomavam medidas adequadas e atentas às necessidades da guerra. Finalmente, referi-me às elegantes argumentações que possam pretender a minha inversão de pontos de vista. Se voltares lá, à tal agenda, encontram-se belos nacos de prosa em ambiente de extrema camaradagem.
Citas o Sr Coronel Brandão Ferreira, que não conheço, nem é importante que o conheça, mas desde já te digo que estou interessado na leitura do seu livro, referido em Angola 61, porque me interessa confrontar fontes diferenciadas.
Vá lá pá, hoje não acordei para me chatear contigo. Nem nunca.
Um grande abraço
JD

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro José Dinis

Hoje deu-me um cansaço imenso, não faço ideia porquê!

Não tem nada a ver contigo, obviamente, nem com ninguém, mas talvez com todo este estado de coisas.

Pode ser realmente impressão minha, mas a verdade é que se cotejarmos os teus comentários com a maioria dos outros, há sempre palavras e conceitos que escreves, que me parecem realmente reflectirem uma maneira de escrever "agressiva".

Mas, como te disse logo ao principio, estou cansado, mais que cansado, estou farto, não de ti, claro, nem dos camarigos, mas de argumentar, de refutar, de apoiar, de elogiar, de criticar e continuar sempre tudo na mesma, ou seja, a carne para canhão que fomos, continuamos a ser, só que apesar de tudo, dantes ainda nos passavam a "mão pelo pêlo" com umas paradas e umas homenagens, (fraca compensação), mas agora servem-se de nós para fazerem politica e depois evitam-nos, desprezam-nos, e mandam-nos às favas, para não dizer pior!

Espero que fase de cansaço passe!

Um abraço camarigo para ti e para todos

Anónimo disse...

Deixa lá camarigo
è bom que continuemos a falar (mesmo cansados) porque o tempo de grande descanso (e da boca fechada), o tempo que já não será tempo, não tarda muito e os tais que não querem nem ouvir falar de nós (a não ser quando tiram proveito), respirarão fundo livres da peste que somos.
Falemos, então, enquanto pudermos, ainda que por falas diversas.
Abraço
José Brás

Anónimo disse...

José Brás.Camarada. Pela parte que me toca,gostei do teu poema.A qualidade encontra-se no que escreves.Isso näo será novidade para muitos. E,citando Clássicos,cito Luís Graca:"Valorizemos o que nos une". Um abraco.