domingo, 16 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7623: In Memoriam (70): Na morte de Vitor Alves (1935-2010). Em memória de um homem honesto. (Mário Fitas)


1. O nosso camarada Mário Fitas, ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCAÇ 763 “Os Lassas”, Cufar, 1965/66, enviou-nos, em 14 de Janeiro, a seguinte mensagem.
Vitor Alves. Em memória de um homem honesto.
Camaradas,

Anexo, algo do pouco que vi publicado sobre um homem do 25 de Abril

O dedo na ferida!

Porque nós nos calamos?

Como queremos ser respeitados?

Vitor Alves, um dos mais sãos do 25 Abril teve esta projecção mediática apenas e alguns rodapés.

Obrigado António Duarte,

Mário Fitas
Fur Mil OpEsp/RANGER da CCAÇ 763

____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste da série em:

10 comentários:

Anónimo disse...

pois é, Mário.
Mas temos o herói Carlos Castro que ocupa televisões, cronistas, modelos e gente da moda que é muito importante, gente que gosta da gente da moda, senhoras muito caridosas e esposas de ex-presidentes, velhas gaiteiras e esticadas, gajos e gajas que se davam com o bicho, psicólogos, parapsicólogos, psiquiatras, polícias, políticos, paneleiros e outros que o parecem, enfim, que resta para falar de Vitor Alves?
Um abraço
José Brás

PS Isto não põe em causa o meu profundo respeito pelas tendências sexuais de ninguém e só diz respeito mesmo a maricagem

Anónimo disse...

Escreve A.Sousa Duarte:"Mas a responsabilidade näo é do povo". Este povo português,näo será "o que edita jornais,blocos noticiosos,telejornais ou sites"; MAS(!) é o que COMPRA (estes)jornais,segue atentamente (estes) blocos noticiosos,(estes)telejornais,e (estes) sites.Näo será porque,infelizmente,se sente neles "espelhado"? Teria razäo Ruy Belo quando escrevia:"O meu País é o que o Mar näo quer"? Um abraco.

Luís Graça disse...

Quem são os senhores do "poder mediático" (directores de informação) ? Quem está por detrás deles, que interesses, estratégias ? Quem são os jornalistas que "fazem" a notícia ? Que critérios, para além da audiometria, contam hoje no jornalismo televisivo ?

O quase silêncio das nossas televisões sobre a morte (e sobretudo a vida) de Vítor Alves toca-nos profundamente, porque também é dos nossos nossos... A notícia da sua morte aos 75 anos foi como mais um simples "caso necrológico", o do desaparecimento de uma "figura menor"... Ora, como bem lembra Fernando Madrinha, no "Expresso" desta semana, trata-se de "alguém que pertence àquele pequeno grupo de homens a quem o país mais deve a liberdade e a democracia"...

É o mesmo silêncio sobre o nosso passado recente, a guerra colonial, o 25 de Abril, etc.

Não quero entrar na actualidade política para não infringir as normas do blogue... Apesar de tudo, a imprensa escrita deste fim de semana deu algum relevo à notícia. Cito 3 artigos que li:

Portugal > Óbito: O mais civil dos militares de Abril (por Paulo Chitas, "Visão". 13/1/2011, pp. 42/43);

Vítor Alves 1935-2011: O primeiro rotos e voz dos capitães de Abril (por José Pedro Castanheira, "Expresso", 15/1/2011, meia página, p. 17);

1935-2011: Vítor Alves, um capitão moderado do 25 de Abril (por Maria Lopes, "Público", 15/1/2011, pp. 12/13).

PS - Pormenor biográfico: Vítor Alves era o único major (para mais, do Estado Maior do Exército, a "casta militar do regime") dos capitães de Abril, e o seu sogro era então Chefe de Estado Maior da Armada (nunca lhe terá perdoado a "traição")...

Ao Vítor Alves é reconhecido sobretudo o "jeito" para juntar pontas... Foi ele, por exemplo, que fez a ligação do MFA com a Marinha e a Força Aérea, e será o responsável da coordenação do programa do MFA...

Torcato Mendonca disse...

Eu li e nada disse. A revolta, não bem a revolta, antes, a tristeza já se acomodara, já estava guardada, arquivada mas não esquecida.
Li agora os comentários e lembrei-me de um e-mail que enviei ao José Belo.
Prendia-se o dito com uma excelente crónica do Director do JF sobre o Coronel, Major de Abril Victor Alves.Não posso aqui repetir o e-mail.
Essa cónica foi do melhor que li sobre o desaparecimento deste Capitão de Abril. Telefonei, ao autor de tais palavras e agradeci.
Enviei, como ele, um cravo vermelho...

De facto a nossa comunicação social está demasiado presa, dependente do poder económico,do vende-se, do sensacionalismo.
Venho a concordar com o José Brás e disse-o já atrás. Nada tem a ver com a pessoa referida e plenamente de acordo com o ps (não li e agora menos o que se passou, limitei-me a ouvir...)
Não estou muito de acordo com o José Belo. O meu( o nosso País) é o que estamos construindo...é lento?É. Mas por vezes se nos apressarmos borra-se a pintura...repara José o que começa a sair por aí. Não sei se na Suécia lá chega, certamente que sim. Eu acredito que ,mesmo lento, o mar vai limpar por aqui! O mar deve querer limpo ,mesmo o que não quis...Nós somos terra e mar...
O Luís Graça diz e bem. Como tal nada mais acrescento. Nem era necessário este comentário. Só que há ainda gente que prefere o incomodo ao cargo. A crónica que citei é disso exemplo.

Abraços para todos e para o Mário da Planície do Torcato

Joaquim Mexia Alves disse...

Meus camarigos

«A responsabilidade não é do povo?»

Então é de quem?

Que raio de coisa é esta que um povo permite que abastardem as suas prioridades?

Sou insuspeito de empatias ou concordâncias com Victor Alves, mas este homem é sempre alguém que fez algo importante pelo nosso país, mesmo que o seguimento não tenha sido o melhor.

Ao contrário, Carlos Castro, merece-me como ser humano, a minha revolta pelo modo como "alcançou" a morte, e a minha solidariedade perante a violência a que foi sujeito, mas não foi com certeza um construtor da coisa portuguesa.

Mas a diferença de tratamento de um acontecimento para outro por parte da comunicação social, faz-nos perceber ao patamar que o nosso Portugal se deixou conduzir.

Falava-se então, no tempo do passado, das crónicas sociais e da gente fútil que as vivia.

Ultrapassamos agora a grande velocidade esse patamar e detemo-nos no fútil, no superficial, na vida daqueles que a maior parte dos Portugueses não vivem.

Sim podem dizer que este meu comentário tem conotações politicas, mas eu considero que ele tem muito mais de indignação perante a minha atitude e a atitude do povo Português que assim se deixa abastardar, por gente que não pretende noticiar coisíssima nenhuma, mas apenas tentar vender sempre mais e mais, para fazer mais dinheiro.

Sinto-me envergonhado duplamente:
Primeiro porque se "troca" a noticia da vida de um homem que, sejam quais forem as razões, deu a liberdade a um país, por um acontecimento que sendo horrivel, não deixa de ser igual a tantos outros que pela casa adentro nos entram todos os dias.

Segundo porque o meu país, tem "Carlos Castro's" e "Renatos Seabras's", porque o que fez Victor Alves o permite, mas é muito mais do que eles e do que a gente que como eles vive fora da realidade do comum dos Portugueses.

Isto não significa, já o disse acima, menos indignação pela morte a que essa pessoa foi sujeito.

O Manuel Maia diria com muito mais graciosidade do que eu aquilo que eu não consigo agora dizer.

Por aqui me fico e peço aos editores que se por acaso este comentário saia das normas do blogue e que eu aceitei e defendo, imediatamente o retirem.

Um abraço camarigo a todos

Anónimo disse...

Camarigos
Palavras para quê?
É o País que temos...
Alfa Bravo
Luís Borrega

Luís Graça disse...

Luís: Não é "o país que temos", é o "nosso país", somos nós... nós e a nossa circunstância, a nossa história, a nossa identidade, o nosso melhor, o nosso pior...

Não vamos baixar os braços nem demitirmo-nos... Vamos ser mais exigentes, mais competentes, mais críticos, mais empenhados, mais participativos, melhores portugueses, cidadãos, homens e mulheres... Em tudo o que fazemos, incluindo na nossa Tabanca Grande, no nosso blogue...

Um Alfa Bravo. Luís Graça

Anónimo disse...

O que é um País? Será algo de abstracto? Näo será o somatório da cultura,tradicöes e costumes do Povo que o forma? Poderá haver "Nós" sem País.Mas nunca haverá País sem "Nós". Ou? Um abraco.

Anónimo disse...

Ao ler estes comentários,fiquei estupefacto com a vossa ingenuídade.Em que País e que vocês vivem ? Com as diferentes televisões a emitirem várias telenovelas ao dia, programas "bacocos" etc.... e claro com muita audiência, a quem é que interessa a morte de VITOR ALVES, ah e já agora quem foi este SENHOR? Cambada de ingénuos...é evidente que os "castros caldas" "lilis canecas" perdão "caneças" é que são importantes.Eu que pensava que com o avançar da idade estavam com mais maturidade, mas não, continuam os mesmos.Vão mas é beber água da bolanha...oh cambada

O que bebeu muita água barrenta da bolanha
C.Martins

Anónimo disse...

Com gelo ou sem ele? Um abraco de um dos..."da cambada".