quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7264: Blogpoesia (86): Alentejo, terra mãe (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa tertuliana Felismina Costa* com data de 7 de Novembro de 2010:

Boa noite Editor e Amigo Carlos Vinhal
Resolvi enviar um poema sobre o Alentejo, que se integra perfeitamente nesta altura do ano, em que se lança a semente à terra.
Se achar que deve publicar, é mais uma homenagem à terra que me criou.
Felismina Costa


Alentejo Terra Mãe

Terra mãe... nua, nesta época.
Terra, apenas lavrada... esperando a semente!
Terra amanhada pela mão do homem que te ama
Terra amada
Mãe da gente!...
Na dobragem estética do teu perfil perfeito
(mais alta, mais baixa)
Na cor.
Mais castanha, mais rosada, mais vermelha.
(No degradê até, de cores e alturas),
Tudo é luminoso!
Insultante de tão perfeito!...
Quem pode competir contigo?
Tu, que estas sempre linda todo o ano?..
Eu, queria como tu, brilhar à luz do sol!
Ser uma canção de embalar.
Uma música de encantar.
Um poema!
Terra da minha ternura.
Alentejana terra da lonjura
Onde sempre me senti em casa.
Cada pedra e cada tom
São tão perfeitos!
Cada som tão sublime!
A tua voz, é um afago.
É um lago
Onde brilham sem cessar
As estrelas cintilantes
E o luar!...


Agualva, 12 de Abril de 2006
Felismina Costa
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7166: Blogoterapia (163): Recordações da infância (Felismina Costa)

Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7263: Blogpoesia (85): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu... (8) (Manuel Maia)

9 comentários:

Anónimo disse...

Estimada Felismina,

não sou poeta, mas... os adoro!

Quando vou passando pelo nosso querido Alentejo, vou ouvindo as décimas, comprando obras de improvisadores.

Aqui vai um cheirinho do "Ti Limpas", nascido em Ferreira de Capelins Alandroal.

"HÁ TANTAS MÃES A CHORAR
VEND´OS FILHOS A SOFRER
VEND´OS P´RÁ GUERRA PARTINDO
SEM LHE PODEREM VALER


PARTIR UM FILHO P´RÁ GUERRA
É UMA DOR PARECIDA
À D´UM FILHO QUE PERDE A VIDA
E VAI DAR SEU CORPO À TERRA.
POUCA ESPERANÇA EM SI S´ENCERRA
QU´O POSSA UM DIA ABRAÇAR,
NÃO SE PODEM CONFORMAR
AO VÊ-LOS SEGUIR TAL TRILHOS,
A POUCA SORTE DOS FILHOS
HÁ TANTAS MÃES A CHORAR."
.............................

Amiga poeme a grandeza da nossa Planície pois todos lhe ficaremos gratos.

Obrigado,

Mário Fitas

MANUELMAIA disse...

CARA FELISMINA,

O BONITO ALENTEJO MERECE SER CANTADO.
CONTINUE A FAZÊ-LO QUE O FAZ MUITO BEM.
É ADMIRÁVEL A SENSIBILIDADE QUE EVIDENCIA.
PARABÉNS
MANUELMAIA

Torcato Mendonca disse...

Amiga Felismina

Os meus parabéns.É de uma zona de poesia, do baldão, da viola campaniça, dos cantares...muita gente não conhece.O Alentejo é um Mundo...
É pena.Quem ouve o som da viola campaniça nunca mais esquece ou as quadras ditas naquela dolência....aquele sentir das gentes e da terra.O Cante ou os coros. Saudades.

Será que me tiraram isso? Talvez.
Havia um programa na Antena 1 - Lugar ao Sul- do Rafael Correia que mostrava tudo isso. Durou tantos anos e foi-se.
Sou mesmo uma mistura de terras, de sentires, de gentes e de falta de tempo para voltar a viver tudo devagar.

Cada vez tenho mais vontade de abalar...
Obrigado e um abraço do T.

Juvenal Amado disse...

Cara Felismina

Que dizer dos seus retratos sobre o seu Alentejo, que eu também tanto gosto?
Mais uma vez ao lê-la senti os cheiros, os aromas das ervas que perfumam as planicies.
O amor com que as retrata as lembranças batem mais forte, pois não fosse a saudade um sentimento tão nosso, que só existe na lingua Portuguesa.

Um abraço

Juvenal Amado

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes disse...

Amiga Felismina
Adorei a candura do seu poema e das palavras que escreve acerca da sua terra-mãe.
Brotam limpas como a água que nasce das entranhas da terra. Adoro o Alentejo. Atravessá-lo, de lés-a-lés, em qualquer altura do ano, é um encanto de surpresas. Tem uma magia que nos eleva a alma e nos faz sonhar.
Em Évora me preparei e parti para a Guiné. Cercado de alentejanos.
Quando me sentia cansado da azáfama e secura de Lisboa, tomava a estrada e tanta vez fui ao Alentejo, buscar força, como quem vai até à beira-mar...
Parabéns
Um abraço
Mendes Gomes

Joaquim Mexia Alves disse...

Felismina, "atabancada" de direito próprio!

Que belo poema. Obrigado!

Fez-me sem dúvida lembrar o Alentejo de que tenho sempre tão boas memórias.

Um abraço amigo

Anónimo disse...

Olá Felismina,
Obrigada por esta bela poesia.

Beijinho
Filomena

Anónimo disse...

Cara amiga Felismina

Mais uma vez, fiquei embevecida com o nosso Alentejo aqui tão bem retratado por si neste belo poema, que eu gostaria de ouvir cantado ou declamado!

Certamente tem muitos mais, não os guarde na gaveta, dê-nos a conhecer através da sua poesia os encantos e as riquezas daquela região tão fascinante e tão abandonada.

Tal como Dulce Pontes cantou com o Grupo Coral os "Ganhões de Castro Verde":

É tão grande o Alentejo,
tanta terra abandonada!...
A terra é que dá o pão,
para bem desta nação
devia ser cultivada.

Tem sido sempre esquecido,
à margem, ao sul do Tejo.
Há gente desempregada.
tanta terra abandonada,
é tão grande o Alentejo!

Não demore ..., quero ler e saber mais!

Um grande beijinho e os meus parabéns

Maria Teresa Parreira

Anónimo disse...

Caro Torcato,

Não desanimes vai já de seguida.

Um abraço,

Mario Fitas